sexta-feira, 30 de maio de 2014

Antonio da Cruz, o poeta do aço.

Foto: Nailson Moura.

Antônio da Cruz é natural de Maruim e tem uma atividade bastante movimentada no mundo artístico sergipano.
..................................................................................

Publicado originalmente no Jornal do Dia, em 21/05/2014.

Antonio da Cruz, o poeta do aço.
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

A Galeria de Artes Álvaro Santos (GAAS) abriga no próximo dia 27 o lançamento do livro Crônicas do Ateliê, um registro fotográfico de Nailson Moura dedicado ao trabalho do artista visual Antonio da Cruz. No volume, mais de 50 fotografias sequenciais em que o artista é retratado na peleja com sua principal matéria prima - o aço. O lançamento celebra 40 anos de dedicação às artes visuais e propiciou uma conversa sobre os rumos do fazer artístico no coração da aldeia.

Jornal do Dia - Ao longo de 40 anos de dedicação às artes visuais, você deve ter visto e vivido momentos muito significativos do fazer artístico no coração da aldeia.

Antonio da Cruz - Sim. Principalmente porque não tenho me limitado a ser artista, mas também um militante cultural. Lembro o quanto era difícil, na década de setenta, um jornal procurar um artista plástico fora do círculo social influente para uma entrevista. As notícias sobre uma exposição quase sempre eram notas de rodapé. Rememorando, ainda, cabe citar os festivais de arte de são Cristóvão, também muito importantes para a arte e a cultura, porque oportunizou o surgimento de muitos talentos em todas as áreas.
Foi quando participei pela primeira vez de um grande evento, em 1974. Dentre os vários momentos, o esforço de organizar artistas em associação, na década de noventa, foi penoso, mas o saldo foi positivo, porque as artes visuais ganharam realmente visibilidade e artistas, antes desconhecidos, tornaram-se notáveis, a exemplo de Fábio Sampaio, Willy Valenzuela e Márcia Guimarães. Fizemos intercâmbio com várias cidades do Brasil. Antes, em1993, realizei o projeto "Galeria em Aberto", uma exposição coletiva itinerante com oficinas de história da arte, desenho e pintura. Foi inaugurado em um bar, o "Vou Levando", hoje inexistente, do cantor e compositor Cezar, com um número de pessoas que chegou a impressionar o proprietário. Esse projeto prosseguiu durante 15 dias visitando escolas e praças, sem qualquer patrocínio.
Entre 2011 e 2013, me envolvi com o Fórum de Artes Visuais. Realizamos dois seminários sobre artes visuais. O primeiro discutiu o nosso Planejamento Estratégico e o segundo a Cadeia Produtiva das Artes Visuais. Ambos passamos para a SECULT e a Funcaju. Assim ficaram sabendo das necessidades da área. Fomos ao interior ajudar os artistas a se organizarem; participando de conferências, palestras, discutindo leis de incentivo.
Quanto às minhas atividades expositivas, coletivas foram muitas. Mais de dez individuais. Têm acontecido muitas aventuras e alguns desacertos na minha trajetória, mas com a satisfação de quem quis e quer acertar. O melhor de tudo é quando vejo obras em espaços públicos para o deleite de toda a população, como o monumento aos garis e margaridas, que tem sabor da quebra de paradigma e contestação, pois somente se ergue monumento para personagens do mundo intelectual e político e se ignora quem faz o trabalho mais penoso que resulta em bem-estar geral.

JD - Eu tenho conversado com artistas de valor reconhecido, entre os nossos, e todos me parecem muito desanimados. Apatia e frustração são constantes. A responsabilidade é dos próprios artistas, ou o poder público também tem negligenciado o papel de fomentador dessa cadeia produtiva?

Cruz - A timidez do artista local é bem conhecida, muito embora esteja melhorando. Falta também união em torno de interesses comuns. Há muita disputa vaidosa, muito mais do que disputa política. Em relação ao poder público, vivi uma experiência institucional, como diretor da Galeria de Arte Álvaro Santos, entre 2001 e 2005. Estar do "outro lado" atendendo os artistas e o público se tornou uma experiência riquíssima. Pude vivenciar os limites de um gestor público da cultura, na base do escalão, ao ter de atender as demandas.
Cheguei à conclusão de que, carrear recursos para a cultura está longe das preocupações dos gestores maiores. Na minha compreensão isto decorre de certa visão positivista desde as nossas origens, segundo a qual só cabe investir naquilo que converte esforço físico em bem materialmente consumível ou utilitário, que atenda às urgências do mercado. Para grande parte dos gestores, a cultura por si acontece e pronto. A arte ainda é vista como a possibilidade de eleitos abençoados pelo dom divino e não de quem se esforça intelectual e habilidosamente para realizar obras de arte. Num país de um povo secularmente esquecido pelo poder público, os gestores têm sempre o argumento, duro, de que tem coisas mais urgentes para tratar. Outro dia, numa rede social, um cantor sergipano bem conhecido postava uma crítica à gestão municipal da Barra dos Coqueiros por instalar uma escultura de porte monumental representando um caranguejo, quando deveria estar cuidando de questões mais imediatas. Eu reagi perguntando se, pelo fato de a saúde estar deficiente se deixa definitivamente de investir no turismo; se a segurança estiver com problema se deixa de investir em cultura? Bem, se a questão é dinamizar o universo artístico ao ponto de se gerar riqueza, os gestores podem fazer estudo de viabilidade econômica das cadeias produtivas da área cultural e verão como a cultura gera emprego, renda e faz circular bens e valores pelas cidades. Os valores são também de ordem imaterial, permanente, como o conhecimento, além da satisfação das pessoas. Os espíritos elevados cultuam a inteligência, a criatividade e usufruem dos seus feitos, seja através dos sentidos ou do intelecto; assimilam as viagens dos artistas e com eles completam as metáforas que tornam as agruras da vida menos dolorosas e sugerem que vale a pena cada dia vivido. Neste aspecto. a grandeza da arte e da cultura não se limita às razões cartesianas medidas e apreciadas pelo mercado.

JD - Um esforço notável, no que diz respeito ao registro dos valores locais, é realizado pelo colecionador Mario Britto. Há que se considerar, contudo, que o olhar particular de um colecionador não dá conta da abrangência e diversidade do que é produzido em termos de artes visuais em Sergipe. Como contemplar os impulsos dos mais jovens, ainda em vias de consagração?

