quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Zé Peixe - José Martins Ribeiro Nunes (1927 - 2012)


Zé Peixe - José Martins Ribeiro Nunes (1927 - 2012).

José Martins Ribeiro Nunes, mais conhecido como Zé Peixe (Aracaju, 5 de janeiro de 1927 - Aracaju, 26 de abril de 2012), foi um prático brasileiro que se tornou uma figura lendária no estado de Sergipe, devido a seu modo incomum de exercer sua atividade. Foi agraciado com diversos prêmios e homenagens, e é lembrado como uma dos sergipanos mais notórios de todos os tempos.

Por muitos anos, Zé Peixe atuou como prático conduzindo embarcações que entravam e saíam de Aracaju, pelo Rio Sergipe. O inusitado, em sua tarefa, se devia ao fato de não necessitar de embarcação de apoio para transportá-lo até o navio. Quando havia um navio necessitando entrar na barra do rio Sergipe, ele nadava até o navio. Da mesma forma, após conduzir o navio até fora da barra, ele saltava e voltava à terra nadando. Algumas vezes ele saía numa embarcação e nadava até uma boia que sinalizava o acesso à barra de Aracaju, onde aguardava as embarcações que necessitavam de seus serviços para entrar na barra.

Biografia.

Nascido em Aracaju, filho de Vectúria Martins, uma professora de matemática, e de Nicanor Nunes Ribeiro, um funcionário público, terceiro de uma prole de seis crianças, foi criado numa casa em frente ao rio Sergipe, na atual avenida Ivo do Prado, próximo à capitania dos portos, e que pertencera a seus avós. Lá, viveu até sua morte. Aprendeu a nadar com seus pais, e desde a infância brincava no rio ou o atravessava a nado para pegar os frutos dos cajueiros na outra margem.

Com 11 anos, já era um exímio nadador. Enquanto os outros meninos iam de canoa até a praia de Atalaia, ele ia a nado. Um dia, o comandante da marinha Aldo Sá Brito de Souza estava desembarcado na Capitania dos Portos, pois sua âncora tinha se enganchado no fundo do rio, e ao observar a destreza do garoto José Martins, o apelidou de "Zé Peixe", alcunha que se firmou.

Dos irmãos, Rita (que também ganhou o apelido "Peixe") era a única que o acompanhava nas aventuras no rio, mesmo à noite, com a desaprovação dos pais, que achavam que este não era um comportamento adequado para uma menina. Sempre lhes dava broncas e até escondiam as roupas de banho da garota (o que nada adiantava, pois iam nadar com o uniforme escolar mesmo, o qual colocavam para secar depois nos fundos da casa). Seus pais também preferiam que Zé Peixe se ativesse aos estudos e lições de casa, mas ele só queria saber de ficar na praia vendo o fluxo dos barcos e desenhando navios; ou no rio. orientando os capitães sobre as mudanças dos bancos de areia em seu leito.

Fez o ginásio no Colégio Jackson de Figueiredo e concluiu o segundo grau no Colégio Tobias Barreto. Ao completar 20 anos, ingressou no serviço de “prático” da Capitania dos Portos. Casou-se na década de 60, mas nunca teve filhos. Foi viúvo durante 25 anos da sra Maria Augusta de Oliveira Nunes.

Seu jeito vigoroso, corajoso, independente e trabalhador sempre foram vistos como exemplos de caráter e de envelhecimento digno. Ao longo de décadas, foi tema de vários jornais, revistas, livros, entrevistas e reportagens televisivas, tanto nacionais quanto internacionais. Foi uma das atrações que conduziu a tocha pan-americana em Sergipe durante os Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio, fazendo o trajeto de barco.

Antes de falecer, se afastou do mar, pois sofria de Mal de Alzheimer, que o deixou limitado e restrito a sua casa, onde era assistido pela família.

Praticagem.

Em 1947, seu pai o fez ir até o serviço da Marinha, onde, mediante concurso, foi admitido como Prático do Estado, lotado na Capitania dos Portos de Sergipe, profissão que exerceu por mais de meio século (naquela época a remuneração de prático era bem mais modesta).

