segunda-feira, 26 de abril de 2021

Correio de Sergipe ENTREVISTA Ester Fraga Vilas-Bôas

Legenda da foto: Professora Doutora Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento  - Crédito da foto: Ascom/UNIT

Publicado originalmente no site do jornal CORREIO DE SERGIPE, em 24 de abril de 2021

“Sei da minha responsabilidade”, afirma nova imortal da ASL

Por Wilma Anjos

Nesta segunda-feira (26), às 15, a Professora Doutora Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento assumirá, em ambiente virtual, a cadeira de número 22 da Academia Sergipana de Letras. Professora reconhecida no meio universitário, escritora e pesquisadora, a mais nova imortal do estado foi eleita com 32 votos para assumir a vacância deixada pelo acadêmico e ex-governador de Sergipe, João Alves Filho, morto em novembro de 2020. Professora Ester falou de sua trajetória até chegar a esta conquista. Confira a conversa:

Correio de Sergipe: A senhora declarou que ser imortal é um sonho realizado. Já se sente com dever cumprido ou tem muito a produzir ainda?

Ester Vilas-Bôas Carvalho: Não compreendo como dever cumprido, mas como puro prazer! Ingressar na Academia Sergipana de Letras era uma aspiração que eu nutria desde que comecei a publicar os meus livros. E agora que adentro a esta instituição, na vaga do imortal João Alves Filho, sei de minha responsabilidade em dar continuidade à produção do conhecimento e da cultura para Sergipe e para o Brasil.

CS: A iniciativa de se candidatar foi sua?

EVBC: Sim. Manifestei este sonho à amiga Maria Luzia da Costa Nascimento, escritora e membro da Academia Sergipana de Letras. Recebi dela forte estímulo, que me levou a decidir pela candidatura quando tomei conhecimento da vacância da Cadeira 22, até então ocupada pelo imortal João Alves Filho.

CS: Por razões óbvias da pandemia, sua posse será em ambiente virtual, mas parece nem isso ofuscou sua alegria, não é mesmo?

EVBC: De maneira nenhuma! Estou muito feliz e grata a Deus e a todos os meus familiares e amigos em poder compartilhar com eles esse momento tão especial em minha vida!

Este novo mundo que estamos construindo tem nos mostrado que o espaço virtual, remoto, digital, é tão concreto e real, quanto o espaço que aprendemos a denominar de físico. Temos aprendido a conviver, dar e receber carinho através das telas, dos smartphones.

CS: Sua trajetória acadêmica foi prontamente reconhecida pelos 32 votos que a elegeram para a sociedade. Já imaginava que seu nome tinha tanta projeção assim na Academia?

EVBC: Comecei a fazer contato com as acadêmicas e os acadêmicos que integram essa Casa de Cultura. E fui surpreendida com a boa receptividade que encontrei, com o ambiente favorável ao ingresso de mais uma mulher na Academia. E, com o reconhecimento recebido pela minha obra, conferido pelos nomes mais importantes das letras e da vida intelectual de Sergipe que tem assento na ASL.

Com a minha eleição, e a expressiva votação que recebi, tive a honra de perceber a quantidade de amigos que torceram pelo meu ingresso. Agradeço, portanto, a todos os acadêmicos que acreditaram na contribuição que poderei dar a esta instituição e me elevaram à imortalidade. E dirijo um agradecimento especial ao imortal e Presidente da Academia Sergipana de Letras, José Anderson Nascimento e ao imortal Jorge Carvalho do Nascimento.

CS: Entre as obras que já publicou, existe alguma que o resultado mais a satisfaça?

EVBC: Cada livro que publiquei resulta de um processo de investigação e de produção do conhecimento científico. E eles têm um sabor diferente, difícil de escolher um deles.

Dentre eles, posso destacar A Escola Americana: origens da educação protestante em Sergipe (1886-1913), resultado de minha Dissertação de Mestrado em Educação defendida em 2000, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe. Educar, Curar, Salvar: uma ilha de civilização no Brasil Tropical, produção de meu Doutorado em Educação, defendido no ano de 2005, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fontes para a História da Educação: documentos da Missão Presbiteriana dos Estados Unidos no Brasil, publicado no ano de 2008. Gosto muito também de duas publicações que fiz com meu parceiro de vida e de produção acadêmica, o imortal Jorge Carvalho do Nascimento – Os Camaristas: contribuição a História da Câmara Municipal de Aracaju (1855-2012); e, Fontes para a História do Poder Legislativo da Cidade de Aracaju.

CS: Entre gestão e pesquisa, em qual área de atuação a senhora se sente mais confortável e por quê?

EVBC: Sinto-me confortável nas duas, pois o desafio é o meu combustível. Cada área tem suas dificuldades e sabores diferentes.

CS: Seu legado para Sergipe é a implementação de 3 mestrados e 3 doutorados novos na Universidade Tiradentes. Fale um pouco sobre.

EVBC: Depois que eu retornei do Doutorado em Educação (PUC/SP), em 2005, a Universidade Tiradentes deu-me oportunidade como docente e como pesquisadora. Em 2009, abriu espaço para que eu fosse gestora, permitindo que eu coordenasse a implantação do seu Mestrado em Educação. Depois, do seu Doutorado.

