domingo, 2 de novembro de 2025

Obra biográfica e ficcional do artista Véio

Foto: Julia Rodrigues

Publicação compartilhada do site INFONET, de 31 de outubro de 2025

Obra biográfica e ficcional do artista Véio é lançada no Museu da Gente

A obra é biográfica e ficcional, produzida pelas filhas de Véio

Bonecos de pau – a felicidade de Véio, esse é o título do livro recém lançado em parceria com a renomada editora Martins Fontes, sobre a história de vida do artista sergipano Cícero Alves dos Santos, o Véio. A obra é biográfica e ficcional, produzida pelas filhas de Véio, Júlia Katiene e Katiuscia Santos, em que elas contam a história de vida do artista numa linha do tempo que vai desde o início de suas produções em cera de abelha até os dias atuais.

No livro, para cada passagem do tempo Véio criou uma obra, totalizando em 30 obras inéditas.

De acordo com uma das autoras e filha do artista, Bonecos de pau não fala apenas do artista e de arte, fala de resiliência , limites, aridez ( humana), loucura e velhice. “A nossa ideia foi prestar uma homenagem à painho em vida, bem como trazer ao público a sua história de vida sob a nossa ótica. O público leitor irá se deparar com a arte rasgando e poetizando tudo o que é doloroso, e muito mais”, disse Júlia Katiene.

Bonecos de Pau teve o seu lançamento realizado na noite de ontem, dia 30 de outubro, no Museu da Gente Sergipana, para um público restrito. Porém, a obra já está disponível para a venda através da editora Martins Fontes e conta também com uma versão em inglês para o público internacional que acompanha e prestigia o sergipano mundo afora. “Antes do artista, apesar de ter começado muito novo, tem um ser humano por trás, e quando esse ser humano virou homem mesmo, veio uma família por trás, então nós quisemos trazer a beleza da arte, mas também com a aridez da luta, porque esse conjunto forma algo completo. Era um desejo nosso, como se faltasse nos livros biográficos que já foram escritos, então nós fizemos uma biografia romanciada”, destacou Katiuscia Pereira.

O homenageado da obra também colaborou com ela e sentiu-se honrado e emocionado com a versão sobre ele contada por suas filhas. “Esse foi um trabalho em equipe, mas partiu delas. E hoje, estou muito feliz, cercado pelas pessoas que eu gosto e que valorizam meu trabalho, família, amigos, colecionadores, e feliz também em ver as minhas obras, que estão aqui expostas no Museu, que foram feitas a partir da produção do livro, em uma exposição tão bonita”, celebrou Véio.

O livro está disponível para venda na editora Martins Fontes e a exposição “Bonecos de pau, a Felicidade de Véio”, está sendo exibida no Museu da Gente Sergipana, de terça a domingo, das 10h às 15h, até o dia 23 de novembro.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet com br

Centro Cultural Palácio Museu Luiz Antônio Barreto


Elias Melo, responsável pela confeccção da 
escultura de Luiz Antônio Barreto

Prefeita Emília Corrêa sanciona lei que 
homenageia Luiz Antônio Barreto


A viúva Raylane Navarro Barreto ficou emocionada com
 o reconhecimento da prefeitura de Aracaju

Irmão do homenageado, Artêmio Barreto

Paulo Amado é amigo de longa data de Luiz Antônio Barreto

Fotos: Karla Tavares/Secom PMA

Publicação compartilhada da Agência Aracaju de Notícias, de 1 de novembro de 2025

Prefeita Emília Corrêa sanciona lei que homenageia Luiz Antônio Barreto

Em uma solenidade marcada pelo reconhecimento à cultura sergipana, a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, sancionou, nesta sexta-feira, 31, a lei que denomina o espaço do Centro Cultural de Aracaju como Centro Cultural Palácio Museu Luiz Antônio Barreto. A cerimônia, realizada na Praça General Valadão, contou com a presença dos vereadores Isaac Silveira, autor do projeto da homenagem, Alex Melo e Lúcio Flávio, além de secretários municipais, familiares do homenageado, artistas e representantes da sociedade civil.

A prefeita destacou a importância de preservar a memória e valorizar personalidades que contribuíram para a cultura de Sergipe. “É emocionante transformar o Centro Cultural em Palácio Museu Luiz Antônio Barreto. Aqui vamos respirar cultura, como ele sempre defendeu. Essa homenagem é justa e reconhece o valor de quem fez tanto por Aracaju e por Sergipe. Transformar o Centro Cultural em Palácio Museu Luiz Antônio Barreto é algo emocionante. Aqui, no marco zero da nossa cidade, essa é uma homenagem mais que justa. É um gesto de justiça e de gratidão, que reconhece o valor de quem fez tanto por Aracaju e por Sergipe.”, afirmou Emília Corrêa.