A barra do Rio Sergipe era uma das piores entradas portuárias do país. Zé Peixe, por sua dedicação e seu conhecimento detalhado da profundidade das águas, das correntezas e da direção do vento, sempre se destacou no serviço de praticagem.

Mas foi seu modo peculiar de trabalhar que o fez famoso em vários meios de comunicação. Quando um navio tinha que sair do porto guiado pelo prático, Zé Peixe não utilizava um barco de apoio: subia a bordo e, uma vez guiada a embarcação para o mar aberto, amarrava suas roupas e documentos na bermuda e saltava do parapeito da nave em queda livre de 17 metros até a água (uma altura equivalente a 5 andares), nadava até 10 km para chegar à praia, e ainda percorria a pé outros 10 km até a sede da Capitania dos portos.

Nas chegadas dos navios ao porto, as vezes se utilizava duma prancha para ir em busca das embarcações mais distantes, e as aguardava em cima da boia de espera (a 12 km da praia) durante a noite toda ou mesmo durante um dia todo, até a maré ser propícia à aproximação e ao desembarque no porto. Zé Peixe realizou esses feitos até em sua idade avançada, o que surpreendia tripulação e comandantes desavisados. Certa vez, um comandante russo ordenou que o segurassem antes do salto, pois pensou que o mesmo estava fora de si.

Várias outras situações demonstravam sua bravura na profissão, o que lhe rendeu muitas homenagens. Já aos 25 anos, salvou três velejadores do Rio Grande do Norte. Quando vinha orientando uma embarcação a vela para fora da barra, a mesma virou e lançou todos os tripulantes ao mar revolto. Zé Peixe e sua irmã Rita conseguiram trazer os velejadores a salvo até a praia. Outro acontecimento foi com o navio Mercury. Vindo com funcionários duma plataforma da Petrobras, pegou fogo em alto mar. O prático chegou ao navio em chamas num barco de apoio e, apesar do risco de explosão, subiu a bordo e orientou a embarcação até um ponto mais seguro onde todos pudessem saltar e nadar à terra firme.

Foi agraciado com vários prêmios e medalhas: pelo salvamento da iole potiguar (barco a vela) recebeu a medalha ao mérito em ouro do Rio Grande do Norte; por seus dedicados anos de trabalho recebeu a Medalha Almirante Tamandaré (criada em 1957, homenageia instituições e pessoas que tenham prestado importante serviço na divulgação ou no fortalecimento das tradições da Marinha do Brasil); homenageado com a Medalha de Ordem ao Mérito Serigy, a mais alta condecoração do município de Aracaju; e eleito o Cidadão Sergipano do Século XX. Em 2009, com 82 anos e já enfermo, solicitou junto à Marinha seu afastamento definitivo da praticagem (Portaria N 141/DPC, 13/10/2009).

Estilo de Vida.

Um homem franzino e introvertido de 1,60m de altura e 53 Kg, sempre cativante por sua humildade, dignidade e simpatia, Zé Peixe quase nunca comia e não se banhava com água doce. Sua dieta se baseava em pães com café pela manhã e era rica em frutas durante todo o dia. Também não fumava, nunca bebeu álcool, dormia às 20h da noite e acordava às 6h. Apesar da insistência dos pais, desde criança não tomava banho de água doce, pois vivia no mar. No entanto, tinha o ritual de manter barba e cabelos sempre cortados.

Quando fora de serviço, gostava de ir cedo cuidar de seus botes atracados em frente à capitania dos portos, ir tomar banho de mar e andar de bicicleta até o mercado, onde comprava frutas. A pé ou em bicicleta, só andava descalço. Usava sapatos somente em ocasiões especiais ou quando ia às missas da Igreja do São José ou do Colégio Arquidiocesano.