Em 2011, fez de mim a sua Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão. E, na Pró-Reitoria, tive a oportunidade de, junto aos colegas, liderar a implantação dos mestrados de Educação, Biotecnologia Industrial e Direitos Humanos, e os doutorados em Educação, Saúde e Ambiente e Biotecnologia Industrial. Durante minha gestão, também fui responsável pela Coordenação de Internacionalização e, os Doutorados Interinstitucionais em Educação e em Direito e o Mestrado Interinstitucional em Direito, cursos em rede com a PUC do Rio Grande do Sul, PUC do Paraná e a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Planejo continuar na produção do conhecimento e na formação de profissionais para a Educação Brasileira. Desde o ano de 2012, sou bolsista de Produtividade em Pesquisa em Educação pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq com uma pesquisa em História da Educação Protestante. Investigo práticas de leitura através da circulação de impressos protestantes e pedagógicos entre o Brasil, Inglaterra Portugal e Estados Unidos, durante o século XIX. Estou aguardando a pandemia passar para continuar minhas viagens de pesquisa nesses países.

Continuarei lecionando nos cursos de licenciatura e no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Tiradentes e também na rede pública de ensino.

CS: Já que falamos em legado, quais suas influências e inspirações para a carreira acadêmica e de escritora? Vieram de casa?

EVBC:  Meu maior Mestre sempre foi Jesus Cristo. Em seguida, a Profa. M.Sc. Nádia Vilas-Bôas e o Pr. Prof. Dr. Gerson Vilas-Bôas, meus pais e, o Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento, meu esposo.

O primeiro livro que me veio à mão foi a Bíblia, seguido pelo Cantor Cristão com pauta. Depois, chegaram as revistas em quadrinhos, livros de história, os métodos de Piano – Leila Fletcher, Hanon, Czerny, Bach, Bonna –, todos os romances de José de Alencar e de Machado de Assis.

CS: Sem dúvida sua persona acadêmica é imponente, mas, fora do ambiente acadêmico, quem é Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento?

EVBC:  Sou pianista da Igreja Batista Betel. Amo a música, a natureza e os animais. Amo viajar, conhecer novos lugares, pessoas, culturas diferentes. E se for de carro, melhor ainda.

CS:  Seus pais são de fora, mas você é sergipana. Fale mais um pouco sua história pessoal.

EVBC:  Meu pai é baiano e minha mãe, carioca. Conheceram-se em Recife, casaram-se e vieram morar em Aracaju, cidade que nasci.

Aos sete anos de idade, entrei no Conservatório de Música de Sergipe, inicialmente, fazendo musicalização e, depois, o curso de Piano. Aos 17 anos, eu estava estagiando, ensinando Piano e Teoria Musical e fui aprovada no vestibular para o curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Sergipe.

Posteriormente, eu e minha família fomos morar em Brasília. Enquanto morarmos lá, fui aluna da Universidade de Brasília e a pianista da Catedral de Brasília. Retornando a Aracaju, finalizei meu curso, prestei concurso público e fui aprovada em uma vaga como professora da rede pública estadual de ensino, lecionando em escolas de Ensino Médio e no Conservatório de Música de Sergipe.

Anos depois, migrei para as Ciências Humanas, fazendo o Mestrado em Educação na Universidade Federal de Sergipe e o Doutorado em Educação na Pontifícia Católica de São Paulo. Retornando de São Paulo, fui trabalhar na Universidade Tiradentes, onde estou até hoje.

CS:  Gostaria de agradecer a mais alguém por sua conquista?

EVBC:  Sinto-me feliz e grata! A Deus, aos meus pais, ao meu esposo, a minha família, aos meus irmãos na fé das 42 Igrejas Batistas Betel de Sergipe, aos colegas e alunos, de Sergipe e de outros Estados, que integram a minha trajetória!

Gratidão! Pois nesses tempos tão difíceis que temos vivido, esta conquista vem como um refrigério, um estímulo para eu nunca desistir dos meus ideais!

Texto e imagem reproduzidos do site: ajn1.com.br

'Lauro Menezes e a empresa que criou', por Luiz Eduardo Costa

Legenda da foto: ‘Lauro da Bomfim’, em foto reproduzida do Google e postada pelo blog, para ilustrar o presente artigo.

Publicado originalmente no site do JORNAL DO DIA, em 28 de Setembro de 2014

Lauro Menezes e a empresa que criou

Por Luiz Eduardo Costa

Lauro Menezes Silva era um jovem recém-casado quando resolveu trocar as atividades de pequeno pecuarista pelas de empresário do ramo dos transportes. Comprou, faz mais de 50 anos a Bomfim, uma empresa falida que tinha somente três velhas ¨marinetes¨. As pessoas que passavam de manhã bem cedo pelo trecho da avenida Barão de Maruim, entre Lagarto e Simão Dias, podiam ver Lauro cuidando das suas marinetes estacionadas na frente da sua casa. Trocava pneus, fazia consertos, e muitas vezes substituía os motoristas nas viagens ao interior pelas estradas de piçarra. Em pouco mais de 20 anos Lauro criou uma das maiores e mais sólidas empresas de transportes urbanos e interestaduais do país. A linha Aracaju-Salvador era uma referência de qualidade de serviço. Lauro entregou o comando total do conglomerado de empresas ao filho Laurinho, e ele se revelou um gestor dinâmico. Há cerca de 10 anos, porém, começaram a surgir problemas de caixa que não foram prontamente enfrentados, e instalou-se a crise. Laurinho deixou-se seduzir pela ambição política e tornou-se à revelia do pai, candidato a suplente de senador de Eduardo Amorim. Entusiasmou-se tanto com a idéia de tornar-se senador, com a hipótese vendida como certa de na próxima eleição Eduardo tornar-se governador de Sergipe, que perdeu o limite para os gastos, empenhou-se tanto na campanha que não teve tempo para dedicar-se às empresas, e então veio o colapso.