Cruz - Claro. Um colecionador, obviamente, tem a sua visão particular do universo artístico. Seus desejos, percepção de realidade, estética e outros valores inerentes à arte são seus. Ponto. Agora, é importante considerar que, só a iniciativa dele é louvável e tem levado outras pessoas a repensarem suas relações com o mundo artístico, conhecendo a produção local, uma vez que Mário Britto enfatiza a sua preferência pelos artistas sergipanos. Dentre os frequentadores do seu círculo social, antes indiferentes à produção local, creio que muitas passam a ter, nas suas iniciativas, referência, e assim podem vir a fazer a mesma opção que ele fez. Quanto à questão do artista jovem não contemplado pelo olhar de um crítico, cabe observar que, outros olhares se debruçam sobre seus trabalhos. O tempo de maturação é longo e suarento. O importante é o artista não sair de cena, participar de projetos coletivos, fazer intercâmbios e se inscrever em salões pelo Brasil afora, pois, além de se tornar conhecido, o iniciante pode vir a receber prêmios.

JD - A renovação dos valores não é fundamental para a vitalidade de uma cena?

Cruz - É muito importante oxigenar a cena. Lembro que, em Sergipe, na década de setenta, era meia dúzia de artistas ditos consagrados. Medalhões, como se dizia. Na década de oitenta se destacaram Elias Santos, Bené, Edidelson, Claudio Vieira, entre outros. Na década de noventa, artistas que passaram pelas oficinas de Eurico Luiz, Elias, Bené Santana e Cláudio surgiram no cenário ganhando prêmios no Salão dos Novos da Galeria Álvaro Santos e integrando o grupo de "Emergentes" - uma seleção de Djaldino Moreno, no Cultart - e assim alçados a posição de destaque. Entre tantos posso citar Jacira Moura e Marcos Vieira. Do ano dois mil em diante muitos nomes surgiram. Ainda que tenha faltado persistência da maioria, o cenário atual tem boas novidades, a exemplo de Claudia Nem, Gabi Etinger e Victor Fabiano.

JD - Em que medida, o resgate de sua trajetória, pelo livro que vai ser lançado agora, interfere na percepção da sensibilidade local?

Cruz - O livro "Crônicas do Ateliê" é essencialmente de fotografia. É parte do "Projeto Brotando das Mãos", de Nailson Moura, que resolveu fotografar artífices, artesãos, artistas plásticos e outros profissionais que se utilizam da artesania, e, com suas habilidades manuais, fazem brotar tanto o aparato utilitário do cotidiano quanto o belo artístico. As fotos foram feitas no meu ateliê ao longo de três meses, enquanto eu trabalhava. Sob o ponto de vista da fotografia, a caracterização e valorização estética estão na opção pelo preto e branco caprichoso de Nailson Moura. Sob o meu ponto de vista, encaro o livro com maior função didática. As fotos fazem o que podemos chamar de "Narrativa Imagéticas", que é o nome da exposição dessas fotos na GAAS, aberta no dia 27 de maio, às 20 horas. No livro também estão 12 artigos escritos como colaborador da imprensa local, e que, por se aproximarem da crônica, terminaram recebendo tal status. O conteúdo das crônicas tem a ver com artes visuais. Neste aspecto é possível que, alguns pitacos meus, aquilo parecido com opinião sobre o modo de fazer arte, termine provocando boas reflexões acerca de questões estéticas.

JD - A discussão estética ainda carece de um ambiente crítico favorável?

Cruz - De discussões estéticas temos carência aguda e crônica, assim como de crítica. Ainda que saibamos da fragilidade dos artistas em geral, de aceitar um comentário mais incisivo. Mas, se em Sergipe, seja por falta de bagagem ou maturidade não se discute estética, fica a suspeita de que há um alheamento ou desinteresse proposital para se preservar, da crítica, a comunidade artística e assim mantê-la na zona de conforto.

Imagem e texto reproduzidos do site: jornaldodiase.com.br

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Fórum de Forró 2014


Infonet - São João - Quetinhas - 24.05.2014.

XIII Fórum de Forró abre festejos juninos
Rogério e Edgard do Acordeon são alguns dos homenageados

Dentro da programação oficial do Forró Caju 2014, a Prefeitura de Aracaju e a Secretaria Especial de Cultura (SEC/Funcaju) promovem o XIII Fórum de Forró. O evento marca a abertura do ciclo junino da capital.

Este ano, o Fórum homenageia os forrozeiros sergipanos Rogério e Edgard do Acordeon, além dos pernambucanos Zé Calixto e a dupla Antonio Barros e Céceu. O evento acontece nos dias 04, 05 e 06 de junho, no Teatro Atheneu, localizado na Rua Vila Cristina, 700, Bairro São José.

Criado em 2001, o Fórum do Forró tem o intuito de valorizar a história e a cultura do Forró, assim como incentivar estudos, pesquisa e debates sobre o tema. A programação desta edição inclui palestras, mesas redondas, momentos musicais, mostras e lançamento de livros.

Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/saojoao/2014

domingo, 18 de maio de 2014

Maguila vai virar filme e documentário.


Do Blog Primeira Mão, em 4 de maio de 2014.

Maguila vai virar filme e documentário.

Fã e amigo do ex-pugilista, produtor e técnico cinematográfico Josmar Bueno Junior homenageará o ídolo

(GLOBOESPORTE.COM) - José Adilson Rodrigues dos Santos nasceu no dia 12 de junho de 1958, em Aracaju-SE, e dedicou grande parte dos seus 55 anos ao boxe. Mais conhecido como Maguila, em alusão a um personagem de desenho animado homônimo criado por Hanna-Barbera, o ex-atleta vive uma luta diária contra o Mal de Alzheimer e a demência pugilística, doença atribuída aos socos sofridos nos ringues. Com 85 lutas, sendo 77 vitórias, sete derrotas e um empate no cartel, ele vai receber uma justa homenagem por tudo que já fez: terá sua vida contada em um filme e seu dia a dia em um documentário na web.

A iniciativa é do produtor e técnico cinematográfico Josmar Bueno Junior. Filho do ex-boxeadorJosmar Bueno, amigo de Maguila, ele tem o ex-campeão mundial da categoria peso-pesado como ídolo. Tudo começou quando o profissional teve uma conversa com o pai e pensou que seria justo homenagear a carreira do esportista com o que sabe fazer de melhor.

