Lançamento acontece dia 7 de dezembro
Imagens: Assessoria do MP
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 29/11/2018
Documentário apresenta a diversidade cultural do Ministério
Público
O documentário Poesia e Corredores, filme dirigido pelo
cineasta e professor de geografia Sérgio Borges, traz depoimentos de cinco
personalidades do Estado que dedicaram a vida ao Ministério Público (MP). Essas
mesmas personagens têm uma forte ligação com o universo cultural, seja na área
da literatura, imprensa escrita, teatro e artes plásticas. A produção
cinematográfica será apresentada à sociedade sergipana na manhã do próximo dia
7 de dezembro, às 9h, no Auditório Promotor de Justiça Valdir de Freitas Dantas,
no MP.
Segundo o diretor, a obra tem uma significativa importância
no que se refere a preservar como fonte de informação para atuais promotores e
procuradores de justiça, demonstrando a diversidade cultural presente no
universo jurídico de Sergipe.
“O documentário pretende mostrar a participação de cinco
membros aposentados do MP do Estado de Sergipe. A produção enfatiza o resgate
da memória oral por meio de depoimentos, com enfoque no aspecto humano,
valorizando o viés cultural, propondo-se à captação de vozes de homens e
mulheres já aposentados, que constroem, unem, emocionam, sensibilizam e atuam
como fator de aproximação da justiça do trabalho com seus operadores e com a
sociedade”, explica Sérgio Borges.
Registro das memórias
O historiador, pesquisador e intelectual sergipano Jorge
Carvalho do Nascimento reconhece que o MP é uma instituição de extrema
importância da vida republicana. De acordo com ele, esse documentário cumpre
uma função social da maior relevância.
“Neste contexto, é fundamental trazer esta história não
apenas para os novos membros do universo jurídico para que conheçam e tomem
consciência das tradições da instituição da qual participam, mas também para
toda a sociedade a fim de que saiba como o MP se organizou e se fortaleceu para
realizar a defesa das leis”, elogia Jorge Carvalho.
Ainda conforme esclarece o pesquisador, em Sergipe o MP atua
desde o século XIX. “Ao longo desse período muitos intelectuais, acadêmicos,
personalidades da política e vida pública e outros profissionais passaram pela
instituição. Depois da Constituição de 1988 o MP se profissionalizou e ganhou
autonomia como deve ser no Estado Republicano e sociedades desenvolvidas”,
explica, ao destacar que esse filme servirá como uma excelente fonte de
pesquisa também para as futuras gerações.
História Oral
O filme aborda, por meio da história oral, a vida de
procuradores aposentados do MP do Estado de Sergipe. “Não se trata apenas de
memórias de trabalho. Procuramos extrapolar o campo do direito e irmos para a poesia,
literatura, artigos jornalísticos, artes plásticas, teatro e outras artes”,
informa Sérgio Borges.
O registro desses depoimentos orais é realizado de forma
intimista e respeitosa. Partindo deste pressuposto, a câmera acompanha a
movimentação dos entrevistados, procurando valorizar os aspectos jurídicos e
culturais que identifiquem a sua carreira, detalhes das suas ações como
escritos em jornais, livros, narrativas de poesias e outras ações culturais. “A
equipe procurou intervir minimamente nos ambientes de gravação, como o Museu da
Gente Sergipana, Museu da Cidade Olímpio Campos, Hall do MP e a casa dos
personagens”, comenta o cineasta.
A História Oral é uma atividade historiográfica que utiliza
como técnica de pesquisa a produção e o emprego de testemunhos transmitidos
oralmente. São narrativas registradas por intermédio do uso do
audiovisual. “Com toda certeza, a
história oral, a oralidade, as entrevistas são as ferramentas essenciais para
que possamos compreender os processos vividos pelos operadores do direito que
se dedicaram a fazer a defesa da lei”, reforça Jorge Carvalho do Nascimento, ao
comentar sobre a metodologia utilizada no documentário.
Personagens
O curta-metragem, com 37 minutos, traz uma narrativa
conduzida por depoimentos e um vasto material de arquivo. Além disso, é
utilizado o artifício da imagem que aparece no mesmo instante do áudio. O
cineasta explica que a escolha das personagens foi pautada, considerando
justamente a sua relação direta com a cena cultural do Estado.
