quarta-feira, 30 de outubro de 2024

FASC 2024 divulga primeiras atrações do festival

Publicação compartilhada do site JORNAL DA CIDADE, de 25 de outubro de 2024 

FASC 2024 divulga primeiras atrações do festival

Festival acontecerá de 29 de novembro a 1º de dezembro de 2024.

 A Prefeitura de São Cristóvão anunciou nesta sexta-feira (25), parte da programação da 39ª edição do Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc), em que o tema deste ano é ‘Cidade Viva’. O festival que acontece de 29 de novembro a 1º de dezembro de 2024, contará com artistas locais, como o sancristovense Joba Alves - sanfoneiro, cantor e compositor -  que irá interpretar clássicos de Gonzaguinha e a Banda Trakinagem.

A grade de atrações anunciadas até o momento inclui a banda Samba Deles, Danilo Duarte e os Benditos, além da tradicional Quadrilha Junina Meu Xodó, que celebra 34 anos de trajetória. A programação do Fasc também contará com a presença de outros artistas sergipanos, como a banda aracajuana Samba do Arnesto, com mais de 10 anos de carreira; o cantor e violonista Denisson Cleber, o Oráculo; e o coletivo Serigy All-Stars. 

Realizado pela administração municipal e Ministério da Cultura, em parceria com a Villela Produções e apoio da Lei de Incentivo à Cultura. O evento promete três dias de festa, com expectativa de receber mais de 55 mil pessoas, espalhadas pelos diversos palcos montados no Centro Histórico da cidade, incluindo o Parque Natural Aloízio Fontes dos Santos, conhecido como Bica dos Pintos.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade net

terça-feira, 29 de outubro de 2024

'Não foi tão bom?', por Marcos Cardoso

Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 28 de setembro de 2015

Não foi tão bom?
Por Marcos Carrdoso*

Quando eu era menino, uma das questões que mais me inquietavam era como seria o ano 2000. Enquanto andava pelas ruas à noite, pensando sobre com quantas e quais mulheres eu um dia deitaria, agitavam-me outros anseios. Será que a ditadura vai mesmo acabar? Será que o brasileiro deixará de ser racista? O sexo feminino deixará de ser uma categoria de segunda classe? Ainda haverá lugar para a poesia? E se uma tototó afundar na travessia para a Atalaia Nova?

Já se passaram 15 anos da virada do milênio e hoje eu olho para trás e penso nos livros que deveria ter lido e ainda não li. Lembro que os bons da sociologia estão esperando na estante, mas me vanglorio de Shakespeare e de Machado, dos clássicos gregos, dos russos e dos franceses, dos Guimarães, dos García Márquez, dos Vinicius, dos Drummond, dos Kaváfis e dos Baudelaire. Ótima escola para um mau aluno. Ulisses de Joyce parei no meio. Em busca do tempo perdido de Proust, não consegui vencer os seis volumes. Mas disso não me arrependo.

Me arrependo dos corredores, saltitantes, rastejantes e voadores que matei. Hoje, nem pescar eu gosto. Detesto ver seres vivos engaiolados, qualquer um, prefiro o bicho solto. Quero perder meu tempo, rosto ao vento, apreciando a engenharia das nuvens, o brilho de infinita variação dos verdes, cantares alegres nas manhãs de cada dia que nasce.

Venho de origem nobre, do bancário Augusto Correia e da professora Normélia Melo de Araújo, da Capela e de Aquidabã; do vaqueiro Joaquim Cardoso e da caçadora Ester Santana, de Itabaianinha. Um dia, já sem Quincas, ela teve que empunhar a espingarda de dois canos e foi buscar comida para os meninos. Meus pais, Cardoso e Luiza, me ensinaram a desfrutar de todo o bem acumulado pela família: o dom de viver em paz e ser feliz.

Projetei casas e quis ser arquiteto de prédios e praças, acabei no jornalismo. Por influência das letras, e daquela que me botou no mundo e que chorou quando eu saí de casa aos 20 anos. “O que eu fiz para você?” Ela nunca compreendeu.

