sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Inauguração do novo prédio da Alese


Publicado originalmente no site da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe.

Luciano Bispo convida para inauguração do novo prédio da Alese

Por Aldaci de Souza – Rede Alese

Quem passa pelo Centro de Aracaju se depara com uma nova Assembleia Legislativa de Sergipe. A fachada e o hall do edifício Palácio Construtor João Alves vem chamando atenção bela beleza principalmente pelos projetos de arquitetura e paisagismo. A cultura sergipana também foi lembrada na reforma e logo na entrada do prédio, uma imponente obra de arte do artista Cleber Tintiliano Fonseca recepciona os visitantes.

Entrada da Assembleia após a reforma

Foram feitas melhorias em toda a estrutura do anexo administrativo, localizado à rua Maruim, contemplando o setor médico da Assembleia Legislativa e a TV Alese, que ganhou um novo estúdio e ampliação nas instalações. A segurança também foi reforçada com a tecnologia de um scanner e um portal de acesso ao plenário e às demais dependências, visando identificar os frequentadores da Casa do Povo.

Visita

 
 Luciano Bispo e Roberto Bispo visitam locais reformados

O presidente da Alese, deputado Luciano Bispo (MDB) visitou as novas instalações na manhã desta sexta-feira, 30, aprovou as reformas e convidou a população para as inaugurações na próxima segunda-feira, 2, a partir das 16h no anexo administrativo e a partir das 17 h no edifício-sede da Assembleia Legislativa, na praça Fausto Cardoso.

“Estamos fazendo hoje essa visita, juntamente com o diretor geral da Assembleia, Roberto Bispo e as equipes de engenharia, comunicação e cerimonial para fazer uma revisão para que na próxima segunda-feira esteja tudo pronto para entregarmos à população, a Assembleia Legislativa com seu prédio todo reformado, todo estruturado e também o seu anexo para que as pessoas se sintam melhor. Na área da saúde, tivemos uma grande transformação para atender bem os servidores”, enfatiza.

Eles destacaram o engrandecimento da TV Alese

Luciano Bispo destacou ainda o engrandecimento da TV Alese, da Escola do Legislativo, da área administrativa e do setor de saúde. “Na área da Saúde, tivemos uma grande transformação para atender bem os servidores. A segurança também foi reforçada com equipamentos modernos; enfim, um avanço muito grande nesse novo mandato. Nós estávamos precisando fazer reformas na parte física da Assembleia Legislativa de Sergipe e dos seus anexos. Quero parabenizar o diretor na pessoa de Roberto Bispo e a todos que contribuíram para que ocorresse esse crescimento. Convido a sociedade e a todos que fazem os poderes, o governador Belivaldo Chagas e meu amigo Jackson Barreto. Estamos fazendo tudo para que a sociedade entenda que a Assembleia é um poder que está a disposição do seu povo”, complementa.

Roberto Bispo disse ter sido um investimento necessário

Segundo o diretor geral da Assembleia Legislativa de Sergipe, Roberto Bispo, as reformas são de grande importância para os parlamentares, servidores e visitantes. Ele destacou as melhorias na TV Alese. “É muito importante essa comunicação feita pela TV Alese junto ao povo sergipano, mostrando o que a Assembleia faz; então é um investimento muito positivo para dar um maior conforto; um recurso bem investido”, entende Roberto Bispo.

Histórico

 Visita ao novo estúdio da tv

O Poder Legislativo de Sergipe foi instituído em 1835 por meio da Assembleia Provincial. Funcionava no salão do Convento de São Francisco, localizado no município de São Cristóvão. Após a mudança da capital para Aracaju em 17 de março de 1855, a Assembleia Legislativa foi transferida para o Palácio Fausto Cardoso, no Centro da capital sergipana, local em que atualmente funciona a Escola do Legislativo de Sergipe (Elese).
  
 Tela de Tintiliano Fonseca deu um novo visual ao hall
 Fotos: Jadilson Simões

Em 1987, a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe foi transferida para o Palácio Governador João Alves Filho, tendo como então presidente o deputado Antônio Passos, devido a necessidade de dar maior conforto aos parlamentares, funcionários e à sociedade, por ser constituído de sete andares, salas mais amplas e mais estruturadas.

Texto e imagens reproduzidos do site: al.se.leg.br  

70 anos do Mercado Municipal Thales Ferraz

Imagem do Mercado Thales Ferraz em 1952

Publicado originalmente no site EXPRESSÃO SERGIPANA, em 27/08/2019

70 anos do Mercado Municipal Thales Ferraz 

Por Osvaldo Ferreira Neto 

Ir ao Mercado, “lá embaixo” é uma experiência de sabores, cheiros, cores, pessoas e culturas, pois essa vivência é o melhor de Aracaju.  Esse espaço que completa hoje 70 primaveras é um lugar de muitas trocas, memórias e patrimônios do povo sergipano. Por isso vou relatar um pouco desse pedacinho de Sergipe aqui na Expressão Sergipana.

Porque necessita de um Mercado?

Desde de sua fundação Aracaju teve feira, pois o tamanho dela sempre vai demandar de um espaço adequado e coberto para a comercialização de inúmeros produtos e mercadorias, essa demanda sempre é por um Mercado em razão do tamanho da feira. Em 1864 quando o então presidente da província  o Cincinato Pinto da Silva, autorizou a construção da Casa do Mercado na hoje Avenida Rio Branco, nas imediações da Rua Laranjeiras, esse mercado existiu até a segunda década do século XX , quando o então presidente de estado , Graccho Cardoso , mobiliza a iniciativa privada junto com o poder público na construção de um grande Mercado para abrigar a grande feira que passava da então Casa do Mercado e tomava a Rua da Frente prejudicando a circulação na via e além de não oferecer condições de salubridade . É quando o então empresário de uma família de latifundiários, Antônio Franco participou financeiramente da construção do então Mercado Modelo de Aracaju que mais receberia seu nome, o Mercado Municipal Antônio Franco que foi inaugurado em 8 de fevereiro de 1926 em estilo eclético com belo relógio inglês no centro da construção. Para lá foi mudada a velha feira que tomava a Rua da Frente. Mudada não, empurrada. A cada semana os feirantes eram levados para o novo Mercado.

A feira cresce e nos anos 40 necessita de outro mercado. Lembrando que nesta época não existia as grandes redes de supermercados e shoppings que temos hoje, então tudo que necessitava, se encontrava no Mercado Municipal.

