Isto é SERGIPE
Conteúdo digital e multimídia da cultura sergipana

quinta-feira, 2 de outubro de 2025
Academia de Letras de Aracaju celebra 10 anos com solenidade memorável
Post compartilhado do Facebook/Pascoal Maynard, de 1 de outubro de 2025
Academia de Letras de Aracaju celebra 10 anos com solenidade memorável
A Academia de Letras de Aracaju (ALA) celebrou, com brilho e emoção, seu décimo aniversário em uma solenidade que reuniu intelectuais, autoridades, artistas e admiradores da cultura sergipana. O evento, realizado em ambiente de grande elegância, reafirmou o papel da instituição como guardiã da memória literária e promotora da produção intelectual local.
Fundada em 2015, a ALA tem se destacado como espaço de diálogo, reflexão e valorização da literatura em suas múltiplas expressões. Ao longo da última década, consolidou-se como referência cultural, promovendo encontros, lançamentos, e ações educativas que aproximam a comunidade das letras.
Encerrando a solenidade, os presentes participaram de um coquetel festivo, onde as conversas literárias fluíram entre brindes e reencontros. Mais do que uma celebração, os 10 anos da Academia de Letras de Aracaju representam um marco na história cultural da cidade, reafirmando que a palavra escrita continua a ser instrumento de transformação, identidade e beleza.
Texto e imagens reproduzidos de post do Facebook/Pascoal Maynard
Abertura da exposição Ismael Pereira > 75 anos de Arte
Publicação compartilhada do site da PMA, de 1 de outubro de 2025
Prefeita Emília Corrêa prestigia
Agência Aracaju de Notícias
Prefeita Emília Corrêa prestigia abertura da exposição Ismael Pereira 75 anos de Arte
O Centro Cultural de Aracaju recebeu, na noite desta quarta-feira, 1º, a abertura da exposição “Ismael Pereira – 75 anos de Arte”, em homenagem aos 85 anos de vida do renomado artista sergipano. O evento contou com a presença da prefeita Emília Corrêa, do secretário municipal da Cultura, Paulo Corrêa e de amigos e familiares do artista. A mostra reúne uma seleção de obras que refletem a trajetória artística de Ismael Pereira, destacando seu talento e a contribuição para a cultura de Sergipe e do Brasil ao longo de décadas.
A prefeita Emília Corrêa comentou a importância de Ismael Pereira para a cultura local. “É uma grande alegria para Aracaju celebrar os 75 anos de trajetória artística de Ismael Pereira, um nome que honra a cultura sergipana e inspira gerações. Essa exposição é mais do que uma homenagem, é um reconhecimento à contribuição de um artista que ajudou a contar, por meio da arte, a história e a identidade do nosso povo.”
O secretário Paulo Corrêa destacou a importância da data por ser aniversário de vida do artista. “Para a nossa cultura, essa exposição tem um significado muito especial. Não poderia haver data melhor para abrir a mostra comemorativa dos 75 anos de arte de Ismael Pereira do que no dia do aniversário dele. Além disso, iniciamos o mês da Sergipanidade com essa homenagem, abrindo o espaço do Centro Cultural para celebrar um dos maiores artistas de artes visuais, não apenas de Sergipe, mas do Brasil. Ismael já realizou exposições em diversos estados e cidades do país, construindo uma carreira impecável e marcada pelo perfeccionismo. Estamos muito felizes de iniciar todos os festejos de outubro com a arte e a trajetória de Ismael Pereira.”
O filho do homenageado, Israel Melo, emocionou-se ao falar sobre o pai. “Agradeço por este momento tão especial e pela oportunidade de celebrar meu pai com todos vocês. Ele sempre semeou a verdade, o amor e a pureza em tudo que fez, e esta exposição reflete um pouco desse legado. Como filho, sou grato todos os dias pela dádiva divina de ter um pai como ele e por poder compartilhar com o público os 85 anos de sua vida e 75 anos de arte. Este momento nos inspira e nos lembra que, mesmo diante de dificuldades, é sempre possível viver com esperança e amor no coração.”
O homenageado Ismael Pereira também falou sobre a felicidade de completar 85 anos e ganhar essa homenagem. “Comemorando meus 75 anos de atividade artística e meus 85 anos de vida, posso dizer que me sinto um ser humano realizado e muito feliz, agraciado por Deus. Neste momento, celebrar meu aniversário com a presença de todos que estão aqui prestigiando este evento é o maior presente que eu poderia receber, e sou eternamente grato por isso. Comecei a pintar aos 10 anos de idade e, desde então, nunca parei. Esta exposição reflete toda a minha dedicação à arte ao longo de décadas, e fico muito feliz por poder compartilhar isso com o público. Se a pintura e a arte são dons, agradeço a Deus por ter me concedido esse dom e por permitir que eu viva a realização de expressar minha vida através da arte.”
A exposição fica aberta ao público, até o dia 21, no Centro Cultural de Aracaju – Praça General Valadão, Centro.
