AMIGOS, na próxima semana, se tudo der certo, no site www.antoniocorreasobrinho.com, estará disponível a todos, gratuitamente, o e-book OS TORPEDEAMENTOS QUE LEVARAM O BRASIL À GUERRA (Relatos Jornalísticos). No momento, apenas a Capa e minha simples Apresentação. É conteúdo que pertence a todos nós. Abraço.
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APRESENTAÇÃO
Dou continuidade ao meu propósito de reunir narrativas
jornalísticas de acontecimentos significantes da história de Sergipe, meu
pequeno e amado torrão, apresentando, neste feito, o noticiário da imprensa
nacional sobre os torpedeamentos e consequentes afundamentos dos navios da
Marinha Mercante do Brasil: BAEPENDI, ARAQUARA, ANÍBAL BENÉVOLO, ITAGIBA e
ARARÁ, pelo submarino alemão U-507, ocorridos nos dias 15, 16 e 17 de agosto de
1942, nas proximidades do litoral nordestino, entre os estados de Sergipe e
Bahia, em que mais de 600 cidadãos brasileiros – adultos, idosos e crianças,
civis e militares, passageiros e tripulantes - perderam as preciosas vidas,
além de produzir gigantesco e irreparável prejuízo material.
Como sabemos, em resposta ao atroz atentado, o governo
brasileiro, sob o comando de Getúlio Vargas, que, pressionado pela população
brasileira, ainda no correr daquele infausto agosto, no dia 22, declarou o
estado de beligerância e, no dia 31, decretou o estado de guerra com a Alemanha
e a Itália, as potências nazifascistas, formadoras, junto com o imperial Japão,
da chamada “Aliança do Eixo”, ou simplesmente “Eixo”, protagonistas, desde
1939, do grande conflito armado com as “Nações Unidas”, os países “Aliados”.
É a coleção que ora
anuncio, formada basicamente de textos publicados na época dos afundamentos dos
navios acima mencionados. São notícias, narrativas, sobre os ataques, a
identificação dos vapores bombardeados; as listas de tripulantes e passageiros
vitimados; entrevistas com náufragos sobreviventes; atos e decisões
governamentais; repercussão na mídia nacional e
internacional; as campanhas promovidas; a memorável e histórica
manifestação da sociedade brasileira, nos seus mais diversos setores e
seguimentos, liderada incialmente pelos estudantes universitários, de pesar,
pelos compatriotas, inocentes e indefesos, assassinados de forma vil e covarde,
e de aversão e ódio aos autores nazistas, esta que talvez tenha sido a mais
grandiosa, abrangente e eloquente expressão de patriotismo e de solidariedade
que se tem notícia na nossa história, que, sem sombra de dúvida, foi a força
motriz que levou o Brasil à Guerra.
Compõem também este
conjunto de textos, ricos editorais e valiosas opiniões, belas crônicas, duas
poesias, discursos, material que fui buscar nas páginas octogenárias de jornais
e revistas do norte e sul do Brasil: Correio da Manhã (RJ), Jornal do Brasil
(RJ), Folha da Manhã (SE), Diário de Pernambuco (PE), O Globo (RJ), A Ordem
(RN), Folha de S. Paulo (SP), O Dia (PR), A Notícia (SC), Reação Brasileira
(RJ), Correio do Povo (SC), O Jornal (RJ), Correio do Paraná (PR), Rio Engrenes
(PR), Diário de Notícias (RJ), A Manhã (RJ), Vamos Ler! (RJ), Correio
Paulistano (SP), Carioca (RJ), Monitor Mineiro (MG), Revista Marítima
Brasileira (RJ), Entre-os Jornal (RJ), O Estado de S. Paulo (SP), Jornal das
Moças – Ilustrada (RJ), Noite Ilustrada (RJ), Revista da Cruz Vermelha
Brasileira (RJ), Diário Carioca (RJ), Lavoura e Comércio (MG), O Radical (RJ),
Jornal do Estado de Mato Grosso (MT), Gazeta do Piauí (PI), Visão Brasileira
(RJ) e O Brasil de Hoje, de Ontem e de Amanhã (RJ).
Permitam-me, aqui,
salientar que o afundamento destes cinco vapores da nossa cabotagem, em agosto
de 1942, ato praticado pela primeira vez em nossas águas territoriais, a poucas
milhas da costa brasileira, quando nossa Marinha Mercante já havia perdido 12
dos seus navios, para o Eixo, atacados em águas do Atlântico Norte -, muito
consternou e revoltou profundamente a nação brasileira, porém, mais ainda o
povo sergipano, que assistiu, num modo de dizer, a porta da frente do seu
território ser por destino palco da mais ignominiosa afronta ao Brasil; povo
que, das centenas de compatriotas brasileiros mortos, teve dezenas de seus
concidadãos sergipanos submergidos para sempre nas suas próprias águas
marítimas, a maioria estava a bordo do Aníbal Benévolo. Sergipanos, que
presenciaram, atônitos, perplexos, impotentes, as areias de suas praias
pontilhadas de despojos, de restos dos navios, cadáveres; os sergipanos, que
acolheram e cuidaram de tantos náufragos sobreviventes, feridos e doentes, e
que deu seu chão por sepultura a muitos corpos de almas abruptamente retiradas
da existência física pelos asseclas de Hitler.
A Folha da Manhã, na
sua edição de 18 de agosto de 1942, escreveu: “Sergipe, nunca em sua vida
presenciou no seu território uma cena tão triste como a que está presenciando
nestes dias”. Reafirmamos o dito supra, mesmo passados quase 80 anos, dizendo
mais: nada marcou mais a história de Sergipe, notadamente a da sua capital
Aracaju, do que esse terrível acontecimento, com seus reflexos e consequências.
Dizer que os textos
foram atualizados ortograficamente e que, na parte final do e-book, juntei
fac-símiles de jornais e introduzi índice remissivo.
Penso ter resumido,
neste trabalho, o que noticiou a imprensa nacional sobre este majestoso momento
vivido pela nação brasileira, para que seja lido por esta e pelas futuras
gerações dos filhos da minha Pátria.
Concluo, agradecendo
à Biblioteca Nacional (BN), a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e aos
jornais O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, pela disponibilização
dos seus acervos. E ao meu filho Thiago, pela diagramação e capa.
Aracaju/SE, outubro de 2020.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antônio Corrêa Sobrinho
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