terça-feira, 10 de setembro de 2019

Exposição ´Por aqui mesmo', no Museu da Gente Sergipana


Publicado originalmente no site BACANUDO

Por Aqui Mesmo

Data do evento:  10  de setembro de 2019 

Francês nascido em Lyon, mas totalmente inserido na cultura e nos costumes sergipanos, Maxime Bally, artista plástico que após algumas viagens pela Europa e uma pequena volta pelo Nordeste, escolheu Aracaju para residir e para ser seu novo point de trabalho e experimentações desde o ano de 2014, está de volta com uma nova exposição batizada 'Por aqui mesmo'.

Nesta mostra que aterrissa nesta terça-feira, 10 de setembro, no Café da Gente, fincado no Museu da Gente Sergipana, Maxime Bally junta as últimas produções realizadas em seu ateliê com o objetivo de ir além da simples representação da capital sergipana.

Com o passar dos anos, a sua linha de trabalho evoluiu através da mesclagem das figuras com formas e manchas abstratas. Diversas ferramentas compõem a paleta e entram na tela e no papel para criar texturas e vibrações de cores, e para propor um novo olhar sobre Aracaju.

A exposição ´Por aqui mesmo' fica em cartaz durante todo esse mês de setembro e outubro. Visite!

Texto e imagem reproduzidos do site: bacanudo.com

Morre Gilberto Lima, marcador da Quadrilha Junina Maracangaia

O marcador Gilberto Lima Barreto, 65, 
faleceu na manhã desta segunda-feira, 09
Foto: Maracangaia

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 9 de setembro de 2019

Morre Gilberto Lima, marcador da Quadrilha Junina Maracangaia

Com 16 anos à frente da Quadrilha Junina Maracangaia, o marcador Gilberto Lima Barreto, 65, faleceu na manhã desta segunda-feira, 09, em Aracaju, deixando um legado cultural imenso, por se tornar o mais antigo puxador de quadrilha em evidência, embora há três anos lutava contra a diabetes e complicações no estado de saúde.

Gilberto Lima foi o responsável por tornar a Quadrilha Maracangaia uma das mais famosas e requisitadas do Brasil, mantendo o estilo de dança tradicional, com passos e marcações originais. A quadrilha foi fundada em 19 de março de 1983, no bairro Grageru.

Foi também pelas mãos dele que o grupo conquistou cinco dos sete títulos existentes no Centro de Criatividade (Arraial Arranca Unha), o Campeonato Brasileiro de Quadrilhas Juninas, organizado pela Rede Globo de Televisão, em 2004, em Natal (RN).

Também em 1995, a Maracangaia já havia se sagrado vice-campeã brasileira, na cidade de Cabo (PE). Outras conquistas renomaram o grupo como os campeonatos da Rua São João, Agamenon Magalhães, Veneza, Santa Maria, Paulo Afonso (BA) e Gonzagão.

Na Maracangaia, Gilberto foi o responsável pela introdução de músicas regionais que se tornaram hino do grupo na voz do também forrozeiro Coelho dos 8 Baixo (in memmorian), como “Rosinha vai com João”, “Pegue aqui na minha mão”, “Maracangaia espalha brasa no terreiro”, dentre outras canções consagradas.

“Estamos nos despedindo do maior marcador de quadrilhas Juninas de Sergipe, um homem que soube fazer de sua marcação, de sua responsabilidade cultural, uma escola para os que conviveram com ele e até quem não dançou conosco. A Maracangaia está de luto. Perdemos um ícone da cultura junina e um amigo, sobretudo”, diz o jornalista Elton Coelho que foi presidente da quadrilha na década de 1980/90, seguido por Dilson Luiz, Adailton Freitas e outros componentes.

Velório e Sepultamento

Até mesmo seus filhos – Thays, Márcio, Thaísa, Mário e Márcia – foram componentes da quadrilha, tamanha era a dedicação e envolvimento de Gilberto com a dança junina.

Os componentes e ex-diretores da Maracangaia, Zé da Conceição, Thed Freitas, Raquel Melo, Isabel Mendes, Mário Léo, Edvan, Mara santos, Ricardo Melo, Rose Santos, Jailson e Ivone Santos, Cleber Oliveira, Jacaré, Verônica Dalbosco, Ayron, Alex, Sílvia Sebastião, Ederson e Edgar Coelho, além de vários forrozeiros, prestarão a última homenagem amanhã, antes do sepultamento.

Segundo a família do marcador, o corpo de Gilberto Lima estará sendo velado hoje, no Osaf, rua Itaporanga, a partir das 18h. O sepultamento deve ocorrer amanhã pela manhã, às 9h, no cemitério São João Batista.