“Meu pai lutou boxe muito tempo atrás, era um cara do esporte, conheceu o Maguila e começou a ajudá-lo aqui em São Paulo. A relação sempre foi de amizade. Ele levava o Maguila para almoçar na casa dele, e eu o conheço desde garoto. Ele me levantava no colo no final de suas lutas. Eu estava conversando com meu pai um dia, disse que estava com saudades do Maguila e caiu a ficha: "Esse cara precisa ficar vivo na história com um filme". E é uma visão muito pessoal, muito distinta, dos bastidores. Sabemos tudo que aconteceu na vida dele fora o personagem, fora a mídia. Tem coisas sensacionais que precisam ser contadas”, comentou o produtor, que revela ainda que o filme terá partes ficcionais.

Andamento.

O pré-roteiro do longa já está finalizado, e Josmar está abrindo espaço para empresas interessadas para que ele saia do papel. Mas as gravações já começaram. Na verdade, juntamente com o filme, o produtor prepara um web documentário sobre o cotidiano do lutador na batalha contra o Mal de Alzheimer, descoberto há quatro anos. O material, que já vem sendo coletado há três anos, será divulgado pouco a pouco em um canal em um site de vídeos e também nas redes sociais. A ideia é colocar pessoas próximas e fãs de Maguila para dar depoimentos e contar histórias sobre ele, além de mostrar como tem sido a vida do ex-pugilista.

“Estamos fazendo um web documentário ao mesmo tempo. Mostra o processo criativo do filme e o processo dele na doença. A ideia é descobrir formas de ele ter uma melhor qualidade de vida. Vamos fazer isso até o final do filme (o objetivo é lançar a produção até as Olimpíadas do Rio, em 2016). Teremos um projeto audiovisual que entra com internet e rede social. Podemos transformar isso em uma série de TV no final. Vou começar a soltar uns vídeos na web até o lançamento do filme. Queremos tornar a coisa multiplataforma. O projeto nasce com esse DNA”, relatou Josmar, que acrescentou ainda que o longa terá uma grande preocupação estética e que será de "altíssimo padrão".

Internado.

Desde a última sexta-feira, Maguila está internado no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, com um quadro de desidratação e se alimentando por sonda. De acordo com a esposa, Irani Pinheiro, o ex-pugilista segue estável, mas ainda sem previsão de alta, e não tem interagido muito por conta da sonolência, atribuída aos medicamentos. Josmar tem ido diariamente ao local e conta que, apesar de tudo, o bom humor do "ícone" Maguila aparece constantemente.

“Ele ficou feliz demais com a ideia. Tanto ele como a Irani, que é uma mulher guerreira e o ajuda muito. A vida vai distanciando as pessoas, mas eu retomei esse contato. Esse cara gosta muito de mim, e eu, muito dele. Vai além de um projeto sobre um esportista bacana, é um prazer, uma confiança mútua. Claro, não existe herói supremo. Vamos contar a história dele, e o Maguila não tem nada a esconder. Estamos conversando com algumas pessoas para o elenco, mas essa é a parte mais dura. É complicado achar "um Maguila". Existem as características, o modo como ele falava com a mídia, e essa pureza, essa delicadeza, a doçura que ele tinha e, ao mesmo tempo, lutava boxe. É um trabalho árduo. E ele também é exigente. Preferiu não dar sugestões de nome do ator principal, mas fica brincando comigo que é difícil achar um cara tão bonito”, contou.

Museu

Além do longa e do documentário na web, Josmar ainda se articula para tentar tornar possível um sonho do ex-lutador. Nascido em Aracaju, Maguila quer ter um museu no local para criar uma exposição permanente com itens pessoais de sua carreira.

“Pensamos em montar um Museu do Maguila, em Aracaju, onde ele nasceu. Vamos tentar falar com o Governo do Estado. Ele tem uma vontade imensa de que as pessoas vejam as coisas dele. Eu peço também que, todo mundo que puder, mande mensagem para ele no Facebook. Pode gravar vídeo, mandar forças, contar histórias. Hoje recebi uma história de um cara que é linda, o cara escreveu, e o depoimento vai entrar na produção. É maravilhoso, é muito legal. No fim das lutas, ele ficava três horas mandando abraço, eu gostaria demais que as pessoas mandassem abraços. Eu tenho mostrado todos os dias para ele e isso ajuda muito”, finalizou.

Aparição pública.

Há duas semanas, Maguila apareceu publicamente durante o enterro do narrador Luciano do Vale. Abatido e emocionado, ele demonstrou toda a tristeza por assistir ao enterro do jornalista e amigo. Depois de se aposentar, ele gravou um CD de samba e tentou se eleger, sem sucesso, deputado federal. Ele e a esposa são responsáveis por uma organização não governamental. Na carreira, o boxeador tem feitos como ter sido o primeiro brasileiro campeão mundial dos pesos-pesados no dia 22 de agosto de 1975, com 37 anos. O ex-atleta já entrou no ringue com lendas como Evander Holyfield e George Foreman.

Foto e texto reproduzido do blog: primeiramao.blog.br

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Registro: XII Semana de Museus (Maio/2014)

 José Augusto Garcez.

 Obra de Horácio Hora, Peri e Ceci, 
reconstitui cena de romance alencariano

Publicado originalmente no Blog do Museu Histórico de Sergipe
MHS, em 7 de maio de 2014.

MHS NA XII SEMANA DE MUSEUS, AGENDE!

Exposição temporária
O MUSEU DE CULTURA POPULAR DE SÃO CRISTÓVÃO:
COMO SONHAVA JOSÉ AUGUSTO GARCEZ

José Augusto Garcez.

Impossível falar de museologia sergipana e não lembrar dele, no entanto, é o que aconteceu e acontece, lamentavelmente.

Quem foi o intelectual nascido em São Cristóvão (1918) que dentre suas atividades atuou no campo da museologia nas décadas de 1940 e 1950, muito antes do saber museológico ser institucionalizado enquanto curso acadêmico pela Universidade Federal de Sergipe?

Ele publicou sobre o tema a obra "Realidade e destino dos museus" em 1958, dez anos antes montou o Museu Sergipano de Arte e Tradição, ou seja, José Augusto Garcez foi da teoria a prática. Um agente cultural desta qualidade merece o título de "Pai de Museologia sergipana"?

Quer saber mais sobre este esquecido (ou injustiçado!) intelectual sergipano? O Museu Histórico de Sergipe, unidade da Secretária de Estado da Cultura, lançara a Exposição Temporária "O Museu de Cultura Popular de São Cristóvão: como sonhava José Augusto Garcez". Dia 16 de maio, sexta, 10 horas da manhã.