O secretário municipal da Cultura, Paulo Corrêa, explicou que a homenagem nasceu de um compromisso da atual gestão. “Desde o início, a prefeita enfatizou a importância de Luiz Antônio Barreto e decidiu que faríamos essa homenagem, com o Centro Cultural levando seu nome e a instalação de uma estátua para que todos possam sentir sua presença simbólica”, disse o secretário.

A viúva do homenageado, Raylane Navarro Barreto, destacou a sensibilidade e a justiça do reconhecimento."Eu considero a homenagem, além de bela, justa, nobre e muito merecida. Luiz Antônio foi, em vida, um exemplo de como cultivar e valorizar a cultura local, preservando um acervo que guarda a história do nosso Estado. Essa homenagem é justa justamente por ser muito merecida. A prefeita está de parabéns; é de se esperar sensibilidade de mulheres, e ela honrou o gênero ao fazer com que essa homenagem saísse do papel. Só tenho a agradecer. Essa é uma homenagem que nos permite reconhecer nossas expressões culturais e garantir que as gerações futuras possam também conhecer e preservar esse legado. Luiz Antônio representa bem aqueles que fizeram e continuam fazendo pela cultura sergipana”, destacou Raylane.

O irmão do homenageado, Artêmio Barreto, também ressaltou a importância do gesto.“Hoje eu vejo o primeiro reconhecimento do poder público. Os amigos sempre reconheceram, a imprensa também, mas agora isso vem de forma institucional. Fico feliz de ver meu irmão sendo lembrado com justiça e respeito”, disse emocionado.

Amigo de longa data de Luiz Antônio, o escritor Paulo Amado relembrou o legado do intelectual. “Conheci Luiz Antônio em 1965. Ele foi um grande sergipano e merece todas as homenagens”, declarou.

O artista Elias Melo, responsável pela escultura inaugurada, falou da emoção de retratar o amigo. “Conheci Luiz Antônio nos anos 80, e foi um prazer enorme trabalhar na obra. Finalizei em cerca de dois meses”, contou.

A programação contou ainda com apresentações culturais do Grupo Parafusos e do artista Pedrinho o Cara, além do descerramento da estátua. O evento foi encerrado com o show da Banda Água Viva, animando o público presente.

Texto e imagens reproduzidas do site: www aracaju se gov br

sábado, 1 de novembro de 2025

Centro Cultural de Aracaju, hoje > Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto



Texto publicado originalmente no site da PMA, em 24 de outubro de 2025 

Centro Cultural de Aracaju passará a se chamar Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto

Secult Aju

A Câmara Municipal de Aracaju aprovou o Projeto de Lei nº 362/2025, de autoria do vereador Isac Silveira, que denomina o prédio onde funciona o Centro Cultural de Aracaju como Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto. A proposta, será sancionada pela prefeita Emília Corrêa, em evento festivo, que vai acontecer no Centro Cultural no dia 31 de Outubro, fechando as comemorações do mês da Sergipanidade. Com o ato, o Executivo Municipal reconhece a relevância intelectual, artística e histórica de um dos maiores expoentes da cultura sergipana e o espaço cultural passará oficialmente a ostentar o nome de Luiz Antonio Barreto, em justa homenagem à sua trajetória marcada pela dedicação à arte, à educação, à pesquisa e à preservação da memória sergipana.  

Para o secretário municipal da Cultura, Paulo Corrêa, a homenagem demonstra o compromisso da gestão com a valorização dos grandes nomes da cultura local. “Já era urgente que os órgãos culturais do nosso estado e da nossa cidade prestasse homenagem a esse grande historiador, professor e agitador cultural que foi Luiz Antonio Barreto. O ‘Senhor Sergipanidade’ como ele era conhecido por todos os seus estudos relacionados ao pertencimento do nosso povo, poder prestar essa homenagem neste mês tão significativo para o nosso povo sergipano, é de grande valor cultural para nossa cidade.” 

 Além do ato de sanção do PL, o evento contará com uma programação cultural especial. Será montado na praça General Valadão um palco para apresentações do Grupo Parafusos, de Pedrinho O Cara, finalizando o evento com o show da Banda Água Viva. Ainda para homenagear Luiz Antonio Barreto o Centro Cultural irá fixar uma estátua de bronze em tamanho real feita pelo artista plástico Elias Santos. A mudança de nome para Palácio-Museu Luiz Antônio Barreto simboliza, além do reconhecimento ao legado do pesquisador, o fortalecimento da identidade cultural de Aracaju e o compromisso da Prefeitura em manter o espaço como um ambiente vivo, aberto à arte, à educação e à memória do povo sergipano. 