Nunca saiu do lugar onde nasceu. A antiga casa, toda pintada de branco por fora e azul por dentro, é muito simples. Entulhada de lembranças, títulos e medalhas que Zé Peixe juntou na vida, além de miniaturas e desenhos de barcos, e de imagens de santos católicos. Morreu em Aracaju na tarde de 26 de abril de 2012, vítima de insuficiência respiratória, aos 85 anos.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre [ pt.wikipedia.org ].

Montagem foto reproduzida do blog: guiafd-br.blogspot.com.br

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Povoado Cabeço - Farol do Cabeço


Foz do rio São Francisco, na divisa entre os estados de Sergipe e Alagoas, mais precisamente no município de Brejo Grande/SE.

Povoado Cabeço - Farol do Cabeço.

O povoado Cabeço foi quase que totalmente tomado pelas águas do rio São Francisco e do oceano Atlântico, mas o antigo farol da vila virou símbolo de resistência e passou a ser ponto turístico da região. O farol do Cabeço é um espetáculo à parte no passeio que se faz até a foz do São Francisco. O farol fica dentro da água e possui apenas uma ponta descoberta. As praias fluviais e dunas, além de restingas de mangue também são atrações da localidade.

Fonte: Sergipe Trade Tour.

Texto e imagem reproduzidos do site: sergipetradetour.com.br

sábado, 6 de agosto de 2016

Homenagem a Dom Luciano


Homenagem a Dom Luciano.

Quem não lembra, quando Dom Luciano José Cabral Duarte, apresentava todos os domingos, pela Rádio Cultura de Sergipe, às 12h30, "A HORA CATÓLICA", programa de uma audiência impressionante, pois com sua inteligência e cultura, Dom Luciano dava uma aula todos os domingos.
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Abaixo, link e vídeo do prefixo musical (BG). do programa "A Hora Católica". Beethoven 6a Sinfonia "Pastorale" (Allegro I e II -... https://youtu.be/W3XOfkSYNWo


Postagem migrada do Facebook/GrupoMTéSERGIPE.
http://migre.me/uzUJB

Faculdade Católica de Filosofia, hoje sede do IPES


'Faculdade Católica - Aracaju - 1970'.

"A Faculdade Católica de Filosofia foi fundada em 1950, sendo conhecida popularmente como Fafi. A Faculdade recebeu o primeiro curso de pedagogia do estado. Primeiramente funcionou em um prédio provisório, emprestado pelo Colégio Nossa Senhora de Lourdes, até o ano de 1959, quando seguiu para sua sede definitiva. Em 1967, a Faculdade Católica de Filosofia foi incorporada à recém-criada Universidade Federal do Sergipe". (A.S.)

Foto e Legenda reproduzidas do Facebook/Antonio Samarone.

Hoje, é onde funciona o IPES, na Rua Campos, em Aracaju/SE.
Post migrado do Facebook/GrupoMTéSERGIPE.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Homenagem do Jornalista Ivan Valença, aos 20 anos da Infonet

Lourão, o seresteiro de Aracaju.



Osmário Santos - Memórias de Sergipe/Jornal da Cidade, em 12/12/2011.

Lourão, o seresteiro de Aracaju.

Com o timbre de voz semelhante a Nelson Gonçalves, Lourão faz parte da história da noite de Aracaju, desde os primeiros passos como canto de cabaré até o momento atual, onde continua a cantar em bares da orla da praia de Atalaia.

Por Osmário Santos.

Luiz Costa Ouro nasceu em 15 de julho de 1937, na cidade de Aracaju/SE. Seus pais: João Alves da Costa Ouro e Palmira da Costa Ouro. O pai trabalhou como representante comercial por muitos anos e dele o filho diz que herdou a honestidade e a coerência com os amigos. Da sua mãe, que continua com toda lucidez a passar lições de vida, herdou o seu lado meigo e de amor à família.

Os estudos foram iniciados no Colégio Jackson de Figueiredo. Um tempo memorável que resultou numa sólida base de sua formação e a ter disciplina em todas as suas ações. Fez o ginásio no Colégio Atheneu e por necessitar trabalhar de dia foi forçado a fazer o curso técnico de contabilidade na Escola Técnica Conselheiro Orlando. “Uma profissão que nunca exerci”.