Texto e imagens reproduzidos do site: www aracaju se gov br
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
Após dez anos de campanha, AMO vai inaugurar nova casa de apoio
Publicação compartilhada do site INFONET, de 17 de setembro de 2025
Após dez anos de campanha, AMO vai inaugurar nova casa de apoio
Com mais de 850 m², a nova casa de apoio em Aracaju amplia a capacidade de acolhimento a pacientes oncológicos em tratamento
Após mais de uma década de campanhas, doações e trabalho incansável, a Associação dos Amigos da Oncologia – AMO – se prepara para inaugurar a sua nova Casa de Apoio Anna Garcez. A solenidade de inauguração acontecerá na próxima sexta-feira, 19 de setembro, às 17h, na Rua Permínio de Souza, 81, no Bairro Cirurgia, em Aracaju. A nova estrutura é a materialização de um sonho coletivo e a expansão de uma missão vital: amparar, com dignidade e amor, pacientes em tratamento contra o câncer.
O novo espaço nasce com a missão de multiplicar ainda mais a esperança para aqueles que mais precisam. Destinada a acolher pacientes oncológicos em situação de vulnerabilidade socioeconômica que, em sua maioria, se deslocam de suas distantes cidades para realizar tratamento em Aracaju, a casa chega para ser um porto seguro em meio à árdua jornada contra a doença, proporcionando conforto e tranquilidade não apenas aos que protagonizam a luta contra o câncer, mas também dos seus acompanhantes, suprindo suas necessidades com zelo, acolhimento e muito amor.
A solenidade de inauguração contará, inicialmente, com falas de apresentação, agradecimentos e homenagens, em especial a Anna Garcez, que dá nome à nova Casa. Após isso, ocorrerá o descerramento da faixa e placa, seguida da benção do Padre Peixoto e da visita guiada ao espaço. A cerimônia será encerrada com uma apresentação musical de saxofone.
Transformando vidas, levando esperança
A nova Casa de Apoio não é apenas uma construção de tijolo e argamassa; ela se ergue como um lugar de acolhimento e dignidade para inúmeras famílias que enfrentam a desafiadora jornada do tratamento contra o câncer. Representando mais de uma década de trabalho, o percurso foi marcado por campanhas incansáveis, superação de obstáculos e uma fé inabalável no sentimento de solidariedade.
A presidente-voluntária da AMO e assistente social, Conceição Balbino, conta como se deu o percurso trilhado para chegar até esse momento, destacando a importância das doações que a sociedade fez e continua a fazer para alcançar a realização desse sonho coletivo.
“O tempo tem sido muito generoso com a AMO e a sociedade dá resposta positiva, acredita nesse projeto. Eles colaboram, financiam, estão sempre presentes. A nova Casa de Apoio é a realização de um sonho para nós, mas é importante destacar que foi um exercício coletivo e desafiador, com muita busca por recursos. Antes dela, não pensávamos mais em expandir, a sede com a casa de apoio já atendia às nossas necessidades lá em 2010”, explicou.
Para cumprir sua missão, a AMO oferece um conjunto de serviços gratuitos e estruturados, pensados e executados para amparar os pacientes em todas as frentes. “Nossa causa é muito importante e necessária para colaborar com o Sistema Único de Saúde (SUS). São pessoas que são 100% dependentes do SUS e que vivem por meio da assistência social, por isso é preciso entender que a realidade é desafiadora, mas o ser humano é muito maior do que tudo isso, e necessita nesse momento de fragilidade, de acompanhamento de vários profissionais e de cuidado completo, para que assim, volte a acreditar na vida”, disse emocionada.
Ela destaca ainda a importância do projeto para que a instituição possa auxiliar cada vez mais pessoas. “Esse projeto é muito importante pois temos hoje em dia muito mais pessoas com diagnósticos de câncer do que no passado, e as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram isso. A Casa de apoio dá justamente essa oportunidade de dizer: ‘Você não está só. Você vai ser acolhido e abraçado por uma instituição que tem uma casa e um lar que irá te respeitar e cuidar de você indiscriminadamente.’ O acolhimento que a Casa de Apoio dá para essas pessoas possibilita a acessibilidade, a assiduidade e a adesão ao tratamento, salvando vidas”, finaliza.
Um novo lugar para se sentir abraçado
A nova Casa de Apoio representa um salto significativo na capacidade de acolhimento da instituição. Com mais de 851 metros quadrados de área construída, distribuída em dois pisos. O espaço foi projetado para quase dobrar a capacidade de acolhimento da associação, passando de 40 (atual casa de apoio) para 70 pessoas por dia. Este aumento é vital para expandir o serviço da instituição e reduzir as filas de espera, garantindo que pacientes não precisem adiar suas vindas a Aracaju para a realização do tratamento.
O espaço foi cuidadosamente planejado para oferecer conforto e bem-estar, contando com sete dormitórios, 40 leitos e uma ala de home day com 30 acomodações, para aqueles que precisam de um local de descanso e apoio durante o dia, entre as sessões de tratamento. Além disso, a infraestrutura inclui um consultório para atendimentos básicos de saúde, uma cozinha, um refeitório com capacidade para 50 pessoas, áreas de convivência, nove banheiros, cinco sanitários e dois vestiários adaptados (garantindo que todos os pacientes, independentemente de sua mobilidade, possam utilizar as instalações com segurança e autonomia), além de um espaço de oração, diversas áreas de circulação, pergolado e jardim.