 Centro Cultural  

O Centro Cultural de Aracaju, administrado pela Secretaria Municipal da Cultura (Secult) e pela Funcaju, é um dos mais importantes equipamentos culturais da capital. O local, que é o marco zero da capital e o prédio mais antigo da cidade, abriga exposições de arte, mostras fotográficas, espetáculos e ações formativas que estimulam o diálogo entre tradição e contemporaneidade. Instalado em um prédio histórico, o centro se tornou um ponto de encontro entre artistas, pesquisadores e o público, reafirmando diariamente o papel da cultura como instrumento de identidade, pertencimento e desenvolvimento social. 

 Luiz Antônio Barreto

 Nasceu em Lagarto, Sergipe, em 10 de fevereiro de 1944, filho de João Muniz Barreto e Josefa Alves Barreto. Ainda que nascido no interior, grande parte de sua trajetória foi construída em Aracaju e outros centros culturais do estado.  

Na juventude, Barreto buscou formação diversificada: cursou Direito em Aracaju e no Rio de Janeiro, e estudou música e literatura, o que o dotou de uma base intelectual ampla para suas investigações culturais.  Essa versatilidade também se refletiu no modo como ele abordava o tema da cultura, não apenas como algo erudito, mas como um fenômeno vivo, que pulsa nas tradições populares, no folclore, nas festas populares, nas memórias locais. 

 Barreto foi jornalista, escritor, pesquisador e gestor público. Dirigiu a Galeria de Arte Álvaro Santos (1971–1973), foi Secretário Municipal de Educação e Cultura de Aracaju (1979–1981), Secretário de Estado da Cultura (1995–1997) e Presidente da Academia Sergipana de Letras (1981–1983). Publicou 29 livros e atuou com destaque na imprensa e em instituições como a Fundação Joaquim Nabuco e o Centro de Pesquisas de Sergipe (PESQUISE). Faleceu em Aracaju, em 17 de abril de 2012. 

Texto reproduzido do site: www aracaju se. gov br

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto

Nova logo do Centro Cultural de Aracaju que vira
 Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto

Luiz Antonio Barreto: 13 anos silenciado, o que é uma big ingratidão

Paulo Corrêa: “Devemos lembrar que LAB foi quem 
botou na ordem do dia a expressão sergipanidade”

Publicação compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 23 de outubro de 2025

Governo de Emília Corrêa garante à memória de Luiz Antonio Barreto o que todo Sergipe nega há 13 anos: reconhecimento!

Por Jozailto Lima* (
Coluna Aparte)

Ponto alto para a atitude da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, PL: através do Governo dela, a capital sergipana vai fazer homenagens merecidíssimas, mesmo que com atraso de mais de 13 anos, a uma das pessoas mais importantes do pensamento, da inteligência e da cultura sergipana, que foi Luiz Antônio Barreto.

Tudo começa com a elevação do Centro Cultural de Aracaju, a antiga Alfândega, ali na Praça General Valadão, à condição de Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto, a ser inaugurado no dia 31 deste mês, a sexta-feira da semana que vem - vindo com o bônus de uma estátua dele em tamanho natural. LAB, como chamavam-no os mais próximos, foi jornalista, escritor - um dos maiores pesquisadores e produtores de conteúdos sobre o folclore -, político sergipano e dono da melhor e mais generosa memória sobre sergipanidade e seus afetos e desdobramentos.

LAB foi secretário de Estado da Educação, da Cultura, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Sergipe, fundou encontros culturais memoráveis de Sergipe, como o de Laranjeiras, Foi pesquisador emérito da vida e da obra de Tobias Barreto e fundador e diretor do Instituto Tobias Barreto, entre tantas outras atividades.

Ele nasceu em Lagarto no 10 de fevereiro de 1944 e faleceu 17 de abril de 2012, como consequência de um diabetes que degradou-lhe o coração e as energias. Era uma das pessoas mais generosas sob o céu de Sergipe quando o assunto era compartilhar conhecimento num tempo em que os dados não estavam nessa grande biblioteca universal que é o google.