Depois de passar um tempo longe dos livros, ingressa na Universidade Federal de Sergipe, no curso de Direito, no ano de 1963, saindo bacharel em 1968.

O início da vida de profissional acontece ainda rapaz, na agência de Viação Aérea Cruzeiro do Sul, por necessidade de trabalhar. Um emprego conquistado pelo seu pai através do amigo Nelson Mascarenhas, agente em Sergipe da Cruzeiro do Sul. Com o primeiro emprego um período curto, em vista de melhor proposta salarial pela agência da Varig. Considera esse tempo divertido por desfrutar de período em que havia generosidade das companhias aéreas em seus serviços de bordo. Como sai do balcão da empresa instalada no centro comercial de Aracaju para trabalhar como despachante no aeroporto, era compensado pelos comissários de bordo. “Como havia muita fartura nos aviões, recebia boas refeições, revistas, bebidas, tudo a que o passageiro tinha direito”.

Saindo da Varig por conseguir aprovação em concurso, passa a trabalhar como faturista na empresa Esso. Com mais um tempo, arrenda o Hotel Sul Americano, que era localizado na praça Fausto Cardoso, na esquina com a Av. Ivo do Prado, hoje Assembleia Legislativa. Na vida de hoteleiro, o tempo de dez anos. Dessa empreitada conta que foi um período que aproveitou bastante pelo permanente contato com os hóspedes. “Foi um contato gostoso, numa época em que em Aracaju só existia os seguintes hotéis: Sul Americano, Hotel de Rubina, Hotel Avenida e Hotel Marozzi”.

“Na época em que a Petrobras veio para Aracaju fiz boas amizades, não só com os engenheiros, mas com furadores de poços que se hospedavam no Sul Americano. Foi um tempo divertido, pois escutava diariamente muitas conversas. O hotel tinha capacidade para 40 pessoas e chegava a ser disputado pela sua localização. Não posso esquecer de uma figura que morou por lá por muito tempo e que gerou uma saudável convivência, onde aprendi muito com ele. Era o intelectual Pires Wynne, que ocupava o quarto de número 1 do hotel. Tinha um detalhe: ele não queria que ninguém limpasse o seu quarto. Tive que fazer uma outra chave e com isso a faxineira conseguia fazer a limpeza do quarto. Era uma fantástica figura. Imagine que ele foi comigo até um alfaiate depois de ganhar um corte de tropical inglês e exigiu que o terno fosse feito com o tecido pelo avesso. Ele era um amante dos discos voadores e dizia sempre que já tinha visto em Aracaju alguns discos voadores. Era um boêmio inveterado, frequentador assíduo dos cabarés da cidade e só andava de paletó e gravata.

Surgindo oportunidade de concurso para a Telergipe, já com o diploma de bacharel em Direito, faz o concurso, consegue aprovação e entra na história da empresa por ter sido o primeiro funcionário registrado. Na Telergipe, uma história que resultou em 20 anos de trabalho. Só saiu da empresa por aposentadoria, em 1993. Atuou como chefe da Assessoria Jurídica durante todo o tempo em que trabalhou na empresa de telefonia. “Deixei boas amizades”.

Com a música, uma história encantada iniciada no tempo em que era menino. “Cantava em casa escondido atrás de um piano. Me lembro bem da música: ‘Senhor da Floresta’”. Depois de cantar no banheiro da casa de seus pais em demorados banhos, toma coragem e vai até o programa de calouros da rádio Difusora de Sergipe. Primeiramente, uma tremedeira toma-lhe conta. Depois, passa a ser senhor absoluto de programas de auditório das emissoras de rádio de Aracaju.

