sábado, 27 de dezembro de 2014

Japaratuba mantém a tradição da Busca do Mastro


Infonet - Cultura - Noticias - 26/12/2014.

Japaratuba mantém a tradição da Busca do Mastro
O cortejo se iniciou às 16h, na avenida Rio de Janeiro

No último dia 25 de dezembro comemorou-se o Natal. Mas em Japaratuba, município localizado no Leste Sergipano, a data também é marcada por outro acontecimento: a abertura do festejo alusivo aos Santos Reis e São Benedito. E para celebrar o início da comemoração, a Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, realizou a Busca do Mastro de São Benedito, mantendo uma tradição que foi retomada em 2013.

Fruto de uma parceria com a Paróquia Nossa Senhora da Saúde, o evento contou com a presença de centenas de japaratubenses que, embalados pelo som de apitos, misturado ao zabumba, tambor, e ao estouro de bacamartes, percorreram as principais ruas da cidade, conduzindo o mastro, acompanhados por grupos culturais. O cortejo se iniciou às 16h, na Avenida Rio de Janeiro, mais conhecida como Rodagem, e se encerrou em frente à Igreja Matriz.

De acordo com o prefeito de Japaratuba, Hélio Sobral Leite, que acompanhou a manifestação cultural, a tradição do Mastro de São Benedito foi criada há 100 anos, mas durante muito tempo permaneceu adormecida. “A festa foi idealizada quando o padre Caio Tavares era o pároco do município e como sempre, contava com a participação popular. Só que acabou sendo esquecida e nenhum outro vigário que passou pela cidade teve a ideia de retomá-la”, explicou o gestor continuando.

“Até que o padre Luiz chegou à Japaratuba e tomando ciência da importância que o hasteamento do mastro tinha para a nossa cidade, sugeriu que a busca do mesmo fosse retomada para que a população voltasse a participar do ato. A ideia foi repassada para a comissão da festa que apoiou e me transmitiu. Juntos, resolvemos que a busca do mastro voltaria a fazer parte da abertura da Festa de Santos Reis e São Benedito, e hoje estamos aqui participando da segunda edição, após 80 anos”, detalhou Hélio Sobral.

Entusiasmo

Grande responsável pela retomada do cortejo, o pároco, Manoel Luiz, ficou entusiasmado com a participação popular na segunda edição da Busca do Mastro de São Benedito. Ao final, ele agradeceu pela presença de todos no evento e ressaltou a importância da tradição para o município.

“Sempre tive conhecimento dessa busca do mastro e não entendia porque os moradores haviam permitido que um acontecimento tão importante fosse deixado de lado. Fico feliz pela administração ter abraçado essa causa e decidido realizar o evento. Fico mais feliz pela participação dos japaratubenses que possibilitou àqueles que preferiram ficar nas portas e janelas de suas casas, presenciarem algo tão expressivo”, salientou o padre, conduzindo o hasteamento da bandeira e encerrando o evento.

Fonte: Ascom Japaratuba.
Foto: Divulgação.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Culinária sergipana agrada turistas.


Comidas típicas como beiju e pé-de-moleque
são procurados no mercado central.

Infonet - Cidade - Especial - 27/01/2009.

Culinária sergipana agrada turistas.

Nos bares e restaurantes da cidade, a grande pedida é o caranguejo, mas no mercado central, a comida regional como sarapatel e carne do sol agradam o paladar dos visitantes.

A culinária nordestina tem sido uma boa pedida para turistas neste período de alta estação. Em Sergipe, as pessoas que chegam de todas as partes do país, buscam nos boxes do mercado central e principalmente em bares e restaurantes da Orla de Atalaia, variedades de sabores. O caranguejo continua no topo das procuras, seguido da carne de sol com pirão de leite ou com macaxeira. Os visitantes confessam que voltam para as suas cidades, levando na bagagem, o gostinho “inesquecível” da culinária sergipana.

Camarões e pitus, além de comidas regionais como sarapatel, ensopado de carneiro e buchada, também fazem parte da escolha dos turistas. Pés-de-moleques, queijadas, beijus, castanhas de caju e doces de todos os tipos, são aprovados pelos visitantes, sem contar com os tradicionais licores.

A turista Naíra Gomes mora em Belém do Pará e esteve em Sergipe participando de um encontro de Arquitetura. Ela disse ter adorado as queijadas comercializadas na cidade histórica de São Cristóvão. “Eu amei as queijadinhas de São Cristóvão. Elas são feitas com pedacinhos de coco e são assadas em forno”, elogia Naíra.

José Roberto dos Santos é sergipano, mas reside em São Paulo há 11 anos. Desde o último dia 20 de dezembro está no Estado com a família e como já está retornando, passou no mercado central para comprar balas de caju e outras iguarias que os amigos paulistas adoram. “Todas às vezes, a gente vem aqui no Box do Sr. Ranulfo comprar coisas que só encontramos aqui em Sergipe. Vou lhe contar uma coisa, eu estou voltando com oito quilos a mais. Comi muita carne do sol com macaxeira e mocotó, sem contar com a sopa mão de vaca. Aqui no mercado a maior preferência é pelo doce de caju”, enfatiza José Roberto.

Para quem procura uma comidinha feita com o sabor sergipano, nada como dar uma passada nos mercados centrais de Aracaju. Bares e restaurantes oferecem desde a tradicional buchada de bode, tripinha de porco, torresmo, carneiro ensopado até a feijoada sergipana e rabada. No café da manhã, a famosa carne frita com cuscuz ou com inhame e a macaxeira com carne do sol. A chamada galinha de capoeira, também é muito apreciada.

Na Orla de Atalaia, nos bares e restaurantes da cidade, a grande pedida é o caranguejo, seguido do famoso pirão com pitú, do camarão ao alho e óleo e das moquecas de peixe. A carne do sol com pirão de leite ou com feijão tropeiro, também costuma ser apreciada pelos turistas. Os sucos de frutas como mangaba, umbu, acerola e principalmente de caju, são os preferidos dos visitantes.

“Eu sou de Brasília e tem uns alimentos que só encontro aqui em Sergipe: pé-de-moleque, queijadinha e as chamadas bolachas sete capas. Em restaurantes, tem um na Orla de Atalaia em que eu não deixo de comer pirão de pitu”, destaca a turista lembrando que entre as frutas preferidas de Sergipe, está o umbu.

Por Aldaci de Souza.

Texto e imagens reproduzidas do site: infonet.com.br/cidade

Artista plástico sergipano recebe título Grã-Cruz.

Quadro de Jenner Augusto.

Publicado originalmente no site Cultura Interativa, em 07/11/2014.

Artista plástico sergipano recebe título Grã-Cruz.
Por Lucas Oliver.

A Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) parabenizou o Palácio do Planalto e o Ministério da Cultura pela homenagem concedida através do título Grã-Cruz, em memória ao artista sergipano, Jenner Augusto. A referência foi realizada no Dia Nacional da Cultura Brasileira, comemorado na quarta-feira, 5.

Pintor, Jenner é natural da cidade de Lagarto, município do Centro-Sul de Sergipe, localizado a 77Km da Capital. O artista plástico se tornou renomado internacionalmente e tem obras expostas por todo mundo. Atualmente, telas de Jenner Augusto podem ser vistas na Exposição de Arte “Espaço e Forma”, no Museu Prefeito Viana Assis, do Centro Cultural de Aracaju.

“A obra de Jenner Augusto está em todo nosso Estado e pelo mundo. Ficamos orgulhosos dele receber essa merecida comenda, embora atrasada, pois ele faleceu. Em todos os lugares a gente encontra as pinturas deste artista renomado e de uma importância enorme para nossa cultura local”, comenta a presidente da Funcaju, Aglaé Fontes.

De acordo com o curador da Exposição e diretor da Galeria de Artes Álvaro Santos, Luiz Adelmo, a homenagem é mais que justa, pois ele levou a arte de Sergipe através das telas sobre óleo. “O título Grã-Cruz é o mais alto grau de premiação da cultura e infelizmente esse prêmio deveria ter sido em vida. Mas fico feliz em termos escolhido uma de suas obras de natureza morta, na mostra”, justifica.

Jenner Augusto é conhecido como um artista multifacetado, pois era pintor, cartazista, ilustrador e desenhista. Em 2003, morreu aos 79 anos, em Salvador. Realizou sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro em 1950, época em que conheceu Portinari. Em 1956, conquistou Medalha de Ouro no VI Salão Baiano de Belas Artes. Em 1963, recebeu o grande prêmio de pintura do III Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul e em 1965 realizou sua primeira exposição individual em São Paulo, na Galeria Astréia.

“Jenner trabalhou como balconista no armazém dos Irmãos Brito, passava o dia desenhando nos papeis e acabou sendo exonerado. Graças a esse episódio, ele pode mostrar sua arte para o mundo. Saiu de sua cidade natal, residiu em Salvador e tantos outros lugares do Brasil, como outros países, tiveram a oportunidade de conhecer seu trabalho nas semanas de artes por todos os lugares”, conta Luiz Adelmo sobre o artista.

A Ordem do Mérito Cultural, criada desde 1991, já homenageou mais de 500 personalidades nos diversos campos como: Música, moda, artes plásticas, audiovisual, literatura, gastronomia, culturas populares, tradicionais, afro e indígena. A premiação ocorre no Dia Nacional da Cultura, em 5 de novembro.

A presidente da Funcaju, Aglaé Fontes, agradece a Mário Britto pela indicação do nome do artista falecido Jenner Augusto ao prêmio. “A sugestão de Mário Britto tem que ser aplaudida por todos nós, pois valoriza e deixa em evidência nomes que ultrapassam as fronteiras culturais. Jenner Augusto é lembrado sempre e ficamos honrados de ter uma obra sua em nossa Exposição no Centro Cultural de Aracaju”, ressalta.

Texto e imagem reproduzidos do site: culturainterativa.com

José Fernandes - A liberdade expressa em tela.

  Obra de José Fernandes no Restaurante de Zé Américo.

 Caju com arte de José Fernandes.

Artista plástico José Fernandes.

Publicado originalmente no site Cultura Interativa, em 06/11/2014.

A liberdade expressa em tela.

Com traços definidos e o colorido da tinta óleo sobre as telas, as curvas do rosto humano se configuram na expressão do artista plástico, José Fernandes. Não só a figura humana, mas também o pássaro branco presente em grande maioria de suas obras. Esse pássaro representa a “liberdade” existente dentro de cada um e pode ser conveniente para quem quer que seja.

O caju, o sanfoneiro, o trio pé de serra, o nordestino também são elementos característicos das suas obras de arte. Quem conhece uma vez a obra de José Fernandes vai identificar facilmente os seus quadros ao vê-los. “Inconfundíveis” é assim que os seguidores nas redes sociais caracterizam as suas obras. As suas telas estão gravadas, reproduzidas em muitos lugares, seja nas paredes, como acontece no restaurante de Zé Américo no Mercado Antônio Franco, ou em calendários e nas latinhas feitas para homenageá-lo. Sua obra também faz parte do Projeto Caju na Rua na capital sergipano. O Caju pintado por ele é o do Mercado Antônio Franco.

Essa consagração como artista plástico foi alcançada após longos anos. Desde criança o artista já gostava de desenhar. Ele conta que aos sete anos já rabiscava as calçadas com pedra calcária, depois começou a pintar em tecido. O tecido, segundo ele, eram os lençóis que ele rasgava escondido e pintava com guache mesmo.

Só depois ele começou a pintar com tinta óleo, que vendia em apenas dois lugares de Aracaju. E já aos 17 anos ganhou o primeiro prêmio do Salão de Artes Atalaia. Com 20, ganhou o Prêmio Aquisição da Fundação Cultural de Brasília. Depois, o Prêmio das Universidades Brasileiras, Prêmio Bradesco. Seu talento hoje é cada vez mais reconhecido, principalmente pelos seus clientes fieis, que fazem o artista viver somente da sua arte.

Quando perguntado sobre o que o inspira, ele prontamente responde, “as pessoas me inspiram, o dia a dia me inspira. Eu não sei viver só, os companheiros de papo, a convivência com os amigos, toda a simplicidade me inspira”, esclarece.

“Eu busco a liberdade de expressão, a maneira mais simples para que as pessoas entendam e identifiquem o meu trabalho”, assim José Fernandes se apropria da arte para se expressar e demonstrar o seu olhar sobre os fatos ao seu redor.

Texto e imagens reproduzidos do site: culturainterativa.com

Josa Vaqueiro do Sertão - Na sombra da jaqueira

Josa, O Vaqueiro do Sertão - "Na Sombra da Jaqueira".

Fui na sombra da jaqueira
Certo de rever meu bem
Esperei a tarde toda
Porque não chegou ninguém

Sem meu amor
O meu viver é triste
Nada mais existe
Nem sei onde vou (bis).

Passei a noite sonhando
No outro dia cedinho
Fui correndo na jaqueira
Encontrei um bilhetinho

Dizendo assim
Nada mais existe
Meu viver é triste
Sem o teu carinho (bis)

Adeus querida jaqueira
Não sei quando voltarei.
Sempre me guarde segredo
Diz que não me esquecerei

Sem meu amor
O meu viver é triste
Nada mais existe
Nem sei onde vou (bis)


Josa 'O Vaqueiro do Sertão' está longe dos palcos





Publicado originalmente no Portal Infonet, em 08/04/2014.