Fui ungido pela simplicidade dos mestres Nelson Correia de Araújo, Áurea “Zamor” Melo, Américo Batista Cardoso, Luiz Antonio Barreto, João Costa, Wellington Mangueira, Ivan Renato Rodrigues, Eduardo Almeida, Luiz Melo, Ivan Valença, Cleomar Brandi e Amaral Cavalcante. Com eles eu aprendi que o mais importante de tudo é o homem, em qualquer circunstância e dimensão.

Fiz jornal e revista alternativa, frequentei as melhores redações, da Folha da Praia à A Tarde, da Bahia. Vivenciei o dia a dia de todos os jornais e televisões locais, e cada um acrescentou tijolinhos à minha formação profissional, mas não dá para esquecer do tempo luminoso da TV Sergipe, do romantismo do Jornal da Cidade, onde fui diretor por dez anos, da experiência de gestor público na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Aracaju, da coordenação do laboratório Ciência Press na Facom da UFBA, e do Ceav da Universidade Federal de Sergipe, onde, ao lado do inquieto Jorge Aragão, ousamos publicar livros e jornais.

Enquanto fui ali no quintal chupar um caju do pé, lembrei que trago no coração todos os dias, e quase sempre à distância, os irmãos Fernando, Ana, Haroldo, Heloísa e Luciana.

E os não menos queridos e não menos afastados amigos José Augusto Araújo, Toinho Góes, João Ramalho, Augusto Aranha e Isaias Cardoso da Silva. Com alguns deles criei desavenças, com outros fiz safadezas e alimentei vícios, mas as verdades das consciências mantêm a integridade das nossas amizades.

Desenhei, pintei, escrevi de tudo, publiquei livros, e o mais importante deles é um romance que dorme há séculos na gaveta. Conheci um pouco do mundo. Mergulhei nas águas mágicas de Fernando de Noronha, escarpei a Chapada Diamantina e o Pico da Bandeira. Enveredei pela caatinga do Nordeste e dirigi em alta velocidade pela selva amazônica. Brinquei com a neve de Bariloche, vi o Rio do alto, saltando a Pedra Bonita numa asa delta. Visitei bibliotecas, exposições e museus. Corri atrás de cangurus na Austrália, conheci a Soweto de Mandela e me encantei pela visão de Paris de cima da Torre Eiffel.

Namorei e fui namorado, sofri as dores das paixões e dos desamores, andei em casas que famílias não recomendam, bolinei a sarará Lindete em cima de uma mangueira — ela era banguela, mas tão linda! Mas caio de dengo mesmo por uma baiana que tenta me colocar no prumo todos os dias, e esse perseverar no amor me amolenga o coração. Não é, Nadia? Fiz filhas belas e de sentimentos simples e genuínos, minhas Carol e Paulinha, amantes de cachorros, gatos e papagaios.

Enfim, estou vivo para contar! Como diria minha mãe: Não foi tão bom?

* Marcos Cardoso é jornalista, editor do Caderno Mercado do Jornal da Cidade, e autor de “Sempre aos Domingos: Antologia de textos jornalísticos.

Texto reproduzido do site: destaquenoticias com br

sábado, 26 de outubro de 2024

Projeto ‘Leia Mulheres Aracaju’ Incentiva leitura e amplifica vozes de escritoras

Foto: Reprodução Rede Social

Publicação compartilhada do site A8 SE, de 25 de outubro de 2024 

Projeto ‘Leia Mulheres Aracaju’ Incentiva leitura e amplifica vozes de escritoras

O próximo encontro acontece neste sábado (26)

Por Redação Portal A8SE

Projeto ‘Leia Mulheres Aracaju’ Incentiva leitura e amplifica vozes de escritoras

Criado em 2015 por Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques em São Paulo, o "Leia Mulheres" é uma iniciativa nacional que funciona como um clube de leitura, onde o objetivo é ler mais livros produzidos por mulheres. A participação nos clubes é aberta ao público e gratuita.