Construir um lar. Mudar histórias
Como diz o escritor portugês Fernando Pessoa em sua obra intitulada ‘O Infante’, “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, a nova Casa de Apoio é fruto de um sonho compartilhado por muitas mãos. A jornada até a inauguração foi longa e exigiu uma mobilização conjunta. Mais de R$ 4 milhões foram investidos no projeto, um valor arrecadado ao longo de mais de dez anos.
O valor inclui R$ 1.152.000,00 na aquisição e demolição de três imóveis , R$ 2.410.901,18 na obra civil e mais de R$ 469.000,00 em serviços adicionais e mobiliários. Deste montante, mais de R$ 1,5 milhão foram arrecadados em dez anos de campanhas solidárias, somados a recursos cruciais de emendas parlamentares de senadores, deputados federais, estaduais e vereadores.
O engenheiro fiscal da obra, Sandoval Júnior, explica as etapas de construção e como tudo se deu. “Com mais de dois anos de intensos trabalhos, o projeto de construção da nova Casa de Apoio Anna Garcez passou por diversas fases de infraestrutura (fundações, sapatas e vigas baldrames); de superestrutura (lajes, vigas e pilares de primeiro e segundo piso); vedação e alvenaria, volumes d’água; eletricidade, esgotamento sanitário, entre outros”. disse.
Ao destacar os serviços realizados na parte final da obra, Sandoval expressa a sua realização. “O acabamento final da obra colocamos os revestimentos, realizamos as pinturas e finalizações com casas de lixo e de gás, além da fachada e a área de estacionamento. Eu posso dizer que sou muito feliz e realizado por ter feito parte desse projeto, contribuindo com a construção de uma casa que ajudará muitas pessoas que lutam contra o câncer”, contou com gratidão.
Um legado de amor e cuidado
A inauguração da nova Casa de Apoio da AMO homenageia Anna Maria Maynard Garcez, uma das sócio-fundadoras da associação que, ao lado do marido Sílvio Garcez, estabeleceu a associação em 1996 para apoiar pacientes com câncer. Anna faleceu em 1997 após lutar contra um câncer de mama e, em sua memória, a família cedeu a casa que se tornou a sede da AMO. A Casa de Apoio Anna Garcez simboliza solidariedade e esperança, garantindo que ninguém enfrente o câncer sozinho. Que o nome Anna Garcez seja para sempre sinônimo da solidariedade que nos move e da esperança que aqui compartilhamos. Seu sonho vive, e continuará a viver.
Fonte: AMO.
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet com br
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais
Foto: Redes Sociais/ Reprodução
Publicação compartilhada do Portal A8SE, de 10 de setembro/09/2025
Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais; Bombeiros acompanham situação
Vídeo mostra risco de afogamento na Praia dos Artistas, na Coroa do Meio, e população cobra sinalização no loca
Por Redação do Portal A8SE
Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais; Bombeiros acompanham situação
Um vídeo que alerta para o risco de afogamento na Praia dos Artistas, localizada na Coroa do Meio, Zona Sul de Aracaju, está sendo amplamente divulgado nas redes sociais nesta quarta-feira (10). A gravação também faz um apelo para que haja sinalização adequada na área.
No vídeo, um popular relata que um trecho da praia apresenta um canal profundo próximo à margem, o que representa perigo para banhistas. Ele destaca que, apesar da bandeira vermelha do Corpo de Bombeiros, que indica risco elevado, muitas pessoas continuam frequentando o local. "Como formou essa faixa de areia que antigamente não tinha, o pessoal está vindo tomar banho", explica.
Durante a gravação, ele também relata uma situação de risco que presenciou com um pescador na localidade. “No instante tem um senhor pescando ali, ele desceu sem saber da profundidade, perdeu a vara e teve dificuldade para voltar", afirma, ao mencionar que o trecho pode ter mais de dois metros de profundidade.
Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) informou que já está ciente da situação e que adotará as medidas necessárias para avaliar e atuar da melhor forma possível, sempre com o objetivo de garantir a segurança da população e dos frequentadores da praia.
Texto, vídeo e imagem reproduzidos dos sites: a8se.com/noticias e YouTube
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
Deu no New York Times: Sergipe e a Segunda Guerra Mundial
Artigo compartilhado do site INFONET , de 4 de setembro de 2025
Deu no New York Times: Sergipe e a Segunda Guerra Mundial
Por Dilton Cândido Santos Maynard (Blog Getempo/infonet)
Professor do Departamento de História da UFS
Bolsista Produtividade CNPq e líder do Grupo de Estudos do Tempo Presente. Coordenador do Projeto Segunda Guerra Mundial no Nordeste Brasileiro: cotidiano e transformação social, apoiado pelo Edital FAPITEC/SE/FUNTEC N° 01/2024 – PROGRAMA DE AUXÍLIO AO DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA – UNIVERSAL.
Helen Post Papers, Arquivos do Museu Amon Carter de Arte Americana, Fort Worth, Texas. Disponível em: https://www.cartermuseum.org/collection/man-reading-new-york-times-handwritten-notes-about-newspaper-headlines-and-permission
Deu no New York Times em 25 de agosto de 1942: “a cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe, será apagada todas as noites, e quem estiver nas ruas após as 23h será preso”. Foi assim que as consequências imediatas dos torpedeamentos de navios mercantes, ocorridos poucos dias antes, em pleno litoral brasileiro, em águas da Bahia e de Sergipe, começaram a repercutir na imprensa estrangeira. O jornal New Orleans State, por exemplo, no mesmo 25 de agosto, informou sobre a tragédia: “seus navios, engajados no comércio costeiro, foram torpedeados em suas costas. Muitos brasileiros foram mortos nesses ultrajes”.