José Rolemberg Leite , governador que também apoiou a 
construção do Mercado Thales Ferraz.


Não comporta mais a feira no Antônio Franco.

A partir de 1941 a feira já ultrapassava as portas do Mercado Antônio Franco, além dos comerciantes de Aracaju, vinham feirantes de todos os cantos do estado e dos estados vizinhos para comercializar, pois o Mercado estava localizado na beira do cais do Porto de Aracaju, isso facilitava a circulação de comerciantes e mercadorias. Quando em 1947 o Prefeito de Aracaju, Marcos Ferreira de Jesus decide abrir uma parceria com o Governo Estadual de José Rolemberg Leite para a construção do Mercado Auxiliar, que seria inaugurado em 26 de agosto de 1949 em estilo neocolonial, padrão arquitetônico que estava muito em alta na época. Para construir esse Mercado, a Prefeitura sacrifica a Praça Inácio Barbosa, que ficava localizado o monumento ao fundador da cidade, para a construção do novo espaço comercial que iria abrigar feirantes, lojistas e negociadores de armazéns. O Mercado novo, recebeu o nome do famoso industriário Thales Ferraz.

Marcos Ferreira de Jesus

Esse Mercado supriu a demanda de espaço para os feirantes até 1962 quando é construído outros anexos no entorno dos Mercados. Só no final do século XX, com o projeto de revitalização proposto pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) em parceria com o Governo do Estado para o Centro da cidade, foi construído o Mercado Albano Franco, já com uma arquitetura bastante diferente dos outros dois.

Quem foi Thales Ferraz?

Thales Ferraz

Nasceu em Aracaju no ano de 1878. Filho de Anna Ferraz e José Augusto Ferraz, ex-auxiliar e sócio da fábrica de tecidos “Sergipe Industrial”, empresário e engenheiro têxtil, formado em Manchester -Reino Unido, foi Diretor da Fábrica Sergipe Industrial, de 1906 a 1927. Thales Ferraz tentou repassar seus conhecimentos técnicos e científicos aos mestres e contra-mestres da fábrica e introduzir novas regras nas relações capital versus trabalho. Em 1913 foi aos Estados Unidos estudar o lazer entre os operários e quando retornou criou o Parque Sergipe Industrial, complexo de arte e lazer cultural e desportivo que funcionou até 1955.

Música: Mercado Thales Ferraz

Em 1981, o músico e compositor Alcides Mello cria a música Mercado Thales Ferraz para o Primeiro Festival Sergipano da Música, que por sinal a música ganha e faz o maior sucesso, pois era um retrato da época do Mercado Thales Ferraz, vale a pena escutar.

Nosso septuagenário Mercado Thales Ferraz hoje:


Mesmo sem muitas homenagens na grande imprensa e nem nos órgãos que gerencia esse espaço público. Mas nós da Expressão Sergipana viemos festejar esses 70 anos de muita feira do Thales Ferraz. Como diria Luiz Antônio: “O mais antigo, Antônio Franco, serve como um Centro comercial popular para fins turísticos. Já o Thales Ferraz mantém a riqueza gastronômica da cidade com a venda de mel, queijos, castanha, enquanto o Albano Franco é dedicado ao ramo de hortifrutigranjeiros”.

O Thales Ferraz de muitos feirantes, comerciantes, do Espaço do Beiju onde encontramos beijus, sarolhos, pés-de-moleques e entre outras gostosuras; das ervas sagradas e medicinais; dos artesanatos; dos doces, queijos e castanhas; dos potes, tigelas e panelas; de linhas e aviamentos. Passe em Teca e Cícero do Beiju, na Galega das Ervas, nos Armarinhos que ainda revestem botões, nos bares e nos Irmãos Santos dos Laticínios. Portanto demos preservar esse magnífico patrimônio do povo de aracajuano.

Charmosa Passarela das Flores um dos principais acessos 
do Mercado Thales Ferraz e também ligação com
 Mercado Municipal Antônio Franco – 1926.

Texto e imagens reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

Lançamento do livro: "Uma cruz para os enforcados..."


 João Paulo Araújo de Carvalho

Ricardo Roriz,Presidente da Segrase

Publicado originalmente no site Governo do Estado, em 28 de Agosto de 2019

Práticas e penitências de N. Sra. das Dores é tema de livro publicada pela Editora do Governo

O livro ‘Uma cruz para os enforcados: práticas penitenciais em Nossa Senhora das Dores - SE’ é a mais nova publicação da Editora Diário Oficial de Sergipe - Edise, do historiador e pesquisador, João Paulo Araújo de Carvalho.

O lançamento do livro acontecerá em dois momentos, no dia 31 de agosto, às 16h, no Salão Paroquial (em frente à Igreja Matriz), em Nossa Senhora Das Dores. No dia 14 de setembro, a partir das 10h, o autor estará no estande da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe - Segrase, na 5ª Bienal do Livro de Itabaiana.

Com uma temática religiosa, a obra ressalta as manifestações de fé e resgata os costumes e crenças da população dorense. A publicação também retrata a História Cultural ao longo dos séculos XIX, XX e XXI que foram construídas no imaginário católico do município de Nossa Senhora das Dores, com práticas e representações em torno da Paixão e Morte de Cristo que hoje são reconhecidas como Patrimônio Cultural e Imaterial de Sergipe.

Para o autor João Paulo Araújo de Carvalho, a pesquisa é bastante importante para Sergipe, em especial a comunidade dorense. “Lançar esse livro e exibir toda a história das crenças penitenciais é muito gratificante, pois desde criança observo as procissões, foi um fato marcante na minha memória”, assegura. Sobre o título do livro ele conta “a cruz é o símbolo maior das procissões, pois sempre temi alguém na frente segurando, já a palavra enforcado é devido ao antigo nome da cidade - Nossa Senhora das Dores dos Enforcados’’, explica.

João Paulo Araújo de Carvalho ainda explica o porquê de ter abordado uma temática religiosa em seu livro. “Quis falar sobre as manifestações de fé, pois fazem parte da identidade da sociedade dorense”. Em sua primeira publicação pela Edise, João Paulo se diz satisfeito com o trabalho realizado pela Editora. “Foram muito atenciosos, e nunca me deixaram sem informações desse filho”, destaca.

Para o presidente da Segrase, Ricardo Roriz, o livro é uma contribuição para a história sergipana. “É muito importante retratar assuntos que abordam a cultura e as manifestações religiosas do nosso Estado. O Governo de Sergipe entrega mais uma grande obra a população sergipana”.

