sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Barra dos Coqueiros ganhará shopping center às margens da rodovia SE-100

 

Imagens: Divulgação/Shopping Barra Park

Publicação compartilhada do site FAN F1, de 2 de janeiro de 2025

Barra dos Coqueiros ganhará shopping center às margens da rodovia SE-100

Por Leonardo Dias

O grande e rápido crescimento populacional apresentado nos últimos anos na Barra dos Coqueiros tem despertado cada vez mais o interesse de empresários a investir na economia do município do Litoral Norte do estado. A Prefeitura da cidade emitiu, em 30 de dezembro de 2024, a licença ambiental e de instalação para o empreendimento que promete transformar a região. O Shopping Barra Park será implantado na rodovia SE-100, no povoado Olhos D’Água, em uma área estratégica, em frente aos principais condomínios do município.

Com aproximadamente 100 lojas distribuídas em dois andares, sendo quatro âncoras, o shopping oferecerá amplas áreas de estacionamento, tanto externas quanto internas. Em entrevista exclusiva ao Portal Fan F1, o empresário Sabetai Calderoni, idealizador do projeto, afirma que o empreendimento chega para atender a uma demanda reprimida da população local.

“A população não aguenta mais ter que se deslocar tanto para comprar itens básicos, frequentar um restaurante ou resolver questões cotidianas. Esse empreendimento vai mudar essa realidade, trazendo comodidade e qualidade de vida aos moradores de Barra dos Coqueiros. A escolha da Rodovia SE-100 é estratégica, pois conecta todo o município. Estar próximo aos condomínios facilita o acesso e torna o empreendimento mais atrativo”, afirmou Calderoni.

O Shopping Barra Park terá uma área exclusiva para lazer e atrações culturais: a praça da cultura e lazer, que ocupará mais de 1.000 metros quadrados. Entre as atrações previstas estão playground, palco para shows, telão gigante para exibições como o “Futebol na Praça” e “Cinema na Praça”, além de espaços confortáveis para alimentação.

A área de entretenimento será gerida pela Brasil Produções, uma renomada empresa internacional de espetáculos. Sob a direção do maestro Ricardo Calderoni, o shopping receberá artistas regionais, nacionais e internacionais, além de shows de mágica, apresentações circenses, e diversas atividades para todas as idades.

Empregos diretos

O centro de compras será construído utilizando tecnologia de peças pré-fabricadas de concreto, acelerando o processo de execução e minimizando impactos no local. “Como o sistema construtivo é por peças pré-fabricada, os empregos são os das empresas locais. As peças serão produzidas e montadas em apenas 120 dias, com obras preliminares, como terraplenagem e estaqueamento, previstas para durar cerca de um mês e meio. A ideia é prestigiar os profissionais e empresas de Sergipe, estimulando o parque produtivo local para que possa manter-se e crescer. Todos os profissionais e empresas serão de Sergipe, preferencialmente de Barra dos Coqueiros”, explicou.

Lojas

O shopping não será apenas um centro comercial, mas também um motor de desenvolvimento para Barra dos Coqueiros. Com serviços como consultórios médicos e odontológicos, escritórios de advocacia, imobiliárias, salões de beleza e bancos, além de lojas de vestuário, eletrodomésticos e brinquedos, o empreendimento promete atender a todas as necessidades dos moradores.

“Investimos em Barra dos Coqueiros devido à grande demanda reprimida e à carência de opções de lazer e serviços. O Shopping Barra Park será um marco para a cidade e para a região”, concluiu Calderoni.

Com inauguração prevista para outubro de 2025, o Shopping Barra Park chega para consolidar Barra dos Coqueiros como uma das áreas mais promissoras de Sergipe.

O economista Fernando Carvalho

Para o economista Fernando Carvalho, a implantação do primeiro shopping center em Barra dos Coqueiros representa uma transformação significativa para a economia local.

“Além de gerar empregos diretos e indiretos, o empreendimento impulsionará novos negócios e consolidará o município como um polo de desenvolvimento econômico e turístico”, afirmou.

Ele destacou ainda que Barra dos Coqueiros tem se destacado como um dos municípios que mais cresce em Sergipe, com um boom imobiliário e a contribuição estratégica de suas usinas eólica e termelétrica para a matriz energética do estado.

Texto e imagens reproduzidos do site: fanf1 com br

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

"Não foi tão bom?", por Marcos Cardoso


Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 31 de dezembro de 2024

Não foi tão bom?
Marcos Cardoso*

Quando era menino, uma das questões que mais me inquietavam era como seria o ano 2000. Enquanto andava pelas ruas à noite, pensando sobre com quantas e quais mulheres eu um dia deitaria, agitavam-me outros anseios. Será que a ditadura vai mesmo acabar? Será que o brasileiro deixará de ser racista? O sexo feminino deixará de ser uma categoria de segunda classe? Ainda haverá lugar para a poesia? E se uma tototó afundar na travessia para a Atalaia Nova?