Fonte: assessoria da quadrilha

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

sábado, 7 de setembro de 2019

Médico lança seu primeiro romance ‘Filtro de Luz’

Marcelo Ribeiro lança seu primeiro romance
Foto: Portal Infonet

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 06 de setembro de 2019

Médico lança seu primeiro romance ‘Filtro de Luz’

Será lançado na próxima semana, dia 12 de setembro, em Aracaju, o primeiro romance do escritor e médico Marcelo Ribeiro. O livro ‘Filtro de Luz’ conta a história do avô do autor, homem visionário considerado o patrono perpétuo da Academia Sergipana de Letras.

Marcelo conta que seu avó foi um homem que ficou órfão aos seis anos e deixou de estudar para trabalhar e ajudar a família. “Meu avô veio para Aracaju trabalhar como cacheiro vassoura, varrendo ruas e o chão. Aos poucos ele foi progredindo e se tornou um grande comerciante. Ele era autodidata, e para compensar a frustrações de ter estudado apenas um ano, criou a Hora da Leitura General Calazans, na Rua Pacatuba. Esse era um espaço para jovens e mulheres debater e fomentar a cultura e literatura”, diz.

Anos depois a ‘Hora da Leitura General Calazar’ passou a ser chamada de Hora da Leitura Santo Antônio, funcionando na casa do avô do escritor localizada ao lado da Igreja da colina do Santo Antônio. “Nomes importante frequentaram a Hora da Leitura, e anos depois, ela foi transformada na Academia Sergipana de Letras. Meu avó, em 1918, quando criou a Hora da Leitura General Calazans, permitia mulheres na diretoria e participando ativamente das discussões, um marco para época. A Academia Brasileira de Letras só admitiu mulheres em 1977, muitas décadas depois, então meu avó estava além do seu tempo, e contribuiu muito para o desenvolvimento a educação e cultura de Sergipe, tudo isso com a apoio de minha avó, que era uma mulher culta que foi educada em Recife e morou na França. Ela era seu filtro de luz”, ressalta.

Marcelo herdou do seu pai e dos tios o dom da escrita. Ele já publicou 17 livros de poesia, prosa e ensaios, e ‘Filtro de Luz’ é o seu primeiro romance, totalizando 18 obras publicadas. “ A história do livro é a história da vida do meu avô, mas utilizei ficção para preencher as lacunas e trazer mais emoção para história, por isso não utilizo o nome verdadeiro do meu avó, utilizo um nome fictício”, explica.

O lançamento do livro Filtro de Luz será no dia 12 de setembro, a partir das 19h, no Salão dos Poetas, localizado na Pizzaria e Petiscaria Villa Veron, na rua Zaqueu Brandão, 598, na capital. Informações e vendas do livro através do telefone 3246-2118.

Por Karla Pinheiro

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Thaís Bezerra ENTREVISTA Daniela Costa


Publicado originalmente no site do JORNAL DA CIDADE, em 03/09/2019

Thaís Bezerra ENTREVISTA Daniela Costa

A nossa convidada de hoje é a brilhante advogada Daniela Carvalho Almeida da Costa. Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Sergipe (1998), mestrado e doutorado em Direito pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professora associada da UFS, lecionando na graduação e no Programa de Pós-graduação – Prodir, e instrutora de facilitadores em Justiça Restaurativa. Membro da Comissão Executiva e de Articulação Institucional para difusão da Justiça Restaurativa no Estado de Sergipe, indicada pela UFS, que firmou o Protocolo de Cooperação Interinstitucional com o Tribunal de Justiça de Sergipe e outros diversos órgãos e instituições, desde 11 de maio de 2015. Daniela é líder do grupo de pesquisa “Estudos sobre violência e criminalidade na contemporaneidade”, cadastrado no CNPq, e vem desenvolvendo pesquisas sobre Justiça Restaurativa desde 2016, com o objetivo de desenvolver um modelo de avaliação continuada para as práticas restaurativas. Acabou de publicar o primeiro fruto dessa pesquisa, em formato de e-book, pela editora UFS, no início do mês de agosto. O e-book está disponível para downloa dgratuito, no site da livraria UFS e intitula-se “Monitoramento da Justiça Restaurativa em três dimensões”. Vamos ao bate papo!

Thaïs Bezerra – Em que a Justiça Restaurativa (JR) se difere da justiça tradicional?