Com o tempo, o clube foi implementado em todos os estados brasileiros, além de algumas cidades no exterior.O primeiro encontro em Aracaju aconteceu em julho de 2016 e, desde então, o grupo se reúne sempre no último sábado de cada mês para discutir a obra literária da vez.

De acordo com as mediadoras do Leia Mulheres Aracaju, o projeto amplifica vozes de escritoras que, durante muitos séculos, foram silenciadas ou colocadas de lado em uma indústria majoritariamente masculina.

De acordo com a pesquisa “O brasil que lê”, feita pela Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), em parceria com o Itaú Cultural, as mulheres lideram 74% das iniciativas de incentivo à leitura no país.

Os dados mostram a importância da presença feminina no incentivo à leitura no país.

Ao longo de séculos, as mulheres que escreviam precisavam usar pseudônimos masculinos para publicar, quando se identificavam como mulheres seus livros eram depreciados ou vistos como algo fútil, como se elas não tivessem nada muito importante a dizer.

Hoje, as vozes femininas provaram seu lugar na literatura, explorando gêneros variados e criando enredos complexos e personagens cativantes.O cenário é de constante progresso, mas ainda há muito o que avançar.

Ler mulheres cada vez mais joga no universo os significantes presentes na nossa vida e como vivemos em um mundo de linguagens é esse espaço e essa voz que traz a possibilidade de uma mudança de realidade.

“Fico muito feliz em estar presente em um espaço de troca tão rico, para além da troca literária. Por vezes, percebemos como a leitura dos livros e o espaço de troca tem sido libertador para muitas de nós”, disse a psicóloga e mediadora do grupo Ana Almeida.

“Sinto-me honrada e agraciada a cada encontro. Ouvir os participantes e seus olhares a respeito das obras enriquece a minha vida, amplia o meu próprio olhar”, declarou Michele Lima, Letróloga e também mediadora do Leia Mulheres Aracaju.

Próximo Encontro

O próximo encontro do “Leia Mulheres Aracaju” acontecerá neste sábado (26), às 16h na Livraria Escariz. A obra discutida será “A loteria e outros contos”, da escritora norte-americana Shirley Jackson, conhecida principalmente por suas obras de horror e mistério.

Durante suas duas décadas de carreira, ela escreveu seis romances, dois livros de memórias e vários contos.

Texto e imagem reproduzidos do site: a8se com

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Pelas vozes de Sergipe: o que significa sergipanidade

Publicação compartilhada do site G1 GLOBO SE, de 24 de outubro de 2024

DIA DA SERGIPANIDADE

Pelas vozes de Sergipe: o que significa sergipanidade

Afinal, o que é sergipanidade para aqueles que vivem e respiram essa cultura?

Fotos: Igor Matias

Por Fernanda Spínola (Estagiária da equipe JC*

O Dia da Sergipanidade, celebrado neste 24 de outubro, vai além de apenas uma data. O dia 24 é um marco da reafirmação da identidade cultural sergipana, onde tradições, costumes, e manifestações culturais ganham destaque. Para muitos, sergipanidade é um estado de espírito, um sentimento enraizado na história e na cultura do estado.

Mais do que uma data comemorativa, a sergipanidade está presente nos saberes e fazeres, nas expressões folclóricas, nas manifestações artísticas e em elementos que compõem a identidade de Sergipe. A cultura popular, representada em eventos como a Festa dos Lambe-Sujo e Caboclinhos em Laranjeiras, o Samba de Coco e o Reisado, reflete a grandeza das tradições locais. O estado também celebra suas raízes culinárias, onde pratos como o caranguejo, moqueca de camarão, beijus e bolos de milho encantam sergipanos e turistas.

Mas, afinal, o que é sergipanidade para aqueles que vivem e respiram essa cultura? A equipe do JC ouviu algumas vozes para entender o que significa esse sentimento.

Kaio Victor, professor de português

É complexo pensar na nossa identidade, mas eu vejo a sergipanidade como algo além de um pertencimento a uma região ou geografia específica; é um pertencimento cultural. Quando toca um determinado forró, você pensa em julho, nos shows do mercado e da orla. Quando acontece uma situação e você solta um ‘cabrunco’, ali está a sergipanidade pulsando. Então, sergipanidade é isso: muitas características que nos tornam pertencentes a uma cultura rica e linda.