Lauro Menezes reassumiu o controle do grupo, renovou parte da frota de ônibus sucateada, mas não conseguiu evitar o desastre. Agora, aproximando-se dos 80 anos, Lauro Menezes, que sempre foi um exemplo de lisura e transparência nos seus negócios, assiste o desmonte do sólido grupo que criou. Sendo um homem digno, que sempre manteve intocada a sua reputação, empenha o patrimônio pessoal, das suas duas filhas e da esposa, para honrar débitos e tapar buracos pelos quais não foi responsável.

Ainda existem pessoas como Lauro Menezes que colocam o sentimento de honra pessoal acima de quaisquer circunstancias.

Texto reproduzido do site: jornaldodiase.com.br

domingo, 25 de abril de 2021

O patriarca do transporte de Sergipe

Publicado originalmente no blog MAGNO PAPAGAIO, em 18 de fevereiro de 2011

O patriarca do transporte de Sergipe

Ontem (17/02/2011) o empresário José Lauro Menezes Silva completou 75 anos de vida. Um existência devotada ao trabalho e ao desenvolvimento de Sergipe. Ele é o exemplo vivo de que sonhos podem virar realidade. Ontem por acaso, assisti ao pronunciamento do Pastor Virgílio, vice presidente nacional do PSC, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe. Uma frase desse sábio pastor me chamou a atenção: "Deus não abençoa preguiçoso" Isso é a pura verdade, Deus ajuda a quem trabalha e José Lauro Menezes, desde a sua infância, foi fascinado pelo trabalho e um obstinado perseguidor de seus ideais. Tudo começou há pouco mais de cinquenta anos, quando o empresário Oviêdo Teixeira pai de sua esposa Gilza Teixeira, um inquieto investidor, teve a brilhante idéia de comprar três marinetes. Oviêdo queria que sua filha morasse em Aracaju e deixasse pra trás a vida bucólica que levava na Fazenda Maxixe, propriedade de Zeca Barbosa pai de Lauro Menezes. Em 24 de fevereiro de 1960 surgia a a Empresa Senhor do Bomfim. Lauro deixou vacas e bezerros de lado e abraçou a nova empreitada.

Lembro de minha infância em Frei Paulo, nos fins dos anos 60, quando os viajantes acordavam as 4 da manhã para embarcar com destino a Aracaju no "Caminhão do Leite" uma perigosíssima aventura a que muitos ali se submetiam de forma gratuita. Agarrados em vasos de leite estudantes partiam para estudar no Colégio Agrícola. as vezes sob a chuva. Trilhando em alta velocidade as estradas piçarradas. Vidas foram ceifadas nesta aventura inglória. Em contrapartida era lindo ver adentrando a cidade os modernos ônibus da Bomfim, muito embora a modernidade não tenha dado fim ao risco do carro do leite. Lembro a primeira vez que andei de ônibus, com meu pai seguia para Carira. Sentei na primeira poltrona e me deliciava com o conforto mesmo naquelas empoeiradas estradas do sertão.

Foi o elevado tirocínio empresarial de José Lauro fator primordial para a modernização do transporte de passageiros em Sergipe, gradativamente ampliando linhas, ligando a capital a diversas cidades do interior e posteriormente a outros estados. Isso numa época em que o transporte se resumia a bondes puxados por jumentos. Aos 75 anos, completados ontem, Lauro Menezes preserva o vigor e a energia dos grandes guerreiros, um exemplo a ser seguido pelas novas gerações de empreendedores. Lauro é um empresário cuja importância para o desenvolvimento de Sergipe é imensurável. Sua vida se confunde com trabalho, lealdade e a certeza do dever cumprido. Por isso está de parabéns. A Bomfim tornou-se uma empresa que é referência para o Nordeste, sua frota possuem os melhores ônibus, e o gerenciamento está sempre atento ao avanço tecnológico do setor, para atuar sempre na vanguarda. Esse é o objetivo de José Lauro perseguido com o mesmo entusiasmo de sempre.

Texto e imagem reproduzidos do blog: magnopapagaio.blogspot.com

José Lauro Menezes

REGISTRO: José Lauro em momento de paz, amor e alegria...

Trecho de Nota publicada originalmente na coluna de Thaís Bezerra/Jornal da Cidade, em 29 de março de 2021

"O patriarca da família Menezes, seu José Lauro em momento de paz, amor e alegria ao lado de sua amada companheira de uma vida, dona Gilza Teixeira Menezes, o filho primogênito Laurinho e a caçula dos quatro descendentes Ana Cristina.

Também na foto o grande amigo Waldemarzinho Dantas.

Todos esbanjando felicidade pelo especial encontro..." (Thaís Bezerra).

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Novos membros do Movimento de Apoio Cultural da Academia Sergipana de Letras

Pascoal D’Ávila Maynard Júnior (Cadeira nº 17)

Igor Salmeron (Cadeira nº 25)

Igor Albuquerque (Cadeira 18)

Empossados os novos membros do MAC - “Movimento de Apoio Cultural” da Academia Sergipana de Letras, os intelectuais: Pascoal D’Ávila Maynard Júnior (Cadeira nº 17), Igor Albuquerque (Cadeira 18) e Igor Salmeron (Cadeira nº 25).