Apesar do peso e do alto significado dele, Sergipe agiu solenemente para silenciar Luiz Antonio depois da morte - ano passado teria feito 80 anos, e nada sobre ele. A Universidade Federal de Sergipe, por exemplo, nunca lhe reconheceu a importância e nunca lhe deu o título de Doutor Honoris Causa tão banalizado atualmente pela instituição, apesar de grupos sociais importantes terem recorrido a sucessivos reitores nestes 13 anos e todos meteram o rabo entre as pernas.

Para dizer que o silêncio não foi sepulcral, no Governo Déda foram repostos em catálogo os 11 volumes da obra de Tobias Barreto que houvera sido reeditada antes por ele - isso graças à ação do homem público, pesquisador e amigo Jorge Carvalho, que mesmo assim foi mal compreendido por oponentes falaciosos.

De modo que a atitude da Secretaria de Cultura do Município de Aracaju - Secult Aju –, a se materializar neste mês de outubro, se reveste de grande significação. A estátua dele foi concebida pelo artista Elias Santos, o que garante uma ótima simbologia diante da importância deste artista.

“Na verdade, aproveitando que estamos em outubro, o mês da sergipanidade, o Governo de Aracaju vai fazer três homenagens em uma à memória e à importância de Luiz Antonio Barreto, porque, para se fazer justiça, devemos lembrar que Luiz Antonio foi quem botou na ordem do dia a expressão sergipanidade, que tenta, com leveza, nos ressignificar diariamente. Isso aconteceria neste dia 25, mas não foi possível por causa da agenda da prefeita Emília Corrêa, e ficou para o diz 31, a próxima sexta-feira”, disse à Coluna Aparte Paulo Corrêa, secretário de Cultura do Município de Aracaju.

“Luiz Antonio Barreto foi um intelectual importante que partiu e nunca recebeu uma homenagem justa, e agora o Centro Cultural de Aracaju passará a se chamar Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto,com a devida aprovação da Câmara Municipal da cidade e a partir do dia 31 deste mês, quem estiver entrando neste Palácio-Museu, na Praça General Valadão, vai dar de cara, do lado direito, com uma estátua dele em tamanho natural”, reforça Paulo.

“Além disso, como uma terceira homenagem, teremos a “Exposição Vida e Obra de Luiz Antonio Barreto, o Senhor Sergipanidade”. Esta exposição tem a Salete Martins, diretora do próprio Palácio-Museu Luiz Antonio Barreto, como curadora geral. O professor Jorge Carvalho do Nascimento, amigo e uma espécie de cultor da obra de Luiz Antonio, foi convidado e escreveu uma sinopse biográfica que vai constar ao lado da estátua do escrito homenageado”, reforça Paulo.

Segundo Paulo Corrêa, o desembargador aposentado Artêmio Barreto, irmão de Luiz Antonio Barreto, foi convidado para ver os detalhes da homenagem e da estátua esboçada, que está em processo de tintura ainda, recebendo o bronze, e fez algumas observações. “Ele disse que achou perfeita”, diz Paulo.
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* Jozailto Lima - É jornalista há 42 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Com colaboração da jornalista Tatianne Melo.

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica com br/coluna-aparte

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

'A tal da selfie', por Rian Santos

Legenda da foto: Três boêmios em uma Aracaju de sonhos: outra leitura

Artigo compartilhado do site JLPOLÍTICA, de 14 de outubro de 2025

A tal da selfie
Por Rian Santos

Em quarenta anos, quando um desocupado fuçar as nossas lembranças, encontrará algo diferente de tanta pose, as caras e bocas compartilhadas nas redes sociais? Desconfio que não, e temo pela brevidade das tais “selfies”, a imagem que resta do tempo presente.

Há algo de muito errado na sociabilidade contemporânea. Os amigos ainda se encontram, claro, falam alto e bebem com o mesmo entusiasmo de sempre.

A julgar pelo registro das melhores farras, contudo, não passamos de um bando de mariposas atraídas pelo brilho efêmero do flash. A mesma postura rígida, o mesmo sorriso paspalho na cara de toda a gente.

A consciência da imagem projetada em ambiente digital acabou com os brindes comovidos dos pinguços. Há exceções, naturalmente. Mas, via de regra, quem passa os olhos nos posts dos amigos encontra tudo, menos a vibração singular de um momento. 

As fotografias amareladas dos mais velhos ensinam um comportamento diferente. Em certa oportunidade, o poeta Amaral Cavalcante, amigo saudoso e também um tantinho saudosista, postou o instantâneo de um encontro ocorrido em mil novecentos e bolinha, fim dos anos 60, início dos 70, sabe-se lá onde, em uma Aracaju de sonhos, talvez. 