Chegando aos 17 anos de idade, descobre a noite de Aracaju na condição de cantor. “Era o tempo dos cabarés Miramar e o de Tefinha. Os dois melhores daquele tempo. Depois fui cantar no Cacique Chá. Um tempo em que os frequentadores da noite eram pessoas importantes, a exemplo do professor Napoleão. Também tinha comerciantes destacados e de outras personalidades. Me lembro de Campos do Cartório, professor Moura, de Economia, e do Dr. José Campos de Souza. Era a nata da sociedade sergipana da época. Eles eram os mais velhos e a gente no tempo de rapaz. Havia, assim, muito respeito. O cantor Nelson Gonçalves e a cantora Ângela Maria estavam no auge. A música que mais me pediam para cantar era ‘O Meu Vício é Você’, de Nelson Gonçalves”. Com Milé, Carlos Rubens, Bisestenino, Saulo e Sobral, participa de um conjunto musical na condição de vocalista. “A gente tocava nos clubes, em casas de família, em festas de aniversário”.

Lourão cantou por alguns anos no restaurante e casa noturna Chapéu de Couro e Tropeiro. “Aí já ganhava cachê. Não era muito, o que se paga em Aracaju”. (risos)

Não consegue se afastar da noite de Aracaju e até hoje canta na orla de Atalaia. “Domingo passado cantei no Travessia. Canto em qualquer lugar e quando chego o pessoal pede que eu cante e assim faço”.

Em 1986, cantou com Nelson Gonçalves em diversas cidades do interior sergipano e até na Casa de Espetáculos Augustu’s. “Na época em que iniciei na música, ouvia muito Nelson Gonçalves e o meu timbre é parecido com o dele. Sempre me pedem que eu cante músicas de Nelson, por mais que eu tente evitar”. Por duas vezes representou Sergipe na “Voz de Ouro ABC”, concurso de nível nacional realizado em São Paulo. “Havia um concurso e eu fui para São Paulo em 1958 e em 1962”.

Sempre foi convidado para fazer serestas para as namoradas de Aracaju. “Fernando Leite vinha me pegar em casa para que eu fosse cantar para Violeta, namorada dele que depois chegou a casar. Cantava a música ‘Inamorata’, uma versão cantada por Alcides Gerardi”.

De suas famosas serestas, o lance mais interessante aconteceu quando, a convite de Cobrinha Franco, foi cantar para a namorada dele. “O pai dela era Portinho do Banco do Brasil e ela chamava-se Maria. Nessa seresta me encostei ao lado do janelão e comecei a cantar uma música chamada ‘Maria’. 

Quando menos esperei, o janelão foi aberto e apareceu o pai da moça. Tomei um grande susto.

Porém, logo percebi que ele estava gostando da seresta mais que a própria filha e tive a certeza disso quando ele mandou bebida para o seresteiro (risos). Tudo terminou bem”.

Tem boas recordações do passado, mas diz que não tem muitas saudades por continuar a cantar até hoje. Reconhece que não pode viver sem música e tem certeza que nasceu para ser cantor. Não chegou a viver da música por achar que nasceu em Aracaju. “Na época em que a gente andava de violão, era tido como marginal, o que não ocorre hoje. Naquela época havia discriminação”.

Marcou presença no futebol amador sergipano, tendo jogado no time de futebol do Cotinguiba na posição de zagueiro central. Jogou futebol de salão pelos times da Associação Atlética e pelo time do Iate Clube. Também jogo basquete.

Publicado em 28 de setembro de 1997.
Faleceu em 19/11/2011.

Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Exposição ‘Nogueira e Convidados’

Foto: Divulgação.

Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 26/07/2016.

Exposição ‘Nogueira e Convidados’ é lançada na Galeria Álvaro Santos
Mostra reúne 70 trabalhos de artistas do município de Laranjeiras.

A exposição ‘Nogueira e Convidados’ será lançada logo mais às 20h de hoje, 26, na Galeria Álvaro Santos, em comemoração aos 50 anos do espaço cultural localizada na Praça Olímpio Campos. Com curadoria de Luiz Adelmo, a mostra reúne trabalhos do artista Ednaldo Nogueira, mais conhecido por Nogueira, e também Albertina Mendes, Carlos Cal, Carlos Henrique, Lindete, Elivelton, Herbert, Claudio e Koka. Ainda no dia de lançamento da exposição, haverá apresentação musical com a cantora Manuh Araújo.