Dias antes, em 21 de agosto, o jornal El Telégrafo afirmou que o Equador, “como os demais países da América, sentiu-se profundamente comovido e profundamente indignado, ante o temerário e premeditado ataque dos submarinos alemães ao comboio de navios mercantes brasileiros, que navegava em calma viagem territorial do Brasil, muito próximo ao litoral”. Pouco depois, em 28 de agosto, o presidente cubano Fulgêncio Batista assinou o Decreto-Lei nº 2390, condenando o ataque. Os afundamentos provocaram a declaração de guerra do Brasil à Alemanha e à Itália, naquele que, conforme o historiador escocês Neil Lochery, foi descrito pelos estadunidenses como o nosso próprio “Pearl Harbor”, em alusão ao ataque japonês aos EUA em dezembro de 1941.
Mas, afinal de contas, o que ocorreu? Na noite de sábado, 15 de agosto, em águas de Sergipe, pouco depois do jantar, os tripulantes e passageiros do navio mercante Baependy sentiram o impacto e o estrondo provocado pelo ataque do submarino alemão U-507. Além do Baependy, o Araraquara, que também navegava na região, foi torpedeado na mesma noite. Outro navio, o Aníbal Benévolo, estava a cerca de 7 milhas das praias sergipanas quando foi atacado. Pouco depois, foi a vez do Itagiba, que navegava com 179 ocupantes, sendo 119 passageiros e 60 tripulantes. O navio teve parte dos náufragos resgatada pelo Arará (com 35 tripulantes) já no domingo. Atento todo o tempo, o Kommandant do submarino nazista esperou os náufragos subirem a bordo e, em seguida, também torpedeou aquela embarcação.
Os frutos da ofensiva submarina do U-507, os náufragos e destroços do Baependy, do Aníbal Benévolo e do Araraquara, chegaram às praias da região sul de Sergipe. Cadáveres foram parar nas proximidades da Praia de Atalaia, em Aracaju. Restos de gente, corpos nus, mutilados, corroídos, inchados apareceram e chocaram os habitantes da capital, além de Estância e dos povoados Praia do Saco e Porto Mato. Ao final, os ataques mataram tripulantes das embarcações, passageiros militares e civis. A tragédia não poupou nem mesmo crianças. No caso do Baependy, embarcação com maior contingente (eram 323 pessoas, sendo 73 tripulantes e 250 passageiros), que transportava filhos de oficiais do 7º Grupo de Artilharia de Dorso, nenhuma sobreviveu, como observou o cronista Santos Santana em Aracaju dos meus amores, livro de 1983.
E a pacata Aracaju não estava preparada para tamanha tragédia. Tudo precisou ser improvisado. Os sobreviventes que chegaram à capital foram distribuídos entre os hotéis da cidade, a exemplo do Hotel Central, Hotel Rubina, Hotel Marozzi, Avenida Hotel, Hotel Sul Americano. Além do Hospital de Cirurgia, o Palácio do Governo, o Quartel do 28º Batalhão de Caçadores e até mesmo as casas de algumas pessoas da cidade acolheram náufragos. E, com as vítimas, também chegaram às praias diversos pertences pessoais, tais como joias, roupas, sapatos, carteiras etc.
No entanto, essas peças não serviram apenas para identificação dos corpos. Elas também instigaram a cobiça de alguns. O saque aos mortos, embora combatido e criticado, ocorreu com uma frequência maior do que imaginamos. O exemplo de Nelson de Rubina, acusado de furtar três anéis do corpo de Virgínia Auto de Andrade, é talvez o mais conhecido na historiografia regional graças ao trabalho de Maria L. Pérola Barros, autora do livro O Senhor dos Anéis na Aracaju que viu a Guerra: o caso de Nelson Rubina (1942-1943), recentemente publicado pela Editora Manacá. Outro exemplo, também envolvendo joias, ocorreu com Eduardo Alexandre Bauman, um segundo-tenente de 27 anos, cujo corpo foi encontrado na Barra de São Cristóvão pelas autoridades apresentando “esmagamento parcial de partes moles – dos dedos anular e médio da mão direita e uma contusão da região frontal”, fruto do esforço feito para arrancar dele a aliança.
Como se pode perceber pelos casos acima, os torpedeamentos trouxeram consequências nefastas ao cotidiano dos sergipanos. Noticiados por jornais de diversas partes do mundo, o susto, o assombro e o medo conviveram com o desejo, a ganância e o senso de oportunidade. Todavia, destacamos que os estudos históricos pouco exploraram tais saques, tais posturas nada elogiáveis diante do horror. Por essa mesma razão, é importante lembrar que não apenas a gente mais simples, a “arraia miúda”, roubou dos mortos. Gente viva, muito viva, situada em posições não tão desprestigiadas assim da pirâmide social, se beneficiou em meio à confusão dos torpedeamentos. Essa é uma história que precisará ser escrita. Essa e muitas outras.