Imagens: Redes Sociais

Com informação do jornal: Correio de Sergipe

Fonte: Site > ajn1.com.br

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Texto Publicado originalmente no site do jornal Correio de Sergipe, em 12 de abril de 2021

O advogado Igor Leonardo Moraes Albuquerque foi empossado, na tarde dessa segunda-feira (12), na Cadeira nº 18 do Movimento Cultural “Antônio Garcia Filho” (MAC), da Academia Sergipana de Letras (ASL). A posse ocorreu durante Sessão Virtual da ASL com a mediação do presidente e acadêmico, José Anderson Nascimento.

A indicação de Igor Albuquerque partiu da acadêmica Marlene Alves Calumby, para a cadeira nº 18, que tem como Patrono o acadêmico José Silvério Leite Fontes, e foi aprovada por unanimidade pelos membros da ASL. Na oportunidade, também foram empossados os intelectuais Pascoal D’Ávila Maynard Júnior (Cadeira nº 17) e Igor Salmeron (Cadeira nº 25).

Patrono da Cadeira nº 18, José Silvério Leite Fontes foi uma personalidade sergipana que experimentou diversas áreas do conhecimento humano. Segundo a acadêmica Luzia Nascimento, tratou-se de um “historiógrafo, sociólogo, antropólogo, filósofo e jurista. Era um homem completo. Dedicou-se com extremo apego ao magistério. Professor de várias gerações, notabilizou-se no ensino universitário e formou uma plêiade de seguidores, marcando a sua presença destacada na vida cultural do Estado de Sergipe”.

Igor Albuquerque manifestou, em seu discurso de posse, a alegria de compor como membro o Movimento Cultural “Antônio Garcia Filho” da Academia Sergipana de Letras. Ele foi escolhido para representar os outros dois intelectuais na Sessão Virtual. Orgulhoso em ser filho do município de Itabaiana (“ceboleiro”), Igor fez um agradecimento à Marlene Alves Calumby e aos demais acadêmicos da ASL, “que além de amigos, têm servido como incentivadores e estimuladores da minha atuação cultural”.

Agradecendo em nome dos intelectuais Pascoal D’Ávila Maynard Júnior e Igor Salmeron, Igor Albuquerque ressaltou que passar a compor o MAC “qualifica a minha atuação cultural e também eleva a responsabilidade de permanecer produzindo e contribuindo com a nossa sociedade. Não posso encerrar sem agradecer à minha esposa Marcelí Albuquerque, à minha filha Maria Cecília, e aos meus pais, José e Fátima Albuquerque, reconhecendo o papel central que desempenham em minha vida”.

O MAC

O Movimento Cultural “Antônio Garcia Filho” foi criado ainda com a designação de “Movimento de Apoio Cultural”, em 24 de agosto de 1984, pelo então Presidente da Academia Sergipana de Letras, acadêmico Antônio Garcia Filho, o qual, somente veio a emprestar seu nome ao movimento a partir de 27 de dezembro de 1999, por iniciativa do acadêmico José Anderson Nascimento, constituindo-se em organismo de difusão cultural destinado a colaborar com as ações acadêmicas nos campos das letras, artes e ciências.

O MAC, criado no seio da Academia Sergipana de Letras, é bem representativo do desprendimento dos imortais sergipanos ao permitir que outros intelectuais possam aproximar-se e participar das atividades acadêmicas, concorrendo, inclusive, para o engrandecimento do nome da Academia e ressaltando a sua relevância nos cenários cultural e social de Sergipe.

Texto reproduzido do site: ajn1.com.br

domingo, 18 de abril de 2021

Corredor Cultural Wellington Santos “Irmão” recebe novas exposições

Legenda da Foto: A solenidade de abertura será virtual (Crédito da foto: Funcap/SE)

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 15 de abril de 2021

Corredor Cultural Wellington Santos “Irmão” recebe novas exposições

A Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) nesta sexta-feira, 16, estará com novas exposições dispostas no Corredor Cultural Wellington Santos “Irmão”. A “Exposição de um artista Serigy” e a coletiva “Sobre o olhar de 10 artistas”. A solenidade de abertura será virtual, às 10h, através do Youtube e do Instagram na Funcap. As obras estarão disponíveis virtualmente através do site e do Instagram da Fundação.

Artista plástico há mais de dez anos, Ben Barr traz em sua exposição de estréia um conjunto de obras com características do chamado realismo contemporâneo, retrata cenários da capital sergipana e registro crítico da natureza morta. Já a coletiva “Sobre o olhar de 10 artistas”, trata-se de uma proposta inédita de ocupação com trabalhos de: Carol Jardim, Cirulo, Débora Arruda, Fábio Sampaio, Flávio Antonini, Gabi Etinger, Gladston, Iza Foz, Maics e Saulo Bispo. Cada artista desta coletiva apresenta uma obra, com curadoria de Fernanda Kolming.

Os trabalhos produzidos por esse grupo de artistas estará, assim como o de Bem Barr, estarão dispostas no Corredor Cultural Wellington Santos “Irmão” até o dia 21 e compõem um conjunto de exposições, agora virtuais, que a Funcap vem realizando com artistas contemplados em editais financiados com recursos da Lei Aldir Blanc. Ao todo, até o presente, a Funcap já promoveu 16 exposições de artistas plásticas.

