Foto reproduzida do site: academiamaconicadesergipe.com.br
Publicada por MTéSERGIPE, para ilustrar o presente artigo.
Marcos Ferreira de Jesus.
Marcos Ferreira de Jesus nasceu em Simão Dias (SE) no dia 24
de março de 1893, filho de Marcos Ferreira de Jesus e de Maria de Araújo
Ferreira.
Cursou o Colégio Bizarria e o Ginásio da Bahia, em Salvador,
antes de ingressar na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo o curso de
farmácia em 1915.
Farmacêutico e professor, colaborou na imprensa sergipana,
tendo chegado a diretor do Diário de Sergipe. Foi inspetor-geral do ensino
primário e normal, diretor de um grupo escolar e prefeito de Simão Dias por
duas vezes. Ocupou ainda a diretoria do Departamento de Municipalidades, a
subsecretaria e o cargo de secretário-geral do estado. Entre 1946 e 1947,
durante a interventoria de Antônio de Freitas Brandão, ocupou interinamente o
governo estadual. Em janeiro de 1947, elegeu-se deputado à Assembléia
Legislativa de Sergipe e suplente de senador pelo mesmo estado, na legenda do
Partido Social Democrático (PSD). Presidente da Assembléia Legislativa, logo
depois renunciou ao mandato para assumir a prefeitura de Aracaju, durante o
governo de José Rollemberg Leite (1947-1951).
Em outubro de 1950, elegeu-se suplente de deputado federal
por Sergipe na legenda do PSD. Assumiu uma cadeira na Câmara em abril de 1954,
com a morte de Antônio Manuel de Carvalho Neto, nela permanecendo até o final
da legislatura (31/1/1955). Abandonando a vida pública, passou a dedicar-se a
atividades intelectuais e à maçonaria.
Marcos Ferreira foi ainda membro e vice-presidente da
Academia Sergipana de Letras, presidente da Associação Sergipana de Imprensa,
do Instituto Histórico e Geográfico Sergipano e do Conselho Regional de
Farmácia, secretário-geral de cultura artística e executivo da Caixa Econômica
Federal de seu estado.
Faleceu em Sergipe, no dia 1º de dezembro de 1983.
Era casado com Olga de Sá Ferreira, com quem teve três
filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados; CISNEIROS, A. Parlamentares;
INF. Cordélia de Sá Ferreira e Luís Antônio Barreto.
Texto reproduzido do site: fgv.br/cpdoc/acervo
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em
08/04/2016.
Maçonaria alça voo na cultura sergipana.
Por: Clarêncio Martins Fontes
Nossa abordagem, sob o título acima, nasceu como decorrência
da leitura que fiz do Discurso do escritor Cleiber Vieira Silva, quando de sua
posse na Cadeira nº 29, da Academia Maçônica Sergipana de Artes, Ciências e
Letras, acontecimento que se deu em 18 de dezembro do transato 2015, em
Aracaju.
Conheci muito de perto o Patrono do Fundador empossado nessa
Cadeira, o intelectual, farmacêutico, e homem público, Dr. Marcos Ferreira de
Jesus, que foi prefeito, inclusive, de Simão Dias, município que leva o nome do
maior criador e latifundiário que Sergipe já teve, na sua História D’antanho, e
que antes de emprestar o seu nome àquelas terras próximas à velha Bahia, antes
daquele solo ser reconhecido como reduto de expressiva criação de bodes e
cabras, antes da povoação passar à vila, e depois cidade, o heróico e indômito
desbravador Simão Dias já se impusera como senhor de uma área avultada pela
dimensão territorial, pela vegetação nativa, aproximando-se essa ambição de
posse, quem sabe, com a possessão impressionante de Dias D’ Ávila na Bahia,
conquistador que hoje empresta o seu nome a um município próximo à Salvador, e
cujos domínios chegavam a incluir terras sergipanas, depois cobiçadas, e
tomadas pelo vizinho Estado...
Marcos Ferreira de Jesus foi um protótipo, um emblema, uma
bandeira desfraldada da nossa Maçonaria, e hoje aí está, em reconhecimento à
sua indelével memória, à Loja Maçônica que leva o seu nome, aliás uma das mais
novas, na ordem institucional do cadinho lojístico dessa Fraternidade Esotérica
e Exotérica, espalhada por todo o mundo. Essa Maçonaria que é uma Sociedade
secreta de origem remota, cujos membros, que professam o princípio de igualdade
e fraternidade, se dão a conhecer entre os sinais esotéricos emblemáticos, ou petrechos
do pedreiro (esquadro, compasso, fio de prumo) e divide-se em grupos regionais.