SARAU POÉTICO MUSA MUSEU:

Obra de Horácio Hora, Peri e Ceci, reconstitui cena de romance alencariano

Museu lembra museu, lugar mágico de poesia e música, assim começa o poema ou mais uma roda de leitura do Museu Histórico de Sergipe. Este ano o MHS já realizou a Roda de Leitura Sabores de São Cristovão e, mais recente, a Roda de Leitura Índio Cidadão (30/5). A proposta metodológica do Sarau é que durante visita monitorada os estagiários possam fazer leitura de obra literária que destaque o acervo. Exemplo: trecho da obra de José de Alencar, O Guarani que teria inspirado o artista Horácio Hora a compor Peri e Ceci em 1882. Ficou curioso? Venha para roda!

O evento faz parte da XII Semana de Museus que trás o tema "Museus: coleções criam conexões"

AGENDE:

- Lançamento a Exposição Temporária "O Museu de Cultura Popular de São Cristóvão: como sonhava José Augusto Garcez".

- Sarau Poético Musa Museu

ONDE? No Museu Histórico de Sergipe
QUANDO? dia 16 de maio
HORAS? A partir das 10:00 horas, manhã.

Fotos e texto reproduzidos do blog: museuhsergipe.blogspot.com.br


Postagem reproduzida da página do
Facebook/Minha Terra é SERGIPE,
de 13 de maio de 2014.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Jovem Fotógrafo da Nova Geração Arthur Leite


Postado no site deolhonamidia em 10 de dezembro de 2012 *

O Jovem Fotógrafo da Nova Geração Arthur Leite.
Conhecimento e Experiência Adquirida ao longo de suas Viagens!

Fotógrafo da nova geração, bacana de Sergipe. Estudante do curso de Turismo da faculdade Estácio de Sá, O Super Arthur carrega em sua história uma grande bagagem de conhecimento e experiências pra lá de adquirida ao longo de suas viagens. Morou dois anos na maravilhosa Nova Zelândia, no Pacífico Sul, país onde teve a oportunidade de conhecer a Fotografia, o que lhe rendeu grandes histórias pelas 11 regiões que explorou. Só por aqui já dar para ver que vasta experiência o rapaz tem!
A sensibilidade com que registra suas fotografias vem ganhando muitos admiradores em todo o mundo, com imagens belíssimas registradas na Nova Zelândia e pelos principais roteiros turísticos de Sergipe. Suas fotos sempre estão em evidência nos principais veículos de comunicação do País.
Será que podemos dizer que as atividades turísticas se tornam cada vez mais forte e organizada no estado de Sergipe?
Um linha de plano com objetivos a preparar um estado com ações de mais impacto, na capital para o desenvolvimento, e dando autonomia aos municípios de grande potencial turístico, e assim lavando projetos aos de mais. Em vista essas limitações, e com a falta desses planejamentos, Arthur leite nos contou dando sua opinião.

DE OLHO NA MÍDIA: O que poderia ser feito
ARTHUR LEITE: O turismo em Sergipe poderia estar bem melhor, nos tempos atuais. Muitas oportunidades foram deixadas de lado, ao longo dos anos, para melhorar a qualidade do turismo no Estado.
Vamos começar pelo Litoral Sul. O principal atrativo para exploração turística, no litoral sul é Mangue Seco, na Bahia. Para alguns empresários e Governo é muito mais interessante explorar algo que já está construído, do que investir na revitalização da Praia do Saco. Hoje a praia do Saco, que já foi um dos principais roteiros de Sergipe e eleita uma das 100 praias mais belas do mundo, pela revista francesa Grands Voyageurs’.

DE OLHO NA MÍDIA: Com sua lente consegue vislumbra o quer nessa região
ARTHUR LEITE: Quase que em total abandono. A cidade não tem estrutura nenhuma para receber turistas. Falta um bureau de informações, segurança, restaurantes, atendimento médico, ruas pavimentadas, saneamento e principalmente a auto-estima das pessoas quem moram na região. Se você olhar bem a estrutura da praia do Saco, você verá que a cidade poderia ser bem aproveitada turisticamente, se tonando um dos principais pólos de receita para o Estado.

DE OLHO NA MÍDIA: A onde está a principal fonte turística do estado de Sergipe
ARTHUR LEITE: A principal “Aracaju” fonte turística de Sergipe, aqui se encontram os principais hotéis, as principais agências que promovem o turismo receptivo, os principais restaurantes, enfim. O que falta em Aracaju é mão de obra qualificada para atender a demanda, transporte público de qualidade, para evitar o caos da mobilidade urbana e visão empreendedora por parte do Governo.

DE OLHO NA MÍDIA: Pra você quais os principais pontos turísticos de Aracaju
ARTHUR LEITE: A marina da praia 13 de julho, já se o rio Sergipe entrasse num processo de revitalização, a vida voltaria àquela região. Imagine quantas atividades náuticas poderiam ser praticadas no rio Sergipe, eventos Nacionais e Internacionais, Turismo esportivo em alta, qualidade de vida para os Aracajuanos. Se olharmos Aracaju pelo alto, veremos uma cidade perfeita para explorar o Turismo. Linda, aconchegante, hospitaleira e com uma geografia perfeita para se tornar a melhor cidade para se fazer Turismo.

DE OLHO NA MÍDIA: Qual a principal referência entre os municípios do estado de Sergipe
ARTHUR LEITE: São Cristóvão é a nossa principal referência em arquitetura, quarta cidade mais antiga do Brasil, museus e a Praça São Francisco como patrimônio da humanidade. Essa é a imagem que vendemos de São Cristóvão para o mundo.

DE OLHO NA MÍDIA: Como você ver o aproveitamento turismo para essa cidade em todos os aspectos
ARTUR LEITE: Na prática, o que pó deria ser uma visita agradável para o turista, muitas vezes acaba sendo frustrada. Outro dia estive em São Cristóvão e procurei um bureau de informações turísticas, não encontrei. Então fui até o Museu de Arte Sacra para pedir informações sobre os principais atrativos da cidade, a resposta foi bem criativa. “ Siga as torres das igrejas, que você terá uma referência” .
O museu Histórico de Sergipe, localizado em frente à Praça São Francisco é até interessante, mas o seu acervo é limitado e a grande surpresa do museu é a sala do artista Plástico, Horácio Hora. Quadros raríssimos expostos em uma sala sem climatização, o que força a entender que os curadores estão ou sem recurso para investir, ou sem a informação correta de preservação. É normal encontrar alguns museus de portas fechadas, o que limita a visitação turística. O que falta em São Cristóvão é administração do seu Patrimônio, pessoas realmente capacitadas para empreender investimentos turísticos.