A exposição coletiva “Sobre o olhar de 10 artistas” traz desenhos, pinturas, gravuras, estandartes, fotografias, poemas, quadrinhos e vídeos que vão percorrendo uma combinação de medo e otimismo, obras que estimulam nossa reflexão sobre a própria condição humana – dois trabalhos terão QR code através do qual poderão ser acessadas.

Todos os envolvidos nas exposições foram selecionados nos editais da Lei Aldir Blanc, realizados pelo Governo do Estado através da Funcap, com recursos da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Fonte: Funcap/SE

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

sábado, 17 de abril de 2021

Restaurante Cariri pode encerrar atividades

Publicado originalmente no site do JORNAL DA CIDADE, em 16 de abril de 2021

Restaurante Cariri pode encerrar atividades

Em um vídeo publicado pela página Traz a Conta, o proprietário Hamilton Cariri relata algumas dificuldades enfrentadas e não descarta a possibilidade de encerrar as atividades

Não é de agora que a pandemia provocada pela Covid-19 tem impactado em diversos setores da sociedade. E um dos locais mais frequentados e tradicionais da capital sergipana, o Restaurante e Casa de Forró Cariri, localizado na Orla dA Atalaia, Zona Sul da capital, pode encerrar o atendimento ao público.

Em um vídeo publicado pela página Traz a Conta, o proprietário Hamilton Cariri relata algumas dificuldades enfrentadas e não descarta a possibilidade de encerrar as atividades. “Cariri é uma instituição que se tornou referência em 21 anos de história, mas, infelizmente, se as coisas não mudarem em termos governamentais no dia 20 a instituição encerra as atividades.

Estou aguardando a nova edição da MP 936 (a medida que permitiu a redução de jornadas e a suspensão temporária de contratos em razão do coronavírus) e a gente só faz pedir a Deus para que Ele nos dê sabedoria para enfrentar o que estamos passando”, a declarou Hamilton Cariri na publicação. O empresário disse acreditar que ainda as decisões governamentais locais são controversas. “Não morreu nenhum funcionário de Covid, pode fazer uma pesquisa.

Aqui a gente mantém o distanciamento, disponibilizamos álcool, aferimos temperatura, de 100 mesas passamos a usar 50%. Aí você chega no restaurante popular no Centro da cidade, se não tiver 500 pessoas eu sou mentiroso. Os ônibus também… Podemos abrir até às 20h, mas na verdade temos que fechar às 19h… É muito complicado, o que me resta é pedir sabedoria a Deus, porque pelo decreto, não sou cientista, não estudei medicina, mas vejo muita falta de bom senso”, disse. Em outro trecho do desabafo, Hamilton revela que a situação do Cariri hoje é a pior que se possa imaginar.

Ele explica que hoje o local tem em média 83 funcionários, sendo que o mês de março todos os funcionários receberam seus salários, mas com a venda de cerca de R$ 340 por dia e uma equipe de 20 funcionários diariamente. “Infelizmente, é o momento que estamos passando. Como tenho medo da depressão, que é uma doença que já tive, que é uma doença da alma, aprendi a viver apenas o dia de hoje. Eu penso no dia de hoje, porque seu for pensar no de amanhã só se Deus me der o direito de acordar porque se eu for pensar, eu fico doido”, narrou.

O empresário vê na reedição da MP uma esperança para não encerrar sua empresa. “Se o governo não reeditar a MP no dia 20 eu tenho que fechar. Já fiz uma reunião com todos os funcionários, não tenho dinheiro para indenizar ninguém, não existe capital para isso, mas será dada a guia de seguro, eles tiram o FGTS, ou me colocam na Justiça e eu tento fazer um acordo ou a Justiça me tira tudo que tenho. Essa é a penalização de ser pequeno empregador no país. Certo é estudar para ser empregado público, mas inventei de empregar, mas quem emprega é penalizado”. E completou. “Vai ser um verdadeiro acidente se eu fechar, vai ser a coisa mais difícil da minha vida. Mas é torcer que os governantes nos ajudem, pois há necessidade do poder público ajudar. Se vier uma tábua de salvação mesmo com prego, a gente consegue chegar em terra firme, mas se não tiver, é o fim de uma história”, finalizou o depoimento emocionado. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, seccional Sergipe (Abrasel/SE), Bruno Dórea, disse que os empresários aguardam a reunião do Comitê Científico do governo. “Quem não fechou é porque não tem coragem de tentar outra coisa, mas está atolado em dívidas”, disse Dórea.

Por Grecy Andrade

Foto: Divulgação

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Festival Colora valoriza grafite e impulsiona arte de rua em Aracaju

Fotos: Marcelle Cristinne.

Sergipanidade foi destacada na Jornada Nordeste de Grafite.

 Walter Duarte e Valter Obará, idealizadores da Jornada.

Joselito dos Santos.

Gabriel Santana.

Grafites de Don Kob valorizam o esporte.


Ivanilde Melo.

Publicado originalmente na Agência Aracaju de Notícias, em 15 de abril de 2021

Festival Colora valoriza grafite e impulsiona arte de rua em Aracaju

Muros, caixas d’água, fachadas e empenas se tornaram telas nas mãos dos artistas que participam do Festival Colora, iniciativa da Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Cidade de Aracaju (Funcaju), que tem levado cor e arte às ruas da capital.