Daniela Carvalho Almeida da Costa – A JR propõe um novo olhar para os conflitos, ao enxergá-los não só como uma violação da lei, mas também e especialmente como uma violação de relacionamentos. O procedimento restaurativo trata de devolver o conflito às partes, por meio de metodologias consensuais, baseadas no diálogo, para identificar as necessidades da vítima e dos demais envolvidos na situação conflitiva, com foco em reparar danos e endireitar as coisas para o futuro. Essas práticas, levadas a cabo por facilitadores previamente capacitados, podem ocorrer tanto no ambiente comunitário (ex.: solução de conflitos escolares), quanto no ambiente da justiça. Quando neste último, o juiz será o responsável por encaminhar o processo ao núcleo de JR e homologar o acordo restaurativo que, se cumprido a contento, extinguirá o processo e, em não havendo acordo ou tendo sido descumprido, o processo voltará a tramitar na justiça tradicional.

TB – Como se deu sua aproximação com a Justiça Restaurativa?

DC – É uma longa história... Acredito que toda minha trajetória acadêmica me preparou para a JR. A resposta penal promove exclusão, ao estigmatizar o condenado e romper definitivamente com seus laços de pertencimento comunitário. Sempre enxerguei isso com muita clareza, o que me levou a buscar novas possibilidades de resolução de conflitos e, em algum momento – feliz –, me levou ao encontro da Justiça Restaurativa. Isso se deu nos idos de 2010, entretanto, minha primeira experiência com a JR aconteceu em outubro de 2012, quando fui a Porto Alegre fazer um curso para me tornar facilitadora, com a kay Pranis, umas das maiores experts dessa metodologia no mundo, e foi um divisor de águas em minha carreira e em minha vida.

TB – Fale-nos um pouco sobre seus projetos profissionais.

DC – A JR de tal modo transformou minhas escolhas que, em 2017, decidi requerer o regime de dedicação exclusiva na UFS. A partir de então, projetos em várias frentes estão ganhando vida, dentre os quais já posso destacar: a publicação do livro; dois projetos de extensão que estão em fase de amadurecimento e, por isso, ainda não posso adiantar muita coisa, mas dizem respeito a levar a Justiça Restaurativa para além do judiciário, envolvendo a comunidade; a aprovação, no final de 2017, em reunião do colegiado de curso, da inserção da Justiça Restaurativa, na matriz curricular do curso de direito da UFS, como disciplina obrigatória e a organização de uma rede nacional de docentes restaurativos, que estou coordenando. Enfim, o tripé ensino-pesquisa-extensão é bem dinâmico.

TB – E sobre o livro que acabou de publicar?

DC – O livro - fruto dos dois primeiros anos da pesquisa que desenvolvo com alunos da graduação e da pós-graduação, vinculada ao CNPq, que se iniciou em 2016 - apresenta um modelo de monitoramento para a Justiça Restaurativa em três dimensões, que permita uma avaliação continuada de suas práticas, para fins de garantia da qualidade das mesmas.

TB – Onde encontrar o livro? Soube que é para download gratuito.

DC – Meu objetivo é oportunizar a maior publicização possível do livro, vez que se trata de resultados de pesquisa acadêmica. Decidi, então, submetê-lo à seleção da editora UFS, para garantir acesso gratuito. Para acessar o livro, basta entrar no site da livraria UFS (www.livraria.ufs.br), localizá-lo em seu catálogo, inserir no carrinho, preencher o cadastro e, por fim, clicar no ícone “BAIXAR”, que aparecerá logo abaixo, na tela “detalhes do pedido”, e o download gratuito, em pdf, será efetuado.

TB – Gostaria de acrescentar algo mais?

DC - Só agradecer e há tanto pelo que agradecer... Então, concentrarei meu agradecimento à Espiritualidade Amiga que tanto nos inspira, especialmente pela matrícula na Escola de Espiritualidade Cristã, o Instituto Salto Quântico. Lá tenho diariamente aprendido sobre genuína fraternidade, que é também o valor que move a Justiça Restaurativa, o que me faz enxergar várias interfaces entre os valores da Justiça Espiritual e os da JR. Venho refletindo muito sobre essas convergências, mas esse é todo um novo tema, que daria uma outra entrevista (risos). Por fim, agradecer a você, TB querida, pela generosidade em abrir esse espaço para a divulgação do meu livro e de trechos da minha trajetória profissional.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

V Bienal do Livro homenageará figuras da sociedade sergipana


Texto publicado originalmente no site do JORNAL DA CIDADE, em 05/09/2019

V Bienal do Livro homenageará figuras da sociedade sergipana

Evento será de 11 a 15 de setembro, no Shopping Peixoto

Personalidades que contribuíram e ainda contribuem para o enriquecimento da história, da cultura e da literatura do Estado de Sergipe serão homenageadas durante a Bienal do Livro de Itabaiana. Nesta 5ª edição da maior feira literária sergipana, sete figuras ilustres emprestarão seus nomes para áreas temáticas da estrutura do evento contribuindo para seu engrandecimento.