Ele, Sérgio Botto e Clínio Carvalho Guimarães. Nenhum dos três olha para a câmera, entronados em si mesmos, concentrados como estavam nas notas derramadas por um violão.

O ícone do Instagram é uma máquina fotográfica estilizada. Estilizados, no entanto, fomos todos nós - homens e mulheres simplificados, figuras de aspecto decorativo, um ser humano inteiro, amor e fúria, mudado em um contorno, reduzido em linhas gerais.

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* Articulista Rian Santos: É jornalista profissional. 

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolítica com br

'Tesouros de Sergipe', por Isabele Ribeiro

Legenda da foto: Temos uma civilização original à espera de nossas experimentações

Artigo compartilhado do site JLPOLÍTICA, de 22 de outubro de 2025

Tesouros de SergipeCompartilhar
Por Isabele Ribeiro *

Já não é novidade a minha paixão por Sergipe. Sou o tipo de sergipana que a qualquer oportunidade aproveita pra se gabar de como é bom morar num Estado que tem rio e mar juntos no meio da sua principal cidade ou como tudo fica a dez minutos de distância.

Mas nem Indiana Jones daria conta de tantos tesouros que esse pequeno Estado esconde e, o que me é um grande martírio, que os próprios sergipanos não sabem nem da metade das riquezas que seu próprio lugar guarda.

Foi em meados de 2016 que conheci uma das figuras mais diferentes e geniais que pude conhecer na minha breve jornada até ali: Saulo Barreto e os projetos do hoje chamado The Human Project, que constrói tecnologias sociais para resolver problemas com dois grandes aprendizados que trago comigo até hoje: pensamento à longo prazo, comunidade como co-construtora das soluções com olhar global com raiz local bem fincada.

Foi no povoado Crasto, na beira do mangue, em Santa Luzia do Itanhy, município no litoral sul do Estado, que pude visitar a Biblioteca Luminescência e a Casa do Cacete, uma pequena marca de camisetas ilustradas pelos sergipanos. A biblioteca com estantes recheadas de livros de arte, design e tecnologia. 

No meio do povoado. Vi meninos da comunidade se tornarem ilustradores de marcas como Osklen e Morena Rosa e empreendimentos como a Uca, que produz deliciosas geleias de mangaba com gosto de Sergipe. Mas isso não é nem um por cento do tanto da potencialidade que esses projetos geraram como resultado até hoje.

Há sergipano que talvez não saiba, mas a tal luminescência que citei é um fenômeno causado pelo fitoplâncton nas águas do mangue, com um brilho no escuro que encantaria a qualquer um. Em locais como a belíssima ilha de Boipeba, na Bahia, transformam o fenômeno em negócio com passeios noturnos para aventureiros que se arrisquem no caiaque.

Indo pro outro lado do Estado, no litoral Norte de Sergipe, para a minha e nossa esperança, alguns negócios ousados já enxergaram o potencial dos passeios no mangue e passeios de barco pra comer ostra com ribeirinhos, como é o caso do Paka Bangalôs, considerada a única pousada incluída no Roteiro de Charme do Estado com oito bangalôs muito aconchegantes, com detalhes de extremo bom gosto, música e comida boa pra relaxar. O melhor de tudo: fica há mais ou menos uma hora e meia de Aracaju.

Pacatuba é um desses ouros que precisamos desbravar. O que me deixa animada é que o Governo não só está de olho, como está em pleno movimento para sua potencialização turística, planejando boas novas por lá.

Quem sabe não é a nossa nova Praia do Forte, que está nas graças do sergipano como destino certo há anos pra relaxar nas pousadas baianas e o tradicional almoço com moqueca no final da tarde na vila?

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* Articulista Isabele Ribeiro: É arquiteta, urbanista e empreendedora à frente do Grupo Gambiarra. 

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica com br

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Escultura do Caju, monumento icônico da capital sergipana

Dia da Sergipanidade: GBarbosa restaura escultura do Caju,
 monumento icônico da capital 
 Foto: Divulgação

Publicação compartilhada do site CLICK SERGIPE, de 20 de outubro de 2025

Rede supermercadista celebra orgulho e regionalidade ao revitalizar a obra do artista plástico Eurico Luz, no bairro Coroa do Meio

Por Shirley Vidal

Aracaju, 20 de outubro de 2025 – No vai-e-vem da ponte Godofredo Diniz, entrada do bairro Coroa do Meio, em Aracaju, encontra-se o icônico Caju gigante, obra do artista plástico Eurico Luiz. Em forma de um caju e com símbolos da regionalidade ilustrados em sua parte central, o monumento é um dos marcos da capital sergipana e foi revitalizado pela rede supermercadista GBarbosa por meio de uma parceria público-privada com a Prefeitura de Aracaju. A entrega do monumento revitalizado à população será em uma data simbólica: no Dia da Sergipanidade, celebrado na próxima sexta-feira, 24 de outubro.