Os artistas que participam do Colora foram selecionados no edital Janelas para as Artes, idealizado para aplicação da Lei Aldir Blanc em Aracaju. Entre as modalidades contempladas pelo festival, é possível citar a pintura, o mosaico e a colagem, mas, sem dúvida, o grande destaque foi o grafite, essa expressão que surgiu para ocupar o espaço urbano, democratizando o acesso à arte.

“O grande lance da arte urbana é que as pessoas deixam de se sentir meras expectadoras e passam a ser participantes ativas da arte”, destaca Valter Obará, diretor administrativo do Complexo Esportivo Dona Finha, localizado embaixo da ponte no Bairro Industrial, e um dos idealizadores da I Jornada Nordeste de Grafite, um dos eventos que compõem a programação do Festival Colora.

Entre os dias 4 e 7 de março, dez artistas de Sergipe e dos estados vizinhos fizeram intervenções em grafite nas pilastras da ponte, com temas que foram da valorização de personalidades locais, como Zé Peixe, até a tolerância religiosa e o combate à violência contra as mulheres.

Segundo Obará, a ideia para reunir os grafiteiros surgiu de forma muito natural. “Nós, da cultura urbana, do movimento hip hop, trabalhamos sempre com o apoio mútuo. E a Lei Aldir Blanc veio para impulsionar isso, em um momento tão difícil para todos, em especial para os artistas, que tiveram a renda comprometida por causa da pandemia”, relata.

Desde 2016, o Complexo Dona Finha vem sendo transformado em um centro de arte urbana, com intervenções de grafite e sediando práticas esportivas e culturais ligadas ao movimento hip hop. “As pessoas passam por aqui e tiram foto, é uma grande galeria de arte urbana em Aracaju. A nossa intenção é ampliar o envelopamento da ponte, com a pintura do teto, para que se torne referência mundial de arte urbana”, descreve Obará.

Valter Duarte, professor e presidente do Centro Cultural, Artístico e Esportivo Punhos de Ouro, instituição responsável pela administração do Complexo Dona Finha, conta que a jornada de grafite foi organizada pensando na importância desse intercâmbio cultural. “Além dos artistas do estado, recebemos artistas de Pernambuco, da Bahia, cada um com seu estilo, livres para criar o que quisessem e deixar sua marca aqui no complexo”, enfatiza.

Os grafites feitos durante o festival agradaram os visitantes e os moradores do entorno. Gabriel Santana, auxiliar de cozinha e skatista, é frequentador assíduo do local. Para ele, o espaço remete a arte, a cultura de rua, é o Brooklin sergipano, então o Festival Colora só veio agregar ainda mais ao local. “Como aracajuano, quero ver mais iniciativas como essas na cidade, porque dá orgulho de mostrar a arte do grafite, que abre uma janela para os jovens terem outra visão de vida”, comenta.

O motorista Joselito dos Santos destaca a importância do complexo, principalmente para os jovens, que se reúnem no local para praticar esportes. “A arte nas paredes deu um diferencial muito grande ao espaço, ficou muito bonito. Que tenham mais iniciativas como essa, porque quanto mais, melhor”, considera.

Grafite e esporte

Outro espaço que ganhou novas cores foi a Estação Cidadania Radialista Carlos Magno, no conjunto Bugio. As paredes externas do ginásio receberam os grafites de Don Kob, que retrata jovens atletas com o traço característico do artista, em cores vibrantes que chamam a atenção de quem passa pelo local.

Segundo Don, a ideia do grafite surgiu a partir do espaço, para que agregasse mais ao ambiente e tivesse maior significado para as pessoas que frequentam o ginásio. “Até porque o esporte, além de proporcionar saúde, fortalecimento, agrega bastante na vida das pessoas”, conta.

Para o grafiteiro, a arte traz cor à cidade, levando alegria, boas sensações, reflexões. “No dia a dia, recebemos uma enxurrada de informações visuais, então o grafite vem como forma de aliviar, visualmente falando, todo esse excesso de informação que a gente recebe”, comenta Don.

Como artista, além da motivação criativa, Don pensa em como aquele grafite será recebido pelas pessoas. “A arte na parede passa muitas mensagens, então minha ideia é sempre atrair os olhares para gerar princípios favoráveis e de bom agrado para todos”, relata.

Don avalia que o Festival Colora é uma iniciativa diferente de tudo que teve antes, não só pela valorização e incentivo dos artistas locais com a Lei Aldir Blanc, mas também como forma de levar as produções dos artistas para a rua, mostrando aos aracajuanos como a cidade é rica em cultura, em arte, além de valorizar o grafite, que muitas vezes ainda é marginalizado. “Quando a arte vai para a rua, todo mundo sai ganhando”, avalia o grafiteiro.

A arte que Don deixou nas paredes da Estação Cidadania tem chamado a atenção dos moradores. Sasha Mirelly de Andrade, estudante e autônoma, conta que viu com curiosidade quando a obra estava sendo feita. Agora, que os painéis estão finalizados, considera que deu outra vida ao local. “Ficou lindo, é uma importante demonstração da arte. As pinturas relacionadas ao esporte têm tudo a ver com o ginásio”, destaca.

