segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Duas árvores de Aracaju são patrimônios históricos

A mangueira tem mais de 100 anos de idade

Legenda da foto: O cajueiro empresta a sua sombra ao tradicional Bar da Confraria

Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 17 de dezembro de 2023

Duas árvores de Aracaju são patrimônios históricos

O cajueiro e a mangueira localizados, respectivamente, nas Praças Monteiro Lobato e dos Nacionalistas, no conjunto residencial Ignácio Carbosa são considerados patrimônio histórico de Aracaju. O tombamento das duas árvores aconteceu em 2017 quando na gestão anterior de Edvaldo Nogueira (PDT), atual prefeito da capital sergipana.

A iniciativa para o tombamento dessas duas árvores se deu objetivando oferecer uma garantia a mais de proteção para aqueles indivíduos arbóreos. Ter um decreto que garanta que à mangueira e ao cajueiro possuem uma importância histórica para o local é o reconhecimento ambiental e patrimonial oferecido pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria do Meio Ambiente. É nítida a sua relevância ambiental para toda a nossa capital e, principalmente, para os moradores do bairro Inácio Barbosa.

A mangueira, de acordo com moradores mais antigos da região, tem mais de 100 anos de idade, enquanto o cajueiro deve ter cerca de 70. A primeira árvore faz uma generosa sombra no bar de Angélica, antiga moradora do Ignácio Barbosa. A empresária conta que na época de “seo Ferreirinha”, pai dela, a copa da mangueira era muito maior do que é hoje. Já o cajueiro empresta a sua sombra ao tradicional Bar da Confraria.

Texto e imagens reproduzidos do site: www destaquenoticias com br

sábado, 9 de dezembro de 2023

O sonho de João Bebe Água > Exposição no FASC (Registro de 30/11/2023)

REGISTRO DE ARTIGO PUBLICADO NO DIA 30/11/2023.

Publicação compartilhada do site RADAR SERGIPE, de 30 de novembro de 2023

O sonho de João Bebe Água estará em exposição no FASC

Por Adailton Andrade*

Durante o Festival de Artes de São Cristóvão, que acontece(u) de 1º a 3 de dezembro na quarta cidade mais antiga Brasil, os visitantes poderão ter acesso a "Exposição Documental - O sonho de João Bebe Água" que terá lugar no Sobrado do IPHAN, na praça São Francisco, cuja abertura está marcada para as 9 horas, desta sexta-feira (1º de dezembro).

 Essa “EXPOSIÇÃO” remonta ao “Sonho de João Bebe Água”, de que a sua cidade, São Cristóvão, voltasse a ser a capital da província de Sergipe. O objetivo é mostrar, através de decretos de Leis em solenidades marcantes da história sergipana, que esse sonho se realizou, com caráter simbólico e cultural, em festividades alusivas à Emancipação Política de Sergipe, nas comemorações dos 400 anos de fundação da cidade mãe de Sergipe, na solenidade do Festival de Artes de São Cristóvão (FASC), como também na chancela da Praça São Francisco, Patrimônio da Humanidade.

Os documentos aqui expostos integram os acervos do Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES), do Arquivo Municipal de São Cristóvão (APMSC), do Arquivo das Ordens religiosas sobre a tutela da Confraria Sancristovense (CONSAHM) e do Arquivo do Tribunal de Justiça de Sergipe (AGJSE) e do Memorial do Tribunal de Justiça de Sergipe. (TJSE) 

Agora, durante o FASC, evento esse que, simbolicamente, designa a cidade de São Cristóvão como a capital sergipana da cultura, a Prefeitura Municipal de São Cristóvão, através do Arquivo Municipal, reúne documentos que contextualizam e fazem uma justiça à história do legado de João Bebe Água, que tinha como sonho ver a sua cidade ser a capital novamente. 