Josa 'O Vaqueiro do Sertão' está longe dos palcos
Aos 85 anos o forrozeiro sofre de alzheimer , mas passa bem.

Por Leonardo Dias e Raquel Almeida.

Foi com mais de 52 anos dedicados a apresentações nos palcos forrozeiros, que o sergipano José Gregório Ribeiro, popularmente conhecido como “Josa, o vaqueiro do Sertão" construiu a sua caminhada no forró. Fã declarado do rei do Baião, Luiz Gonzaga, Josa que completou no último dia 12 de março, 85 anos, deu uma parada na carreira musical após a descoberta de um Alzheimer.

A reportagem do Portal Infonet esteve na residência de sua filha, Joseane de Josa, em um apartamento localizado na zona Sul de Aracaju, local onde se encontra em repouso o Vaqueiro do Sertão. Durante entrevista, Joseane de Josa falou sobre momentos marcantes da carreira musical do forrozeiro, que inclui conquistas, amores e vida pessoal.

De origem humilde e do interior de Sergipe, o filho de lavradores do Povoado Jacaré, em Simão Dias, município distante 100 km de Aracaju, se tornaria em pouco tempo, uma das grandes referências da música popular nordestina. Autor de mais de 300 composições no forró, Josa fez questão de retratar toda a realidade vivenciada em suas composições. “Ele era um montador de cavalo, adorava as lidas do gado, sempre ligado na natureza e com 10 anos já ouvia Luiz Gonzaga. Sempre que ia vender banana na feira livre de Simão Dias ele já ia ouvindo no auto falante achando o rei”, conta Joseane.

Carreira do sergipano é marcada de inúmeros sucessos
Aos 18 anos, Josa decidiu ir ao Rio de Janeiro para seguir carreira militar, mas um acidente mudou os seus planos e fez com que ele investisse na carreira musical. “Ele foi para o serviço militar e depois foi prestar concurso na Guanabara, antiga capital do país, no Rio de Janeiro, e aí concorreu com mil pessoas para a Polícia Militar (PM), passou em 3º lugar, e sempre ouvindo Luiz Gonzaga. E foi na PM que ele ingressou como sargento músico, mais era de clarinete. Só que como ele tinha uma dificuldade na arcaria dentária, o maxilar inferior cobria o superior, estava dando dificultando na sua atuação. Em 1959, ele estava domando um cavalo bravo, e acabou caindo do animal e fraturou a tíbia e o peronho do pé esquerdo. Com essa queda, ele amputou um dedo e se aposentou”.

Aposentado, Josa foi até uma loja de instrumentos musicais localizada rua Uruguaiana, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), e comprou o seu primeiro acordeom. Com o novo instrumento, ele retornou a solo sergipano e passou a tocar forró por todo o Estado. Sempre usando o chapéu de couro, símbolo característico do Vaqueiro. “Painho comprou um acordeom que até hoje está com ele. Em Sergipe ele começou tudo que sabia de clarinete ao acordeom, e se tornou Josa, o vaqueiro do Sertão”.

Autor de mais de 300 composições no forró, Josa fez questão de retratar toda a realidade vivenciada em suas composições
Foi com inúmeras participações em programas de rádio da época, que Josa conquistou em pouco tempo o seu espaço, e acabou ganhando o seu próprio programa na Rádio Difusora, atual Rádio Aperipê AM. E foi por meio do programa intitulado ‘Nas sombras de uma Jaqueira’, título de canção carro chefe do cantor, que ele conheceu o Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Um encontro marcado de histórias e emoções.

“Luiz Gonzaga o rei do Baião, estava hospedado em uma pousada em Caldas de Cipó, na Bahia, e a dona do local ouvia assiduamente todos os dias o programa de Josa no rádio. Então ele ouviu o programa e gostou e disse que queria conhecer esse caboclo. Em seguida telegrafou para painho, e veio conhecer ele aqui em Sergipe. Durante esse encontro, na época, quem estava no auge era o cantor Roberto Carlos, e eles se conheceram na rádio e acabaram se estendendo no horário do programa ao ponto que a rede desligou o sinal do programa de painho. Eles acharam isso um absurdo, e para saíram em manifesto pelas ruas de Aracaju, questionando porque cortaram o rei do baião Luiz Gonzaga para por o do Roberto Carlos. E olhe que era programa de auditório, painho e Luiz foram com a platéia fazer um protesto na frente do Palácio do Governo para questionar isso (risos)”.

O primeiro disco do sergipano foi um compacto simples, “Fazendo Zabumba”, que contou com a participação de Luiz Gonzaga. O forrozeiro gravou ainda um disco duplo; dois LP’s com 12 músicas cada, além de realizar várias participações em coletâneas no Estado de Sergipe.

No auge de sua carreira musical, ele fez várias tournées e chegou a se apresentar no programa de Abelardo Barbosa "Chacrinha" no Rio de Janeiro/RJ. Josa também teve suas composições regravadas por cantores respeitados no forró, a exemplo de Clemilda, Alcimar Monterio, Mestre Zinho do Acordeon, Erivaldo de Carira, Zé Américo, Jailson do Acordeon, dentre outros.

Relacionamentos

Josa foi casado por duas vezes
A vida de Josa foi marcada por vários romances. Ele foi casado por duas vezes e tem nove filhos, sendo quatro fruto do primeiro relacionamento, e cinco do segundo.

Ele também se tornou amigo fiel da sergipana Maria Feliciana, no qual a criou desde os 16 anos. “Ele conheceu ela em um show na cidade de Amparo de São Francisco que painho conheceu uma menina nova que já tinha 2,25m. Ela se chamava Maria Feliciana e não ia a escola enclausurada devido ao seu tamanho pelo contexto daquela época de ficar como uma vitrine, e painho fez o convite ao pai dela para ela deslanchar no basquete, saindo do contexto e tentar uma outra forma de vida. Os pais de Maria deram a tutela a painho e eles vieram para Aracaju Ela me criou durante 8 anos, e painho teve uma temporada de 8 anos com ela”.

Doença

Há 10 anos, um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e um Alzheimer tiraram o vaqueiro dos palcos. “Hoje a doença tirou a fala dele, a marcha, e ele não fala mais. A última vez que ele foi aos palcos ele tava com 70 anos; Em nenhum momento eu senti a não aceitação de painho com a doença. Ele é um homem muito de Deus, falava sempre em religião, havia esse respeito, o temor ao senhor. Ele sempre dizia que o homem nasce, cresce, e se desenvolve. Ele entendia esses processos da natureza. - A vida é ilusão, porque tanto orgulho, se todos são abrolhos que se acabam no chão – dizia painho”.