Mílton Alves, diretor Industrial da Segrase ressalta a satisfação de mais uma obra publicada. “Uma cruz para os enforcados: práticas penitenciais de Nossa Senhora das Dores - SE, é uma publicação recheada de crenças e costumes e que vale muito a pena ler, pois assim conhecemos um pouco mais da nossa história’’.

João Paulo Araújo de Carvalho

O autor é sergipano de Nossa Senhora das Dores, e professor graduado em História pela Universidade Tiradentes. Cursou especialização em Educação e Patrimônio Cultural na Faculdade Atlântico e mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Inquieto, fundou em 2003, juntamente com amigos professores e produtores culturais, o ‘Projeto Memórias’, que vem desenvolvendo pesquisas sobre a história e a cultura de sua terra natal, ajudando assim, a criar na cidade um espírito de valorização do patrimônio e das memórias dorenses. Também é membro da Academia Dorense de Letras.

Publicou em 2018 ‘Freguesia de Nossa Senhora das Dores (1858-2008): 150 anos de história e devoção’; Em 2012 foi coautor de ‘Memória, Patrimônio e Identidade’ e em 2015 publicou ‘Efemérides da terra dos Enforcados’.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Aracaju Parque Shopping - inauguração > dia 19 de setembro de 2019

Aracaju Parque Shopping chega em 19 de setembro

Imagem: Divulgação

NOVA DATA DE INAUGURAÇÃO
 Aracaju Parque Shopping 
19 de setembro

Por motivo de força maior, o Aracaju Parque Shopping, fincado no bairro Industrial, em Aracaju (SE), não dará início às suas operações nesta quinta-feira, 29 de agosto, conforme havia anunciado.

Empenhados em auxiliar os parceiros de modo que possam concluir as suas obras e a montagem de suas unidades lojísticas a tempo de entrarem em funcionamento em conjunto com o centro de compras, a inauguração oficial foi remarcada para acontecer no dia 19 de setembro, às 10h.

Fonte: bacanudo.com

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Divina Pastora pode se tornar a Capital Nacional da Renda Irlandesa

O Projeto de Lei é da senadora Maria do Carmo Alves (DEM) 
Foto: Arquivo Portal Infonet

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 26 de agosto de 2019

Divina Pastora pode se tornar a Capital Nacional da Renda Irlandesa

O município de Divina Pastora pode receber o título de Capital Nacional da Renda Irlandesa. É o que está sugerindo a senadora Maria do Carmo Alves (DEM), autora do Projeto de Lei 4641/2019, que tramita no Senado da República. “A renda irlandesa deu visibilidade às rendeiras de Divina Pastora. Tornando-se sua marca específica, passou a ser um dos itens mais destacados do fazer artesanal sergipano”, afirmou.

Maria destacou que a concessão do título de Capital Nacional da Renda Irlandesa ao Município “é o reconhecimento dessa iniciativa pioneira, que reafirma sentimentos de pertencer e de identidade cultural, além de possibilitar a transmissão da técnica e o compartilhamento de saberes, valores e sentidos específicos”.

Ao pedir o apoio dos colegas, a senadora lembrou que em 2008, a técnica adotada por cerca de 200 rendeiras, teve o seu modo de fazer incluído no Livro de Registro dos Saberes Nacional e reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Essa certificação foi o primeiro grande reconhecimento das artesãs em organização administrativa, sob forma de associação, e serviu de estímulo para o desenvolvimento de outras iniciativas”, contou Maria.

De acordo com ela, em 2011, a renda de Divina Pastora recebeu o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, figurando entre os melhores produtos artesanais do País. Já em 2012, obteve o Selo de Identificação Geográfica, na modalidade Indicação de Procedência, emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que concedeu aos produtos fabricados na região do Município garantia de qualidade e autenticidade.

Distante 39 quilômetros de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, Divina Pastora tem cerca de cinco mil habitantes e desses, uma parcela cria produtos que encantam pela delicadeza e perfeccionismo. “A renda irlandesa original é baseada na técnica de renda de agulha e fitilho. O que a diferencia nos produtos de Divina Pastora é justamente a substituição do fitilho por um cordão achatado, o lacê, o que lhe confere características próprias, onde a textura, o brilho, o relevo e as sinuosidades dos desenhos se combinam de modo especial, produzindo uma renda original e sofisticada”, disse Maria, ao justificar a propositura.

História

A renda irlandesa, ou ponto de Irlanda, é uma arte que surgiu no norte da Itália, em torno dos séculos XVI ou XVII. Consagrou-se como irlandesa, pois, da Itália, foi levada por missionárias italianas para a Irlanda, onde foi disseminada a nova técnica.

Na época imperial, missionárias irlandesas visitaram Divina Pastora e lá difundiram a habilidade entre as senhoras de engenho.

Fonte: assessoria parlamentar

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Escritor sergipano é selecionado para coletânea nacional LGBTQI+


O escritor e jornalista sergipano Diogo Souza teve
um texto selecionado em um concurso literário
que formou a duologia ‘Toda Forma de Amor’ 
Foto: divulgação

Escritor sergipano é selecionado para coletânea nacional LGBTQI+

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 26 de agosto de 2019

O escritor e jornalista sergipano Diogo Souza teve um texto selecionado em um concurso literário que formou a duologia ‘Toda Forma de Amor’, coletânea que reúne 60 contos de temática LGBTQI+. A coleção, em dois volumes, é produzida pela Cartola Editora e organizada pela escritora Edilaine Cagliari, e dá espaço para novos autores no mercado literário nacional.

Diogo tem 24 anos, atua como assessor de comunicação e também é autor do blog Cara do Espelho há seis anos. O texto enviado para a seleção foi um conto intitulado ‘Seis Anos Inteiros’, escrito em 2015 e narra o reencontro de um casal gay em constantes crises. “Soube da coletânea por acaso e decidi enviar este que foi meu primeiro conteúdo com personagens LGBTQs. O texto estava ‘esquecido’ em meus arquivos há tanto tempo que decidi dar uma chance a ele. Quando recebi a informação de que tinha sido selecionado, fiquei muito surpreso e feliz”, revelou o escritor.
  
A organizadora da duologia, Edilaine Cagliari, explica que as versões digitais e impressas da obra foram viabilizadas após realização de campanha de financiamento coletivo, que arrecadou mais de R$ 8.700,00 e deve ser lançada nos próximos meses. “A ideia original era fazer apenas um volume, mas recebemos tantas histórias bacanas que decidimos lançar a antologia em dois volumes. Inicialmente, a coletânea seria disponibilizada apenas em e-book. Criamos então este financiamento coletivo para possibilitar o lançamento dos livros físicos”, explicou a escritora.

