segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Lançamento do livro: “Minha companheira de dentro”.

Publicado originalmente no Perfil do Facebook/Lilian Rocha, em 28/11/2021 

Quero agradecer de coração a todos os que estiveram presentes na live de lançamento do meu novo livro, “Minha companheira de dentro”. Foi um bate-papo supergostoso entre mim, Pedro Carregosa, meu ex-aluno, e minha filha, Letícia Sobral, que apresentou o programa diretamente de Budapeste, onde está vivendo com o marido há 4 meses. 


Apesar de ser este o meu 12º livro, “Minha companheira de dentro” é o primeiro desta linha autobiográfica. É um livro onde eu abro o meu coração e deixo que minha alma fale por mim, relembrando fatos de minha infância, peraltices da adolescência, experiências profissionais, realizações pessoais, sonhos, perdas e frustrações, até os dias de hoje, em que fomos dominados por uma pandemia que nos virou pelo avesso, mas que também nos deu a oportunidade de reencontrar a nossa outra metade, que vivia sufocada e esquecida no escuro de nós mesmos.  


É esta outra metade de mim, “minha companheira de dentro”, quem conta essas histórias, todas reais e repletas de saudade e emoção.  


Para conhecê-las, é só abrir esta porta... 


Texto, imagem e vídeo reproduzidos do Facebook/Lilian Rocha 


Bairro Siqueira das décadas de 70 e 80 é relembrado em livro



Publicação compartilhada do site PRA VOCÊ SABER, em 21 de novembro de 2021 


Bairro Siqueira das décadas de 70 e 80 é relembrado em livro 

Por Andréa Moura 


Palco de grandes acontecimentos artísticos, culturais e políticos, a exemplo dos comícios realizados pelos partidos MDB e Arena no período da ditadura militar; e das manifestações pela redemocratização do Brasil, o bairro Siqueira Campos, um dos maiores da capital sergipana, deu origem ao mais novo livro da Profa. Dra. Tereza Cristina Cerqueira da Graça: “Malinoszuadentos, andejos e sibites: o Aribé nos anos 70 e 80”. 


A obra está dividida em três capítulos: “Malinoszuadentos: a música e o teatro do Aribé”; “Andejos e sibites nas diversões da cidade”; e “É do Siqueira? É gente boa! Outros personagens da memória aribeana”. Tem, ainda, uma conclusão sobre a obra intitulada “Que venham mais malinadas, zoadas e sibitezas: andejando numa conclusão”. 


As quase 500 páginas do livro estão recheadas não apenas de informação, mas de imagens antigas e atuais das personagens citadas. Dentre elas está Hilton Lopes, jornalista e radialista (depois de ter exercido diversos outros ofícios), boêmio e agitador cultural da vida aracajuana, principalmente, da existente no Siqueira Campos. 


Aribé das décadas de 70 e 80 tinha vários bares, restaurantes, uma boate, três cinemas e o primeiro bar declaradamente gay da cidade, o Caça. De lá saíram vários nomes da música, como o Grupo Repente; o cantor José Antônio, o Brasinha, que se destacou aos 11 anos de idade cantando em programas de auditório realizados nos cinemas, tendo sido, inclusive, o cantor revelação de 1968 no programa de Zé Trindade, realizado no Cine Vitória. 


Na década de 80, a intelectualidade e a classe artística frequentavam o chorinho do Carlito, ou os bares “do Careca” e “do Estudante”. Instituições existentes no local também foram importantes para a vida cultural e artística do Siqueira, a exemplo do Sesc e do Sindipema. 

   

Noite do lançamento 


O lançamento do livro aconteceu na noite da última sexta-feira, 19 de novembro, na área livre da Escola Municipal de Educação Infantil José Garcez Vieira, localizada na praça do Siqueira. O evento contou com centenas de amigos, moradores da região, e pessoas que tiveram as vidas impactadas pela força cultural do bairro no período auge do Siqueira Campos. 


Dentre essas pessoas estavam os cantores Sergival e Lucinha Fontes, e o grupo Black Samba, criado há 43 anos e cujos integrantes ainda se juntam para fazer som, como aconteceu no lançamento do livro. Aliás, de homenageados pela obra passaram a artistas da noite, pois, cada um deu uma “palhinha” para animar o evento. 


A noite foi prestigiada, também, por intelectuais, como o ex-secretário de estado da Educação, Jorge Carvalho; e autoridades políticas, a exemplo da vice-governadora de Sergipe, Eliane Aquino, e do prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana. 


Nas redes sociais, Eliane Aquino escreveu: “o livro é um resgate histórico do bairro Siqueira Campos, o antigo Aribé. Sem dúvida, uma leitura prazerosa tanto para quem deseja rememorar essa época, como para quem, como eu, deseja conhecer mais sobre a história da nossa querida Aracaju”.  


Embora o Siqueira fosse o centro nervoso da vida cultural aracajuana nas décadas de 70 e 80, muita coisa acontecia também fora das cercanias do local. O fato de os jovens siqueirenses prestigiarem os eventos de outros locais da cidade fez com que Tereza Cristina os denominasse como andejos, eis a explicação para um dos quatro adjetivos contidos no título da obra. 


A pesquisa 


“O livro é um passeio por Aracaju, por onde havia cultura e arte, e essa caminhada é resgatada na obra”, enfatiza. Questionada se seria possível comparar o Siqueira antigo com algum bairro aracajuano da atualidade, a autora diz que não. Segundo ela, o que fazia o Aribé ser diferente e pujante era o fato de a comunidade não ser mera expectadora, mas, artista principal de tudo o que acontecia, algo que não é encontrado em outros pontos aracajuanos atualmente. 