DE OLHO NA MÍDIA: Laranjeira nos últimos anos esteve super em alta! Você acha que existe falta de estrutura na cidade para receber bem esses visitantes
ARTHUR LEITE: Laranjeiras, a capital sergipana da Cultura é uma cidade maravilhosa, sua arquitetura colonial, suas manifestações folclóricas e os eventos que acontecem na cidade mostram que existem pessoas interessadas em explorar o Turismo naquela região. Vale ressaltar o trabalho impecável que o atual secretário de Turismo de Laranjeiras, Irineu Fontes, desenvolve na cidade. Laranjeiras nunca esteve tão em alta como nos últimos anos. Mas a falta de estrutura da cidade é um ponto bem negativo para o Turismo. Laranjeiras não tem uma pousada, não tem um restaurante, não tem segurança, o que limita a visitação em massa do turista. Fazendo uma comparação entre Laranjeiras, São Cristóvão e Piranhas (Alagoas), essa última apresenta uma enorme variedade de estruturas turísticas, o que faz da pequena cidade, a quarta mais visitada de Alagoas.

DE OLHO NA MÍDIA: Em resumo como você conseguiu vislumbrar o litoral norte do estado de Sergipe
ARTHUR LEITE: O Litoral Norte do Estado é de uma beleza rara. O Pantanal de Pacatuba é uma das maiores áreas alagadas do Nordeste, a biodiversidade da região é muita rica, mas a estrutura da região é muito pobre, o que dificulta o acesso aos visitantes. A única estrada viável é por Pacatuba, mas no trecho que liga o povoado Lagoa Redonda, em Pirambu ao Pantanal é por uma estrada de barro, sem sinalização, sem iluminação e quando chove, somente carros com tração podem passar.
Se fosse construída uma estrada bem sinalizada ligando o Povoado Lagoa Redonda à Brejo grande, a exploração turística seria bem melhor. A única opção para o turismo no litoral Norte é a Foz do São Francisco, mesmo assim, partindo de Brejo Grande, o ponto de parada do catamarã e outras embarcações, é na praia do Pontal do Peba, em Alagoas.
Pirambu, Lagoa Redonda, Jatobá, Praia da Costa são lugares lindos, mas somente para visitar por um dia. Pirambú não tem estrutura nenhuma para comportar turistas, embora tenha um posto do Projeto Tamar, o que chama bastante atenção nos roteiros de turismo, o roteiro para quem visita Pirambu deixa muito a desejar.

DE OLHO NA MÍDIA: Depois da Novela Cordel Encantado, da rede globo. Você acha que a mídia influenciou no melhor aproveitamento do potencial turístico em xingó
ARTHUR LEITE: Parece que todos os investimentos de turismo foram destinados a Xingó, que ficou bem valorizado depois da gravação da Novela. A estrutura receptiva de Xingó é um exemplo para todas as outras regiões de Sergipe. Não tenho o que falar sobre aquela região. Xingó é principal destino turístico para quem visita Sergipe.

DE OLHO NA MÍDIA: Arthur qual o melhor destino para a prática do Ecoturismo em Sergipe
ARTHUR LEITE: Sergipe possui ótimas áreas para o ecoturismo, o Parque Nacional Serra de Itabaiana é o principal destino para esse segmento do turismo. São inúmeras trilhas, com cachoeiras, fauna e flora riquíssimas, o que faz da Serra, uma grande aventura para quem gosta de estar em contato com a natureza. Mas diante de tanta opção, os órgãos responsáveis pela Administração do parque pouco investe na região.

DE OLHO NA MÍDIA: Apurando, qual seu diagnostico a problemática dessa região e do setor turístico em geral
ARTHUR LEITE: Diagnosticar os problemas da região é muito simples, como também encontrar as soluções, que são sempre deixadas de lado. Se as principais trilhas do parque tivessem uma estrutura, para receber turistas, como vias de acesso sustentáveis, com foco de preservação, o parque receberia muito mais turistas que atualmente. Isso movimentaria a economia da região e levaria oportunidades de trabalho para a população das cidades quem fazem fronteiras com Serra de Itabaiana.Para solucionar os problemas do setor turístico em Sergipe é necessário a contratação de consultores, turismólogos, engenheiros ambientais, Administradores competentes que assumissem suas responsabilidades com o setor e que possam auxiliar o Governo da reestruturação dos principais atrativos.

Conheça mais uns dos inúmeros trabalhos fotográficos do Arthur Leite.

Em 2010, Arthur regressou ao Brasil e vem se dedicando a fotografia documental e de natureza. Em 2011, Arthur Leite venceu o concurso da Revista National Geographic Brasil:
http://viajeaqui.abril.com.br/materias/vencedor-2-sua-foto-novembro-2011

com a fotografia LAMBE SUJO, uma das principais manifestações riquíssimas folclóricas da nossa Grande Laranjeira. laranjeiras.se.gov.br/
..........................
O profissionalismo do Arthur Leite no Facebook:

*Foto e texto reproduzidos do site deolhonamidia.com

sábado, 10 de maio de 2014

Celso Pinto de Oliva

Imagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE,
 de post feito por Aída Campos, que
 compartilhou foto do Facebook/Luciana Lapa.

Feiras e barraquinhas retrato de Sergipe.

Pça Filomeno Hora - Lagarto/SE. 
Foto: Ana Libório.

Infonet - Blog Ana Libório - 18/03/2012.

Café Pequeno - Festa no interior
Feiras e barraquinhas retrato de Sergipe.
Por Ana Libório.

A feira tem, na minha vida, papel marcante com recordações da mais remota infância. Quando nasci minha avó materna morava na Praça Filomeno Hora, em Lagarto, onde existia o antigo mercado que, de fato, era um grande telheiro colonial com grossas colunas onde se amarravam cavalos.

Muitas estórias eram contadas sobre o velho mercado. Diziam as crianças que no tempo antigo, lá existia uma forca (?) e muitos juravam ouvir durante a noite o lamento dos condenados.

Nos anos sessenta o velho mercado foi demolido e a feira transferida para a parte baixa da cidade, nas imediações do extinto Tanque Grande, onde a molecada ia tomar banho e lavar os cavalos no final da tarde.
Nossa casa situada na Rua de Estância, ficava no caminho da Ladeira do Rosário, perto do novo mercado e toda segunda, ainda de madrugada, ouvíamos o ranger dos carros de boi em direção à feira e começava o dia de festa na cidade. Para as crianças dia de grande alegria comprar bois e panelinhas de barro para brincar de fazendinha e cozinhado e era, também, o dia de saber das novidades.