Josa teve seu trabalho reconehcido e ganhou diversas premiações
Reconhecimento

Mesmo fora dos palcos, Josa é bastante lembrado pelos sergipanos. E teve o seu trabalho reconhecido em diversas premiações. “Em 1968, houve um encontro dos sanfoneiros aqui em Sergipe para escolher o melhor dos sanfoneiros, e painho recebeu o troféu da sociedade de reconhecimento no forró. Ele tabém teve a oportunidade de participar do 10º Fórum do Forró de Aracaju e de inclusive ter sido um dos homenageados; Foi homenageado ainda no Troféu Sanfona de Ouro, e de universidades particulares e instituições públicas”.

Josa, o vaqueiro do Sertão

Mas o que Josa sempre procurou na sua vida, foi um cenário igual a sua música – Nas sombras da Jaqueira – e ele encontrou na cidade de Areia Branca, local que residiu por 38 anos. “Ele procurou um lugar que tivesse jaqueira para terminar seus dias e ele encontrou em Areia Branca, que é a propriedade dele, tudo o que dizia a sua música - Nas sombras da Jaqueira – e por 38 anos ele viveu lá, na cidade que ganhou o título de 3ª capital do forró no país. Com a doença, há dois anos ele está morando comigo aqui em Aracaju”.

A filha de Josa, a cantora Joseane de Josa
Bastante emocionada, Joseane encerrou a entrevista falando do que o seu pai representa para a sua vida. “Para mim ele é o patrimônio cultural de Sergipe. Todos os colegas artistas têm muito respeito e amizade a ele, e eu entendo, sou filha suspeita para falar, mas eu entendo que é mérito, porque ele foi um cara que soube fazer a marca dele. Teve a moda do duplo sentido e ele não se corrompeu, e conseguiu se manter naquilo que ele defendia, e para mim ele é símbolo de força e coragem. Ele é um guerreiro e me mostra isso a cada dia nessa revolução de santidade. É o meu orgulho”, finaliza.

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura

Josa e Joseane, duas gerações em ritmo de forró


Publicado originalmente no site Infonet/São João, em 06/06/2005.

Josa e Joseane, duas gerações em ritmo de forró
Por Silvia Lemos

Como diz o ditado, "quem descobre a vocação, não precisa de carreira". Assim é a história de Josa, o Vaqueiro do Sertão, com a música. Tudo começou na Cavalaria do Rio de Janeiro onde Josa aprendeu a tocar. Diante da insistência de seu superior para que ele se dedicasse aos instrumentos de palheta, saxofone e clarinete, Josa resolveu pedir dispensa e seguir por outro caminho.

SANFONEIRO – Depois de comprar a primeira sanfona, ainda no Rio de Janeiro, Josa, resolveu "voltar para o norte" e passou a gerenciar uma fazenda na cidade de Simão Dias. Em 1961, o Vaqueiro do Sertão veio para a capital sergipana e, na Antiga Rádio Difusora, participou do programa Manhã Sertaneja, com Carlito Melo, mais conhecido como Caboclo Jeremias. Um ano depois surgiu a oportunidade de apresentar seu próprio programa. E foi ali que Josa foi descoberto, em 1965, por Luiz Gonzaga.

EMOÇÃO – Josa contou ao Portal InfoNet que, embora tenha colecionado muitas alegrias ao longo de todo este tempo, nenhuma foi maior que a de conhecer o Rei do Baião. Principalmente, porque foi de Gonzagão a iniciativa de procurar o "vaqueiro" que apresentava o programa "Festa na Casa Grande".

Depois disto, Luiz Gonzaga levou Josa para São Paulo para gravar seu primeiro disco. O compacto com duas músicas, "No pátio da fazenda" e "Há boi no mourão", foi lançado em 1965. Três anos depois, o Vaqueiro do Sertão apresentou ao público seu primeiro LP "Na sombra da jaqueira".

SHOWS - A decisão de não gravar novos discos veio como conseqüência de uma postura assumida, em 1968, por Josa: não cantaria música de duplo sentido. A partir de então, o Vaqueiro do Sertão começou a se apresentar em touradas, vaquejadas e circos de diversos tamanhos nos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe. Ao seu lado, nos shows, estava sempre a filha Josinete.

Com o casamento de sua parceira nos shows, Josa ficou sem companhia nas apresentações e o destino mais uma vez lhe surpreendeu. Joseane, sua filha mais nova, que segundo Josa, "não cantava nem no banheiro", vendo a tristeza do pai, resolveu substituir a irmã.

JOSEANE – Cumprindo um outro ditado popular, "quem puxa aos seus, não degenera", Joseane, a filha mais nova, tornou-se a nova parceira de Josa nos shows realizados nos circos, touradas, vaquejadas, em cima de caminhões...

Depois de 11 anos acompanhando o pai, Joseane conquistou, em 1993, em um festival de teatro, o prêmio de cantora revelação. No ano seguinte, deu início à sua carreira solo, gravou seu primeiro disco, "Chamego de Menina" e recebeu o título de Musa do Forró. Joseane disse ao Portal InfoNet que entre os momentos marcantes de sua carreira, está "o convite de Zinho, o Mestre do Forró, para gravar o CD "Amigos" e fazer com ele uma temporada de shows em Maceió (AL)".

INESQUECÍVEL - Em relação a Josa, ela conta ao Portal InfoNet sobre a emoção de ter o pai sempre presente na sua carreira: "no início, era eu que ia para os shows dele, depois eu o trazia para participar dos meus". Há oito anos afastada dos palcos, Joseane, ouviu este ano, um pedido emocionado do pai: "Minha filha, a última coisa que lhe peço é que você não deixe de cantar".

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/saojoao/2005

Clínico geral ajuda idosos no SAME



Publicado originalmente no site G1 SE, em 25/12/2014.

'Quero fazer isso até quando tiver forças', diz voluntário há 23 anos.

Clínico geral diz que nem o cansaço lhe tira a vontade de ajudar os idosos. 'Meu maior prêmio é ver eles sorrindo', afirma o médico José Augusto.

Marina Fontenele
Do G1 SE.

O período do Natal desperta a solidariedade, mas o desafio é fazer com que essa disposição por fazer o bem a alguém continue durante todo o ano. O médico José Augusto Cardoso do Prado, voluntário há 23 anos do Lar de Idosos Nossa Senhora da Conceição (Same), diz que nunca desanimou e que não pensa em deixar a atividade enquanto puder trabalhar.

“Me sinto bem em saber que de alguma forma estou contribuindo para a qualidade de vida dessas pessoas. Meu maior prêmio é ver eles sorrindo e confiando no meu trabalho”, afirma o especialista em clínica médica.