Fábio Mitidieri, Governador de Sergipe

Viver a Sergipanidade é celebrar a força da nossa cultura e história. É enaltecer as riquezas da nossa terra e o talento do nosso povo. Sergipe é mais que um lugar, é a nossa essência!

Celebramos quem constrói, preserva e mantém viva nossa cultura, das ruas ao campo, da educação à arte.É o povo sergipano, com suas mãos e histórias, que carrega nosso estado para o futuro, sem esquecer suas raízes.

Edvaldo Nogueira, Prefeito de Aracaju 

É um dia de batermos no peito e reafirmarmos o orgulho que sentimos por viver neste estado que, assim como definiu Gilberto Amado, “é o menor do Brasil para não ofuscar a grandeza do seu povo.

Como gestor da capital das sergipanas e dos sergipanos, sinto muita felicidade pelo trabalho que realizamos ao longo dos últimos anos para tornar a nossa cidade um lugar acolhedor, aconchegante e bem cuidado para nossa gente e para quem nos visita. Hoje, Aracaju carrega novamente o título de capital nordestina da qualidade de vida e isso é um orgulho para todos nós.

Rebecca Melo, cantora e quadrilheira

Eu costumo dizer que a Sergipanidade é uma caixinha de muitas coisas preciosas que constituem um estado de ser. Falo de estilo de vida, referências socioculturais e memórias afetivas associadas a um conjunto de sentimentos e saberes que constituem as nossas tradições e que nos trazem a sensação de pertencimento associada às coisas da nossa terra.

Para mim, que bebo na fonte das nossas tradições culturais e dedico meu fazer artístico à sua preservação e fomento, ser sergipana é aconchego, calor e, principalmente, orgulho. E é por ser arrebatada por esse orgulho e essa paixão pela cultura sergipana, que eu canto forró o ano todo, que eu danço quadrilha junina, que eu estudo sanfona.. 

E é também por essa influência tão real que neste sábado, o grupo de que faço parte, o Nanã Trio, realiza um show no Café da Gente com um repertório que reúne exclusivamente canções de compositores da nossa terra. Reverenciar e disseminar a música sergipana é o nosso jeito de celebrar a Sergipanidade

Clara Reinol, bibliotecária

O Dia da Sergipanidade nos torna conscientes das nossas características culturais, essas que a partir de demonstrações  históricas e sociais, formam a nossa identidade e identidade essa que é a do povo  sergipano. Ela que nos recorda todos como é a tradição pautada no nosso folclore, a música, a culinária, a religiosidade, a forma de falar, além das manifestações artísticas e populares típicas. O Sergipano que é sergipano conhece suas raízes e celebra, aliás tradição é aquilo que nunca será esquecido.

É uma expressão do orgulho de ser de onde somos e da valorização das raízes e particularidades que nos tornam únicos e vivos que diferenciam o estado, já conhecesse de longe de onde vem. Nosso estado nos torna únicos.

Ana Luiza, fonoaudióloga

A sergipanidade se revela plenamente quando incorporamos as tradições da nossa identidade cultural ao nosso dia a dia. Então, viver e aproveitar nossas artes, culinária e belezas naturais é o que alimenta o sentimento de pertencimento e celebração ao nosso estado.

Abigail Vieira, estudante de jornalismo

Sergipanidade para mim é a materialização da nossa cultura, aquilo nos forma. São os laços que nos forma e envolve desde o nascimento. O nosso vocabulário único, as nossas vivências, nossa culinária, arte, símbolos e lugares.

Marcela Damázio, professora universitária

Pra mim, a sergipanidade é aquele jeito único de ser que abraça a alma de quem nasce ou escolhe Sergipe como seu lar. É sentir o coração bater mais forte ao som do forró nas festas juninas, é quebrar caranguejo como terapia na beira da praia enquanto o sol se põe na nossa Orla. 