A Cartola é uma editora independente que oferece oportunidades de inserção no mercado para escritores iniciantes ou mesmo experientes. Além do serviço tradicional de editoração, a Cartola Editora oferece diversos serviços de marketing para os autores que publicam conosco ou que gostariam de contratar os nossos serviços de marketing. O jornalista e escritor Diogo Souza já está com outros projetos literários em andamento. Vale a pena aguardar!
Saiba mais sobre o projeto

Fonte: assessoria de imprensa do escritor

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br

Inauguração do Aracaju Parque Shopping

Foto: Assessoria do parlamentar

Publicado originalmente no site da Câmara Municipal de Aracaju, em 26/08/2019

Dr. Gonzaga destaca inauguração do Aracaju Parque Shopping

Por Evanice Filha (Assessoria de Imprensa do parlamentar)

O vereador Dr. Gonzaga (MDB) esteve na manhã desta segunda-feira, 26, visitando as obras do novo shopping destacou a importância do Aracaju Parque Shopping , que será inaugurado na próxima quinta-feira, 29, no bairro Industrial, e destaca que esse será um grande marco para os moradores da Zona Norte e toda a população de Aracaju.

O empreendimento conta com três pavimentos, que serão ocupados por importantes lojas de nacionais, além de espaço de alimentação e lazer, com destaque para os chamados estabelecimentos âncoras, como a C&A, Renner, Riachuelo, Lojas Americanas, Le Biscuit, e a rede de cinemas Centerplex, que trará para o estado o que há de mais inovador em tecnologia audiovisual, com sete salas modernas, incluindo uma Sala Vip, até agora só existente nos grandes shoppings do Sudeste do país.

“Eu quero parabenizar os empresários do Grupo ACF, pela coragem e comprometimento com a nossa cidade, ao investir em uma obra dessa grandiosidade, que muito irá contribuir para economia do município, gerando empregos e desenvolvimento para a região”, congratulou o vereador Dr. Gonzaga. “A chegada de um shopping não representa oferta de serviços e melhoria na infraestrutura da região, além de contribuir para movimentação e valorização imobiliária”, acrescentou o parlamentar.

O Aracaju Parque Shopping está com quase a totalidade do seu espaço comercializado, o que demonstra um sentimento de confiança e credibilidade dos investidores e lojistas, que apostam no sucesso do novo empreendimento. “Isso nos enche de esperança, porque acreditamos que novas portas de emprego irão se abrir para a população de Aracaju, que hoje vive momentos difíceis, com o desemprego atingindo quase todas as famílias”, disse.

Texto e imagem reproduzidos do site: aracaju.se.leg.br

"Quase sergipanos", por Marcos Cardoso

 Sérgio Cabral

 Jorge Amado (1912 – 2001)

 João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira (1934 – 2019)

João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (1941 – 2014)

Publicado originalmente no Facebook/Marcos Cardoso, em 23 de agosto de 2019

Quase sergipanos
Por Marcos Cardoso

Sérgio Cabral Santos, o mais carioca dos jornalistas, infelizmente hoje lembrado como pai do corrupto ex-governador Sérgio Cabral Filho, desperta curiosidade sobre sua ascendência metade sergipana. Conversando com jornalistas e músicos daqui numa noite de maio de 2005, revelou que morou em Aracaju dos 3 aos 5 anos de idade. Foi logo após a morte do pai, o fuzileiro naval sergipano José Jugurta Santos, quando então se transferiu com a mãe, a carioca Regina Cabral Santos, para Boquim. Posteriormente, veio para Aracaju, onde iniciou a alfabetização.

Com um pouco de boa vontade — da parte dos conterrâneos do seu pai — Sérgio Cabral, 82 anos, torcedor fanático do Vasco da Gama, um dos fundadores do inesquecível Pasquim, pesquisador emérito da MPB, bem poderia ser considerado um quase sergipano, categoria subjetiva na qual se encaixariam outros brasileiros ilustres, os baianos de boa cepa — não por coincidência — Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro e João Gilberto. O quase sergipano seria assim aquele que poderia ser, mas não o é, diferente do que não era, mas acabou sendo, a exemplo do escritor santista Amando Fontes, do político carioca José Eduardo Dutra e do jornalista baiano Cleomar Brandi.

O quase sergipano Jorge Amado (1912 – 2001) tinha uma relação mais do que afetiva com este Estado. Nascido em Itabuna, no sul da Bahia, era filho do fazendeiro de cacau itaporanguense João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado. O menino Jorge gostava de Sergipe. No final dos anos 20, quando fazia o secundário no colégio jesuíta Santo Antônio Vieira, em Salvador, fugiu para refugiar-se na casa do avô, em Itaporanga D’Ajuda. Não por acaso, sua primeira mulher, Matilde Garcia Rosa, era sergipana de Estância, onde se casaram em dezembro de 1933. Juntos, eles lançaram o livro infantil Descoberta do Mundo. E com ela teve uma filha, Eulália, que morreu prematuramente no Rio de Janeiro, em 1949.

Quando foi libertado da prisão em 1938 — ele havia sido preso em 1936 por questões políticas —, o escritor refugiou-se novamente em Sergipe, onde imprimiu uma pequena edição do livro de poemas A Estrada do Mar, que distribuiu para os amigos. O iconoclasta sergipano-carioca Joel Silveira recorda-se do refúgio de Jorge em Sergipe: “Quando eu tinha 16 anos, depois do golpe de 1935 a polícia andou procurando o Jorge e ele se escondeu em Estância. E naquele tempo eu era aluno do Ateneu Pedro II, presidente do Grêmio Literário, e resolvi fazer uma visita. Eu e o grêmio todo. E foi aí que conheci o Jorge. E quando vim para o Rio nos encontramos e ficamos amigos. Até ele entrar para o Partido Comunista, aí me afastei completamente dele”.