Para o médico, ser voluntário é uma forma de também aprender com os outros sem esperar nada em troca. “Gosto muito de conversar com meus pacientes, porque eles têm muita sabedoria de vida. Eles precisam de atenção e carinho porque muitas vezes as pessoas da instituição são a única ‘família’ que eles possuem. Mesmo quando estou muito cansado não me vejo no direito de me entregar a preguiça e de não vir para o Same, penso em ser voluntário até quando tiver forças para trabalhar”, revela Cardoso aos 71 anos.

O Same atende 54 idosos com idade entre 67 e 101 anos, mas na lista de espera ainda existem mais 73 pessoas. A instituição sem fins lucrativos acolhe e cuida, com uma equipe multidisciplinar, de idosos que não têm ninguém que possa cuidar deles conforme as necessidades da idade. O quadro de funcionários do Same tem 48 funcionários e mais 25 voluntários.

“É uma troca de carinho com prestação de serviço com amor. O voluntário é quem se doa sem esperar nada em troca. A chegada de um novo ano é uma forma de colocar planos em prática e quem sabe será a oportunidade de assumir o compromisso em fazer o bem”, destaca Nadja da Silva Santos, assistente social do Same.

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com/se/sergipe

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Epifânio Dória


Infonet - Blog Luíz A. Barreto - 03/09/2004.

Epifânio Dória
Por Luíz Antônio Barreto.

Mais do que organizar instituições de cultura – Biblioteca Pública, Arquivo Público, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Arquivo da Maçonaria - catalogando acervos, documentar a vida sergipana, defender o porte gratuito para a circulação nacional de livros, revistas e jornais, Epifânio Dória tinha a noção exata do papel das bibliotecas nas sociedades. como sabia fazer a crítica, com textos claros: “Com pesar, entretanto, venho notando que os homens de Governo, em geral, relegam as bibliotecas a um plano muito secundário, como se elas não desempenhassem o papel relevante que desempenham na obra da civilização.” A constatação, feita há quase 90 anos (em 1915) guarda a triste atualidade e pode ser novamente citada, para fixar, no tempo, o descaso e seus múltiplos e perniciosos efeitos.

As civilizações ágrafes têm na memória a base de suas culturas. Há uma partilha universalizada, como coubesse a cada um membro comunitário um quinhão de conhecimento e de sabedoria. As sociedades letradas, ao contrário, são seletivas, fazendo dos mais diferentes suportes – livros, revistas, jornais, outras publicações – o lastro comum, ao qual todos devem acorrer, na luta da aprendizagem. Considerando as altas taxas de analfabetismo, e os baixos índices de leituras, não surpreende que a ignorância campeie solta, renegando ao esquecimento parte da vida construída no cotidiano das pessoas e dos grupos sociais.

Mesmo tendo vivido longamente, 92 anos (nasceu em 1884, morreu em 1976), e ocupado posições destacadas como jornalista, pesquisador, e especialmente documentarista, Epifânio Dória não tem seus méritos exaltados e sequer é bem lembrado pelos sergipanos. Suas colunas de Efemérides Sergipanas, ajudando a construir biografias com informações preciosas, selecionadas por uma pesquisa cuidadosa, amarelaram nas páginas dos jornais, ou se perderam com eles, inapelavelmente. Seus Catálogos, organizados em cada uma das instituições a que serviu, foi abandonado, sem que houvesse melhoria na localização dos textos para a pesquisa. Seu zelo pelo levantamento de dados pessoais de vultos sergipanos, residentes no Estado ou fora dele, não fez escola, não deixou discípulos, ainda que fosse um dos mais eficazes meios de guardar memória.

Epifânio Dória não é exemplo único na galeria dos esquecidos. Clodomir Silva, que viveu apenas 40 anos, mas que foi professor, folclorista, jornalista e político, autor do monumental Álbum de Sergipe, que nem tem seu nome, e de Minha Gente, recentemente reeditado pela Funcaju, é outro injustiçado. Nem os professores e alunos do velho Atheneu, onde ele fez brilhar a sua inteligência, sabem dele. É comprida a lista dos intelectuais que mesmo deixando obras importantes, não são lembrados hoje. Nomes como os de Carvalho Neto, Manoel dos Passos de Oliveira Teles, Florentino Menezes, Prado Sampaio, Elias Montalvão, Carvalho Lima Júnior, Magalhães Carneiro, Ávila Lima, Costa filho, Freire Ribeiro, Artur Fortes, estão mergulhados, com tantos outros, nas brumas do esquecimento. O desmemoriamento das populações não tem medida, como se pode observar nos resultados de uma enquete, feita pelo Portal InfoNet, a respeito de Epifânio Dória.

A InfoNet perguntou qual era a profissão de Epifânio Dória e sugeriu a múltipla escolha: Advogado, Engenheiro, Médico, Documentarista. O resultado foi o seguinte: Advogado – 40,96%, Engenheiro – 28,92%, Médico – 13,25% e Documentarista – 16,87%. Ou seja, 83,13% desconhecem a formação profissional do velho bibliófilo, apenas 16,87% souberam responder qual era a verdadeira profissão de Epifânio Dória.

O resultado encerra um eloqüente exemplo de desconhecimento cultural. Afinal, Epifânio Dória morreu há menos de 30 anos, depois de exercer enorme presença na vida sergipana, e de ter seu nome fixado na fachada da Biblioteca Pública, com PH e tudo, que é uma casa bem freqüentada pelas gerações de estudantes. A despretenciosa enquete da InfoNet termina por preocupar ainda mais os que se esforçam, por todos os modos, para adornar Sergipe com a arte e a cultura dos seus filhos.

Em Sergipe algumas entidades culturais mantém vivos nomes consagrados da literatura, da história, da cultura em geral. São exemplos o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, fundado em 1912, a Academia Sergipana de Letras, fundada em 1929, que se mantém vivas, diblando todas as dificuldades. As escolas, das diversas redes, tratam muito pouco das coisas locais, ainda que existam duas disciplinas – Sociedade e Cultura, para o Ensino Fundamental, e Cultura Sergipana, para o Nível Médio – como veículos de circulação de conhecimento sergipano.

A Universidade Federal de Sergipe tem, atualmente, muita gente pesquisando e escrevendo monografias, dissertações, teses, livros com temática ambientada no cenário sergipano. As outras ainda não galgaram a mesma posição da UFS, tendo o local como um acessório. Falta, ainda, um Guia de Fontes, para orientar os estudos e incorporar a bibliografia produzida ao longo do tempo.

É claro que o quadro já foi pior. Houve tempo que poucos ousavam falar em literatura, em arte e em cultura sergipana. Os olhos, os ouvidos e os aplausos estavam fixos na cultura importada, fosse de onde fosse, enfeitada como gênero de primeira necessidade e de inquestionável qualidade. O tempo tem ensinado que as coisas não funcionam bem assim. Sergipe já tem quadros intelectuais, aqui residentes, que romperam as fronteiras e levaram seus nomes para convívios nacionais e internacionais. A máxima (ou praga) de que Santo de casa não faz milagres não pode prosperar entre os mais jovens, para não afetar a auto estima, essa propriedade de valorização do que é próprio, que deve ser estimulada.