Texto e imagem reeproduzidos do site: infonet com br/blogs/getempo
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Conheça os detalhes da nova ponte Aracaju-Barra
Publicação compartilhada do site F5 NEWS, de 3 de setembro de 2025
Conheça os detalhes da nova ponte Aracaju-Barra
Governo do Estado assina edital para licitar obra de R$ 1,1 bilhão Política
Por F5 News
O Governo de Sergipe vai assinar, nesta quarta-feira (3), no Palácio dos Despachos, o edital de licitação da nova ponte entre Aracaju e Barra dos Coqueiros. O investimento previsto é de R$ 1,117 bilhão em um complexo viário que inclui a ponte e três viadutos interligados, considerado estratégico para a mobilidade urbana da Grande Aracaju.
O projeto, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Sedurbi), prevê uma estrutura de 1.260 metros de extensão e 24,20 metros de largura, com quatro faixas de rolamento, ciclovia central e passeios para pedestres. O gabarito de navegação será de 25,20 metros de altura livre e 200 metros de largura, atendido por um trecho estaiado de 484,20 metros.
A ligação partirá da Avenida Delmiro Gouveia, em Aracaju, até a Rodovia José de Campos, em Barra, com rótula alongada para ordenamento do tráfego. O plano também inclui três viadutos urbanos na Delmiro Gouveia, revitalização da avenida, baias de ônibus, ciclovia e cerca de 5 km de sistema viário.
Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), conduzido pela Adema, foram avaliadas cinco alternativas de traçado, consolidando a opção mais viável para reduzir desapropriações e preservar áreas de mangue e alagados. O documento prevê programas ambientais que podem reduzir em até 81% os impactos negativos, além de medidas de mitigação para fauna, vegetação e qualidade da água.
A nova ponte deve aliviar a sobrecarga da Ponte Construtor João Alves, diminuindo congestionamentos e melhorando o tempo de deslocamento na região metropolitana.
Os próximos passos incluem a análise técnica do EIA/RIMA, realização de audiências públicas e deliberação da Adema sobre a Licença Prévia, condição necessária para o avanço do cronograma de obras.
Texto e imagem reproduzidos do site: www f5news com br
segunda-feira, 1 de setembro de 2025
24ª Parada LGBT+, na Orla de Atalaia, em Aracaju-SE.
Fotos: Igor Matias
Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 31 de agosto de 2025
Governo de Sergipe celebra a diversidade e reafirma compromisso com inclusão na 24ª Parada LGBT+
Gestão estadual reforça papel na construção de sociedade mais justa e democrática em evento que promove visibilidade à causa e defesa dos direitos humanos
O Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e da Secretaria Especial de Cultura (Secult), marcou presença pelo terceiro ano consecutivo na Parada LGBT+, garantindo a participação de artistas no evento. Com o tema ‘Envelhecer é Resistir’, a 24ª edição da Parada reuniu milhares de pessoas, neste domingo, 31, na Orla da Atalaia, em Aracaju, em um grande ato de celebração, visibilidade e defesa dos direitos humanos.
Promovido pela Associação de Travestis e Transgêneros de Aracaju (Astra), o evento contou com apresentações de Karol Conká e de diversos artistas sergipanos, além de performances que exaltaram a cultura e a diversidade local. A programação incluiu ainda o Circuito do Orgulho, que levou às ruas de Aracaju uma série de ações de mobilização e conscientização, como pit-stops educativos, debates sobre saúde, empregabilidade e combate ao preconceito, além de atividades artísticas e culturais.
O presidente da Funcap, Gustavo Paixão, destacou a relevância do apoio governamental a iniciativas que unem cultura, diversidade e cidadania.“A Parada LGBT+ é um símbolo de resistência, orgulho e visibilidade. Para a Funcap, apoiar esta iniciativa é reafirmar o compromisso do Governo do Estado com a promoção da diversidade cultural e o respeito às diferenças. Nosso papel é valorizar a pluralidade como parte do patrimônio cultural do estado e contribuir para uma sociedade mais inclusiva e democrática”, ressaltou.
Já para o secretário Especial da Cultura, Valadares Filho, o evento representa um marco de cidadania e de fortalecimento das políticas públicas em defesa da diversidade. “A Parada LGBTQIAPN+ é um ato de visibilidade, cidadania e respeito. O Governo de Sergipe tem o compromisso de apoiar iniciativas que ampliam os direitos humanos e fortalecem a diversidade cultural. Estar junto deste movimento é reafirmar o papel do Estado na construção de uma sociedade mais inclusiva, democrática e justa”, destacou.
A coordenadora da Parada e fundadora da Astra, Tathiane Araújo, destacou o caráter amplo do evento, que vai além da celebração cultural e reforçou ações de conscientização social e direitos humanos.
“A Parada é uma manifestação pública que se desdobra em diversos setores da sociedade, promovendo cultura, turismo, conscientização sobre direitos humanos e debates sobre saúde e questões sociais. Este é um dia de celebração, em grande parte ligado à expressão cultural LGBT, que a cada ano avança ainda mais com o apoio da Funcap e da Secult. Nosso objetivo é valorizar os artistas sergipanos, garantindo recursos para que eles possam abrilhantar o evento e consolidar a Parada de Sergipe como uma das maiores do Brasil, reconhecida pelo seu caráter cultural e pela promoção dos direitos humanos”, afirmou.