Feito de concreto aparente e com 8 metros de altura, o trabalho de restauração do Caju, que se encontrava em estado de degradação, foi liderado pelo artista visual Fábio Sampaio com a participação do artista Bené Santana e de uma equipe especializada. "A minha poética vem da rua e esse caju ensolarado de Eurico me levou a ver a realidade por outros caminhos, que me fizeram idealizar o ‘Cajucidade’ há 15 anos", conta Fábio. Foram necessários oito dias para revitalizar a escultura e preservar suas cores originais em respeito ao trabalho de Eurico Luiz.

Uma das maiores empregadoras do Estado e presente no dia a dia de milhares de pessoas, o GBarbosa fortalece sua regionalidade ao promover ações que valorizam a cultura local. "A restauração do Caju é o nosso presente a todos os sergipanos e para aqueles que se encantam com essa cultura forte e singular. Com cores vibrantes, a obra expressa a diversidade, as tradições e a alegria do estado que é a terra natal do GBarbosa, que muito nos orgulha e inspira todos os dias a entregar o nosso melhor”, ressalta Theodoro Tortoro, gerente de Marketing da rede.

Sobre Eurico Luiz

Natural de Araçatuba, São Paulo, o artista plástico Eurico Luiz viveu em Sergipe por 26 anos, deixando sua assinatura não apenas no Caju, mas em vários monumentos históricos da cidade, como as obras no entorno do Iate, a exemplo do Monumento Tropical, na Av. Ivo do Prado. Formado em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes do Estado da Bahia, sua arte retrata o sentimento de pertencimento às terras sergipanas. O artista faleceu em 9 de dezembro de 2014.

Sobre o GBarbosa

Fundada em 1955, a rede GBarbosa está presente nos estados de Sergipe, Bahia, Alagoas, Ceará e Pernambuco, reunindo mais de 200 unidades, entre super/hipermercados, farmácias, Eletro Shows. Desde 2007 integra a Cencosud Brasil, um dos maiores grupos supermercadistas do país.

Sobre Cencosud

A Cencosud, cujo propósito é Servir de forma extraordinária em cada momento, é uma das maiores e mais prestigiadas varejistas da América. Com operação em seis países, reúne mais de 120 mil colaboradores, 1.510 lojas e mais de 3,6 milhões de m² de área de vendas. Sua estratégia multiformato abrange Supermercados, Home Centers, Lojas de Departamento, Shopping Centers e Serviços Financeiros. Além disso, impulsiona linhas de negócio inovadoras como Cencosud Media e marcas próprias, integrando tecnologia para aprimorar a experiência do cliente. Mais informações: www cencosud com

Texto e imagem reproduzidos do site: www clicksergipe com br 

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

O torpedeamento do Araraquara em 1942, o Tenente Verçosa e a d. Alaíde Lemos

 Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 15 de outubro de 2025

O torpedeamento do Araraquara em 1942, o Tenente Verçosa e a d. Alaíde Lemos
Por Marcelo Rocha *

Uma das revoluções do pensamento histórico ocorridas no século XX foi aquela capitaneada pela Escola dos Annales. Marc Bloch e Lucien Febvre em oposição ao foco nos jogos políticos e relações de poder entre autoridades e países, voltaram suas atenções à complexidade dos indivíduos e das sociedades, pois os tais jogos de poder são incapazes de demonstrar profundamente como é uma sociedade e seus integrantes.

Nesse sentido, muito falamos sobre os torpedeamentos em nossa costa em 1942 dentro de tais relações de poder, mirando assim a Segunda guerra e a Europa, pouco dando atenção aos eventos mais humanos, como saber mais detalhadamente sobre os sobreviventes, quem eram, como viviam e o que o destino lhes ofereceu naquele trágico evento. É a partir desse mote que nos atentaremos aqui as Histórias de Verçosa e Alaíde, que viajavam a bordo do Araraquara.

O Tenente de Intendência José Castelo Branco Verçosa viajava em companhia de sua família – esposa e filho, tendo se perdido deles na ocasião dos torpedeamentos, após dar na costa e levado à Estância e Aracaju, permaneceu por dias, dolorosa e implacavelmente, buscando sua família no nosso litoral. A sua imagem desolado, após o reencontro trágico, rodou o país.