Qual em Macondo, povoado de Cem Anos de Solidão, que entrava em ebulição com a chegada dos ciganos e mascates, mensageiros de outros mundos, em Lagarto era na feira que se sabia de tudo e mesmo com o passar dos anos as segundas são, ainda hoje, um acontecimento especial na cidade e dia fundamental para a sua economia.

É o famoso dia da feira quando todos vindos dos povoados vão à cidade comprar, vender ou no mínimo se divertir. É a verdadeira festa do interior com todo o tipo de negócios e em anos de eleição, como esse, políticos em campanha passeiam, pedem votos e fazem comícios.

Para se ter uma ideia da importância da feira em Lagarto os pedreiros trabalham aos sábados, até mais tarde, para folgar nas segundas. É assim em Lagarto, é assim no interior de Sergipe. Cada uma no seu dia, umas às segundas, outras aos sábados, mas sempre a feira com sua profusão de tipos e produtos que retratam a vida sergipana.

As feiras ou as populares feirinhas estão arraigadas na cultura nordestina. Quem não se lembra das feirinhas de Natal com suas pescarias e jogos de argola, as barcas e o lendário Carrossel do Tobias, no Parque, em Aracaju? Quem não lembra?

Além disso nós sergipanos adoramos uma barraquinha, basta se analisar o fenômeno Orla. Por mais que se façam novos quiosques o sucesso das barraquinhas na areia é inquestionável e constante dor de cabeça para os administradores. E é assim em todos os lugares do estado onde se abre um novo negócio... Se for uma barraquinha improvisada no meio da rua, em Sergipe, sempre correrá o risco de dar certo.

Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/analiborio

Cruz feita de carros alerta motoristas em Aracaju

Foto: Portal Infonet.

Infonet - Cidade - Noticias - 09/05/2014.

Cruz feita de carros alerta motoristas em Aracaju
Monumento foi instalado com objetivo de alertar motoristas

Os motoristas que trafegam pela BR 235, na entrada de Aracaju, podem conferir uma cruz de 15 metros de altura feita com seis veículos que se envolveram em acidentes. A escultura, um Crucifixo de Carros, faz parte da “II Semana Municipal de Trânsito”, desenvolvida pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Aracaju (SMTT). A inauguração ocorreu na manhã desta sexta-feira, 09.

O monumento está instalado sobre o viaduto da Avenida Osvaldo Aranha no cruzamento da avenida Tancredo Neves com a BR-235. O objetivo é chamar a atenção os crescentes casos de acidente no trânsito. Somente em 2013 mais de cem pessoas morreram após sem envolverem em acidentes automotivos.

“A Segunda Semana Municipal de Trânsito chega ao final hoje com a inauguração da Cruz de Carros, simbolizando as vítimas de acidentes de trânsito veículos. O monumento foi colocado nesse ponto estratégico para que seja um momento de reflexão para quem chega a cidade. O objetivo é também mostrar que os órgãos de trânsito, sozinho, não vão conseguir resolver os problemas de trânsito, pois é necessário a parceria da sociedade”, alerta o assessoro de imprensa da SMTT, Flávio Vasconcelos.

Parceria

Gilmara Passos diretora a Faculdade Maurício de Nassau, unidade Aracaju, explica que o monumento Crucifixo de Carros representa o símbolo do combate à imprudência no trânsito. Segundo ela, a iniciativa faz parte da campanha “Paz no trânsito”, promovida pelo instituto de responsabilidade social do centro acadêmico.

Ela explica que o objetivo da instituição é auxiliar na educação no trânsito. “Um projeto do Instituto é conscientizar as pessoas, pois estamos, além de preocupados em educar as pessoas, mas também educar na parte de responsabilidade social” , diz.

Por Eliene Andrade.

Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/cidade

terça-feira, 6 de maio de 2014

Bittencourt Sampaio



Quem ouve os primeiros acordes e versos da modinha "Tão longe de mim distante", de Carlos Gomes, impressionando-se com a sua beleza e a espiritualidade de sua poesia, está na verdade reverenciando também o trabalho de um dos maiores vultos do Espiritismo, de todos os tempos: 

Bittencourt Sampaio.

Sergipano, nascido na cidade de Laranjeiras, a 1º de fevereiro de 1834, Francisco Leite de Bittencourt Sampaio contava então apenas 25 anos (sua parceria com o autor da ópera "O Guarani" ocorreu em 1859), mas já foi suficiente para revelar ao público o que seria um dos grandes gênios da poesia brasileira.

Segundo o prezado Zeus Wantuil, "não se sabe quando ele entrou para o Espiritismo, mas em 02 de agosto de 1873 já fazia parte da Diretoria do "Grupo Confúcio", primeira sociedade espírita surgida em terras cariocas. Lá desenvolveu sua mediunidade receitista, curando muitos doentes com remédios homeopatas.

Mais tarde (1882), já na condição de grande amigo de Bezerra de Menezes, Bittencourt fez o prodígio de transformar todo o Evangelho de João em magníficos versos decassílabos, na obra "A Divina Epopéia", por sinal, a mesma estrutura poética utilizada por Dante Alighieri na sua "Divina Comédia", pérola da literatura universal.

Advogado, jornalista, alto funcionário público e político ativo, foi deputado por sua província em duas legislaturas e Presidente (Governador) do Espírito Santo. Presidiu, também, a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Desencarnou no Rio de Janeiro, a 10 de outubro de 1895.

Já de volta à vida espiritual, foi autor de dois grandes clássicos da literatura espírita: "Jesus Perante a Cristandade" e "Do Calvário ao Apocalipse", esta última o complemento para a obra "Os Quatro Evangelhos", de João-Baptista Roustaing, prometido pelos seus espírito autores desta última.

É apontado por Fred Figner, na obra "Voltei", como o responsável pelos estudos evangélicos na pátria de Ismael.

Por tudo que fez, por tudo que é, Bittencourt Sampaio é também ... Sal da Terra.

Fonte:netsaber.com.br

Morre aos 81 anos o sergipano ‘Zé do Baião’.


Fotos: Divulgação.

Morre aos 81 anos o sergipano ‘Zé do Baião’.
Por Ricardo Marques.

Faleceu na manhã de hoje (6/05/2014), aos 81 anos, no Hospital Amparo de Maria em Estância, José de Paula Almeida, o ‘Zé do Baião’. Ele estava internado e morreu após sofrer um infarto.