Encantamento geral
A apresentadora Markíbia Mazort, responsável por conduzir as atrações da 24ª Parada LGBT+, ressaltou a pluralidade do evento e o impacto do apoio institucional na valorização da diversidade. Segundo ela, a Parada é mais do que uma festa: é um momento de união, resistência e amor.
“Essa é uma causa marcada pela pluralidade, e com o apoio do Governo e da Funcap conseguimos tornar a Parada ainda mais linda e significativa. Estamos aqui para abrilhantar um dia que celebra a nossa luta, a nossa voz e o nosso orgulho. Ame o diferente, ame o ousado — porque no fim, o que nos une é o amor. Aqui, cada gesto, cada sorriso e cada abraço reafirma que a diversidade é a nossa maior riqueza”, declarou.
Já a cantora sergipana Gardênia Mel, uma das atrações do palco (SOBRE)VIVER, ressaltou a importância da comunidade LGBT+ em sua trajetória e enfatizou o significado do tema deste ano. “Sou profundamente grata à comunidade LGBT+, que sempre acreditou no meu trabalho e me fortaleceu ao longo da minha carreira. Hoje, celebrar a diversidade com o tema ‘Envelhecer é Resistir’ é uma emoção enorme. Estar neste palco é uma honra e uma forma de contribuir para a visibilidade e o empoderamento da comunidade”, afirmou.
Quem também marcou presença na Parada foi a cantora Karol Conká, que subiu ao trio levando muita animação e energia ao público. “Estou muito feliz de estar aqui, em Sergipe. Recebo muitas mensagens de fãs sergipanos pedindo shows e estava ansiosa para esse momento. Fico emocionada por fazer parte de um evento tão importante. A Parada é um espaço de diálogo, de resistência e de luta por respeito. Aqui, celebramos o amor, a liberdade de ser quem somos e tratamos de assuntos urgentes para toda a sociedade. É uma alegria imensa cantar para vocês e compartilhar dessa energia tão poderosa”, declarou a artista.
Público aprova
O maquiador Ryan Mateus, 22 anos, ressaltou a relevância da Parada como um espaço de resistência e união da comunidade. Para ele, o evento representa não apenas uma celebração, mas também a reafirmação da luta por liberdade e respeito. “A nossa comunidade já enfrenta tantas dificuldades no dia a dia, e esse é o momento em que a gente se reúne para celebrar a diversidade e reafirmar a nossa liberdade. É um ato de resistência e também de alegria”, classificou ele.
A sergipana Hanna Bonfante, que atualmente mora na Irlanda, participou da Parada acompanhada da tia, Elma Santana. Para ela, estar presente foi uma forma de reforçar valores de respeito e igualdade. “É importante mostrar que temos respeito pela orientação sexual de cada pessoa e compreender que todo mundo é igual, que toda forma de amor é válida”, sublinhou Hanna.
Já Elma enfatizou a alegria em ver a valorização da cultura local dentro da programação. “Esse apoio do Governo é maravilhoso. Fiquei surpresa e muito feliz com o palco (SOBRE)VIVER, que neste ano foi um espetáculo à parte.”
O advogado Lucas Ernesto destacou que a Parada LGBT+ é um momento de resistência e de reafirmação de direitos. Segundo ele, a celebração vai além da festa, pois carrega uma pauta fundamental para a sociedade.“O direito à igualdade precisa ser garantido a todos, sem exceção. A transfobia é um crime, e combater esse preconceito é uma luta diária que carrego comigo. Estar aqui, celebrando com tanta gente unida pela diversidade, mostra que estamos avançando e que Sergipe tem dado exemplo de acolhimento e respeito”, afirmou.
O casal Suelle Nascimento e Lisley Kelly Serafim também marcaram presença na Parada LGBT+ e elogiaram o caráter acolhedor do evento. Para Suelle, a celebração vai muito além da festa. “Está sendo um momento maravilhoso, que acolhe e abraça a todos. É um espaço inclusivo, cheio de significados para nós. Estar aqui é mostrar que temos o direito de ser felizes e que o preconceito precisa ficar no passado”, ressaltou.
Lisley reforçou o clima de alegria e respeito que tomou conta da Orla de Atalaia. “Não tem como melhorar essa festa. Aqui, encontramos tudo: alegria, igualdade, diversidade e, acima de tudo, muito amor. O mais importante é ser feliz do jeito que cada um quiser”, concluiu.
Igualdade e respeito
Além de apoiar a Parada pelo terceiro ano consecutivo e reforçar a visibilidade da causa, o Governo de Sergipe mantém o compromisso com a garantia de direitos da população LGBTQIAPN+. Entre as iniciativas estão o programa ‘Trans Retifica’, que oferece suporte e isenção de taxas para o registro de nome social, e o Trabalho Digno Transforma, que promove cadastro para empregos e capacitações, ampliando oportunidades e fortalecendo a inclusão social.
Texto e imagens reproduzidos do site: www se gov br
sábado, 23 de agosto de 2025
(...) Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943)
Capa do livro O senhor dos anéis na Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943).