“Em mar ou terra, o sofrimento não escolheu lugar. No canto esquerdo da foto, policiais sergipanos examinam despojos à beira-mar, já do outro canto, no direito, percebe-se um homem sentado na duna, isolado e cercado pela vegetação de restinga. Era o 1 o Tenente José Castelo Branco Verçosa, náufrago do Araraquara, usando calça comprida e camisa manga longa xadrez obtidas em Aracaju. Ele está desolado, pois se deparou com os cadáveres da sua esposa e filho na praia. Após dias de buscas no litoral de Sergipe, a verdade veio à tona. Com uma mão segura o chapéu e com a outra ampara a cabeça com o ar de desespero. Há um vazio no meio da imagem que parece gritar.”(Luiz Antônio Pinto Cruz, 2017)

Como se dizia à época, pouca lhe era a fortuna naquele momento, apensar de em algum momento saber de uma sobrevivente de nome Castelo Branco, o que talvez lhe dera alguma esperança, logo destruída, pois Vilma Castelo Branco não era a sua esposa. Essa sobrevivente, era uma atriz que viajara com o pai que infelizmente também sucumbira aos torpedeamentos.

Pouca sorte também tivera a sobrevivente Alaíde Lemos Lins Cavalcanti, que viajava em companhia do marido – o SubTenente Luiz Cavalcante, seus filhos pequenos e do irmão, o Sargento Valdemar Lemos. Alaíde esperava encontrar a família, pois o marido mandara salvar-se pois ele cuidaria das crianças, quando do ataque ao Araraquara. Alaíde muito sofreu até achar terra firme em Estância, após quase dois dias lutando pela sobrevivência nas águas, semidespida em uma baleeira danificada com outros náufragos.

Infelizmente não os reencontrou. Na sua tragédia pessoal, todos os seus familiares são tragados pelas águas do atlântico e, diferente do Tenente Castelo Branco Verçosa que dolorosamente encontra os corpos da esposa e filho, sequer lhe é dada a opção de enterrar os seus.

Vejamos aqui a trágica ironia inversa do destino, se o militar Verçosa perdeu a esposa, Alaíde perdeu o esposo militar.

Um outro militar entraria nessa história, apesar de não estar a bordo de nenhuma das embarcações afundadas naquele 1942, era o Sub Tenente Francisco Alves Pereira, que em Pernambuco aguardava a chegada da sua esposa e três filhos que viajavam no Araraquara.

Segundo Luis Antonio Barreto, Francisco ao saber do torpedeamento da Araraquara, chega a Aracaju e através das declarações dadas por Alaíde, descobre que sua família também não resistira ao ataque alemão. Pereira então voluntaria-se à FEB, indo lutar na Europa. Certamente pesara na decisão, além da questão de ser militar, a devastação causada Harro Schatch – comandante de U-Boat 507, ao torpedear o Araraquara e exterminar sua família.

Mas a vida, o destino, que intercruzara as duas Histórias de Castelo Branco Verçosa e Alaíde Cavalcante, ainda não cessara seus caprichos.

Em seu regresso, em 1945, Pereira reencontra Alaíde, com se casa logo no ano seguinte e, em 1950, estabelecem ambos moradia definitiva em Aracaju, onde morariam na rua Terêncio Sampaio. Luis Antonio Barreto acreditou na possibilidade de eles optaram por não ter filhos, diante da tragédia compartilhada por ambos. Viveram em Aracaju desde 1950, reservadamente, até a morte de ambos nos anos 80.

Apesar de toda a descrição, Alaíde e Pereira ainda foram homenageados por ocasião da inauguração da rodovia dos náufragos em fins de 1980.

O tenente Verçosa por anos continuou a prezar pela memoria dos seus queridos Ruth e Nilton, mandando celebrar missas naquele mesmo dia 15 de agosto. Dividiria seu estar entre as lotações militares e o Recife que nunca abandonaria. Era de tradicional familia militar, tendo como irmãos o Marechal do Ar Manoel Narciso Castelo Branco e o Brigadeiro Olegário Castelo Branco Verçosa, além do primo (e Marechal) o ex presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Seguiu sua carreira concorrendo promoções até ingressar na reserva remunerada em 2 de fevereiro de 1966 e efetivar sua reforma em 1974, era General de Divisão.

O nosso trágico naufrago não somente conseguiu seguir sua carreira, como também a vida. Ao que parece, refez a família casando-se com a Sra. Maria do Carmo Cruz Castelo Branco Verçosa, com quem logo teve um filho, Manoel Narciso Cruz Castelo Branco Verçosa, nome que homenageava não somente seu pai, mais seu irmão mais velho. Seu desenlace da vida deu-se em 26 de setembro de 1993, aos 87 anos.