A Bienal do Livro acontece de 11 a 15 de setembro, no Shopping Peixoto, em Itabaiana, tendo sua estrutura separado por setores: Palco da Palavra Adelardinho Júnior; Praça dos Escritores João Oliva; Tenda Cultural Quadrilha Junina Balança Mas Não Cai; Pavilhão do Conhecimento Fernando Lins; Auditório Domingos Pascoal; Cinema Ivan Valença; Corredor Cultural Escultor Zeus.

Conheça que são os homenageados


Ivan Valença – O jornalista Ivan Macêdo Valença iniciou na profissão ainda na adolescência, com apenas 13 anos, e um ano depois atuava como repórter no jornal Gazeta de Sergipe. Em 1971, junto com o publicitário Nazário Pimentel, fundou o Jornal da Cidade. Hoje, aos 72 anos, escreve colunas opinativas para sites e jornais.

Adelardinho Júnior – Falecido em 2008, o radialista Adelardo Júnior era um autêntico amante do rock e tocava os sons vibrantes das guitarras no programa Sabotagem e Celebration Day. Sempre a frente do seu tempo, o irreverente roqueiro costumava presentear seus ouvintes com brindes inúteis, levando alegria e descontração por onde passava. O comunicador dará nome ao Palco da Palavra, localizado na Praça de Alimentação do shopping.

João Oliva – O jornalista, escritor e membro da Academia Sergipana de Letras, João Oliva, faleceu em julho deste ano aos 97 anos. Autor de crônicas memoráveis de Sergipe e do Brasil, o homenageado foi o primeiro assessor de comunicação da Universidade Federal de Sergipe, atuou nos principais jornais de Sergipe e foi um dos escritores responsáveis pelos textos encartados na Enciclopédia dos Municípios, publicado pelo IBGE. O homenageado emprestará seu nome a Praça dos Escritores.


Quadrilha Junina Balança Mas Não Cai – Criada há mais de uma década, a quadrilha junina genuinamente de Itabaiana, vem representando o povo serrano nos mais diversos concursos da categoria, sempre com muita garra e determinação, assim como o povo itabaianense. O grupo dará nome a Tenda Cultural.

Fernando Lins – O professor e antropólogo Fernando Lins de Carvalho faleceu há quase um ano. O homenageado que emprestará seu nome ao Pavilhão do Conhecimento foi professor da Universidade Federal de Sergipe, da Fanese, diretor do Museu de Xingó e exerceu o cargo de secretário da Educação de Aracaju.


Domingos Pascoal – Professor, Escritor e Advogado. Graduado em Filosofia e Ciências Jurídicas, Pós-graduado em Gestão Estratégica de Pessoas. Membro da Academia Sergipana de Letras e autor dos Livros: “Experimente Mudar” e “A Mudança Começa em Você”. Organizador do Concurso Literário de Conto, Crônica e Poesia da Loja Maçônica Cotinguiba I e II, das Antologias: Seleta do Encontro I, II, III e Antologia da Loja Maçônica Cotinguiba I e II. Incentivador da Cultura e da Literatura.

Escultor Zeus – O famoso escultor itabaianense, Jorge Alves Siqueira, conhecido no meio artístico como Zeus, tem suas esculturas de madeiras talhadas ou arenitos espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Sua arte é focada em esculpir imagens sacras com estilo inconfundível. O artista também produz imagens de temas nordestinos, como vaqueiro, cangaceiro e lavrador.

 Fotos: Ascom Bienal

Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net

Invisibilidade da Memória...

Publicado originalmente no site ayallajor.com.br

Invisibilidade Da Memória: Com Descuido De Bens Patrimoniais, A História De Aracaju Caminha Para O Esquecimento

Fim de tarde de domingo em Aracaju. Famílias, casais e jovens passeiam despreocupadamente pela Praça Fausto Cardoso. Seguem olhando as vitrines da Rua João Pessoa ou caminhando até a Praça General Valadão para ver o famoso Hotel Palace. Depois da missa na Catedral, os jovens namorados se aconchegam na sessão das 19h no Cine Palace, enquanto a boêmia já se reúne na Sorveteria Yara.