Quem vence a ignorância é a cultura, a começar pela informação, pela ampliação do conhecimento, pela reflexão do saber. Saber da profissão de um intelectual, como Epifânio Dória, é importante, porque ele escolheu para exercer, uma atividade sensível, de preservar bens de cultura que devem ser utilizados pela sociedade.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/luisantoniobarreto

Fonte: "Pesquise - Pesquisa de Sergipe/InfoNet".

institutotobiasbarreto@infonet.com.br.

Conhecendo a Hemeroteca da Biblioteca Epifânio Dória.

Diário de Sergipe; este foi o documento mais antigo que
encontramos datado do dia 1° de Abril de 1877.

 Correio de Aracaju 1906.


Conhecendo a Hemeroteca da Biblioteca Epifânio Dória.

Relatório da Pesquisa na Hemeroteca de Sergipe.

Por Evelyn Santana

A hemeroteca da Epifânio Dória traz um grande acervo de jornais datados do final do século XIX até o século XXI, esse acervo busca deixar viva a história sergipana e da um ótimo auxilio para pesquisadores.

Ligada à Secretaria do Estado da Cultura, a Biblioteca Epifânio Dória é possuidora da mais vasta hemeroteca de Sergipe. O uso contínuo em pesquisa resulta em grande desgaste do suporte documental.

Conscientes do problema, as equipes da Biblioteca e da Secretaria constataram que a sua recuperação torna-se inadiável. Assim o objetivo geral do projeto é empreender a digitalização do acervo de jornais, para garantir a sua preservação e viabilizar o acesso ao público. (Informativo da Biblioteca Epifânio Dória).

Processo utilizado na preservação:

Para efetuar a preservação dos jornais será utilizado o processo de digitalização, de forma a criar um novo suporte, convertendo-o em arquivo digital gravado em CD e/ou DVD. Além desse procedimento, há também a indexação dos títulos e dos seus respectivos temas.

Além de salvar o acervo da destruição, as ações do projeto visam facilitar a sua divulgação, na medida em que transformado em mídias digitais, torna-se possível ser disponibilizado mais facilmente aos cidadãos e às entidades publicas e privadas.

Texto e imagens reproduzidos do blog: evelynlimasant.blogspot.com.br

Biblioteca Epifânio Dória completa 163 anos (Junho/2011).





Aracaju, 16 de Junho de 2011.

Biblioteca Epifânio Dória completa 163 anos (Junho/2011).

A maior e mais antiga casa de leitura do Estado, Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED), comemora nesta quinta-feira, 16 de junho/2011, 163 anos de existência. Fundada em 1848 – num grande momento de efervescência cultural do Brasil Império –, a então Biblioteca Provincial de Sergipe foi inaugurada somente no ano de 1851, numa sala do Convento São Francisco, em São Cristóvão. Anos mais tarde, com a mudança da capital, a biblioteca foi transferida para Aracaju, sendo chamada de Biblioteca Pública do Estado.

Somente em 30 de dezembro de 1970, com o Decreto 2020, a instituição passou a se chamar Biblioteca Epifânio Dória. No mesmo ano, o prédio da atual sede em que se encontra a biblioteca foi projetado e construído pelo engenheiro Geraldo Magela. Mas quem foi o homem que dá nome à biblioteca mais antiga de Sergipe?

Saiba quem foi Epifânio Dória

Seu nome é Epifânio da Fonseca Dória e Menezes, que nasceu em 7 de abril de 1884, na fazenda Bairro Caído, na cidade de Poço Verde. Documentarista, jornalista e pesquisador, Epifânio dirigiu a Biblioteca do Estado de Sergipe de 1914 a 1943. Tornou-se ainda presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, membro da Associação Sergipana de Imprensa, da Academia Sergipana de Letras e de várias instituições literárias do Brasil e do exterior.

Em 1935, o documentarista torna-se deputado estadual e em 1937, no governo Eronildes de Carvalho, ele é nomeado secretário de Estado da Justiça, Agricultura e Fazenda. Em 8 de junho de 1976 ele morre – vítima de câncer no aparelho digestivo. Atualmente, ele é considerado um dos mais competentes e importantes conservadores das fontes históricas de Sergipe.

Segundo o historiador Luis Antônio Barreto, Epifânio foi escritor das colunas de Efemérides Sergipanas, ajudando a construir biografias com informações preciosas, selecionadas por uma pesquisa criteriosa – atividade que ele mais tinha prazer em fazer e tinha maior conhecimento.

Memórias de uma das herdeiras

Para a neta de Epifânio, a jornalista Naná Garcez Dória, a mais bela memória guardada ao lembrar-se de seu avô está ligada ao carinho que ele tinha com os netos e aos momentos de contação de história. “Quando eu nasci, ele tinha 80 anos. Meu avô era uma pessoa muito carinhosa e ao mesmo tempo metódica, por isso mantinha todos os papéis organizados. Se um estudante ou pesquisador fosse até a nossa casa, ele tinha, prontamente, a informação para dar àquela pessoa”, contou Naná.

“Dois objetivos marcavam a vida dele, além da organização de documentos. O primeiro era o combate ao analfabetismo e o segundo era tornar a informação disponível para todas as pessoas. Tanto que ele foi por muito tempo diretor da biblioteca. Valorizar a democratização do conhecimento: esta era sua meta de vida”, acrescentou a neta do ilustre Epifânio Dória.

Gestão

Gerir um espaço de tamanha relevância cultural é um grande desafio, como revela a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino. “A Biblioteca Pública Epifânio Dória é um verdadeiro templo da literatura em Sergipe. Desde 2007 o estabelecimento cultural vem recebendo melhorias, como o setor de livros em braile e a aquisição de novos livros para renovação do acervo, após 22 anos sem receber nenhum exemplar do poder público. Sabemos que ainda há muito que fazer na BPED, mas é importante reforçar que os primeiros passos já estão sendo dados”, diz a titular da pasta.

Entre 2010 e 2011, a Biblioteca recebeu mais de 1200 exemplares, dos mais variados gêneros literários. Além disso, recebeu novos equipamentos de informática para catalogação dos exemplares. A Secult já deu início ao processo de modernização da BPED, a partir de um convênio com o Ministério da Cultura (MinC). O estabelecimento cultural também vem recebendo número considerável de rodas de leitura e exposições.