Se Alaide e Pereira não tiveram filhos, o mesmo não houve com Castelo Branco Verçosa, pois além de Manoel Narciso, deixou mais 5 outros filhos. Três histórias dramáticas que se conectam primeiro pela tragédia e depois pelas ironias da vida. Certamente histórias, ironias e coincidências envoltas em amores familiares.

* É tenente coronel, membro da Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço. 

Texto e imagem reproduzidos do site: www destaquenoticias com br

domingo, 12 de outubro de 2025

Longa metragem retratará ataques de submarino alemão à costa sergipana

Foto: Michele Becker

Publicação compartilhada do site INFONET, de 10 de outubro de 2025

Longa metragem retratará ataques de submarino alemão à costa sergipana

Locações já começaram e acontecem em Sergipe e no Rio de Janeiro

Novo filme do diretor Caco Souza e produção da WG Produções traz Olivia Torres, William Nascimento, Gabi Britto, Wagner Santisteban, Mina Nercessian, Daniel de Oliveira, Dalton Vigh, Domingos Antonio e Leonardo Medeiros no elenco principal

No último sábado, dia 04 de outubro, começaram as filmagens do longa-metragem brasileiro CORAÇÕES NAUFRAGADOS, produção da WG Produções, com direção de Caco Souza (“Atena”, “O Faixa Preta” e “Solteira Quase Surtando”) com roteiro e produção executiva de Cacilda de Jesus (“Memórias de um agosto sangrento” e “Velho Chico, a alma do povo Xokó”).

Contando um episódio pouco explorado da memória nacional: os ataques do submarino alemão U-507 à costa sergipana, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o filme traz em seu elenco nomes consagrados da TV brasileira como Olivia Torres (do vencedor do Oscar “Ainda Estou Aqui” e da novela “Totalmente Demais”), William Nascimento (da série “Anderson Spider Silva”), Dalton Vigh (das novelas “O Clone”, “Fina Estampa” e “O Profeta”), Daniel de Oliveira (“Aos Teus Olhos”, “Cazuza: O Tempo Não Pára” e das novelas “Cabocla” e “Passione”), Wagner Santisteban (“Desapega!”, “A Grande Família: O Filme” e das novelas “Sete Pecados” e “Sandy & Junior”), Mina Nercessian (“Solteira quase Surtando”), Leonardo Medeiros (“Kardec: A História por Trás do Nome”, “O Tempo e o Vento” e “O Cheiro do Ralo”), Gabi Britto (“A Divina Farsa”), Domingos Antonio (“João, O Maestro”) e Anne Samara (apresentadora do programa de TV “Giro Sergipe”), que se encontram em Sergipe para as primeiras cenas. Além deles, o filme conta ainda com grande elenco sergipano com mais de 40 atores da região.

“Dirigir este projeto é uma responsabilidade e uma honra. Estamos contando uma parte fundamental e ainda pouco explorada da história recente do nosso país. É gratificante poder fazer isso ao lado de um elenco poderoso e de uma equipe técnica extremamente talentosa.”, diz Caco Souza, diretor do filme.

Ambientada entre o Rio de Janeiro e Sergipe, a trama acompanha Lucinda Camargo (Olivia Torres), jovem jornalista que ousa revelar sua identidade após escrever sob pseudônimo masculino, e o Capitão Francisco da Silva (William Nascimento), oficial sergipano da Marinha e líder clandestino antinazista. Entre o amor e a resistência, o casal enfrenta a repressão política e a tragédia da guerra que ceifou a vida de mais de 600 civis brasileiros.

Filmado em locações históricas do estado de Sergipe, o longa não apenas lança luz sobre um capítulo esquecido da participação do Brasil no conflito mundial, mas também reafirma o estado como cenário e polo de produção cinematográfica de relevância nacional.

“Corações Naufragados é mais do que um filme. É um tributo à memória, ao afeto e à resistência de um povo que testemunhou de perto os horrores da guerra. Nosso objetivo é transformar essa dor em reflexão e identidade cultural”, afirma Cacilda de Jesus, roteirista e produtora executiva.

A produção já conta com recursos captados pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA/BRDE) e busca alcançar tanto os circuitos de festivais nacionais e internacionais, plataformas de streaming, ampliando o diálogo entre arte, história e sociedade. A estreia de CORAÇÕES NAUFRAGADOS nos cinemas brasileiros deve acontecer em meados de 2026.

Fonte: Assessoria de comunicação

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet com br