É carregar no peito o orgulho de ser do menor estado do Brasil, mas com uma grandeza cultural que transborda em cada manifestação. É aquele sotaque que carrega a doçura do beiju molhado e força do chapéu de couro. Sergipanidade é caminhar pelas ruas de São Cristóvão e Laranjeiras e sentir o peso da história em cada pedra, é se emocionar com a simplicidade acolhedora do povo, que transforma qualquer visitante em família. 

É ter o rio São Francisco correndo nas veias, o cheiro do mangue na memória e aquele orgulho danado de pertencer a uma terra onde o pequeno é gigante em cultura, tradição e calor humano.

A sergipanidade não alcança apenas os sergipanos. 

Ela transcende as fronteiras do estado e conquista todos aqueles que têm o privilégio de vivenciar o seu calor humano e suas tradições únicas. Não importa se você nasceu em Sergipe ou escolheu o estado como lar: a sergipanidade tem o poder de criar um senso de pertencimento que atravessa gerações e origens. 

Catharina Garcia, médica

Apesar de ser baiana, viver a sergipanidade pra mim é um verdadeiro presente. Amo a cultura, as tradições, a história do estado, o acolhimento e a forma que eu me encontrei aqui. Se me perguntassem hoje se eu teria vontade de morar em outro local? A resposta, com certeza, seria não. Esse lugar me traz uma leveza com mistura de boas energias. E é assim que eu levo Sergipe por onde passo. Hoje até me considero sergipana, com muito orgulho de cada particularidade que temos e vivemos.

Igor Matias, fotografo

Mesmo sendo alagoano de nascimento, minha fotografia nasceu em terras sergipanas e é a partir dela que enxergo e capto todas as cores e texturas da sergipanidade. Foi através da fotografia que eu entendi o que ser e viver a cultura sergipana.

Sergio Almeida, gerente de projetos

Sou baiano e vivo em Sergipe há mais de 20 anos e desde que vim para cá vi e vivi uma nova vida. Para mim, Sergipanidade é isso, vivenciar uma cultura repleta de tradições, crenças, línguas. Uma terra de raízes e histórias que eu me orgulho de viver. 

O que a história nos diz sobre sergipanidade?

O Dia da Sergipanidade era celebrado em conjunto com o 8 de julho, data da Emancipação Política de Sergipe. Entretanto, no ano 2000, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (AL) modificou o artigo 47 da Constituição Estadual, que previa a comemoração da emancipação política em duas datas: 8 de julho e 24 de outubro. Com a Emenda Constitucional, ficou decidido que o 8 de julho seria a data oficial da emancipação política do estado, enquanto o 24 de outubro se tornou o Dia da Sergipanidade, um momento dedicado a celebrar a rica cultura, as tradições e o espírito que fazem de Sergipe uma terra singular, marcada por suas histórias e calor humano.

Na visão do historiador Amâncio Cardoso, a sergipanidade tem suas raízes na demarcação territorial de Sergipe, com a criação das próprias leis, próprio governo, marcando o início de uma identidade política. No entanto, ela vai muito além de uma simples delimitação geográfica. A sergipanidade se manifesta como um sentimento de pertencimento, construído pelas relações culturais, pelas tradições e pelos traços que distinguem os sergipanos, tanto nos bens materiais, como a arquitetura e o artesanato, quanto nos imateriais, como a gastronomia, as expressões linguísticas e as manifestações culturais. 

Ela é um sentimento que se desenvolve conforme as pessoas se relacionam dentro desse território e reconhecem traços que distinguem o sergipano, seja por sua arquitetura, gastronomia e tradições. “É um sentimento de pertencimento que nos identifica como sergipanos. Essa identidade é uma abstração que se concretiza na forma como vivemos e expressamos nossa cultura”, disse o historiador.

Ele ressalta que datas comemorativas, como o Dia da Sergipanidade, são essenciais para a preservação da memória e da cultura. "O que não é lembrado, é esquecido, e o que não é conhecido, não é valorizado". Segundo o Amâncio, a sergipanidade não é um conceito estático; ela está em constante transformação, acompanhando as mudanças culturais e sociais do estado.