Jorge Amado era primo carnal de um sergipano ilustre, o escritor, político e diplomata estanciano Gilberto Amado (1887 – 1969). Outro Gilberto — outro baiano espicaçado por Joel Silveira —, o “inventor” da bossa nova João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira (1934 – 2019), natural de Juazeiro, também é um quase sergipano, mas talvez valorizasse isso menos do que o primeiro. Ele morou e estudou em Aracaju durante quatro anos, a partir de 1942, quando foi aluno interno do Colégio Jackson de Figueiredo. Informação maravilhosa: na capital sergipana, iniciou-se no aprendizado do violão com o violonista Carnera. Em 1947, mudou-se para Salvador e decidiu abandonar os estudos para dedicar-se exclusivamente à música. Mas o implicante Joel Silveira recusava-se a ouvir uma nota sequer emitida pelo violão ou pela voz de João Gilberto e dizia que, se um dia fosse nomeado Imperador de Sergipe, baixaria um decreto proibindo que ele cantasse em terras sergipanas: “Por chatice”.

O outro quase sergipano, este mais do que os outros, era o escritor João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (1941 – 2014), natural da Ilha de Itaparica. Ao completar dois meses de idade, João Ubaldo mudou-se com a família para Aracaju, onde passou a infância. No ano de 1951, João ingressou no Colégio Estadual de Sergipe. Sempre dedicado aos estudos, prestava conta ao pai, diariamente, sobre os livros lidos, sendo, algumas vezes, solicitado a resumi-los e a traduzir alguns de seus trechos. Quando a família mudou-se para Salvador conta ele que era perseguido pela professora de inglês, por causa de seu sotaque. "Ela não percebeu que eu falava inglês britânico, já que estudara em Sergipe com um professor educado na Escócia".

Consagrado como um marco do moderno romance brasileiro, Sargento Getúlio filiou o autor, segundo a crítica, a uma vertente literária que sintetiza o melhor de Graciliano Ramos e o melhor de Guimarães Rosa. A história é temperada com a cultura e os costumes do Nordeste brasileiro e, em particular, dos sergipanos. Getúlio é jagunço de um importante chefe político de Aracaju, para quem já efetivara “vinte trabalhos”. Quando cogita se aposentar, recebe sua última incumbência: prender um adversário político do interior de Sergipe, um udenista, e levá-lo para Aracaju.

Em 1993, encerrando o discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro tornou público o seu apreço por Sergipe: “Deixo para o fim, por ser a mais importante, a homenagem ao povo de minhas duas terras. Tendo sido criado em Sergipe até os 11 anos, não posso deixar de ser meio sergipano; tendo nascido em Itaparica, sou baiano.”

Isso é ser quase sergipano.

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Marcos Cardoso

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Em quase 200 anos de história, Sergipe carrega personagens notórios...


Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA

REPORTAGEM ESPECIAL - Tanuza Oliveira

Em quase 200 anos de história, Sergipe carrega personagens notórios, mas esquecidos pelo seu povo

Apesar de menor Estado, é um dos que proporcionalmente mais contribuíram com o Brasil, destacando-se nomes como Tobias Barreto, Sílvio Romero, João Ribeiro...

Por Tati Melo - Especial para o JLPolítica

“O cidadão é a forma social do homem, como o estado é a forma social do povo”. Esta é a uma citação de um dos maiores intelectuais que Sergipe, nos seus quase 200 anos de existência, viu nascer em suas terras: Tobias Barreto.

A história de um nação, de um território, de um Estado, de um Município é escrita pelo seu povo e, com certeza, Tobias Barreto reluz entre tantos que compuseram/compõem o povo sergipano. 

Filósofo, escritor e jurista brasileiro, Tobias Barreto é para muitos um gênio. Foi líder do movimento intelectual, poético, crítico, filosófico e jurídico conhecido como Escola do Recife, que agitou a Faculdade de Direito do Recife. Foi fundador do condoreirismo brasileiro e patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras


Escritor, professor e político, Sílvio Romero foi o fundador da Academia Brasileira de Letras e sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa



TOBIAS: MAIOR JUS FILÓSOFO

“Tobias Barreto foi sem dúvida o maior jus filósofo brasileiro de sua época, senão o maior do Brasil até hoje. É um dos cinco únicos brasileiros a integrar o Dicionário dos Maiores Juristas da Humanidade, da Universidade Wolfgang Goethe, em Frankfurt na Alemanha, ao lado de nomes como Cícero, Beccaria, Foucaut, Ihering”.

Quem expõe isso acima é o advogado Luiz Eduardo Oliva, professor de Direito, ex-pro-reitor da Universidade Federal de Sergipe - UFS -, membro da Academia Sergipana de Letras Jurídicas e estudioso da obra e do homem Tobias Barreto.

Oliva viu, ultimamente, um injusto esquecimento da figura ímpar de Tobias Barreto. “Não fosse o esforço monumental de Luiz Antonio Barreto, que deixou a mais completa atualização da obra de Tobias com 10 volumes (publicados pela Editora Diário Oficial do Estado de Sergipe - Edise)”, diz.  Por isso, atualmente, está realizado um estudo mais acentuado sobre o jus filósofo.

Tobias Barreto é um dos cinco únicos brasileiros a integrar o Dicionário dos Maiores Juristas da Humanidade, da Universidade alemã Wolfgang Goethe

TOBIAS E O DIREITO DAS MULHERES

Oliva explica com detalhes a importância de Tobias para a sociedade. “Tobias foi o primeiro brasileiro a defender os direitos das mulheres quando deputado, argumentando com veemência para a liberação de bolsas de estudos para duas mulheres estudar medicina nos Estados Unidos, quando o ensino superior era devotado aos homens. Destruindo o preconceito de seus opositores que diziam que o cérebro da mulher era inferior e, portanto, não podia estudar em curso superior, devendo-se restringir às tarefas domésticas”, afirma Oliva.

De acordo com Oliva, as contribuições de Tobias Barreto não param por aí. “Ele propôs a criação do Partenogógio do Recife, uma escola de nível superior para mulheres. Naquela época, apenas existia a Escola Normal, de nível médio”, informa.

Segundo Oliva, Tobias Barreto também foi o responsável pela maior revolução da cultura brasileira ao modificar por completo o pensamento brasileiro no ultimo quartel do século XIX. “E, certamente, ressoando no século XX e diria até nos dias atuais, com a introdução do germanismo no Brasil. Antes dele, o Brasil estava escravo à cultura francesa e portuguesa, sobretudo”, informa.

ANÔNIMOS ENTRE SERGIPANOS

“No curso de Direito da Faculdade de Direito do Recife, ele é considerado o mais ilustre professor, a ponto da sede daquela faculdade ser chamada “a Casa de Tobias”. E olhe que ele teve um tempo curto como lente naquela casa, passando apenas cinco anos, completamente desproporcional à grandeza da sua produção, reconhecida internacionalmente”, informa Oliva.