Com os olhos de saudade o fotógrafo, economista e memorialista Expedito de Souza, de 71 anos, relembra uma época perdida no tempo. Nascido em Riachão do Dantas, chegou a Aracaju ainda moleque, para estudar e ajudar na bodega de sua tia Olga, na Rua Siriri com Itaporanga. Costumava sair com um amigo para a caixa d’água, que na década de 40 abastecia Aracaju e hoje é o Centro de Criatividade, para avistar toda a cidade. Na época de faculdade, na década de 70, o Cacique Chá que reunia a nata da sociedade aracajuana, era o roteiro dos fins de semana.

Foi no ano de 1975, em viagem a São Paulo, que decidiu adquirir uma máquina fotográfica e no retorno começou a fotografar ruas, avenidas e imóveis de Aracaju. Inspirado em Marc Ferrez, fotógrafo que registrou as transformações urbanas no Rio de Janeiro no século XIX, começou a realizar o trabalho que quase quarenta anos depois, resultaria no livro Memórias de Aracaju. A obra retrata as mudanças urbanas e arquitetônicas, devido ao desenvolvimento e ao crescimento populacional.

Das suas memórias e registros, muitos imóveis que tiveram importância política, cultural e social, não existem mais ou estão abandonados, como o antigo Diário de Aracaju, A Fonseca & Cia, o Hotel Palace e diversas residências na Avenida Rio Branco, no centro histórico. Outros imóveis resistem ao tempo, mas estão descaracterizados, como o Cine Rio Branco e o Colégio Nossa Senhora de Lourdes. “A gente fica cobrando do setor público, que não faz isso, não faz aquilo e realmente é uma verdade. Temos uma quantidade grande de prédios e edifícios abandonados”, diz.

Ele destaca a importância de conscientizar as crianças e adolescentes da importância dos bens culturais e da história. “É necessário um trabalho intensivo junto aos alunos nas escolas, com as novas gerações. A educação é fundamental”, afirma. Além disso, o fotógrafo ressalta que a parceria de instituições públicas com os setores privados pode resultar em bons resultados, como o Cacique Chá, reaberto esse ano através da parceria do Governo do Estado e o Sistema Fecomércio Sesc/Senac.

O diretor do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), da Secretaria do Estado da Cultura, Marcos Paulo Carvalho, fala que a união entre o poder público e a iniciativa privada pode ser um caminho para a recuperação e modernização dos imóveis sem descaracterizar suas características arquitetônicas e históricas. Contudo, ainda não há projetos para atrair investidores. “A união desses dois setores só tem a crescer os processos de salvaguarda, visando à elaboração de projetos de restauração e a sua execução. Planos para atrair investidores precisam ser elaborados de forma sistêmica e efetiva. Ainda não temos um plano”.

Marcas do esquecimento

Basta dar uma volta no centro de Aracaju que é possível encontrar as marcas do descaso, com inúmeros imóveis que foram destruídos ou se encontram abandonados. É o caso do Hotel Palace, o primeiro arranha-céu da cidade. Inaugurado no dia 24 de junho de 1962, o local impulsionou o turismo e foi considerado um grande centro cultural, econômico e político. Diversas celebridades nacionais se hospedaram no hotel, como a Seleção Brasileira vencedora da copa de 1970, o escritor Jorge Amado, Roberto Carlos, Chacrinha, Luiz Gonzaga, Alcione, o grupo Dominó, Agnaldo Timóteo, Ângela Maria e presidentes como Emílio Garrastazu Médici e João Batista Figueiredo.

O prédio pertence à Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur) que ainda não tem projetos para restaura-lo. Atualmente, é ocupado apenas no pavimento térreo por pequenos estabelecimentos comerciais. Aliás, poucas pessoas que trabalham nos arredores do prédio sabem a sua história.

O historiador Francisco José Alves, professor da Universidade Federal de Sergipe, conta que em visita recente com alunos ao centro, ficou chocado com o abandono. Ele ressalta a importância da região, onde se encontra signos políticos, religiosos e culturais. “A Ponte do Imperador, em frente à Praça Fausto Cardoso, eu diria que é o maior signo arquitetônico identitário da cidade e está abandonada. A identidade de um povo se faz no resgate do passado e esses espaços são constituintes disso”, afirma.

Entretanto, para ele o descuido com os bens culturais é inadmissível, mesmo que determinado imóvel não seja tombado. “Cabe aos gestores públicos cuidar de todos os bens do patrimônio público. O quadro geral é de abandono, para mim fica muito claro que é um crime”, fala.

Segundo o assessor de comunicação da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) Ademar Queiroz, os imóveis são de responsabilidade dos proprietários. Apenas quando há riscos a população, como de desabamento, é que a defesa civil entra em atuação. Em outros casos, como a incidência de usuários de drogas ou criminosos, o Ministério Público é acionado através de denúncias.