Zé do Baião ficou conhecido por todo o país devido aos seus relacionamentos, ele possuía dez mulheres, era pai de 57 filhos, avô de 61 netos, tinha 151 afilhados e já havia sido casado outras 46 vezes, duas delas oficialmente.

Zé do Baião tinha uma grande influência na região de Estância, havia sido delegado por 31 anos e ganhou o apelido na pista de dança. “Eu sou bom de dança”, dizia ele sempre sorrindo.

Para manter tantos filhos e esposas, o ‘sultão sergipano’ criava gado, tinha fazendas de coco e um restaurante na Praia do Saco, que era ponto de parada para turistas e moradores da região.

Texto reproduzido do site: rederm.com.vc

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Tambores da Terra Vermelha, de Saracura


Publicado originalmente no blog Academia Literária de Vida, em 28/01/2014.

Tambores da Terra Vermelha, de Saracura
Por Maria Lígia Madureira Pina

Tambores da Terra Vermelha é o mais recente livro de Antonio Francisco J. Saracura, natural da Terra Vermelha,(Itabaiana/Sergipe), recém-empossado membro da Academia Itabaianense de Letras e seu fundador. Li, li sem querer parar o citado livro. E lembrei-me da minha mãe, reclamando: essa quando pega um livro se esquece da vida. Não se lembra de comer, de dormir... Criatura de Deus, amanhã é dia de trabalho, sete horas você tem que estar no colégio! Como hoje eu não tenho mãe para me admoestar vou entrando, noite a dentro, sem pensar nas horas, porque também estou descompromissada de qualquer trabalho.

Voltando ao livro de Saracura. Encantou-me: pelo enredo e pelas características da construção; a leveza do estilo, bordado de humor fino, mesmo nos temas mais difíceis, que não são poucos. A fidelidade aos fatos, a espontaneidade, as lembranças fluem, leves, gritam por sair, como diria Garcia Rosa. Focaliza a dureza da infância na vida do campo. O trabalho pesado imposto às crianças, tudo com humor, sem traumas, nem mágoas. As dificuldades para estudar, diante da intransigência do pai que não via vantagem nos estudos. A filosofia de vida de D. Florita, as estratégias para abordar o assunto com o marido difícil, mas sabia ser firme, quando o marido inteligente tentava driblar o seu empenho em favor dos filhos. As carnes de sol e as laranjas encaixotadas, a doença de D. Florita. O encontro do autor com a mãe, quase desenganada pelos médicos; ou operava ou teria apenas seis meses de vida. Aí Antonio, já trabalhando na Petrobrás entrou em ação, prontificou-se a pagar as despesas, em Salvador na Bahia e dobrou o pai. Saracura salvou a vida da mãe.

Saracura não retrata apenas os fatos. Ele os absorve e os traz de volta, fieis, mas envolvidos em preciações, suas, ditos e costumes da época, rebordados de simbologia.

Mas Saracura expira momentos de revolta, diante da falta de iniciativa que levava a morte as parturientes. E cita dois casos: a que teve a criança, mas morreu sem “se despachar” (sem expelir a placenta) nas mãos de uma parteira. E a outra Tila, foi um caso muito mais doloroso: a mulher morreu e a criança viva no ventre, lutando pela vida. E ninguém teve a iniciativa de salvar a criança. Saracura comenta revoltado: tantos homens, ali, acostumados a salvar bezerras, tendo a faca na cintura e nada ficaram inertes.

A morte da matriarca Santinha tuberculosa, pedia constantemente para levá-la ao médico e ninguém atendia. E Saracura expele a sua revolta. Mas eu não vou fazer uma resenha do livro de Saracura, mesmo assim quero comentar sobre o mau olhado. Eu também não acredito. Mas, ele existe. Eu tenho cá minhas provas. Ou coincidências? Sei não. E por fim lembro o reencontro com parentes que você não via há tantos anos... Tudo graças ao seu livro Os Tabaréus do Sítio Saracura. D. Lourdes, sua prima viu o livro, comprou, leu, gostou, telefonou pra você, fez o convite para um encontro. Você foi e lá ficaram os dois a relembrar o passado, como se tudo estivesse acontecendo naquele momento. É muito gratificante. Eu passei por esta experiência. Parentes que não via há mais de 40 anos... De repente recebo uma linda carta, lembrando a nossa adolescência. E quando nos encontramos parecia não ter havido aquele interregno de mais de 40 anos.

Parabéns Saracura. Foi maravilhoso, viver com você a bela experiência da sua rica vida.

Foto e texto reproduzidos do blog:
academialiterariadevida.blogspot.com.br

Sementear


Publicado originalmente no blog Academia Literária de Vida, em 28/11/2012.

Sementear.

Encantou-me o livro Sementear, do poeta, contista e artista José Sergival da Silva, membro do Movimento de Apoio da Academia Sergipana de Letras – MAC. Encantou-me pela simplicidade e sentimento com que sabe observar e apreciar a vida em seus variados aspectos. Encantou-me a sua maneira de ver, de falar sobre coisas da terra que ele ama, as lembranças vívidas da sua infância, as paisagens, o amor explodindo em tudo quanto escreve. Sergival, melhor contista ou melhor poeta? Sergival está entre os dois como um fiel de balança. Na poesia Mendigos retrata a dor da fome, da miséria que infelizmente assola o nosso povo: “Nas quitandas do mercado/ Nas noites de frio ou calor/ Dormem velhos e crianças/ Na Ponte do Imperador,/ onde reina a fome e a dor”.

Em Notícias do Nordeste canta o nosso cálido sertão, desde o Maranhão, Piauí, Ceará até as caatingas das Alagoas, Sergipe e Bahia, chamando atenção para as particularidades da terra, concitando os brasileiros a conhecê-la, antes de ir ao estrangeiro: “Por isso digo ao povo brasileiro / Antes de ir pro estrangeiro / Visitar outra nação / Venha pra cá conhecer o tal Nordeste / Companheiro se avexe / Valorize o nosso chão”.

