terça-feira, 17 de setembro de 2024

Mestrinho: a alquimia da sanfona brasileira

Publicação compartilhada do site JORNAL UNESP, de 19 de maio de 2023 

Mestrinho: a alquimia da sanfona brasileira

Discípulo de Domingunhos, instrumentista vem construindo seu espaço reinterpretando ritmos tradicionais do Nordeste e dando continuidade à tradição de ases do acordeon acompanhando grandes nomes da MPB.

Por Renato Coelho

“Eu não escolhi a música, a música me escolheu. Quando vi, não havia outro caminho a seguir.” É esse sentimento forte de vocação, combinada com muito talento, que está por trás da trajetória de um dos principais sanfoneiros do Brasil hoje. Mestrinho foi discípulo de um dos principais nomes do instrumento no Brasil, Dominguinhos, e já compartilhou o palco com luminares da MPB do porte de Gilberto Gil, Hermeto Pascoal e Elba Ramalho.

Nascido na cidade de Itabaiana, Sergipe, em 1988, Erivaldo Júnior Alves de Oliveira, ou Mestrinho, sempre viveu dentro de um universo musical. Neto do tocador de sanfona de “oito baixos” Manezinho do Carira, filho do sanfoneiro Erivaldo de Carira, e tendo como irmãos a cantora Thaís Nogueira e o também sanfoneiro Erivaldinho, ele herdou um DNA musical. Começou a tocar sanfona na infância e desde pequeno foi influenciado pela música de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Oswaldinho do Acordeon, Hermeto Pascoal, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Elba Ramalho, entre outros.

“A minha relação com a música começou antes de eu nascer, pois quando minha mãe estava grávida, ela já sonhava com um filho sanfoneiro. Nasci num berço musical, ouvindo muita sanfona, iniciando com Luiz Gonzaga. Com 5 anos ganhei meu primeiro acordeon e comecei a tocar. Asa Branca foi a primeira música que aprendi. Depois fui aprendendo outras canções. Desde então, minha relação com a música foi e continua sendo de muito carinho, valorização e respeito, pois é uma coisa preciosa em minha vida”, diz.

Desde o início, sua formação musical seguiu por uma via natural, intuitiva e autodidata. Apesar de frequentar por um breve período uma escola de música, seu aprendizado principal se baseava em sua grande percepção musical e auditiva. Graças a ela, rapidamente conseguia executar e reproduzir em seu instrumento as notas e acordes que escutava. Esta facilidade abriu caminho para a precoce decisão de viver de música.

“Não lembro muito do meu processo de aprendizagem, não tenho essa memória do  tipo ‘comecei aqui, desenvolvi ali’. Foi como se eu tivesse dormido e acordado sabendo tocar música. Por isso também não tenho didática para dar aulas, apontar um ou outro caminho. Deixo para os professores o ensino. Eu não me considero um professor, me considero uma pessoa que explora a música”, diz.

Mestrinho também relata as escolhas que fez para dar prosseguimento à vocação. “Aos 11 anos, já estava fazendo testes em bandas para tocar. Nas primeiras bandas de que fiz parte, ainda estava estudando na escola básica e tal. Entretanto, naquele momento, já enxerguei toda uma vida pela frente, todo um futuro. Cheguei na minha mãe e disse: mãe, eu já estou tocando e minha vida não será diferente disso. Eu quero ser músico, viver de música e vou atrás do meu sonho. Não vou estudar mais na escola. Então ela me olhou e disse: Tá bom, filho”, recorda Mestrinho. “Aí caí na estrada. Devido a minha idade, ela fazia autorizações para que eu pudesse viajar com as bandas. Minha mãe sempre me apoiou nesta trajetória artística”, lembra. Mas ele faz uma ressalva: “faço questão de destacar que, como sei da importância do aprendizado escolar, eu nunca deixei de aprender.  Minha cabeça era focada na música, mas sempre busquei livros, conhecimentos diferentes e aprender coisas na vida que me desenvolvessem como cidadão. Eu adorava matemática, uma disciplina que tem tudo a ver com a música. Sempre fui interessado em muitos assuntos e temáticas que estruturaram meu caminho. Não cursei colégios, mas tive aprendizados muito ricos na vida.”

Já aos 17 anos, Mestrinho e sua irmã se mudaram de Aracaju para São Paulo e criaram o Trio Juriti. Juntos participaram de festivais e se destacaram pela composição da música autoral “Mais um dia sem te ver”. Ainda nesse trio gravaram dois álbuns intitulados Forró irresistível e Cara a Cara que contaram com a participação dos emboladores Caju e Castanha e com a produção do compositor João Silva, um dos maiores parceiros de Luiz Gonzaga.