A dona de casa Ivanilde Melo lembra que antes a parede era toda branca, não chamava a atenção. “Agora, está essa lindeza, que só valorizou ainda mais o ginásio”. Segundo ela, é muito bom ver a arte pelo bairro. “O importante é cuidar e preservar para ficar sempre assim bonito”, considera.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Aprovado PL que reconhece Casas de Farinha como Patrimônio Cultural

Legenda da Foto: Imagem de Arquivo/ASN.

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 5 de abril de 2021

Aprovado PL que reconhece Casas de Farinha como Patrimônio Cultural

O cultivo da mandioca constitui uma tradição secular com presença marcante na história do Brasil, especialmente na região Nordeste e em Sergipe. Dentre os derivados estão a goma, o pirão, o sequilho, o mingau, o bolo e a farinha, que é o principal acompanhante de muitos pratos da culinária. Sob o comando de famílias na zona rural, a Casa de Farinha é o espaço onde a transformação acontece. Com o objetivo de valorizar o Ofício da Casa de Farinha e proteger o agricultor familiar, foi aprovado por maioria na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, dia 31, o Projeto de Lei, de autoria do deputado Zezinho Sobral (Pode), que declara como Patrimônio Cultural e Imaterial de Sergipe a Casa de Farinha e o processo de produção desde o plantio da mandioca.

De acordo com o texto, o Ofício das Casas de Farinha no Estado de Sergipe compreende a prática tradicional de produção da mandioca, desde as espécies de planta e seu plantio, até a produção da farinha e seus derivados, como a tapioca e os beijus, a fabricação da farinha, incluída a separação, o ponto de torra, a moagem e todas as etapas; a edificação onde as Casas de Farinha funcionam, incluídos equipamentos e utensílios, e os artesãos envolvidos em todos os processos e práticas.

“Reconheceremos os artesãos que produzem farinha como de fato são. O processo do plantio da mandioca, a escolha da variedade para fazer a farinha de Sergipe, a linha de transporte, de produção, a raspa, a prensagem, o destino da manipueira, o tamanho do grão que determina se é farinha fina ou grossa e a torrefação são processos artesanais importantes, elaborados e desenvolvidos ao longo de séculos. Quem sabe o ponto certo do tacho é o produtor. A farinha é base da agricultura familiar e da alimentação do nosso povo”, declarou o autor da propositura.

Na opinião de Zezinho Sobral, “a Casa de Farinha representa a base de agricultura familiar, proporcionando um produto que é parte essencial da alimentação do nosso povo e responsável pelo sustento e a sobrevivência de muitas famílias em todas as regiões. A farinha é um produto de subsistência, de cunho histórico-cultural e que alimenta crianças e muitas famílias. O processo envolve pais, mães, avós e toda a família e é, essencialmente, um alimento para consumo e compartilhamento com a comunidade”.

Valorização

Em Sergipe, as Casas de Farinha estão em diversos municípios como São Domingos, Lagarto, Simão Dias, Campo do Brito, Itabaiana, Itabaianinha, Japaratuba, Laranjeiras, Itaporanga d’Ajuda, Macambira e muitos outros. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IGBE), em 2019, a área plantada de mandioca em Sergipe foi de 12.123 hectares com rendimento médio de 12.725 kg/ha.

De acordo com o PL aprovado, e que será encaminhado para sanção, os órgãos ambientais do Estado devem ofertar processos simplificados de licenciamento ambiental. O ‘Ofício das Casas de Farinha’ que a Lei reconhece como Patrimônio Cultural deve obedecer e ser regido sob a tutela da Agricultura Familiar, compreendida no âmbito da economia solidária, com a participação de famílias e de membros da comunidade em todo o processo e, em cuja relação, se verifique ou não a troca ou escambo do produto final, entre as famílias e/ou as comunidades que fabricam, e aqueles que possuem Casas de Farinha e/ou equipamentos, sejam eles particulares ou coletivos, assegurada sua prioridade na Política Estadual de Incentivo à Produção e ao Consumo da Mandioca e seus Derivados, conforme art. 3° da Lei 6.428, de 20 de julho de 2008.

“A Casa de Farinha é cultural, artesanal e, por isso, defendo as famílias trabalhadoras. Queremos estabelecer o limite e a separação do que é empresa ou indústria do que é agricultura familiar e segurança alimentar. Temos compromisso com o homem do campo, com a cultura, a segurança alimentar, a agricultura familiar, as tradições e com a nossa identidade”, concluiu.

Fonte: Assessoria Parlamentar

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

quarta-feira, 7 de abril de 2021

'Sergipe 200 anos, de Clodomir a Anderson', por Lúcio Prado

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 4 de abril de 2021

Sergipe 200 anos, de Clodomir a Anderson

Por Lúcio Prado (blog Infonet)

A pandemia contribuiu. O confinamento que ela nos trouxe dificultou muitas ações, é verdade. Mas não foi pretexto para que passasse, sem maiores celebrações, os dois séculos da  Emancipação Política de Sergipe, a nossa independência do controle baiano,  data magna de nossa história. O Oito de Julho passaria “batido” não fossem as ações da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, através de colóquios e da publicação que me chegou às mãos só recentemente, graças à gentileza do seu autor, o imortal José Anderson Nascimento: o álbum SERGIPE 200 ANOS.

Poderia até não parecer relevante comemorar, para uma sociedade que passou tanto tempo pra definir qual era mesmo a data da emancipação, se o 8 de julho ou o 24 de outubro. Passamos anos e mais anos em discussões inacabáveis até carimbar o passaporte. Para não ficar decepcionado e triste, o 24 de outubro recebeu outro galhardão: o Dia da Sergipanidade.