As pesquisas para a obra foram iniciadas em março de 2017, e a ideia inicial era lançar o livro em 2020, dentro das comemorações pelos 200 anos de Independência de Sergipe, o que não aconteceu em virtude da pandemia de Covid-19. 


Nascida e criada na rua Bahia, no ano de 1983, casada e com o primeiro filho, Tereza Cristina muda-se para rua São Cristóvão, no Bairro Getúlio Vargas. “Não era mais o Aribé, mas fui para bem pertinho, porque podia ir a pé até o Siqueira para fazer todas as minhas coisas, supermercado, pagamentos, bancos, ter lazer...”, relembra. Em 2003 ela e a família mudam-se para o Bairro Atalaia, mas, mesmo assim, não cortou as raízes. 

A autora afirma que o processo de pesquisa para a composição de Malinos foi muto gostoso, quase uma catarse pessoal provocada ao rever pessoas, refazer amizades e trazer à tona memórias que estavam guardadas na memória. “Certa vez fui ao Valentino para fazer entrevistas. O Valentino é um bar antigo do Siqueira, localizado na rua Bahia, em frente ao Sesc, e de repente começaram a tocar violão, aí virou festa”, lembra Tereza Cristina aos risos. 


Se você está curioso para saber por que o Siqueira Campos ainda é chamado de Aribé, ou para conhecer as histórias de personalidades homenageadas, a exemplo de José Augusto Sergipano, Lucinha Fontes, do cantor e compositor Pantera, do juiz de Direito e cantor Sérgio Lucas, e o saudoso Hilton Lopes, é só entrar em contato com Victor Wladimir Cerqueira, pelo Instagram @victorwcn. O livro está sendo vendido por R$ 65 e a entrega, em Aracaju, é gratuita, acontecendo em até 24h após a compra. 


Sobre a autora 


Doutora em Educação pela PUC-RS e mestre em Educação pela UFS, é graduada em Pedagogia e especialista em Ciências Sociais. É professora aposentada das redes públicas municipal de Aracaju, e estadual. De 2005 a 2011, atuou como secretária da Educação de Aracaju. É 2ª Vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. 


Tereza Cristina Cerqueira da Graça é autora de diversos artigos e textos que foram publicados em jornais e periódicos, e de livros que foram escritos individualmente ou em parceria, como “Sociedade e Cultura Sergipana” (2000); “Pés-de-Anjo e letreiros de Neon: ginasianos na Aracaju dos Anos Dourados” (2002); “De Massaranduba à Industrial” (2003); e “A Trajetória do Conselho Estadual de Educação de Sergipe” (2013). 


Texto e imagens reproduzidos do site: pravocesaber.com.br 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

'Minha Companheira de Dentro', por Lilian Rocha

Publicado originalmente no Perfil do Facebook de Lilian Rocha, em 23/11/2021

 

Minha Companheira de Dentro  

Por Lilian Rocha 


Faço parte daquela parcela de gente que conseguiu ver a pandemia por outro ângulo. Que viu vida além das mortes, que viu no isolamento outras maneiras de se fazer presente, que viu oportunidades quando parecia não haver possibilidades. 


Pra mim, foi um renascimento em todos os aspectos. Aprendi a viver com menos e descobri que não precisava de mais da metade do que possuía. Na verdade, precisamos de muito pouco para sermos felizes. Senti medo, mas em nenhum momento me senti desamparada. Voltei a ver Deus nas pequeninas coisas do meu dia e por isso, passei a celebrar cada novo dia. 


Deixei de pintar meus cabelos e vi surgir no espelho “a velhinha” que já habitava em mim e que eu tentava esconder. Fiz as pazes com ela e celebramos, juntas, o adeus às tintas de cabelo e a liberdade de sermos, simplesmente, aquilo que somos. 


E se há uma coisa boa na velhice, essa fase de nossa vida em que tudo se torna mais lento e difícil, eu afirmo que é essa liberdade. A velhice nos liberta de tudo. É como se de repente a gente estivesse num lugar bem alto e começasse a enxergar a vida lá de cima. Tudo fica pequeno, sobretudo os problemas. O tempo é a gente quem faz. Nada mais é “pra ontem”, a pressa nos faz mal. Perdemos “o filtro”, deixamos de ter medo do que as pessoas podem pensar da gente. Isso não faz mais nenhum sentido. 


Enfim, passamos grande parte de nossa vida tentando ser jovens, tentando ser magras, tentando ser eficientes, tentando esconder nossos defeitos, fingindo que somos perfeitas. Por fora, um corpo que briga com o tempo, sufoca a alma e finge ser o que não é; por dentro, uma alma que não conhece o desgaste do tempo e deseja apenas ser o que sempre foi. 


Foi este o grande presente que a pandemia me deu: a oportunidade de fazer as pazes comigo mesma, com “a minha companheira de dentro”. 


É este o meu novo livro. Através dele, vocês vão conhecer muitas histórias da minha vida, desde a infância até hoje. Quem escreveu foi esta “senhora de meia idade”, com a cabecinha toda branca. Mas quem narrou as histórias, foi ela, minha alma adolescente, que teima em não crescer e a quem eu chamo, carinhosamente, de “minha companheira de dentro”... 


Espero vê-los quinta-feira, dia 25 de novembro, às 19h, para o lançamento do livro. Resolvi optar pelo lançamento virtual, no Youtube, pois do contrário, “minha companheira” não poderia estar presente, por razões óbvias...  


E senta, que lá vem história... 


Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lilian Rocha