Mas, quem foi João Bebe Água? João Nepomuceno Borges (João Bebe Água) nasceu em São Cristóvão, no ano de 1823. Ao longo de sua trajetória de vida, exerceu cargos públicos e adquiriu influência na cidade de São Cristóvão. Ele não foi só um homem que vendia e bebia cachaça (o que a história rotulou durante estes tempos sem documentos comprobatórios), ao contrário, teve uma vida pública ativa chegando a ocupar o cargo de Presidente da Câmara dos Vereadores de São Cristóvão, época em que foi presidente de uma irmandade, ocupando o cargo de chefe alfandegário em Laranjeiras e Santo Amaro das Brotas. Aprendeu a ler e a escrever, contudo não se sabe onde e/ou com quem estudou.

De acordo com as pesquisas de Fragata (2007), João Bebe Água foi indicado para o cargo de escrivão interino da alfândega e mesa de rendas, em março de 1836 (ano da Revolta de Santo Amaro). Em 1837, foi nomeado como amanuense interino, sendo demitido no mesmo ano. Segundo o historiador Sebrão Sobrinho (2005), em 1837, recebeu um convite para ocupar mais um cargo, o de patrão-mor da mesa de rendas da Barra dos Coqueiros, antes conhecida como Barra da Cidade.

 João Bebe Água ainda é um ilustre sergipano sobre o qual a historiografia precisa se debruçar, aprofundando o conhecimento sobre sua vida e sua atuação como um defensor da sua cidade e da sua gente. 

 Que esta exposição possa contribuir para o despertar de uma consciência de valorização de João Bebe Água, que vive na memória do povo de Sergipe e nas lembranças do povo sancristovense, através de um sonho que se realiza anualmente no Festival de Artes de São Cristóvão, o nosso querido FASC.

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* Adailton Andrade - Historiador, diretor do Arquivo Municipal de São Cristóvão.

Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe com br


domingo, 3 de dezembro de 2023

A última farra de Déda

Marcelo Déda e Heitor Mendonça numa farra memorável





Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 2 de dezembro de 2023

A última farra de Déda

Há exatos 10 anos, morria, vítima de um câncer, o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT). Jovem e brilhante político, ele fez carreira meteórica, tendo sido deputado estadual (o mais votado de Sergipe), deputado federal e, por duas vezes, prefeito de Aracaju. Quando morreu, aos 53 anos, estava no segundo mandato de governador e projetava disputar o Senado em 2014.

Por conta da doença, Déda deixou de consumir bebidas alcoólicas. A proibição imposta pelos médicos não o impedia, porém, de continuar freqüentando as festas, particularmente aquelas organizadas pelos aliados políticos e os amigos de fé. Nestes eventos, bebia cerveja sem álcool e gostava de cantar, principalmente se encontrasse bons músicos, como o maestro Muskito e o filho deste, o exímio violonista Heitor Mendonça.

A noite de 18 de julho de 2011 deve ter sido a última em que Marcelo Déda bebeu cerveja com álcool. Informado por Camilo, dono do Restaurante Mineiro, que não tinha no estoque a Líber zero álcool – a preferida do governador – o chefe da segurança se prontificou em ir comprar algumas garrafas, porém Déda recusou: “Pode deixar, hoje eu vou quebrar o trato e beber umas Brahmas. A ocasião justifica!”. Todos riram muito, enquanto ele ingeria um generoso gole da “loira suada” e estupidamente gelada.

A última saideira 

E Déda estava correto: a ocasião justificava mesmo quebrar o resguardo sugerido pelos médicos. Naquela estrelada noite, centenas de amigos “bebiam” o jornalista e boêmio Cleomar Breandi, sepultado à tarde, no Cemitério Colina da Saudade, em Aracaju.

Antes de morrer, também de câncer, Cleomar escreveu uma crônica onde se despedia deste mundo e convidava a todos para beberem “a Última Saideira” no bar de Camilo, “assim que terminar o sepultamento. Já está pago”, informava o ‘velho Lobo’ ao final do texto. A despedida varou a noite, regada a muita cachaça mineira, cerveja e cantoria da boa, ao som dos fabulosos violões de Muskito, Heitor, Paulo Lobo e tantos outros bambas, entre os quais o afinadíssimo Marcelo Déda.

Por Adiberto de Souza (Fotos: Coronel Luiz Fernando).

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias com br