“Essa foi uma forma que encontramos para festejar os 50 anos da Galeria Álvaro santos, espaço em que já fiz outras exposições, e que agora venho, juntamente com outros artistas de Laranjeiras, mostrar o nosso trabalho. Ao todo, são 70 obras, entre esculturas, quadros, artes gráficas, colagem, além de poesia, que estarão expostas de 27 deste mês a 25 agosto. E hoje, 26, no lançamento, teremos a presença de Manuh Araújo, fazendo um show voz e violão para os convidados”, afirmou o artista Nogueira.

Segundo ele, há dois meses a mesma exposição foi realizada em Laranjeiras, onde a receptividade foi bastante positiva. “O nosso objetivo é mostrar os vários artistas que a cidade tem e, por isso, nos juntamos para promover essa mostra, que podemos dizer que é itinerante, pois depois de Aracaju, temos a pretensão de leva-la a outros lugares, inclusive para fora do país. A depender das possibilidades e patrocinadores, a nossa intenção é levar a exposição para Portugal”, disse Nogueira.

Aberta ao público até o próximo mês, a exposição pode ser conferida de segunda a sexta, das 9h às 17h, na Galeria Álvaro Santos. “Estão todos convidados para conhecer a obras desses laranjeirenses que desenvolvem um belíssimo trabalho nas artes plásticas do estadão e merecem o reconhecimento do público”, declarou Nogueira, que tem na sua trajetória a passagem por diversos países da Europa.

Ednaldo Nogueira.

Filho de família humilde, o sergipano Ednaldo Nogueira, ou simplesmente Nogueira surgiu para as artes ainda cedo, aos 7 anos de idade. Hoje, com 47 anos, o estudante do 8º período de Administração, na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e do 2º período de Letras/Português, pela UNIT, já expôs suas obras em diversas cidades brasileiras, como Brasília, no Congresso Nacional e na Universidade de Brasília (UNB); em Maceió (AL), Itajaí (SC), São Paulo (SP); Salvador (BA), Campina Grande (PB), entre outras.

Em Sergipe, ficou famoso quando fez o cenário para o seriado “Teresa Batista cansada de guerra”, a convite da TV Globo. A partir de então, a trajetória dele foi marcada por ampliação do conhecimento e abertura nos espaços culturais do estado, país e mundo.

A ousadia e experimentalismo da obra de Nogueira decorre do aprendizado adquirido junto a grandes nomes das artes plásticas em Sergipe. “Fiz curso com Leonardo Alencar, orientação com Jota Inácio, Félix Mendes , Antônio da Cruz , entre outros. Vários mestres e isso me ajudou bastante . A questão da técnica, da ousadia , do êxito , do resultado, é muito importante pra mim na área artística Me lancei no mercado em 1986 e sempre busquei fazer um trabalho diferente usando outros tipos de materiais, pois é comum você ver artistas plásticos pintando com tela, óleo sobre, acrílica sobre tela, e eu sempre procurei envolver outros tipos de materiais, experimentos, para fazer um trabalho diferente. Me preocupo com as pessoas que vão adquirir a minha obra, me preocupo com qualidade e durabilidade”, declarou Nogueira.

Grande fomentador da cultura local, é autor de vários projetos de incentivo à cultura, a exemplo do Projeto Galeria em Aberto, na capital sergipana, bem como do 1º e 2º Salão de Arte Contemporânea de Laranjeiras/SE. Considerado o primeiro capoeirista de Laranjeiras, sua cidade, passou para os demais brincantes os conhecimentos que obteve ao longo dos anos. Ainda foi eleito duas vezes pela Associação Sergipana de Imprensa (ASI) como maior artista de Sergipe; recebeu o Troféu Imprensa/Troféu SESI de Reconhecimento; ganhou por 10 vezes o Concurso de Cartazes para o Encontro Cultural de Laranjeiras; ficou em 1º lugar no Concurso de Slogan Sispam, promovido pela Petrobras/Fafen; expôs no Espaço Cultural do Hotel Palim, em Paris, no ano 2003, e no Le Salon M’Coiff, também em Paris, no ano 2007.