Desde o início, o estilo de forró tradicional predominou na trajetória de Mestrinho. Porém, após conviver e tocar com Dominguinhos, o músico sergipano ampliou sua percepção sonora e alçou novos voos artísticos. “Dominguinhos é um Deus da música pra mim. Um dos maiores artistas e músicos no quesito do conhecimento puro da música, da conexão única que existe entre o universo e a música. Ou seja, as mensagens que a gente recebe do universo e transforma em música”, diz. ” Essa vivência foi uma espécie de reconexão. Como se nos conhecêssemos de outra vida e nos reencontrássemos, pois a gente acreditava em muitas coisas similares. A humildade, os conselhos de vida, da música… Dominguinhos me fez enxergar a importância do respeito pela música. A  fazer o melhor para a música, fazer música para melhorar o dia das pessoas, e não para o meu ego ou de outras pessoas. Comecei a enxergar a música de outra forma, com outras características. A usar harmonia moderna, tocar jazz… Ele abria esses caminhos e a partir daí pude ouvir outros gêneros que abrangem a música nordestina e também sonoridades modernas.”

Durante sua carreira, além de Dominguinhos, Mestrinho já teve a honra de dividir o palco com artistas consagrados como os já mencionados  Gilberto Gil, Hermeto Pascoal e Elba Ramalho, além de Rosa Passos, Antônio Barros e Cecéu, Zélia Duncan, Geraldo Azevedo, Jorge Aragão, Gabriel o Pensador, Paula Toller, Luciana Mello, Diogo Nogueira, Toni Garrido, Margareth Menezes, Elza Soares, Benito di Paula e Zeca Baleiro, entre outros.

Em 2014 lançou o primeiro álbum solo, intitulado Opinião, que conta com a participação do Gilberto Gil na faixa “Superar” de autoria do próprio Mestrinho. O trabalho também traz a participação de sua irmã Thais Nogueira na faixa “Arte de quem se ama” do compositor Elton Moraes. O álbum teve uma excelente repercussão de mídia e público. De lá pra cá, Mestrinho lançou outros diversos trabalhos, singles e canções que ampliam sua popularidade e o colocam como um dos principais nomes do acordeon no Brasil.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornal unesp br/2023

Mestrinho se torna o primeiro sanfoneiro com show solo no Rock in Rio



Texto publicado originalmente no site INFONET, em 16 de setembro de 2024

Mestrinho se torna o primeiro sanfoneiro com show solo no Rock in Rio

O artista sergipano Mestrinho foi uma das atrações do Rock in Rio, um dos maiores festivais de música do país, no Rio de Janeiro. O músico se apresentou no palco Global Village no último sábado, 14.

Conforme o Governo de Sergipe, Mestrinho fez história ao ser o primeiro sanfoneiro a realizar um show solo em um dos palcos do evento. O artista é natural de Itabaiana e foi descrito como uma das grandes revelações da música nordestina contemporânea pelo festival.

Filho do renomado sanfoneiro Erivaldo de Carira, o músico vem sendo reconhecido por diversos artistas nacionais e realizou parcerias de sucesso com outros nomes da música brasileira, como Bráulio Bessa e Ivete Sangalo. “Esse grande sergipano levou o forró do nosso estado com muita personalidade e sem se esquecer de suas raízes musicais”, completou a gestão estadual.

Em suas redes sociais, Mestrinho demonstrou a felicidade em participar do festival. “Estarei no palco do Rock in Rio defendendo a cultura nordestina! Muito feliz com essa realização!”, publicou.

Por Carol Mundim e Verlane Estácio.

Texto reproduzido do site infonet com br

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Texto publicado originalmente no site G1 GLOBO, em 16 de setembro de 2024

'Pra ficar na memória', diz Mestrinho sobre apresentação no Rock in Rio

Sergipano foi o primeiro sanfoneiro a realizar um show solo no festival.

Por g1 SE

O músico sergipano Mestrinho se apresentou no Rock in Rio, no último sábado (14). De acordo com o governo de Sergipe, ele foi o primeiro sanfoneiro a realizar um show solo no festival, que é considerado um dos maiores do mundo.

"Pra ficar na memória'! Passou um filme na minha cabeça, me transportei pra infância, pro momento onde falei pra minha mãe que eu ia viver de música. Pensei bastante em meu irmão Erivaldinho, pois queria que ele estivesse aqui com a gente, e pensei também no dia histórico que estava sendo, e na resistência com a música nordestina que defendo e que eu ia dar o meu melhor pra aquele momento! Agradeci demais a Deus por aquele momento! ", disse o artista.

Mestrinho é um dos maiores sanfoneiros do país e tem reconhecimento de grandes artistas do cenário nacional. Itabaianense e filho de Erivaldo de Carira, aprendeu com o pai, ainda criança, a tocar sanfona. Atualmente, ele também canta e compõe.

Durante a apresentação, que ocorreu no Palco Global Village, o sergipano fez o público dançar quadrilha junina. 

Mestrinho se apresenta no Rock in Rio

"Sentimento de realização e de felicidade por dar orgulho para os meus conterrâneos! Sempre falo com muito orgulho que sou de Sergipe por onde passo! Estou extremamente feliz e realizado com esse momento", finalizou.

