sexta-feira, 7 de junho de 2024

Antonio Carlos Viana estaria fazendo 80 anos de vida

Legenda da foto: Antonio Carlos Viana: um inventivo que faz falta!

Publicação compartilhada do site JL POLÍTICA & NEGÓCIO, de 6 de Junho de 2024

Antonio Carlos Viana estaria fazendo 80 anos de vida

Por Roseneide Santana *

Nesta última quarta-feira, 5 de junho, o renomado contista brasileiro Antonio Carlos Viana teria feito 80 anos. Nascido em Aracaju em 1944, Viana lançou seu primeiro livro em 1974 pela Editora Cátedra, com o título Brincar de Manja. Ele faleceu aqui em Aracaju no dia 14 de outubro de 2016 vítima de um câncer de próstata.

Naquela época de 1974, ele tinha abandonado a carreira de professor do Estado em Sergipe e rumou para Teresópolis, no Rio de Janeiro, com a esposa, para vender cachorro-quente em frente ao INSS da cidade.

De Viana, foram muitas traduções, incluindo As Fábulas de Esopo e Os Miseráveis, Vitor Hugo, alguns livros didáticos sobre escrita, um livro infantil, O Palhaço e a Bailarina, Edelbra, 2007, e sete livros de contos: Brincar de Manja - Cátedra, 1974 -, Em Pleno Castigo - Hucitec, 1981 -, O Meio do Mundo - Libra & Libra, 1993 -, e pela Companhia das Letras, O Meio do Mundo e outros contos, 1999, Aberto está o inferno, 2004, Cine Privê, 2009 e Jeito de matar lagartas, 2015.

Os dois últimos receberam o primeiro lugar no Prêmio APCA - Associação Paulista de Crítica de Arte -, e Jeito de matar lagartas recebeu o Jabuti In memoriam, em 2017.

Destaco aqui a generosidade desse grande escritor que durante muitos anos, já aposentado, coordenou junto com a professora Maruze Reis um projeto de incentivo à leitura na Biblioteca Epifânio Dória, em Aracaju.

Eis o fragmento de um dos mais belos contos de Viana, O Meio do Mundo, que foi transformado em curta metragem premiado nas mãos do cineasta paraibano Marcus Vilar.

“A estrada era comprida que nem só, mais ainda que a do mulungu onde a gente ia ver o doutor uma vez por ano. Meu pai na frente, calado mais que nunca, o sol ardendo na cabeça, até que ele pôs um lenço no cocuruto calvo. Minha mãe tinha me dado um chapéu que nem dava mais na minha cabeça. E lá íamos no silêncio da areia quente esfolando os pés, minha alpercata mais comida que a correia de amolar faca. Na verdade eu nem sabia para onde estava para onde estava indo”.

* ARTICULISTA Roseneide Santana, é mestra em Letras e técnica em Educação da UFS. 

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica com br

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