O diretor do DPHAC, explica que sempre quando solicitado o órgão realiza visita técnica nos bens culturais materiais que ainda não foram tombados, por exemplo, obras de arte e edificações, para constatar a importância para a história, memória e cultura local. Quando um imóvel histórico caí no abandono ou é descaracterizado, é considerado um sério dano à salvaguarda patrimonial.

“A forma mais eficaz para que isso não ocorra, é a união dos três poderes públicos: federal, estadual e municipal, em conjunto com o ministério público, que é um grande aliado nesta questão, e sem dúvida, a conscientização da sociedade como um todo. Assim, só tem a ganhar as histórias e memórias do povo sergipano”, diz.

Bens tombados

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Sergipe (Iphan) é o órgão do governo federal responsável por proteger e preservar os patrimônios materiais e imateriais do país. Em Aracaju, não existem bens tombados pelo Instituto, apenas pelo Governo de Estado, que ao todo são 39. Entre eles o prédio do Antigo Colégio Nossa Senhora de Lourdes, a Catedral Metropolitana, a Capela São João Batista e a Ponte do Imperador.

A superintendente em exercício do Iphan, Venicia Rodomar, fala que o papel da instituição na capital é apenas de instrução dos processos de tombamento. “Como Aracaju ainda não é tombada, a gente não atua diretamente sobre esses imóveis, é tudo extraoficial. Mas o Iphan já realizou alguns estudos de conhecimento do patrimônio aracajuano”, diz. Contudo, esses inventários não estão abertos para o público. Segunda Venicia, trata-se de uma questão de segurança. “Abrir o que já foi identificado significa leva-los a risco. Porque se as pessoas entenderem que é possível um tombamento, pode ser que elas possam demolir ou descaracterizar. Quando se fechar o processo ficará disponível”.

Segundo a lei de tombamento, a responsabilidade pela manutenção dos bens tombados é dos proprietários e cabe ao órgão tombador fiscalizar. “O tombamento não é uma expropriação, a pessoa continua dono. O que não pode é destruir ou descaracterizar. O problema no caso dos bens tombados, é que os proprietários em sua maioria não manifestam interesse em cuidar do bem”, explica o historiador Francisco.

O Governo do Estado criou a DPHAC há seis meses, com a missão de realizar inspeções com registros fotográficos, emitir relatórios técnicos sobre o estado de preservação dos monumentos tombados e elaborar pareceres técnicos, sobre os bens históricos e culturais. Esses documentos são encaminhados para os responsáveis por esses bens.

Quando um imóvel é tombado, o bem não pode ser demolido e qualquer obra de manutenção, restauração e reforma tem que ser antes avaliada pelo órgão tombador. Ações que não seguem a lei são cabíveis de multa. Se o dono percebe que o imóvel está em condições degradantes, deve imediatamente informar, mesmo que não tenha condições financeiras para realizar os reparos. A população que perceber essa descaracterização ou abandono, também pode e deve denunciar, junto ao Ministério Público. “O lei enquanto texto é morta, ela só vigora e atua quando as pessoas cobram”, afirma Francisco.

A ruptura entre o passado e o futuro

O centro histórico é o berço da história e cultura da cidade de Aracaju. O seu planejamento e organização espacial, do chamado “quadrante de Pirro”, em referência ao autor do projeto, o engenheiro militar Sebastião José Basílio Pirro, tinha como centro a Praça Fausto Cardoso. A partir dali foi traçado o tabuleiro de xadrez que deu forma à nova capital e posteriormente as primeiras edificações que deram início ao conjunto urbano da cidade. É incontestável a relevância histórico-cultural de toda aquela área.

Durante muitos anos foi realizada uma política de desenvolvimento urbano, sem dar prioridade à salvaguarda e proteção do patrimônio cultural. Com isso, muitos bens patrimoniais foram apagados da história. Mas qual é o real problema nessa questão? Nem todo mundo sente uma ligação com sua herança cultural.

A cultura pode dar às pessoas uma conexão com certos valores sociais, crenças, religiões e costumes. Isso nos permite sentir identificação com outros de mentalidade e origens semelhantes. O patrimônio cultural pode fornecer um sentido automático de unidade, de pertença dentro de um grupo e nos permite entender melhor as gerações anteriores e a história de onde viemos.

O verdadeiro desenvolvimento acontece através da salvaguarda, preservação e promoção do patrimônio cultural, fortalecimento da memória coletiva e identidade cultural. Não perceber a devida importância disso, é condenar as pessoas a viverem sem memória e hipotecar nosso futuro de forma irreversível.