E a delicadeza de lírios no poema Lâminas?
Vejam como a brisa corta os galhos
Sinfonia de folhas
Mansidão
O fruto, a flor, o inseto,
De todo o verde alfabeto
Respiro, inspiro, inspiração
Vejam como a ave corta os ares
Bate asas de mansinho
Corta nuvens, rumo ao ninho
Traz no bico uma canção.
Ou enaltecendo a Mulher:
Tu és a luz dos sonhos...
És brisa que suave acaricia o rosto dos anjos...
E no final: banhada de suor
pelo trabalho de tuas mãos firmes
na conquista da liberdade
Dóceis – na conquista do homem amado.
E Atitude?
Hoje não quero passar embaixo das sombras
Nem tão pouco acreditar
que tudo está escrito.
Quero sim, expor meus olhos à luz
Para que ela reflita em meu espírito...

Em todas as poesias Sergival desenha imagens e joga com as cores da vida impregnando-nos de suas emoções. E os contos? Interessantes, plenos de vida, do sabor da terra, das árvores, da infância. Trovoada misto de prosa e poesia conta-nos o que significa para o sertanejo a trovoada... a chuva tamborilando no telhado, a fartura de água nos vasilhames, antes ressequidos.

Chuva no telhado
Ronco do trovão
E o vento açoitando
As folhagens do sertão.
Raio que corisca
Um som mais estridente
E a água escorrendo
No telhado reluzente.
Goteira na bacia
Que encanta a criançada
Transformando em sinfonia
Uma forte trovoada.

Em Contos de D. Umburana, Sergival dá voz às árvores que se encolhem apavoradas com a chegada do homem carregando seus apetrechos de destruição. Em Leitura Silenciosa, lá na colina de Santo Antônio ele conversa com seu amigo, o oitizeiro, dando-nos a impressão de estar falando com um colega. E lembrando, com saudade, a infância feliz em Nossa Senhora da Glória, fecha o livro com Viagem Lunar, sonhando com um grupo de colegas, transformando um velho carro abandonado em uma nave espacial rumo ao infinito.

Parabéns, Sergival por suas poesias e contos repletos de vida, de fantasia, de sonhos, de beleza e de amor. Simples, sem rebuscamento, capazes de serem entendidos até por quem não se liga em poesias.

Maria Lígia Madureira Pina.

Foto e texto reproduzidos do blog:
academialiterariadevida.blogspot.com.br

Ponte Gilberto Amado


Ponte Gilberto Amado.

A Ponte Gilberto Amado não tem esse nome por acaso. Como seu homenageado, é referência de grandeza na história do nosso estado e no coração de cada sergipano.

Gilberto de Lima Azevedo Souza Amado de Faria nasceu em Estância, região sul de Sergipe, em 1887. Escritor, jurista, diplomata e político brasileiro, Amado migrou logo cedo da província para a metrópole. Aos 21 anos, já era conhecido entre as figuras de primeiro plano do mundo literário graças a seu trabalho jornalístico no Rio de Janeiro, para onde se mudou após a formatura em Direito em Pernambuco. Aos 28 anos, o povo sergipano traduziu em voto o desejo de vê-lo como Deputado Federal, sendo eleito outras duas vezes, em 1921 e 1924 para o mesmo cargo, e para senador em 1927, ano em que também foi Diretor da Caixa Econômica Federal.

A Revolução de 1930 pôs fim à Primeira República e também à carreira política de Gilberto Amado. Sempre interessado nas questões sociais e políticas do Brasil, é nessa época que Gilberto volta-se inteiramente para os seus trabalhos, estudos e pesquisas. A dedicação lhe rendeu os convites para servir ao país como embaixador no Chile, Finlândia, Itália e Suíça. A partir de 1948 foi membro, e muitas vezes presidente, da Comissão de Direito Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU). Foi membro da Academia Brasileira de Letras em 1963. Publicou um grande número de obras, entre memórias, romances, crônicas, estudos filosóficos e político-sociológicos. Um estanciano que elevou o nome do Brasil e o orgulho de Sergipe.

Assim como o escritor, a ponte erguida sobre o Rio Piauí, tem o espírito arrojado e inovador do povo sergipano. Ao estabelecer a ligação entre os municípios de Estância e Indiaroba, a Ponte Gilberto Amado vai interligar todo o litoral sul Sergipano ao litoral norte da Bahia...

Fonte: e-sergipe
Foto e texto reproduzidos do site:
e-sergipe.com/noticias/pontegilbertoamado

Luciano Vieira Nascimento (1931 - 2014)


Infonet - Cidade - Noticias - 02/05/2014.

Morre aos 82 anos o empresário Luciano Vieira Nascimento
O motivo da morte, falência múltiplas dos órgãos.

Faleceu nesta madrugada,2, aos 82 anos, o empresário Luciano Vieira Nascimento, nascido no dia 03 de outubro do ano de 1931, na cidade de Aracaju. O motivo da morte, falência múltiplas dos órgãos. Luciano exerceu suas atividades a frente da Cocil Côco Industrial S/A, indústria pioneira como fabricante e distribuidor do leite de côco no Brasil. Membro fundador do Conselho de Administração do Estado de Sergipe, foi Presidente da FIES - Federação das Indústrias do Estado de Sergipe, Diretor do SESI e SENAI Sergipe. Sócio Fundador da afiliada da Rede Globo- TV Sergipe, Ex presidente da JUCESE- Junta Comercial de Sergipe.

Exerceu, ainda, a função de Radioamador com o prefixo PY6RY. Como cristão, Luciano exerceu papel relevante na igreja católica desempenhando a preparação de homens para o conhecimento e desenvolvimento da fé cristã como cursilhista. Atuou, ainda, como membro da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, do Salesiano e recebido o cargo de Ministro da Eucaristia. Luciano também marcou presença como Leão no Lions Clube de Aracaju. Uma instituição mundial, que tem como objetivo ajudar a quem, de fato, precisa. Ela dá poder aos voluntários para que possam servir suas comunidades e atender às necessidades humanas, fomentar a paz e promover a compreensão mundial.

O empresário também foi destaque na política sergipana exercendo o cargo de Senador - Suplente do Senador Lourival Batista, foi Fundador do Partido Liberal, tendo recebido a comenda de presidente emérito do referido partido. Luciano também é detentor de Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar, maior honraria parlamentar concedida pelo poder Legislativo de Sergipe. O empresário deixa esposa, Evanina Botto de Barros Nascimento, cinco filhos, Maria de Fátima Botto Nascimento, José Luciano Botto Nascimento, João Augusto Botto Nascimento, Rita de Cássia Botto Nascimento, Carlos Antônio Botto Nascimento,doze netos e Oito bisnetos. O sepultamento será no Cemitério Santa Izabel às 16h. O velório está sendo realizado no Osaf.

Com informações da família.
Fotos: arquivo da família.

Imagem e texto reproduzidos do site: infonet.com.br