O historiador acredita que o sentimento de pertencimento à cultura sergipana não é restrito aos nascidos no estado. Muitas pessoas que vêm de fora acabam se sentindo profundamente conectadas a Sergipe e desenvolvem uma "topofilia" — o amor e bem-estar por um lugar. "Muitos que visitam ou escolhem Sergipe como lar aprendem a amar suas tradições, suas memórias e sua história, como se fossem sergipanos", concluiu.

*Texto supervisionado pela jornalista Mayusane Matsunae.

Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade net/cultura

Governo de Sergipe decreta luto oficial de três dias pelo falecimento de Maguila

Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 24 de outubro de 2024 

Governo de Sergipe decreta luto oficial de três dias pelo falecimento de Maguila

Medida reconhece a contribuição do pugilista para o esporte e para a divulgação do estado nacional e internacionalmente

O Governo do Estado decretou, nesta quinta-feira, 24, luto oficial de três dias em razão do falecimento do ex-lutador de boxe sergipano José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila. A medida foi oficializada por meio do Decreto nº 843, assinado pelo governador Fábio Mitidieri e publicado em edição suplementar do Diário Oficial, em reconhecimento à contribuição do pugilista para o esporte e para a divulgação do estado nacional e internacionalmente.

Maguila, nascido na capital sergipana, Aracaju, alcançou fama nacional e internacional ao longo de sua carreira no boxe, tornando-se uma referência no esporte e um orgulho para o povo sergipano. O decreto reconhece a importância do legado de Maguila, que levou o nome de Sergipe para o mundo, destacando-se tanto pela sua habilidade nos ringues quanto pelo carisma e simplicidade que cativaram seus conterrâneos.

Além de sua trajetória vitoriosa como atleta, Maguila também se tornou uma figura popular entre os sergipanos, especialmente por sua dedicação ao incentivo ao esporte. Seu legado inspira jovens atletas e admiradores do boxe, e sua perda deixa uma lacuna irreparável no cenário esportivo de Sergipe.

A publicação do decreto ressalta ainda o reconhecimento do estado ao pugilista, afirmando que “a esse notável sergipano, agora falecido, cabem um preito de gratidão e respeito, o reconhecimento dos sergipanos e as honras póstumas do Estado”.

Com o decreto de luto oficial, as bandeiras em todo o estado permanecerão a meio-mastro por três dias em homenagem a José Adilson Rodrigues dos Santos, o eterno Maguila.

Texto e imagem reproduzidos do site: www se gov br

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Maguila, lenda do boxe brasileiro, morre aos 66 anos em SP

Texto compartilhado do site G1 GLOBO SP, de 24 de outubro de 2024 

Maguila, lenda do boxe brasileiro, morre aos 66 anos em SP

Ex-boxeador morava em Itu, no interior paulista, e sofria demência pugilística, uma doença incurável. Ele deixa a esposa, Irani Pinheiro, e três filhos.

Por g1 SP e TV Globo — São Paulo

José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, morreu nesta quinta-feira (24) na capital paulista, segundo confirmou sua esposa, Irani Pinheiro, ao g1. A lenda do boxe brasileiro sofria de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), também conhecida como demência pugilística, uma doença incurável.

O ex-boxeador tratava da ETC no Centro Terapêutico Anjos de Deus, em Itu, no interior paulista. De acordo com informações da instituição, Maguila teve uma piora no quadro e foi transferido para o Hospital das Clínicas.

Ele deixa a esposa e três filhos, Edimilson Lima dos Santos, Adenilson Lima dos Santos e Adilson Rodrigues Júnior.

Trajetória

O peso-pesado nasceu em 12 de junho de 1958 em Aracaju, Sergipe. Sua carreira no esporte durou de 1983 a 2000. Das 85 lutas profissionais, ele venceu 77 - sendo 61 por nocaute -, sete derrotas e um empate técnico. Entre os confrontos mais comentados estão a famosa luta contra George Foreman, em que o americano nocauteou o brasileiro.