No ano passado, Nogueira expôs seus trabalhos no Palácio de Priori Volterra (Toscana), na Itália, juntamente com colegas artistas italianos, a exemplo de: Giuliano Manucci, Raimondo Gambino e Susanna Manghett, com a curadoria de Giulia Munday. Aproximadamente 4.000 europeus foram atraídos até o local da exposição para prestigiarem os feitos desse artista nato, que não só o elogiaram, mas também adquiriram todas as suas obras.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Homenagem a Dr. Wellington Sabino Ribeiro Chaves



Publicado originalmente no Facebook/Lucio Prado Dias, em 27 de julho de 2016.

O adeus a um Mestre.

Por Lúcio Prado Dias.

Em 1977, no quinto ano de Medicina, resolvi abraçar a gastroenterologia. Um nome despontava no cenário médico do estado nessa área: Wellington Sabino Ribeiro Chaves, ou simplesmente Dr. Wellington, muito amigo do meu irmão Marcos, não só ele, as famílias de ambos eram muito próximas. Chegaram a ser vizinhos no Conjunto RIC, projeto ousado e arriscado de Rubens Chaves, arquiteto irmão de Wellington, construído na zona sul de Aracaju, de difícil acesso, ao lado de um enorme prédio em construção, que viria a ser o Supermercado G.Barbosa da Francisco Porto. A cidade “terminava” quase no Tramandaí. Seguindo pela beira-mar, bem longe, ficava a praia, praticamente uma região de veraneio, a Atalaia.

Não era fácil chegar ali! Uma rua empiçarrada partindo da beira-mar, que terminava praticamente naquele conjunto habitacional, sem outras saídas. Quando chovia então era um horror! Atoleiros gigantescos formavam-se, dificultando o acesso.

Marcos me apresenta a Wellington para que eu o acompanhasse no Hospital Santa Isabel, onde juntos dividiam um pequeno ambulatório da emergente endoscopia digestiva, algo inovador naquele momento. Pioneiro na videoendoscopia digestiva alta em Sergipe, Wellington Ribeiro importou o primeiro aparelho para a realização de exames para diagnostico e tratamento.

Consegui com a UFS a autorização para realizar com ele o meu estágio opcional do último ano, acompanhando-o nas enfermarias, no ambulatório e no atendimento aos pacientes. Foi um dos períodos mais ricos e intensos da minha vida estudantil, ante a expectativa da formatura que se aproximava e os desafios que se apresentavam.

Aprendi com o mestre Wellington não só a prática clínica moderna, os conceitos médicos vigentes mas, sobretudo, os preceitos éticos e morais que sempre nortearam a sua vida como profissional zeloso, estudioso e de cidadão responsável.

Convivi intensamente com ele nesses dois anos, promovendo cursos e participando de congressos. O 1º Curso de Atualização em Gastroenterologia, em 1977, foi o meu primeiro desafio como organizador de um evento, sugerido por ele para angariar recursos para a nossa formatura.

Wellington, com o seu prestigio, trazia palestrantes de outros estados para abrilhantar os eventos. Com os colegas da faculdade, fazíamos de tudo para que a coisa acontecesse com o menor custo possível. Até a decoração era criada pela nossa turma e recordo o trabalho para fazer em isopor a silhueta de um “estômago” com colagem de cartazes do evento. Um luxo!

No Congresso de Gastroenterologia, ocorrido em Recife no mesmo ano, lá estávamos juntos ( ele “patrocinava” a nossa participação!), apresentando-nos vultos da gastroenterologia brasileira, a maioria do seu círculo de amizade.

Tinha prazer em ensinar, gostava de servir, uma figura humana magnífica, uma personalidade invulgar! Fará muita falta!

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lucio Prado Dias.

Ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe

Ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe.
Foto reproduzida do site: jse.jus.br/ex-presidentes