O autor de “Sergipe e seus Monumentos”, “Sergipe Del Rei”, “Perfis Acadêmicos” e “Cangaceiros”, que preside há longa data, sem perder o entusiasmo e dinamismo, a quase centenária Academia Sergipana de Letras, é um exemplo de estoicismo e determinação. Persegue seus objetivos com firmeza e de forma incansável, e por isso vai deixando um rastro luminoso de realizações, que tornam o sodalício um dos mais respeitados e resplandecentes do país.

A obra que trago a lume – SERGIPE 200 ANOS – é a única publicação impressa que celebra com propriedade essa efeméride. Não conheço outras. Os textos curtos, certeiros e precisos, bilingue, mescla-se com fotografias magistrais, que mostram um Sergipe pujante, rico pela natureza, que nos presenteia com tesouros magníficos, belas paisagens, cidades, monumentos e cultura popular. De tirar o fôlego!

Para o deputado Luciano Bispo, presidente da ALESE, que patrocina a publicação, Sergipe 200 anos compara-se ao legendário “Álbum de Sergipe”, de Clodomir Silva, editado cem anos antes, por ocasião do primeiro Centenário da nossa independência, só que este vem com textos leves e muitas imagens coloridas que levarão os leitores a viajar pelos recantos de Sergipe, do Litoral ao Sertão. Na Geografia destaco os belos cenários da Praia do Saco, em Estância, uma das seis regiões do Estado mostradas no livro, os últimos trechos do Rio Vaza-barris, quando ele serpenteia pela região do Mosqueiro, chegando ao Viral e ao Oceano Atlântico, o Baixo e o Alto São Francisco.

Na introdução da obra, o autor ressalta a participação dos fotógrafos Joel Luiz, Jesse Souza, Márcio Dantas, Edson Araújo, Jorge Carvalho, Jorge Henrique e Murilo Navarro, com olhares diversos “para as manifestações dos nossos principais ícones, os aspectos geográficos do nosso território, com destaque para as principais cidades, as suas instituições políticas, a economia, a educação, a cultura e turismo, envolvendo o seu patrimônio histórico, que refletem o gênio de um povo e a sua aspiração à imortalidade.”

Sergipe 200 anos deve ter ampla circulação, ser levada a todas as escolas e bibliotecas, promover debates, para que os jovens conheçam as potencialidades de sua terra e se sintam estimulados à busca de mais e novos conhecimentos.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Iara Vieira, escritora sergipana tem obra celebrada em livro

Publicado originalmente no site F5NEWS, em 5 de abril de 2021  

Iara Vieira, escritora sergipana tem obra celebrada em livro

A seleção e revisão dos poemas foi feita pelo poeta Ronaldson 

2021 traz um belo motivo de celebração para a cultura sergipana! A poeta Iara Vieira, um dos nomes mais significativos da nossa literatura, tem sua obra celebrada em livro com lançamento confirmado para o dia 9 de abril, às 19h, pelo canal do Youtube da editora Mondrongo (Bahia). Poesia Completa, título da obra, traz a produção poética de uma das maiores vozes do cenário das letras sergipanas. A seleção e revisão dos poemas foi feita pelo poeta Ronaldson.

Para o poeta, que há anos se debruça sobre os versos de Iara, a importância dessa obra não está somente no seu inegável valor literário, mas em fazer justiça (sem rancores das precariedades culturais) a uma autora fundamental que extrapolou os limites da produção literária para imprimir uma ação cultural indelével. “Marcante em sua geração e além dela, esta publicação mostra a inteireza de uma autora singular e essencial. Uma edição que agrega livros de muito valor, em edições já esgotadas num tratamento contemporâneo que honra a poeta e seus leitores”, ressalta Ronaldson.

A poeta

Natural de Aracaju, formada em Letras pela Universidade Federal de Sergipe, Iara foi professora da rede municipal de ensino, trabalhou na Secretaria de Estado da Cultura, além de ensinar redação em curso pré-vestibular. Desenvolveu importantes projetos na área cultural do Estado como O Fórum de Poesia, O Ciclo de Debates Literários, O Autor e o Leitor, O Livro vai à Escola, Oficina Literária e promoveu os concursos Prêmio Núbia Marques (Ficção) e Prêmio Santo Souza (Poesia), além do Aperitivo Poético (Poesia).

Como poeta, Iara Vieira destacou-se como um nome de relevante peso, colocando a poesia sergipana aos olhos de grandes nomes da literatura brasileira como o poeta Carlos Drummond de Andrade que, ao receber os originais do livro “Esses tempos ad/versos” testemunhou, escrevendo à poeta:

“Se o Esses tempos ad/versos merece publicação? Você está brincando, amiga. Quem já editou livros, como você, como “Interiores”, com prefácio consagrado de José J. Veiga não precisa consultar ninguém. Aliás, seu novo trabalho já está anunciado, o que comprova a sua decisão, muito justa, de publicá-lo”.

Em vida, Iara publicou os seguintes livros: Ruínas (Poesia), 1977, Interiores (Contos), 1982, Esses Tempos Ad Versos (Poesia), 1994, A Fome do Paraíso (Poesia), 1994 e O Coro da Serpente (Poesia), 2001. Seu último livro, póstumo, foi A Íntima Humanidade (Poesia), 2003.

Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br