Já se passaram 25 anos da virada do milênio e hoje olho para trás e penso nos livros que deveria ter lido e ainda não li. Lembro que os bons da sociologia estão esperando na estante, mas me vanglorio de Shakespeare e de Machado, dos clássicos gregos, dos russos e dos franceses, dos Guimarães, dos García Márquez, dos Vinicius, dos Drummond, dos Kaváfis e dos Baudelaire. Ótima escola para um mau aluno. Ulisses de Joyce parei no meio. Em busca do tempo perdido de Proust, não consegui vencer os seis volumes. Mas disso não me arrependo.

Me arrependo dos corredores, saltitantes, rastejantes e voadores que assassinei. Hoje, nem pescar eu gosto. Detesto ver seres vivos engaiolados, qualquer um, prefiro o bicho solto. Quero perder meu tempo, rosto ao vento, apreciando a engenharia das nuvens, o brilho de infinita variação dos verdes, cantares alegres nas manhãs de cada dia que nasce.

Venho de origem nobre, do bancário Augusto Correia e da professora Normélia Melo de Araújo, da Capela e de Aquidabã; do vaqueiro Joaquim Cardoso e da caçadora Ester Santana, de Itabaianinha. Um dia, sem Quincas, ela teve que empunhar a espingarda de dois canos e foi buscar comida para os meninos. Meus pais, Cardoso e Luiza, me ensinaram a desfrutar de todo o bem acumulado pela família: o dom de viver em paz e ser feliz.

Projetei casas e quis ser arquiteto de prédios e praças, acabei no jornalismo. Por influência das letras, e daquela que me botou no mundo e que chorou quando saí de casa aos 20 anos. “O que eu fiz pra você?” Ela nunca compreendeu.

Fui ungido pela indulgência dos mestres Nelson Correia de Araújo, Áurea Melo, Américo Cardoso, Luiz Antonio Barreto, João Costa, Wellington Mangueira, Ivan Rodrigues, Eduardo Almeida, César Gama, Luiz Eduardo Costa, Luiz Melo, Ivan Valença, Cleomar Brandi e Amaral Cavalcante, dentre outros que se perderam no caminho. Com eles, aprendi que o mais importante de tudo é o homem, em qualquer circunstância e dimensão.

Fiz jornal e revista alternativa, frequentei as melhores redações, da Folha da Praia à A Tarde, da Bahia. Vivenciei o dia a dia de todos os jornais e televisões locais, e cada um acrescentou tijolinhos à minha formação profissional, mas não dá para esquecer do início na TV Aperipê, do tempo luminoso da TV Sergipe, do romantismo do Jornal da Cidade, da experiência de gestor na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Aracaju e na Diretoria de Comunicação do Tribunal de Contas, do laboratório Ciência Press na Facom da UFBA, dos mais de 30 anos de Universidade Federal de Sergipe, claro, do Ceav, da Rádio e TV UFS.

Enquanto fui ali no quintal chupar um caju do pé, lembrei que trago no coração todos os dias, às vezes à distância, os irmãos Fernando, Ana, Haroldo, Heloísa e Luciana. E os não menos inolvidáveis Zé Augusto, Toinho Góes, João Ramalho, Augusto Aranha, Isaias e Chico, Jorge Aragão, Cristina Alves, Adiberto e Eugênio. Com alguns deles criei desavenças, com outros fiz safadezas e alimentei vícios, mas as verdades das consciências manteve a integridade das nossas amizades.

Desenhei, pintei o sete, escrevi de tudo um pouco, publiquei livros, e os mais importantes deles são uma biografia e um romance que dormem há séculos na gaveta. Conheci um pouco desse vasto mundo. Mergulhei nas águas mágicas de Fernando de Noronha, escarpei a Chapada Diamantina e o Pico da Bandeira. Enveredei pela caatinga do Nordeste e dirigi em alta velocidade pela selva amazônica.

Brinquei com a neve de Bariloche, vi o Rio de Janeiro de cima, saltando a Pedra Bonita numa asa delta. Visitei bibliotecas, exposições e museus. Corri atrás de cangurus na Austrália, conheci a Soweto de Mandela, me encantei pela visão de Paris do alto da Torre Eiffel e pela luz da Casapueblo em Punta del Este, me deliciei com o bacalhau do mercado de Lisboa e com a costelinha do Camilo.

Namorei e fui namorado, sofri as dores das paixões e dos desamores, andei em casas que famílias não recomendam, bolinei a sarará Lindete em cima de uma mangueira — ela era banguela, mas tão linda!

Mas caio de dengo mesmo por uma baiana que tenta me colocar no prumo todos os dias, há uma vida, e esse perseverar no amor me amolenga o coração. Né, Nadia? Fiz filhas belas e de sentimentos simples e genuínos, minhas Carol e Paulinha, amantes de cachorros, gatos e papagaios, mães dos apaixonantes Pedro e Luísa.

Enfim, o mundo ainda não acabou e estou vivo para contar! Como diria minha mãe: Não foi tão bom?

* É jornalista.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias com br