Texto e imagem reproduzidos do site: ayallajor.com.br

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Educação é a abordagem da nova obra publicada pela Edise.


O escritor Matheus Batalha

Publicado originalmente no site da SEGRASE, em 02/09/2019

EDISE tem novo livro sobre educação

A obra é do prof. Dr Matheus Batalha

Educação é a abordagem da nova obra publicada pela Editora Diário Oficial de Sergipe - Edise. Os artigos publicados pelo colunista, escritor e professor, Matheus Batalha, no Jornal da Cidade, ganham forma e configuram o livro bilíngüe (português e inglês) “Educação Pelo Mundo: Vida Em Crônicas”, que será lançado hoje, dia 02 de setembro, na Academia Sergipana de Letras, às 18h, na Sala dos Fundadores do Sodalício.

Sendo esta a primeira experiência em crônicas, o autor conta ter bagagem na área da literatura educacional. “Felizmente, eu já tive a oportunidade de participar de outras obras no Brasil e no exterior, além de artigos científicos publicados em importantes periódicos internacionais como o JournalofStudies in InternationalEducation. Acredito que, por ser uma experiência literária diferente, este trabalho foi muito gratificante. Pretendo continuar publicando. Ser escritor é o ofício que me proporciona maior satisfação na atualidade”, conta o autor.

Para Matheus Batalha, a educação representa principal mecanismo para desenvolver a sociedade, sendo ela é um pilar fundamental, que exige cuidado contínuo, incentivos e busca por inovação. “É preciso ter consciência de que, em muitos casos, as soluções adotadas em outros países são de difícil implementação em nosso contexto social. Mas, bons exemplos servem como vetor de inspiração para que constantemente possamos expandir e criar novas formas de atuar em nosso sistema educacional. A Educação brasileira merece mais oportunidade”.

Segundo o autor, a experiência como colunista semanal no Jornal da Cidade contribui enormemente para seguir o caminho de escritor, que tem sido, atualmente, a sua maior satisfação. “O livro foi uma forma de juntar todas essas experiência e poder organizar o debate em torno do pensamento que podemos fazer mais e melhor pela educação em nosso país”, conclui.

Para Ricardo Roriz, presidente da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe - Segrase, “é com grande satisfação que a Edise publica uma obra tão fundamental, inclusive sugere um debate que, em todos os momentos, tem se demonstrado de suma importância para o avanço social: a educação e o seu desenvolvimento”.

Para o diretor Industrial, Mílton Alves, o livro ‘Educação Pelo Mundo: Vida Em Crônicas’ abre novas portas, e adiciona perspectivas diversas sobre a educação. “De maneira simples, o impacto sobre o discurso que se aborda nesta obra é grande, podemos perceber as múltiplas formas de se conquistar uma educação plausível para todos”.

O autor

Matheus Batalha, doutor em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia - UFBA possui mais de 10 anos de experiência em Educação Superior. Estudou na The Hague Academy of International Law, e atuou em diversos projetos internacionais, recebendo, em 2015, o prêmio pelo fundo de inovação do programa norte americano 100.000 Strong in the Americas pela Casa Branca, Departamento de Estado e ExxinMobil. Atualmente, Matheus Batalha é docente na Uninassal e escreve uma coluna semanal sobre Educação e questões globais para o Jornal da Cidade.

Texto e imagens reproduzidos do site: segrase.se.gov.br

terça-feira, 3 de setembro de 2019

V Bienal do Livro de Itabaiana, de 11 a 15 de setembro/2019

V Bienal do Livro de Itabaiana, de 11 de set – 15 de set
no Shopping Peixoto, em Itabaiana/SE.

Clique no link para acessar site:

36° Festival de Artes de São Cristóvão (FASC), de 14 a 17 de novembro/2019


36° Festival de Artes de São Cristóvão (FASC). Com o tema ‘Resistir para Existir’, o FASC acontecerá entre os dias 14 a 17 de novembro, numa verdadeira maratona artística, com mais de 140 atrações, das áreas da: música, artes visuais, dança, teatro, cinema e literatura.

Clique no link para acessar site: 

domingo, 1 de setembro de 2019

Jozailto Lima ENTREVISTA Marcos Franco


Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, 31 de agosto de 2019

Jozailto Lima ENTREVISTA Marcos Franco

Marcos Franco: “Aracaju Parque Shopping será garantia de entretenimento, segurança e beleza”

“Meu costume e minha cultura são voltados para empreender e empreender”

Com uma missa privada e celebrada nas primeiras horas da manhã do próximo dia 19 de setembro, uma quinta-feira, a capital de Sergipe ganhará, efetivamente, seu terceiro shopping center, com a inauguração do Aracaju Parque Shopping, situado na avenida João Rodrigues, 42, no Bairro Industrial, centro histórico e antigo da cidade. As portas do equipamento serão abertas aos consumidores às 10h em ponto.