Antes de completar 50 anos, o lutador foi diagnosticado com Encefalopatia Traumática Crônica (ETC). Contudo, antes disso, um erro médico resultou no tratamento de Alzheimer até 2015, quando o neurologista Renato Anghinah começou a tratá-lo pensando no principal fator o que fez desenvolver a ETC: os golpes na cabeça que sofreu ao longo da carreira de boxeador.

Em 2022, Maguila deu uma entrevista ao GE, em uma clínica no interior de São Paulo. Na época, ele passava por cuidados paliativos.

Maguila tira luva de boxe e incorpora malandro em roda de samba

"Quero mandar um abraço para todo o povo brasileiro que me viu lutar. Estou bem e fiquem tranquilos. Só não posso mais lutar, mas estou bem. Essa doença que nem sei falar o nome, mas é difícil. É para o povo ficar tranquilo que estou bem", disse Maguila na época.

Texto reproduzido do site: g1 globo com/sp

Neste 24 de outubro se festeja o Dia da Sergipanidade

Legenda da foto: Os sergipanos celebram hoje as nossas crenças, costumes, sotaques, manifestações populares - (Crédito da foto: Irineu Fontes).

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 24 de outubro de 2024

Neste 24 de outubro se festeja o Dia da Sergipanidade

 Nesta quinta-feira, 24 de outubro, é dia de comemorar a sergipanidade. Data de ter orgulho da identidade e da cultura do nosso povo. Sergipanos de sangue ou de coração celebram as nossas crenças, costumes, sotaques, manifestações populares, por fim, a nossa história. O Dia da Sergipanidade é um momento de fortalecer o sentimento de pertencimento daquilo que só Sergipe tem.

Por muitos anos, o dia 24 de outubro foi data extraoficial para as comemorações da sergipanidade. Mas foi em 2019 que esta data entrou de vez para o calendário oficial do estado através da Lei 8.601/2019 de autoria do então presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo (MDB).

Saiba mais sobre a data

Por todo o século XX, a Independência de Sergipe era comemorada em duas datas, no dia 8 de julho e no dia 24 de outubro. O feriado da emancipação foi instituído no 8 de julho, e o dia 24 de outubro ficou definido como o Dia de Sergipe ou Dia da Sergipanidade, dia para comemorar ‘o jeito de ser sergipano’, os valores da grandeza das manifestações culturais e patrimonial.

Apesar de historicamente a data se confundir com o 8 de julho de 1820 (data da Carta Régia que desanexou o território sergipano da Bahia), foi no dia 24 de outubro de 1824 que o documento chegou a Sergipe e só assim a sociedade sergipana pôde comemorar, de fato, a independência de sua província.

Emenda Constitucional

No ano 2000, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa alterou o artigo 47 da Constituição Estadual em que era estabelecido que a Emancipação Política do Estado fosse comemorada duas vezes ao ano: 8 de julho e 24 de outubro. Através da Emenda Constitucional, apenas o 8 de julho ficou como data oficial de celebração. A decisão vigorou, pois a Assembleia concluiu que a data que deveria permanecer seria o dia em que D. João VI assinou o decreto de emancipação.

De acordo com historiadores, foi no governo do brigadeiro Manoel Fernandes da Silveira que Sergipe se emancipou. Desde a data de promulgação do decreto de emancipação, até efetivamente Sergipe chegar até sua independência, foram quatro anos de enfrentamento entre os partidários.

O saudoso jornalista e historiador Luis Antônio Barreto contava que o progresso chega a Sergipe logo após sua emancipação. Com a emancipação, as vilas cresceram, surgiram as cidades e rapidamente o progresso deu a Sergipe uma nova condição. O dia 24 de outubro passava, por volta de 1836, a ser a data maior da afirmação da liberdade dos sergipanos. Durante o Império, o 24 de outubro passou a ser, também, celebrado pelo povo com seus grupos folclóricos, como atestam os registros dos jornais”, escreveu Luis Antônio Barreto.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias com br