Publicação compartilhada do BLOG INFONET, de 21 de agosto de 2025
Getempo
Aracaju, uma página de conto de fadas ou policial?
Maria Luiza Pérola Dantas Barros
Doutoranda em História Comparada (PPGHC/UFRJ)
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)
E-mail: perola@getempo.org
Uma cidade pacata, com pessoas honestas e solidárias: era assim que autoridades, como o chefe de Polícia Enoch Santiago, descreviam Aracaju no início dos anos 1940. Talvez essa descrição não dê conta de apresentar uma cidade que passava por um crescimento populacional considerável, com uma vida social pulsante e um comércio de proporções significativas, com destaque para as ruas João Pessoa e Laranjeiras.
Casas de comércio diversas, cinemas, cafés, bares, restaurantes ou mesmo pontos de encontro, como a Ponte do Imperador, eram locais de sociabilidade que existiam na cidade nesse período e reuniam desde homens de negócio a senhoras que consumiam os filmes hollywoodianos. Um outro comércio também se destacava: a prostituição. Combatida pelas medidas higienistas do Estado Novo (1937-1945), essa era uma prática conhecida em locais de Aracaju como o Vaticano, o Beco dos Cocos ou mesmo a Zona do Bomfim.
Nacionalmente, a cidade era ainda apresentada como uma “festa para os olhos” , devido à modernização pela qual passava. Podemos ter uma ideia de tal processo modernizador por meio de periódicos ilustrados, como a Revista da Semana que, na edição de 30 de setembro de 1939, fazia circular, entre seu numeroso público leitor, as feições de uma Aracaju em que os “cornoros arenosos, de conformação caprichosa, cederam o passo ás ruas e avenidas ideadas com rigorismo mathematico, numa opulencia de perpendiculares e paralelas”. Um processo que, afirmava-se, ocorria a passos largos, fazendo com que as casas rudimentares e modestas cedessem lugar ao modernismo arquitetônico, dando feições à cidade de algo que saía de “uma pagina de conto de fadas”, e que se transformava “como se tivesse uma vara de condão a modificar-lhe o aspecto”.
Porém não tem como falarmos da cidade nesse período sem remeter ao episódio dos torpedeamentos das embarcações brasileiras, pelo submarino alemão U-507, entre 15 e 17 de agosto de 1942, no litoral sergipano e baiano, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-945). Em poucos dias, mais de 600 pessoas perderiam suas vidas, seus parentes buscariam respostas, e muitos corpos e pertences passariam a chegar às praias sergipanas, como a Praia de Atalaia.
Em pouquíssimo tempo, a cidade precisaria se adaptar àquela nova conjuntura, o que sucedeu àquele evento certamente fez que de conto de fadas, Aracaju parecesse saída de um conto policial: Nelson de Rubina, um conhecido comerciante de artigos diversos, se destinou, na manhã de 18 de agosto, à Praia de Atalaia e furtou três anéis de uma daquelas vítimas.
Há mais de 80 anos, esse fato resultou em investigações envolvendo pessoas conhecidas da época, e na prisão de Rubina. Hoje, tal fato é o cerne do livro que vem a público, intitulado: O senhor dos anéis na Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943), objetivando pensar o cotidiano de Aracaju no contexto que antecedeu os torpedeamentos em 1942 em nosso litoral, como essas notícias foram divulgadas na imprensa local, nacional e internacional, e o desenrolar propriamente dito do feito de Nelson de Rubina.
Assim como eu me impactei outrora com a descoberta de toda essa trama em nossa cidade, espero que muitas outras pessoas possam conhecer esse fato que também faz parte da nossa história, enquanto aracajuanos, sergipanos, brasileiros. Uma boa leitura!
A versão e-book dessa obra, que atende aos parâmetros de acessibilidade para pessoas com baixa visão, já está disponível para download gratuito e pode ser acessada clicando no Link abaixo:
https://drive.google.com/file/d/1gQ64fzyVsvKdx3yjmwBdwP_5wx9tVgAp/view
Texto produzido no âmbito do Projeto “O senhor dos anéis na Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943)”, coordenado pela Profa. Ma. Maria Luiza Pérola Dantas Barros, apoiado pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (FUNCAJU), a partir do edital nº 009/2023 Paulo Gustavo em Aracaju.
Clique no Link abaixo, para saber +
https://blogminhaterraesergipe.blogspot.com/search/label/-%20NELSON%20DE%20RUBINA
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/getempo
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
Dia do Folclore traz a importância e valorização das manifestações culturais
Publicação compartilhada da Agência de Notícias Alese, de 21 de agosto de 2023
Dia do Folclore traz a importância e valorização das manifestações culturais
Por Paulo Renan
O Dia do Folclore Brasileiro é comemorado nesta terça-feira, 22 de agosto. A data foi criada com o intuito de alertar para a importância e valorização das manifestações folclóricas no país. O dia também faz referência à primeira vez que a palavra ‘folclore’ foi utilizada para fazer referência aos costumes de um povo.
