sábado, 13 de junho de 2020

Livro: Tragédia do Rio do Sal, de Antônio Corrêa Sobrinho


Publicado originalmente na Linha do Tempo no Perfil do Facebook de Antônio Corrêa Sobrinho, em 30 de setembro de 2019.

APRESENTAÇÃO

Em julho que passou fez 68 anos (2019) do desastre aéreo ocorrido nas proximidades de Aracaju, capital do estado de Sergipe, considerado, na época, uma das maiores tragédias da aviação comercial brasileira, em que morreram os 32 ocupantes do bimotor Douglas, prefixo PPL-PG, pertencente à Linhas Aéreas Paulistas (LAP), dentre os quais o governador do Rio Grande do Norte, Sr. Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia, membros do alto escalão do governo e 6 pessoas pertencentes a uma só família.

12 de julho de 1951 foi a data do desastre, um dia que consternou o Brasil, o Nordeste, os sergipanos, pernambucanos, paraibanos, e enlutou profundamente os rio-grandenses-do-norte, que perderam conterrâneos e o seu governador.

Apesar da grandiosidade do acidente, da enorme repercussão que teve em todo o país e do seu significado político, o tempo, o ofuscador natural das coisas pretéritas, associado ao desinteresse do geral da sociedade em manter vivas certas significativas memórias, encarregou-se de tornar praticamente esquecido o infausto ocorrido no rio do Sal, momento da extinção de valorosos seres humanos, um deles chefe de Estado.

Sou filho de Aracaju, cidade onde sempre vivi, e desde menino sei da história do avião que caiu no rio do Sal, um dos afluentes do rio Sergipe, entre os povoados Sobrado e Calumbi, de Nossa Senhora do Socorro, município da Grande Aracaju, situado nos limites norte e noroeste desta capital. Mas, sempre soube porque a família do meu saudoso avô materno, Erundino José de Santana, é originária justamente do Sobrado, onde nos idos dessa tragédia parte dela morava. Nem é preciso dizer o quanto estes meus parentes diziam dessas horrendas mortes no rio do Sal, bem como, da possibilidade de o avião ter caído sobre suas cabeças, casas ou nas salinas que eles ali possuíam, bastando o destino ter querido.

Sem este quando em vez recordar, estaria eu na mesma condição do geral da população, de pouco, quase nada ou nada saber a respeito do acidente aéreo em 1951 no rio do Sal, e que tantas vidas ceifou, como a do novel governador potiguar, Dix-Sept Rosado Maia, este que o aqui já mencionado destino fez nascer na gloriosa Mossoró das grandes salinas, e falecer no rio das salinas sergipanas.

E foi em face do acima exposto que me propus a trazer ao presente, reunidos e com a roupagem da tipografia moderna, o que disseram os jornais brasileiros deste lastimável desastre. Para tanto, utilizei-me da hemeroteca digital da Biblioteca Nacional (BN) e do acervo dos jornais sergipanos, disponibilizado no site da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que me levaram às reportagens contemporâneas ao acidente, dos jornais Correio de Aracaju (SE), O Nordeste (SE), O Globo (RJ), A Noite (RJ), Diário de Sergipe (SE), Diário de Natal (RN), Diário de Notícias (RJ), A Ordem (RN), Diário de Pernambuco (PE), Jornal de Notícias (SP), A Cruzada (SE) e Sergipe-Jornal (SE). Além das manchetes acerca do acidente, do O Liberal (PA), Jornal do Dia (RS), Jornal Pequeno (PE), Imprensa Popular (RJ), A Manhã (RJ), Gazeta de Notícias (RJ), Diário Carioca (RJ), O Jornal (RJ), Última Hora (RJ), Tribuna da Imprensa (RJ), Correio da Manhã (RJ) e Correio Paulistano (SP).

Por oportuno, fiz constar da presente compilação as duas seguintes coordenadas geográficas: a 10º52’59.0”S 37º07’02.6”W (-10.883041, -37.117395) e a 10º53’21”S 37º06’42”W (-10.889167, -37.111667), as quais tenho como balizadoras do trecho do rio onde o avião sucumbiu (ficarei devendo o ponto exato da queda), o que faço baseado nas informações destes jornais e as a mim recentemente prestadas por pessoas que conversei na localidade: de que a aeronave caiu, a rigor, no riacho Calumbi, um pequeno braço, um adendo, um complemento do rio do Sal; da referência que é feita a uma ponte (férrea, ainda existente) sobre este riacho Calumbi e a, segundo alguns jornais não sergipanos, um choque do avião com a esta; que o desastre aconteceu nas proximidades da fazenda Coqueiro e das salinas da empresa Cabral Machado, nas terras do Sobrado e Calumbi, de Nossa Senhora do Socorro, a três quilômetros do campo de aviação, o aeroporto de Aracaju na época.

Dizer, concluindo, que os estados de Sergipe e do Rio Grande do Norte possuem uma história em comum, nascida há 68 anos, neste rio do Sal, indelével acontecimento, que nem o tempo nem as gerações apagarão. Uma história de compartilhamento de desespero, perdas, encontros, tristeza, sofrimento, dor, lamento, luto, solidariedade, gratidão.

Que sejam as narrativas aqui reunidas, propugnadoras da causa de fazer redivivo este fato social e histórico-político que foi o desastre aéreo ocorrido na manhã chuvosa da quinta-feira, 12 de julho de 1951.

Juntei, no final do trabalho, imagens que publicadas com as matérias jornalísticas e outras colhidas na internet.

Agradecendo ao meu filho Thiago, pela capa e diagramação deste singelo trabalho, dou por encerrada a apresentação.

Aracaju/SE, 28 de setembro de 2019.

Antônio Corrêa Sobrinho

Texto e imagem reproduzidos do Facebook de Antônio Corrêa Sobrinho

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