Poesia e Corredores conta com depoimentos do procurador do
Ministério Público do Estado de Sergipe, Manoel Pascoal Nabuco D’ Ávila. O
magistrado e também escritor de cinco livros conta como foi fisgado pela
política partidária da Estância, filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), que tinha, no Estado, a liderança de Francisco de Araújo Macedo, velho
militante da agitação política, desde a década de 1930, apoiando a gestão
interventorial de Augusto Maynard Gomes, editor do jornal O Nordeste, com forte
presença na Estância, onde orientava o jornal Folha Trabalhista. No PTB, Manoel
Pascoal Nabuco d’Ávila participou da redação do jornal trabalhista estanciano.
A poetisa, procuradora de justiça, corregedora geral do
Ministério Público no período de 1991-1993,Maria Eugênia da Silva Ribeiro, conta
os principais fatos que marcaram sua vida como jurista e os aspectos da
presença da mulher no Ministério Público de Sergipe, e especificamente sua luta
contra o enfrentamento à Violência Doméstica. No rol das mulheres que
conquistaram destaque no universo jurídico, a procuradora e poetisa boquiense
Esther Azevedo, grande conhecedora das obras de Hermes Fontes, também relembra
como foi o período em que atuou no MP.
O procurador geral do Estado de Sergipe, escritor e poeta
Eduardo de Cabral Menezes, atuou no período de 1972-1979. Em seus relatos ele
relembra o funcionamento do Ministério Público do Estado de Sergipe no período
em que esteve à frente da instituição.
O pianista clássico Darcilo Melo Costa foi corregedor geral
do Ministério Público no período de 2000-2003 e coordenador geral de 1999-2000,
período marcado pela criação do núcleo da infância e adolescência, defesa
comunitária, defesa da cidadania e de apoios operacionais das atividades cíveis
e criminais. Ele comenta acerca dos principais desafios na sua práxis
profissional.
Trajetória e premiações
O produtor cultural e educador Sérgio Borges formou-se no
ano de 1989 em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Em 1995 se
tornou mestre em Geografia Agrária pela mesma instituição. Atualmente, é
professor da Secretaria de Estado da Educação de Sergipe (Seed). Com seu olhar atento de pesquisador, divide
seu tempo entre as atribuições de docente e ainda se dedica às produções
cinematográficas. Dessa maneira, utilizando a produção cinematográfica como um
meio pedagógico para fomentar o processo de ensino e aprendizagem. “Aliar as
linguagens do cinema, música, jornalismo em sala de aula, numa perspectiva mais
propedêutica, enriquece bem mais o trabalho dos professores”, defende.
Em seu currículo, Sérgio Borges registra as premiações dos
seguintes documentários: “Você conhece La conga?”, Prêmio de júri popular do Festival de
curta-se (SE), em 2007; Vira mundos –
prêmio do júri Popular, segundo melhor curta sergipano, em 2006; Chica Chaves, um Bairro Operário – vencedor
em primeiro lugar no prêmio Mário Cabral de Audiovisual, em 2014 pela Funcaju –
Prefeitura Municipal de Aracaju; O Doce
Exílio, a breve passagem de Jorge Amado Por Estância/Sergipe (Ancine –
Ministério da Cultura), em 2015 – contemplado como o primeiro lugar – júri
técnico melhor curta sergipano no festival ibero-americano de cinema de
Sergipe, e Tototós: Canoas do rio Sergipe, contemplado no edital prêmio Wilson
Silva de audiovisual/SECULT–SE em 2016.
Os prêmios conquistados pelo cineasta permitiram, além da
notoriedade do que realiza, apresentar os aspectos culturais de Sergipe para
todo o país. Em 2017, ele levou o prêmio de melhor curta-metragem de um minuto
com o filme Boca Aberta. A premiação foi feita pela Secretaria de Estado da
Cultura (Secult), em parceria com o Tribunal de Contas do Estado de Sergipe
(TCE) e Fundação Aperipê, no evento em homenagem ao cineasta sergipano Waldemar
Lima.
Serviços:
O quê: Lançamento do documentário “Poesia e Corredores”. O
filme conta com depoimentos de cinco personalidades do Estado que dedicaram a
vida ao Ministério Público (MP). Essas mesmas personagens têm uma forte ligação
com o universo cultural, seja na área da literatura, imprensa escrita, teatro e
artes plásticas
Quando: 7 de dezembro, às 9h
Onde: Auditório Promotor de Justiça Valdir de Freitas
Dantas, no Ministério Público.
Fonte: Assessoria do evento
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br