Em Sergipe, a data é marcada por várias manifestações culturais em todo o estado, através dos Cacumbi; Cangaceiros; Chegança; Guerreiro; Lambe Sujo e Caboclinho; Maracatu; Parafusos; Reisado; São Gonçalo; Taieira e Zabumba. A atividade contempla ainda ações desenvolvidas por grupos folclóricos do ciclo junino, a exemplo dos Bacamarteiros; Batucada; Samba de Coco; Sarandaia e Pisa-Pólvora.
Nos anos de 2016 e 2017, a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe incluiu no Calendário Oficial Cultural do Estado de Sergipe a Festa do Mastro de Capela, pela Lei Nº 8.098 (cerimônia em que um grupo de pessoas levantam um tronco de árvore. É uma tradição ancestral, de origem pagã, que simboliza a força e fertilidade masculina); o movimento acontece anualmente no período junino. A Legislação contempla também, por exemplo, o Dia do Capoeirista, celebrado no dia 26 de novembro, devido a Lei Nº 8.299.
De acordo com o historiador sergipano Pedro Abelardo, é preciso valorizar as raízes folclóricas. “O folclore é uma data importante pra gente lembrar das riquezas das criações culturais que os povos fazem. Em Sergipe, podemos lembrar de manifestações folclóricas como o Reisado, Chegança, Parafuso e demais elementos que representam nossa cultura popular. Falar do folclore resgata nossa identidade cultural, crenças e valoriza nossas raízes. O [dia] 22 de Agosto é uma data para refletirmos, porque é uma forma de valorizar o que é nosso e reforçar nossa identidade como povo, e conhecer o que é nosso, sem desmerecer o que nossa população produz”, destacou o pesquisador.
Manifestações sergipanas
Estão expostas no Largo da Gente Sergipana oito esculturas de representações folclóricas sergipanas: Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso.
Lambe-Sujos e Caboclinhos
A festa que acontece sempre mês de outubro data de antes mesmo da abolição da escravatura e é muito comum nos municípios de Laranjeiras e Itaporanga D’Ajuda. Nela se apresentam dois grupos, que através de uma dramaturgia forte retratam o combate entre negros e índios. O folguedo começa com a luta dos índios para resgatar sua princesa que foi roubada pelos negros. Além dos combates, o canto e a dança enriquecem a dramaturgia, que tem seus personagens definidos.
Reisado
Inspirado no costume de louvar o nascimento de Jesus com cantos e danças, a manifestação teve origem em Portugal e chegou ao Brasil através da colonização. Por lá, a festa começava no Natal e se encerrava na festa de Santos Reis. Conhecida por Reseiras, aqui no Brasil a festa passou a se chamar de Reisado e tem o Nordeste como território de referência. Os cantos e danças são bem presentes na folia, na qual participam elementos humanos, fantásticos e animais.
São Gonçalo
O louvor ao santo é bem difundido em Portugal e no Brasil está presente em diversas regiões. Aqui em Sergipe, existem grupos do folguedo nos municípios de Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras, Pinhão, Poço Verde, Riachão do Dantas, São Cristóvão e Simão Dias. Trata-se de uma dança ritual, com registros na Bahia datados de 1718, destinada inicialmente para pagamentos de promessas feita a São Gonçalo. Mas além da devoção, existem algumas lendas envolvendo a história do santo, sendo uma delas a de que antes de se tornar frade franciscano, ele foi marinheiro e resgatava mulheres do pecado.
Taieira
Inicialmente chamada de Talheira, a festa já acontecia na Vila de Nossa Senhora da Purificação e Santo Amaro, na Bahia, em festejos importantes como nas comemorações pela celebração do casamento de Dona Maria I com Dom Pedro III, de Portugal e Algarves, realizado em junho de 1760. A festa recebe forte influência africana, ligada ao culto nagô e se apresenta como louvor aos santos protetores dos negros, Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Trata-se de uma dança-cortejo de intenção religiosa e acontece nas festas de seus santos de devoção, no Natal, Ano Novo e dia de Santos Reis. Nesta festa, a rainha das Taieiras é laureada, com a coroa de Nossa Senhora do Rosário, pousada sobre sua cabeça, pelo Padre, durante a missa.
Cacumbi
Acredita-se que a folia seja resultado da evolução e junção de elementos de outras danças e folguedos. Pode ser encontrada em vários municípios brasileiros, com várias identificações a depender da região. Originalmente o Cacumbi remete a uma luta entre um rei negro e um chefe caboclo, sempre vencido pelo rei. Também em homenagem aos padroeiros dos negros São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, o grupo é composto apenas por homens, que obedecem ao som marcante e ao apito que coordena os passos, vestidos com calça branca e camisa amarela. Os personagens são o Mestre, o Contra-Mestre e os dançadores e cantadores.
Bacamarteiros
O termo bacamarteiro ou bacamartista trata-se de uma denominação militar do integrante da infantaria do Exército Imperial Brasileiro, destacado na Guerra do Paraguai, referindo-se ao soldado que manuseava o bacamarte, uma arma de fogo de cano curto e largo, carregada com pólvora seca e com um poder de fogo mortal. Com o fim da guerra e o passar do tempo, o bacamarte se tornou um instrumento de defesa pessoal e das propriedades, principalmente no nordeste brasileiro. Já no período junino ele é utilizado como um desafio à valentia.
* Com informações do Governo de Sergipe
Foto: Divulgação
Texto reproduzido do site: al se leg br