Para a diretora da BPED, Sônia Carvalho, estar à frente da instituição acarreta muita responsabilidade e compromisso com a sociedade. “Esta é uma instituição secular muito importante para a sociedade sergipana. Manter o compromisso de servir o público é muito gratificante para mim. Convido as pessoas para que compareçam à biblioteca, conheçam nosso acervo e saiam daqui com nosso maior tesouro que é a informação”, disse Sônia.

A Biblioteca Pública Epifânio Dória possui mais de 100 mil livros e está aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h, e aos sábados até o meio-dia. A unidade está localizada na rua Vila Cristina, número 1051, bairro São José, em Aracaju.

Imagens e texto reproduzidos do site: agencia.se.gov.br

Fotos: Marcelle Cristinne/Arquivo Secult/Divulgação.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Comissão da Verdade revelou que três sergipanos foram mortos


Infonet - Blog Marcos Cardoso - 21/12/2014.

Os sergipanos presos, torturados, mortos.

Comissão da Verdade revelou que três sergipanos foram mortos.

O relatório da Comissão Nacional da Verdade revelou que três sergipanos foram assassinados pela ditadura militar. Muitos outros sofreram por terem lutado contra o regime de exceção e a favor da liberdade de expressão, ou simplesmente por discordarem do governo dos generais, imposto durante 21 anos a partir de abril de 1964. Alguns guardaram para sempre marcas indeléveis como um registro da coragem de se manifestar contra o arbítrio.

O caráter reacionário da nova fase política configurou-se em Aracaju no dia 1º de abril após a prisão do deputado federal Euvaldo Diniz e do delegado regional do trabalho, que ousaram se manifestar contra o golpe. Lideranças do Sindicato dos Ferroviários também foram conduzidas ao quartel do 28º BC. Mas na manhã seguinte todos foram liberados.

Mesma “sorte” não teve o governador João de Seixas Dória, que retornou do Rio de Janeiro na noite daquele “dia da mentira” e na madrugada do dia 2 foi arrancado do Palácio Olímpio Campos e deposto. Passou meses preso, boa parte do tempo em degredo no arquipélago de Fernando de Noronha. Esses foram os primeiros a sentir a mão pesada da nova ordem institucional.

O primeiro sergipano morto pela ditadura foi o sargento do Exército Manoel Alves de Oliveira, 30 anos incompletos, natural de Aquidabã. Pouco antes do golpe militar, ele foi candidato a presidente do Clube de Subtenentes e Sargentos do Exército, atividade política que certamente o condenou às torturas que sofreu no Regimento Andrade Neves – Escola de Cavalaria, localizado na Vila Militar do Rio de Janeiro, e consequente morte no Hospital Central do Exército (HCE), na mesma cidade, no dia 8 de maio de 1964. Pesquisas apontam que seu assassinato está inserido no quadro de repressão instaurado no país com a chamada “Operação Limpeza”, segundo o relatório da CNV.

A viúva Norma Conceição Martorelli de Oliveira, afirmou que Manoel foi detido em casa, por homens em trajes civis que o conduziram em um automóvel Kombi sem identificação oficial. Ele respondia a Inquérito Policial Militar e foi conduzido para um “interrogatório especializado”. Ao buscar informações junto ao I Exército a respeito do paradeiro, recebeu informações desencontradas. Apenas dois dias depois obteve a confirmação de que o marido estava no HCE. Após um mês de buscas, Norma conseguiu autorização para visitar o marido. Ao vê-lo, percebeu “que o seu corpo estava coberto de marcas, que mais tarde soube serem de ferro quente”.

Também assassinado, o sergipano de Laranjeiras Lucindo Costa, servidor público em Santa Catarina, onde militava no PCB, desapareceu após fazer uma viagem a Curitiba em julho de 1967. Ele tinha 48 anos, era casado e pai de seis filhos. Já havia sido preso duas vezes como subversivo. Posteriormente, a esposa Elisabeth Baader recebeu a informação de que ele morreu atropelado e foi enterrado como indigente. Era mentira, claro. Foi provavelmente detido, torturado e morto.

Preso anteriormente pelos órgãos da repressão, Lucindo mantinha contato com opositores da ditadura militar, como o major Cerveira, mais tarde morto pela repressão, e o professor Vieira Neto, militante do Partido Comunista Brasileiro. À época de seu desaparecimento, Lucindo morava com a família em Mafra (SC) e trabalhava no Serviço de Classificação de Rio Negro (PR), do Ministério da Agricultura.

Também considerada assassinada pelo Estado brasileiro foi a aracajuana Therezinha Viana de Assis, economista que concluiu o curso na Universidade Federal de Sergipe em 1965. Mudou-se para Belo Horizonte, onde foi funcionária da Caixa Econômica Federal. Militante da Ação Popular (AP), Therezinha foi presa e torturada por agentes da repressão entre os anos 1968 a 1972.

No início de 1973, ela exilou-se no Chile, onde fez um curso de pós-graduação na Universidade de Santiago. Passou a militar no Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR). Após o golpe militar que depôs Salvador Allende, Therezinha buscou asilo político na Holanda. Morou inicialmente em Rotterdam e depois em Amsterdã. Cursou o doutorado em Economia e trabalhou, até setembro de 1977, na área de planejamento da prefeitura de Amsterdã. Therezinha Viana de Assis morreu em 1978, aos 36 anos de idade, naquela capital dos Países Baixos, como resultado das sequelas da tortura a que foi submetida.

Durante o período em que residiu em Amsterdã, Therezinha manteve correspondência com sua irmã, Selma Viana de Assis Pamplona, por meio de cartas. Em depoimento, Selma contou que, em 1977, Therezinha viajou por vários países da Europa. Em algumas correspondências, contou à irmã que se sentia perseguida, pois mesmo viajando para outros países via as duas ou quatro mesmas pessoas, que, segundo ela, estariam seguindo seus passos.

Nessa época em que Therezinha passou a se sentir perseguida, um de seus amigos exilados lhe recomendou que tivesse cuidado, pois sabia que policiais do Chile e do Brasil estavam perseguindo exilados em diversos países. Em setembro ou outubro de 1977, desconfiando que suas correspondências estavam sendo violadas e que suas ligações eram interceptadas, ela interrompeu a comunicação com a irmã.

Therezinha Viana de Assis foi encontrada agonizante no dia 3 de fevereiro de 1978, sobre a calçada do edifício onde morava em Amsterdã, e levada, ainda com vida, para o Academische Ziekenhuis da Vrije Universiteir, onde foi operada, mas não resistiu. Ela era irmã do político e empresário Antonio Fernandes Viana de Assis, que foi deputado estadual cassado pela ditadura e, posteriormente, entre os anos de 1988 e 1989, foi prefeito de Aracaju. Ele morreu em junho de 2010, aos 75 anos.

