Festa do Cruzeiro de Canhoba.
Foto: Jaélython Moura
Reproduzida: www.canhoba.blogspot.com.br
Histórico
Cruzeiro de Canhoba 105 anos de Fé e Missões.
A história do Santo Cruzeiro com a população canhobense vem
desde 1910, quando Canhoba ainda era um pequeno povoado da cidade de Propriá,
cujo Antônio Ferreira de Carvalho – Antônio Caxeiro - era o proprietário. Nesta
época, a dificuldade prevalecia nesta pequena sociedade. Para um cristão
casar-se ou batizar seus filhos tinha que se dirigir à Propriá ou Aquidabã.
As Santas Missões populares daquela época serviam para
satisfazer as necessidades da população, nesta época chegaram por aqui os
missionários, Frei Roque e Frei Anatanael।
Fizeram aqui uma semana de Santa Missão, durante este período fizeram
casamentos e batizados. Fizeram também uma espécie de profecia para os fins dos
tempos, diziam que o rio São Francisco, nos tempos futuros, ia se transformar
em poço. Durante a Santa Missão os missionários pediram a comunidade para
buscar um madeiro, com a finalidade de erguer o Santo Cruzeiro, Antônio Caxeiro
pediu à comunidade que se dirigisse a Barra Salgada/Mucambo para trazer um
madeiro de árvore mais florida e mais bonita e trouxeram em um carro de boi o
madeiro, foi levantado o Santo Cruzeiro, vieram em procissão com foguetes e
zabumbeiro, daí vem a tradição do zabumbeiro que tocam em três dias da festa.
No dia 07 de junho de 1910, foi erguido na praça central de
Canhoba o Santo Cruzeiro। Ao
partirem os missionários falaram: “deixaremos aqui o missionário mudo que não
fala, mas sabe ouvir as preces dos fiéis.”
Em 1911, começou o primeiro aniversário do Santo Cruzeiro
com zabumba, foguetes, espadas e cruzeiro de vista.
O tempo foi passando, em 1960, uma terça-feira à tarde, D.
Beata Tôrres tinha acabado de deixar D. Milinha no caixa do armazém de Antônio
Tôrres, para fazer algumas atividades em casa. Nesta tarde ventava muito, este
vento forte balançou o cruzeiro que viera a caí segundos depois. D Beata
gritou: “valei-me Deus caiu o Santo Cruzeiro”. Esse grito ecoou nos corações de
cada canhobense... Ficaram tristes, e de repente a praça estava lotada de
pessoas aos prantos.
Com o passar dos dias, cidadãos da comunidade foram numa
propriedade próxima a São Brás para ver qual seria o madeiro que serviria para
levantar novamente o Santo Cruzeiro. Ao retornar, Antônio Tôrres, resolveu
construir um de cimento. Chamaram, então, um construtor chamado Zé Cruzeiro e
fizeram deitado no chão. Naquela época a construção civil não era avançada. A
pirâmide, Zé Cruzeiro, fez de barro o modelo, para depois construir de cimento.
No dia 04 de abril de 1960 levantaram o novo Santo Cruzeiro
com caminhões, cordas e com ajuda da mão de obra da população, na primeira
tentativa as cordas arrebentaram, trouxeram então cordas de aço, só assim
conseguiram erguer o Santo Cruzeiro de Canhoba.
Uma parte do Cruzeiro, de madeira, os fiéis pegaram para
fazer remédios medicinais e a outra foi levada ao cemitério. Alguns anos depois
Pe. Nestor trouxe para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Desde então,
todo ano no dia 03 de junho, dia em que começa os festejos, a população em
procissão, juntamente com os zabumbeiros, levam o Santo Cruzeiro de madeira aos
pés do atual, e este só retorna à Igreja no dia 07 de junho, novamente em
procissão com os zabumbeiros.
Atualmente, a festa inicia no dia 03 do mês de junho e só
termina no dia 07 de junho. No dia 03 é a abertura, noite que leva o cruzeiro
que caiu aos pés do de cimento. No dia 04 é a noite das mulheres/casadas, após
a missa acontece à entrega de ramos e em seguida a guerra de espadas
(mulheres/casadas contra os solteiros/homens e mulheres). No dia 05 é a noite
dos solteiros/homens e mulheres, seguido o mesmo ritual, só que dessa vez a
guerra é contra os homens/casados. Já no dia 06 é a noite dos homens/casados
acontece um leilão como é de tradição. No dia 07, último dia, acontece à
procissão e missa campal nos pés do Santo Cruzeiro.
Postagem originária da página do Facebook/GrupoMTéSERGIPE,
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