Texto reproduzido do site g1globo com/se

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A Casa de Pedra e o Cangaço em Poço Redondo

Texto publicado originalmente no Facebook/Rangel Alves da Costa, em 12 de setembro de 2024

A CASA DE PEDRA E O CANGAÇO EM POÇO REDONDO.
Por Rangel Alves da Costa.

Na foto abaixo se avista a Casa de Pedra, que está sendo construída e finalizada em Poço Redondo, sertão sergipano. Distando 2,5 km da sede municipal, na Estrada Histórica Antônio Conselheiro (Estrada de Curralinho), a Casa de Pedra fica no centro de um verdadeiro livro sertanejo, pois no contexto do Cangaço, da Religiosidade e da própria História do Sertão. Lampião passou bem em frente aonde atualmente está sendo construída a Casa de Pedra. Em abril de 29, o líder cangaceiro atravessou o Velho Chico e adentrou pela primeira vez nos sertões sergipanos. Em 38, no Coito da Fazenda Cururipe, que fica bem ao lado da Casa, o cangaceiro Canário foi traído e morto pelo também cangaceiro Penedinho. Nas vizinhanças da Casa estão outros importantes Marcos do Cangaço: Cruzes dos Soldados, Marco de Canário, Marco de Zé de Julião, Marco de Antônio Canela. E a Casa de Pedra está no centro e no contexto de tudo isso. Acrescentar que a Estrada de Curralinho, onde a Casa de Pedra está sendo construída, teve suas veredas abertas pelos seguidores do beato e missionário Antônio Conselheiro, no ano de 1874...

Texto e imagens compartilhadas do Facebook/Rangel Alves da Costa

sábado, 14 de setembro de 2024

Registro de Notícia > Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe > 111 anos (2023)


REGISTRO DE NOTÍCIA > veiculada pela TV Atalaia, em 17 de agosto de 2023.
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe completa 111 anos, o espaço é importante para pesquisas.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Exposição celebra 60 anos de arte de Joubert Moraes

Legenda da foto: Em recorte preciso, o artista visa aproximar o público do seu legado artístico - (Crédito da foto: divulgação)

Publicação compartilhada do site INFONET, de 9 de setembro de 2024 

Exposição celebra 60 anos de arte de Joubert Moraes

Considerado um dos nomes mais relevantes da história da arte em Sergipe, Joubert Moraes abrirá dia 12 de setembro, no Museu da Gente Sergipana, a exposição “Joubert – 60 anos de Arte”. A mostra inédita, fomentada pelo Programa FUNARTE Retomada 2023 – Artes Visuais, comemora sua trajetória de dedicação à arte e revela as múltiplas fases do artista, narradas através das telas e esculturas.

Com curadoria e produção executiva de Jade e Joubert Moraes, e expografia de Germana Araújo, a exposição poderá ser conferida até o dia 12 de outubro, de terça a domingo, das 10h às 15 horas.

“Joubert-60 anos de arte” reúne 20 obras de diferentes períodos estilísticos que caracterizam seu trabalho até hoje. A retrospectiva propõe aproximar o seu legado artístico do público, tornando-o acessível aos olhares para além das coleções particulares.

A exposição abraça também as várias facetas artísticas de Joubert. Na vernissage, a partir das 19 horas, acontecerá a exibição do curta-metragem “Aracajoubert” que mostra um pouco da sua vida e obra, e, na sequência, o show Cor Nua com composições de Joubert, participação especial de Tatiana Cobbett, direção musical de Rodrygo Besteti, gaita de Júlio Rêgo, Sax de José Aroldo, bateria de Odílio Saminêz, Flauta de Clístenes Lisboa,Rivaldo Jr no baixo e Pedrinho Mendonça na percussão .

Sobre Joubert Moraes, o crítico de arte Wilson Rocha escreveu: “A força do seu instinto e a lucidez da sua consciência pictórica assumem uma categoria mental e uma claridade estética que propõe uma nova teoria psicológica na atualidade da pintura. Uma obra realizada com tanta força e espontaneidade, com uma paixão desmedida e uma total ausência de complexos numa margem de precisão raramente vista.” Para Joubert sua pintura é plasmática, carregada de mistérios – “Eu não desenho, eu plasmo.”

Sobre o artista:

Joubert, é sergipano de Propriá, fez sua primeira exposição em 1968, na Galeria de Arte Álvaro Santos. Em 1976 pinta os afrescos da Igreja da Ascensão em São Francisco Conde/BA. Realizou exposições em diversas partes do Brasil, entre os lugares estão a Igreja do Solar do Unhão/BA, a Galeria Tina Zapolli, no Rio Grande do Sul; coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Em 2005, fez sua primeira exposição exibindo exclusivamente esculturas, no hotel Parque dos Coqueiros e em 2021 inaugurou a escultura” Formas e Cores” na orla de Atalaia, ano no qual também realizou a última exposição “Antes Arte do que nunca”, no Centro Cultural de Aracaju. Joubert Moraes recebeu diversas homenagens, como a Comenda Cultural Tobias Barreto e o Prêmio Mestre da Cultura Popular, em reconhecimento ao seu fazer artístico.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Texto e imagemreproduzidos do site infonet com br