Deputados e estudantes

Viana de Assis (PR), Cleto Maia (PRT), Nivaldo Santos (PR) e Baltazar Santos (PSD) foram os deputados cassados um mês e meio após o golpe. Também foi cassado o deputado federal João Machado Rollemberg, da Arena. No recrudescimento da repressão, e já no bipartidarismo, em 1969 também foram cassados os deputados estaduais Gilton Garcia, Rosendo Ribeiro, Aerton Silva, Chico de Miguel, Edson Mendes de Oliveira, Santos Mendonça, Baltazarino Santos e Jaime Araújo.

Estudantes, quase todos militantes e oriundos da UFS, sofreram nessa fase do chamado novo ciclo repressivo iniciado após o AI-5. Principalmente Bosco Rolemberg, Ana Côrtes, Wellington Mangueira e Laura Marques, que penaram nas mãos de sádicos torturadores. João Augusto Gama, Benedito Figueiredo e o poeta Mário Jorge Vieira também foram presos.

Em fevereiro de 1976, na Operação Cajueiro, 25 sergipanos foram presos arbitrariamente no quartel do 28º BC, alguns foram torturados e 18 foram processados. Wellington Mangueira estava outra vez dentre estes, além dos ferroviários Antônio Bitencourt, Carivaldo Lima Santos, Pedro Hilário dos Santos e Virgílio de Oliveira, dos advogados Jackson de Sá Figueiredo, João Santana Sobrinho, Elias Pinho e Carlos Alberto Menezes, do estudante e bancário Antônio José de Góis, do comerciante Faustino Alves de Menezes, do jornaleiro Gervásio Santos, do funcionário público Marcélio Bonfim, do agrônomo Rosalvo Alexandre, do petroleiro Milton Coelho de Carvalho, que ficou cego, e outros.

O deputado estadual Jackson Barreto, ligado ao PCB, sofreu a segunda prisão na Operação Cajueiro, foi logo liberado, mas respondeu a Inquérito Policial Militar.

Em maio de 2009, a Caravana da Anistia do Ministério da Justiça julgou, na sede da OAB em Aracaju, 34 processos de sergipanos que se declararam vítimas do regime militar: 22 processos foram deferidos, as vítimas declaradas anistiadas e o presidente da Comissão de Anistia, em nome do Estado brasileiro, desculpou-se pelo sofrimento causado a cada um desses cidadãos que ousaram lutar pela democracia. Dezoito anistiados tiveram reconhecido o direito de serem indenizados ou de terem corrigidas indenizações anteriormente conquistadas. Um deles foi Antônio José de Góis, o Goizinho, que foi torturado e permaneceu 21 dias encarcerado.

Em quatro processos, os requerentes ou familiares deles pediam apenas que o Estado declarasse reconhecer o sofrimento causado e os anistiasse. Dentre esses, processos do radialista e deputado estadual cassado Santos Mendonça e do poeta Mário Jorge, ambos falecidos. Também foram indenizados Jugurta Barreto (falecido posteriormente), Agamenon de Araújo Souza, José Alexandre Felizola Diniz, Rosalvo Alexandre, José Côrtes Rollemberg Filho, Delmo Naziazeno, Antônio Vieira da Costa, Zelita Correia, Walter Oliveira Ribeiro, João Augusto Gama, Benedito Figueiredo, Wellington Mangueira e Milton Coelho.

Texto reproduzido do site: infonet.com.br/marcoscardoso

Orquestra Jovem de Sergipe

Foto: Ascom Secult.

Infonet - Cultura - Noticias - 18/12/2014.

Orquestra Jovem de Sergipe realizará concerto natalino
Concerto natalino será no sábado, dia 21, às 16h

No dia 21 de dezembro, último domingo antes do Natal, o Governo de Sergipe presenteará a população de Aracaju com um concerto da Orquestra Jovem de Sergipe, às 16h, no Parque dos Cajueiros. O acesso é livre. Sob a regência do maestro Márcio Rodrigues, que também coordena o projeto, a Orquestra Jovem de Sergipe promete mais uma vez encantar o público.

Os cem alunos apresentarão um repertório composto por músicas clássicas, temas de filmes, música popular brasileira e canções tradicionais de natal, revelando talentos descobertos ao longo de nove meses de aprendizado.

A expectativa para o concerto no Parque dos Cajueiros é a melhor possível, segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino. “Podemos garantir que o público vai se emocionar muito, não só pela atmosfera natalina, mas por tudo o que este projeto representa”, afirma.

Sobre o projeto

A Orquestra Jovem de Sergipe tem como principal objetivo proporcionar a crianças e adolescentes a iniciação e o aprimoramento musical por meio do estudo de instrumentos de corda e canto coral, abrindo portas para a profissionalização. O projeto atende 100 meninos e meninas moradores do bairro Santa Maria, e as aulas são ministradas por professores de música, que em sua maioria integram a Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse).

O projeto é realizado pelo Governo de Sergipe, através das Secretarias de Estado da Cultura (Secult) e da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), pelo Instituto Banese, e pelo Ministério da Cultura, com o patrocínio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e das empresas Sergas, Energisa e Almaviva.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura

Fonte: Ascom Secult.

Banda da PM realiza concertos natalinos

Foto: Ascom PM.

Infonet - Cultura - Noticias - 18/12/2014.

Banda da PM realizará concertos natalinos
Concertos acontecem em shoppings da capital e Grande Aracaju

A Polícia Militar do Estado de Sergipe, através do seu Comando Geral, convida a família policial militar e a sociedade civil para conferir de perto a programação natalina feita pela Corporação. Dentro das comemorações de fim de ano, a PMSE realiza Concertos de Natal em dois shoppings e missa festiva.

Assim, de acordo com a programação estabelecida pela PM, às 16h da sexta-feira, 19, o Coral da PMSE, formado por alunos do Curso de Formação de Soldados (CFSd) e regido pelo tenente Dário, se apresenta no Shopping Riomar. Durante o evento, os militares cantam músicas típicas do período natalino.

Já no domingo, 21, é a vez do conjunto João Alves, em Nossa Senhora do Socorro receber o Coral e a Banda de Música da PMSE, regida pelo capitão André, que realizam um emocionante Concerto de Natal às 17h. No município socorrense, a PM promete emocionar os frequentadores do Shopping Prêmio.

Missa Natalina

Para encerrar as comemorações de fim de ano, a Polícia Militar promove Missa de Natal e em Ação de Graças pela conclusão do CFSd. A celebração ocorre às 9h da terça-feira, 23, na Igreja São Judas Tadeu (Capuchinhos), no bairro América, e será conduzida pelo Arcebispo de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa, contando com a presença do padre e major Juarez dos Santos, capelão da PMSE, além dos alunos do CFSd e familiares, comandantes das Unidades da capital e chefes das seções do Estado Maior Geral.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura

Fonte: Ascom PM.