Pelo currículo, Tobias Barreto é um cidadão marcante para qualquer Estado ou país. Mas que, para muitos sergipanos, nada significa. Ou melhor, significa apenas o nome de um município localizado no Região Sul de Sergipe - uma homenagem ao filho ilustre - ou o nome de uma praça localizada no Bairro São José, em Aracaju.

Compositor, poeta, colaborador de jornais no Rio de Janeiro e fundador do Jornal Estreia, na cidade carioca, o boquinhense Hermes Fontes também para tantos outros cidadãos é apenas o nome de uma grande avenida da Capital sergipana.

40 PERSONALIDADES SERGIPANAS

Assim como Tobias Barreto e Hermes Fontes, dezenas de outras personalidades muito contribuíram para a formação e o desenvolvimento político, social, econômico, cultural e histórico de Sergipe, e, inclusive, ajudaram muito a construir a imagem sergipana além-fronteira. Contudo, passam para lá de despercebidos entre os seus.

Luiz Antônio Barreto - um dos maiores historiadores que Sergipe já teve, falecido em 2012, que sabia enaltecer sua terra - em seu vigésimo livro publicado, “Personalidades Sergipanas”, elenca a biografia 40 ilustres empresários, políticos e intelectuais do Estado, porém, muitos dos quais desconhecidos das novas gerações, como bem informou o historiador na publicação.

“Personalidades Sergipanas” contempla: Tobias Barreto, Sílvio Romero, Fausto Cardoso, Oviêdo Teixeira, José Rollemberg Leite, Ofenísia Freire, Graccho Cardoso, José Calasans, Augusto Franco, Augusto Leite, Constâncio Vieira, Gentil Barbosa, Orlando Dantas, Hermes Fontes, Seixas Dória, João Alves, Luiz Garcia, Inácio Barbosa, José Alcides Leite...

Complementam a obra de Luiz Antonio Barreto: Clodomir Silva, Leandro Maciel, Irmãos Paes Mendonça, Maria Thetis Nunes, Lauro Porto, Lourival Baptista, Manoel Menezes, Gumercindo Bessa, Padre Arnóbio, Antonio Góes, Paulo Barreto de Menezes, H. Dantas, Visconde de Maracaju, Julio Leite, Arnaldo Garcez, Aníbal Freire, João Mello, Acrísio Cruz, Celso de Carvalho, José de Siqueira Menezes.


Jornalista, crítico literário, historiador, pintor, membro da Academia Brasileira de Letras, João Ribeiro foi um dos maiores estudiosos da língua portuguesa

CONTISTAS, ROMANCISTAS, ARTISTAS...

Além desses 40 nomes elencados por Luiz Antonio Barreto, claro, o próprio historiador e dezenas de outros sergipanos se destacaram em vida, como Pereira Lobo, João Ribeiro, Gilberto Amado, Carlos Burlamaqui, Horário Hora.

O advogado Eduardo Oliva lembra que, apesar de Sergipe ser um dos menores Estados do país, é um dos que proporcionalmente mais contribuíram com a ilustração nacional. Além de, claro, Tobias Barreto, ele cita ainda: “Dentre historiadores, Laudelino Freire, Thetis Nunes; pesquisadores, Luiz Antonio Barreto; folcloristas, Silvio Romero; sociólogos, Manoel Bonfim; contistas, Antonio Carlos Viana; poetas, Santo Souza, Garcia Rosa, Hermes Fontes”, elenca.

Oliva cita outros nomes sergipanos que tiveram grande projeção nacional. “Filólogos, Laudelino Freire; críticos literários, João Ribeiro; romancistas, Francisco J.C.Dantas, Alina Paim; artistas plásticos, Jenner Augusto, Jordão de Oliveira; políticos, Fausto Cardoso, Lourival Fontes; juristas, Carlos Britto; memorialistas, Genolino Amado; diplomatas, Gilberto Amado; ensaístas, Jackson de Figueiredo”, elenca.

ESQUECIMENTO E SUBALTERNIDADE

Com tantas personalidades e suas devidas contribuições a Sergipe e ao Brasil, por quais motivos os sergipanos não valorizam suas figuras nobres à altura das suas importâncias?

Para o professor e mestre em filosofia Cássio Murilo Costa, atual presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju - Funcaju - existe uma política do esquecimento e da subalternidade, colocada através de um certo pensamento xenófobo.

“A ideia de que o Nordeste e, em especial, Sergipe, essa geograficamente pequena faixa de terra irrigada até a sua porção mais ocidental, por rios históricos, sobretudo o São Francisco, tem uma condição histórica, uma posição histórica de subalternidade e, portanto, deve ser esquecido de entrar para a história”, afirma Cássio Murilo.

INCORPORAÇÃO DAS PERSONALIDADES

“Temos centenas de mulheres e homens que são personalidades e que são esquecidas não porque nós queremos desprestigiar, mas é porque há uma política de esquecimento e de subalternidade, que aí os subalternizam também, viram nomes de ruas, de logradouros públicos”, diz o presidente da Funcaju.

Na visão e Cássio Murilo, essa política do esquecimento, da subalternidade pode ser mudada com a incorporação das personalidades históricas pela população de Sergipe.

“Eu poderia citar aqui centenas de outros sergipanos e sergipanas que precisam ser apropriados pelo seu povo, como parte do nosso patrimônio, capaz de inspirar artistas, escritores, pensadores”, diz o presidente da Funcaju.


Para o advogado Eduardo Oliva, apesar de Sergipe ser um estado pequeno, é um dos que proporcionalmente mais contribuiu com a ilustração nacional

APARELHO ESCOLAR

Professor de História do curso de Turismo do Instituto Federal de Sergipe - IFS -, Amâncio Cardoso crê que os sergipanos não conhecem suas ilustres personalidades porque o aparelho escolar, público ou privado, geralmente, não reforça a importância dessas figuras.

“Quando apresentam aos alunos, isso é feito de forma pesada, obrigatória”, destaca Amâncio. “Eu fiz História na UFS, por exemplo, e ninguém me apresentou à História do Brasil de João Ribeiro, ou outra obra de sua lavra, como a História da Literatura Brasileira. Uma lástima. Daí reputo nosso esquecimento ou ignorância”, afirma o professor.

Para Amâncio, o laranjeirense João Ribeiro - jornalista, crítico literário, filólogo, historiador, pintor e tradutor, bem como membro da Academia Brasileira de Letras - foi um dos maiores estudiosos da língua portuguesa que o Brasil já teve.