Trata-se de um shopping com S maiúsculo e que, seguramente, vai levar importância, densidade, emprego e musculatura a uma região importante da capital, numa convergência com a parte aracajuana mais antiga e com os desdobramentos de Nossa Senhora do Socorro e da Barra dos Coqueiros, as duas cidades que mais crescem em Sergipe.

O Aracaju Parque Shopping é um empreendimento do Grupo ACF, derivado do empresário Antonio Carlos Leite Franco, falecido em 16 de julho de 2003, cuja continuidade dos negócios é tocada hoje pela viúva Tereza Augusta Miranda Franco, os filhos Marcos Franco, 43 anos, e Osvaldo Franco, 40, e que geram cerca de 1,3 mil empregos diretos com duas unidades da Sisa Industrial, dois hotéis em sociedade com um familiar em Aracaju, o Jornal da Cidade e outras atividades na área imobiliária.

A expectativa é a de que o Aracaju Parque Shopping venha a gerar cerca de três mil empregos diretos - contando os da ação direta do Grupo ACF e os dos lojistas parceiros. “Vamos entregar um shopping com a garantia de muita tranquilidade, entretenimento, segurança e beleza feito para a família sergipana”, celebra o empresário Marcos Franco, em nome da família. 

“Estaremos entregando um shopping onde a pessoa vai encontrar tudo aquilo que deseja, com prazer e satisfação. Hoje as pessoas que vão a shoppings querem ter acesso a tudo em um único lugar, porque essa é a função de um shopping: ofertar entretenimento, alimentação e consumo em geral. E é o que estamos fazendo com o nosso”, completa o executivo.

Com três pavimentos e cerca de 1.400 vagas de garagem, o Aracaju Parque Shopping foi projetado para ter 211 lojas no seu momento de pico. De maturação. “Nessa primeira etapa, a gente tem cerca de 106 lojas e 19 mil metros quadrados. Mas até isso pode variar, porque às vezes a pessoa quer uma loja maior”, diz Marcos.

Pensado pelo Grupo ACF desde 2014, o Aracaju Parque Shopping não tem o valor do seu investimento revelado por Marcos Franco. “Não sou muito de falar em valores de investimentos, porque acho que o mais interessante para um empreendimento é o que ele vai gerar e agregar para a região, a cidade, o Estado. Só posso garantir, é claro, que se trata de um investimento de grande porte, não tem dívida nenhuma”, diz Marcos.

O shopping está plantado numa área de aproximadamente 36 mil metros quadrados de terreno e 70 mil metros quadrados de área construída, incluindo o Deck Park - estacionamento coberto. Marcos Franco e seus familiares não lamentam o momento de crise em que vive o Brasil, embora ache que as coisas estariam bem melhores se houvesse um maior crescimento da economia.

“O empresário tem que também tentar ser otimista. A gente sempre foi educado a trabalhar. Não tenho outra obrigação, nada, a não ser a de empreender. O meu costume, a minha cultura, a do meu pai, todos os ensinamentos dele, são voltados para empreender e empreender. Diante disso, a gente tem que acreditar no Brasil, e sobretudo em Sergipe”, afirma Marcos Franco.



“Quando a gente começou o pensamento do shopping, as coisas eram diferentes. Antes disso, estava um boom grande na economia, sobretudo na parte imobiliária, com muito crédito. A economia estava lá em cima. De 2014 para frente é que começou a repercutir a crise. Veio 2015, depois piorou em 2016, 2017. Mas isso não nos desestimula: creio que nenhuma crise é para sempre”, diz.

Marcos Leite Franco Sobrinho nasceu no dia 20 de agosto de 1976. Ele tem formação superior em Administração de Empresas, é casado com a empresária Maria Tereza Lacerda Souza Franco e é pai de Antonio Carlos Leite Franco Neto, 14, e de Fernanda Lacerda de Souza Franco, 10.

Por extensão das atividades do pai, que foi deputado federal constituinte - 1987 a 1991 - e prefeito e Laranjeiras, Marcos teve dois mandatos de deputado estadual, obtidos em 1998 e 2002. Não considera que tenha pessoalmente fechado as comportas das disputas eleitorais. “Hoje estou focado nas empresas e no Shopping. Hoje, eu não sei, mas o futuro a Deus pertence”, garante.

A entrevista com Marcos Franco vale a leitura.

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

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