Sua fração moderna – franco-maçonaria – parece ter se delineado na Inglaterra
nos fins do século 18. Exerceu grande influência no espírito da Revolução
Francesa, cujo lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade - é de inspiração
maçônica. No século 19, a maçonaria deixou-se influenciar pelas ideias
republicanas e racionalistas.
A ideia de fundação, em Aracaju, de uma Academia Maçônica
que iça voo ao cenário artístico, científico e literário da nossa grei erudita,
cultural, intelectual, foi, é, e será, a preservação de Instituição voltada
para o Saber e para o predomínio espiritual do homem. É a existência doutra
instituição, no seio de uma Instituição mãe! E logo de sopetão, transcrevemos
aqui, o que enfático, disse o empossando Cleiber Vieira, atual presidente da
Associação Sergipana de Imprensa: “...quero começar dizendo que, comunicar
ideias, transmitir crenças e experiências por meio de palavras, é o papel
principal de quem adentra para uma Academia que nada mais é que uma escola de
intelectuais. No nosso caso, de intelectualidade maçônica. A Academia original,
ou primeira, foi uma escola fundada em 387 a.C., próxima à Atenas, pelo
filosofo Platão. Confirmamos assim que a Academia é realmente uma escola, e que
fora fundada na Grécia Antiga, num jardim chamado “Jardim da Academia”. Mas
qual a origem dessa palavra? Academia vem de Academos ou Academus, herói grego
e mítico da Ática. E Platão, ao fundar a sua Escola, denominou-a “Jardim de
Academus” numa homenagem a esse herói...”
Quem leu o breve opúsculo que traz no seu bojo o primoroso
Discurso de Cleiber Vieira, logo depreende que foi um reconhecimento tácito e
justo conduzi-lo ao cenário acadêmico-maçônico sergipano num elo de ligação às
Artes, Ciências e Letras. Pois Cleiber, além de ser um dos grandes valores da
Cultura do nosso Estado, possui méritos suficientes para esse ingresso, autor
de livros com qualidade relevante e além de incansável perquiridor das searas referidas,
erudito, ele já é dono de um cabedal prestigioso de trabalhos ao sabor do bom
uso que faz da ferramenta da palavra, e sob a égide da pesquisa e do estudo
refletido e visão acurada...
É verdade que ele faz bom uso dos recursos literários das
citações, eclético ao beber o licor deleitoso de conceitos e reflexões da
sabedoria dos mestres, dos clássicos da linguagem, como ventura suprema, e de
magnânimos cultores da Ciência do Conhecimento. Cleiber é um intelectual
devotado ao desbravamento de saberes, mas não perde, em nenhum momento, os seus
laços, os seus vínculos, com o mais fino Espiritualismo, como o ocultismo, o
esoterismo, e as ideias inspiradoras de autores que ficaram na imortalidade, da
memória da posteridade, e cujos nomes estão simbolicamente gravados com
estilete de ouro, na vida racional, paradigmática e prenhe de virtudes éticas e
espelhantes da humanidade hodierna, herdeira de toda uma cordilheira de ideias
e princípios salutares que levam ao aprimoramento existencial...
Para conhecimento do universo de leitores, citamos aqui os
demais nomes de empossados na bemvinda Academia Maçônica de Artes, Ciências e
Letras: Alexandre de Albuquerque Franco, Breno Melo de Aguiar, Daniel Gomes da
Costa, Domingos Pascoal de Melo, Flávio Protázio Vasconcelos, Francisco Bezerra
de Lima, Jilvan Pinheiro Monteiro, José Garcez Góes, José Lauro de Oliveira
Filho, Marcelo Faria Lima, Marcos Aurélio de Andrade Silveira, Osvaldo Novaes,
Valdir Feitosa Nunes, Valtênio Paes de Oliveira.
O surgimento de uma instituição acadêmico-maçônica voltada
para o construtivismo e maior valorização da cultura sergipana, veio preencher
uma lacuna das mais nobres na existência filosófica e fundamental da existência
e das virtudes cívico-criativas não só da nossa intelectualidade, mas também de
toda gente sergipana, não deixando de migrar os seus projetos e iniciativas
para além-fronteiras do Estado, e quiçá chegando esses ecos às redes sociais e
focos grupais da Inteligência de outras nações próximas, ou
inter-continentais...
Texto reproduzido no site: jornaldacidade.net/artigos