“NÃO AMAMOS PORQUE NÃO CONHECEMOS”

O professor do IFS também inclui na sua lista de grandes sergipanos Laudelino Freire. “Incluo ele por ter organizado um dos primeiros dicionários de nossa língua, o Português do Brasil”, explica.

Professor de história e experiente na área de história, educação e cultura, sobretudo de Sergipe, Marcos Vinícius Melo dos Anjos também crê que um dos pontos chaves dos sergipanos não lembrar de suas personalidades é a Educação.

“Eu acredito que Sergipe passa por uma situação específica no sentido de não ter sido criado um vínculo onde se ensinasse desde a escola a conhecer o que é nosso. Não defendemos, não amamos o que não é nosso, porque não conhecemos”, enfatiza Marcos Vinícius.

CONSTITUIÇÃO SERGIPANA

O professor Marcos explica que: “a partir do momento em que temos uma Educação nas redes públicas, município, estado e federal, e privadas que trabalhe conteúdos regionais, vamos estar dando o primeiro passo para formação de uma nova geração com conhecimento”, enaltece o professor, que também é o atual coordenador da Divisão de Material, Ensino-Aprendizagem da Secretaria de Educação, do Esporte e da Cultura - Seduc.

“Para se ter uma ideia, na constituição sergipana, o artigo 215 tem um parágrafo que diz que é obrigatório a inserção do conteúdo de história, geografia e de literatura sergipana em todas as escolas. Mas, se você for verificar, não vai encontrar planejamento (nas escolas)”, informa Marcos Vinícius.

Conforme citado na reportagem “Sergipe: um Estado adormecido à beira dos 200 anos”, publicada no JLPolítica há três semanas, consta no currículo escolar da rede estadual material sobre a história de Sergipe, segundo informou a Seduc, por meio da Assessoria de Comunicação. Porém, pelo jeito, de maneira insuficiente.


Professor de História, Amâncio Cardoso crê que os sergipanos não conhecem suas personalidades porque o aparelho escolar não reforça a importância de tais

CONHECER O NOSSO PRIMEIRO

Para a diretora-presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe - Funcap -, órgão resultante da fusão entre a Secretaria de Estado da Cultura e a Fundação Aperipê, Conceição Vieira, falta, realmente, um ensino mais efusivo da história de Sergipe nas salas de aula.

“Precisamos conhecer o mundo a partir do nosso local existencial. Do que adiante estudar sobre Europa, Oceania, África, se não tratamos do nosso habitat, nosso espaço mais próximo, onde fazemos a história acontecer? Todo cidadão, cidadã é um participe na formação da história e nada sabe sobre o seu lugar de habitação”, diz Conceição Vieira.

O professor Marcos Vinícius lembra que, para reverter essa situação de “amnésia” entre os sergipanos, não se pode deixar desamparadas as gerações que já estão formadas e saíram da sala de aula.

PAPEL DAS MÍDIAS

Para ele, as mídias têm um papel importante nessa hora. “A partir do momento em que se tem um espaço de mídia que passe conteúdo que destaque a cultura sergipana, você já abre outro canal de diálogo com a sociedade”, informa.

Na visão do professor Marcos, assim como muitos outros estudiosos, o sentimento de pouco pertencimento, a escassez do “orgulho de ser sergipano” influencia bastante nessa realidade de falta de valorização dos seus entre os cidadãos de Sergipe.

“Ouvi no documentário “Lampião Revisitado” que em Sergipe as pessoas não têm orgulho porque é o menor estado da federação. Então, existe essa ideia de ser o mais simples, coitado. Mas não é isso”, afirma Marcos Vinícius.

FORTALECIMENTO DA IDENTIDADE

“Gaúchos que veem morar no Nordeste, não abandonam o chimarrão. Tem até os centros de tradições gaúchas em todos os lugares. Quando se fala em pão de queijo, todo mundo pensa em Minas; frevo, em Pernambuco; acarajé, em Bahia. Sergipe não tem um elemento que unifique e simbolize como um todo. Porém, temos vários elementos regionais. O que precisaria é fortalecer esses elementos como representatividade no geral”, opina o professor Marcos.

A diretora da Funcap também aponta que a falta de identidade cultural, de pertencimento do sergipano e o esquecimento da história de Sergipe estão, estritamente, entrelaçados. “Porque não nos sentimos protagonistas da nossa história?”, questiona.

Conceição ainda diz: “dentro da região, alguns estados são mais atenciosos (com essa questão). Acho que Sergipe deixa um pouco a desejar. Precisamos adentrar mais nessa concepção de conhecimento de nossa história de vida. Precisamos fortalecer nossa identidade cultural”.


Segundo o professor e mestre em filosofia Cássio Murilo Costa, atual presidente da Funcaju, existe uma política de esquecimento e subalternidade em Sergipe

RENASCIMENTO NO BICENTENÁRIO

Para Eduardo Oliva, o bicentenário de Emancipação Política de Sergipe no próximo ano é a grande oportunidade de renascer entre os sergipanos o sentimento de pertencimento.

“É um belo momento para mergulharmos cada vez mais na nossa cultura, aprofundar o sentido da sergipanidade, pois somos um dos Estados mais antigos do país, temos a quarta cidade mais antiga, São Cristóvão, temos uma tradição de pensamento, somos um povo que traz uma ideia libertária, de grande produção literária e também jurídica. É um grande momento portanto para nos debruçar sobre nós mesmos, nossa gente, nosso passado”, reforça Oliva.

Segundo Oliva, compete aos intelectuais sergipanos, jornalistas, e, claro, gestores públicos atuais aproveitarem os 200 anos de emancipação de Sergipe e buscar uma espécie de renascimento da sergipanidade, a partir, sobretudo, do estímulo ao estudo das grandes personalidades culturais sergipanas que contribuíram não só para a cultura do Estado, mas também para a brasileira.

DIVULGAÇÃO DOS ESPAÇOS

Quando se cria uma identificação, fortalece-se uma identidade e, quem sabe, a tão clamada sergipanidade. É preciso refletir, replanejar a divulgação da cultura de Sergipe nas escolas, nas mídias, nas propagandas institucionais públicas.

“Não é pensar apenas nos nomes. As figuras de destaque são importantes, mas que se crie situação. Pode-se estar criando prêmios de poesia, teatro. Imagine fazer um festival de curtas só com os literatos sergipanos. Pode-se estar divulgando os espaços públicos também”, ressalta o professor Marcos Vinícius.

“Nós temos o Museu da Gente Sergipana, um espaço muito bom, excelente, mas, se for feita uma pesquisa, verá que a quantidade de pessoas que visitaram o museu, como o Museu Olímpio-Campos, ainda é uma quantidade pequena em termos de sergipanos. Você ia para o Museu Histórico de São Cristóvão e, até pouco tempo, no domingo, quando todo mundo visita, estava fechado”, diz Marcos Vinícius.


Para o professor de história Marcos Vinícius dos Anjos para reverter essa “amnésia” dos sergipanos, a educação e as mídias têm importante papel

FORRÓ ANO TODO

O professor Marcos aponta como uma das soluções: a promoção de rodas culturais, eventos periódicos. “Se diz na música bem pensada e bem feita que “Sergipe é o País do Forró”, porém, tirando um estabelecimento que tem na Orla, o Cariri, você não tem estabelecimentos, produções, realizações de eventos quinzenais, mensais populares, abertos para pessoas, sem pagar, que trabalhe cultura”, cutuca.

“Imagine a cada 15 dias tivesse um grupo folclórico se apresentando na Orla e depois um trio pé de serra sergipano para as pessoas. Você criaria uma cultura”, sugere Marcos Vinícius.

Para repensar a cultura de Sergipe, colocar todas essas ideias em prática, a diretora da Funcap afirma que é necessário um clamor de todos, principalmente, dos pensantes do Estado. “Não depende do Governo, Prefeituras. Depende de todo mundo”, diz.

PAPEL DO PODER PÚBLICO

Mas, claro, Conceição Vieira não tira o corpo fora. Sabe que é papel, principalmente, das instituições públicas reverter essa situação. “O governamental federal, estadual e municipal, como fomentador, como coordenador de processos, implementador de políticas sociais, quer seja educação, cultura, precisa ter esse entendimento de que precisamos fortalecer”, afirma.

Segundo a diretora da Funcap, os sergipanos nunca terão uma boa visão de mundo, se não entender o seu local. “Se não temos ação local consciente, jamais poderemos dar contribuição. Ficaremos vendo assim partes, lampejos e dando opiniões soltas”, enfatiza.

O presidente da Funcaju também não tem dúvidas que é papel das instituições públicas, privadas, da própria sociedade, o combate sistemático dessa política do esquecimento.


Segundo a diretora da Funcap, Conceição Vieira, dentro dos eventos alusivos ao Bicentenário de Sergipe, existirão projetos voltados a personalidades e fortalecimento da cultura

PENSAMENTOS EQUIVOCADOS

Mas mais ainda: “o poder público, o aparato estatal voltado para um papel pedagógico, sem dirigismo, mas pedagógico de dialogar, de ajudar a construir um sentimento de identidade que seja um sentimento de pertença, de nos dar autoestima”, afirma Cássio Murilo.

Segundo o presidente da Funcaju, existem duas formas muitas equivocadas de se entender Sergipe. “Ou como uma aldeota gaulesa imune a qualquer influência externa e, por outro lado, a ideia de Sergipe como uma republiqueta das bananas completamente permeável a tudo que nos chega”, diz.

Cássio Murilo afirma que as instituições públicas devem entrar em cena nessa hora para desqualificar essas duas leituras, igualmente equivocadas. “Porque há aqui material mais que suficiente. Nós temos sim uma identidade sergipana e isso não pode ser encarada de forma xenófoba ou ufanista. Há uma identidade e ela permeia os nossos falares, os sentidos, a reflexão, as formas de vida”, diz.

AÇÕES DO BICENTENÁRIO

De acordo com Conceição, dentro das discussões sobre os eventos/ações alusivos ao Bicentenário de Sergipe - há uma Comissão Organizadora, composta por representantes de vários segmentos da sociedade - existem projetos para rememorar personalidades sergipanas e, evidentemente, fortalecer a cultura do Estado.

“Por que montar uma comissão já para os 200 anos? Porque é preciso estudar, avaliar essa história e ver que perspectiva temos para frente. Não é o Governo e nem município sozinho, mas é junto com pensadores”, informa a diretora.

“A partir de agosto, precisaremos estar nos reunidos mensalmente para essa grande construção, quem sabe, essa grande revisão de prática, valorizando muito mais as datas cívicas, fazendo delas uma missão”, afirma Conceição. “Como por exemplo, nossa maior data de Sergipe, a emancipação política. Como fazer que não seja simplesmente um feriado que ninguém sabe o por quê?”, questiona ela.





Dos 200 livros publicados pela Edise, segundo a editora, houve sempre o cuidado para que se voltasse especificamente às figuras de extrema importância do Estado

Literatura: importante instrumento de conhecimento das personalidades

Implantada em 2009 pelo então governador Marcelo Déda, a Editora Diário Oficial do Estado de Sergipe - Edise -, órgão suplementar da Empresa Pública de Serviços Gráficos de Sergipe - Segrase -, desenvolve uma política centrada na divulgação de livros que promovam a educação, a cultura filosófica, científica e literária e o desenvolvimento de Sergipe e, com certeza, dará grandes contribuições para fortalecer o Estado nesses 200 anos.

“Conta-se a história de um povo a partir daqueles que em áreas diversas marcaram em capôs político, econômico, educacional e social a riqueza desse povo que cada um representa”, destaca o presidente da Segrase, Ricardo Roriz.

“Já falamos com algumas pessoas que são membros da Comissão Organizadora do Bicentenário de Sergipe e vamos trabalhar em cima de obras importantes de pensadores sergipanos. Através da nossa empresa gráfica, podemos reeditar e editá-las”, informa a presidente da Funcap.

OLHAR CLÍNICO DA EDISE

De acordo com a Edise, das 200 obras publicadas pela editora ao longo de sua existência, houve sempre o cuidado e o olhar clínico para que se voltasse especificamente às figuras de extrema importância do Estado, como Jouberto Uchôa, Manoel Bonfim, Wellington Mangueira, Tobias Barreto, Epifânio Dória, Ranulfo Prata, Luciano Cabral Duarte, Lourival Fontes, Paulo de Carvalho Neto.

Para Ricardo Roriz, todas essas publicações são de extrema importância, pois: “fortalece o nosso conceito de um pequenino território, de dimensões geográficas restritas, como nossa querida Sergipe, para continuar produzindo


Presidente da Segrase, Ricardo Roriz: “haverá sempre caminhos para que a literatura se mantenha no instrumento de fazer com que as personalidades jamais sejam esquecidas

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br