Publicado originalmente no Perfil do Facebook de Lilian Rocha, em 23/11/2021
Minha Companheira de Dentro
Por Lilian Rocha
Faço parte daquela parcela de gente que conseguiu ver a pandemia por outro ângulo. Que viu vida além das mortes, que viu no isolamento outras maneiras de se fazer presente, que viu oportunidades quando parecia não haver possibilidades.
Pra mim, foi um renascimento em todos os aspectos. Aprendi a viver com menos e descobri que não precisava de mais da metade do que possuía. Na verdade, precisamos de muito pouco para sermos felizes. Senti medo, mas em nenhum momento me senti desamparada. Voltei a ver Deus nas pequeninas coisas do meu dia e por isso, passei a celebrar cada novo dia.
Deixei de pintar meus cabelos e vi surgir no espelho “a velhinha” que já habitava em mim e que eu tentava esconder. Fiz as pazes com ela e celebramos, juntas, o adeus às tintas de cabelo e a liberdade de sermos, simplesmente, aquilo que somos.
E se há uma coisa boa na velhice, essa fase de nossa vida em que tudo se torna mais lento e difícil, eu afirmo que é essa liberdade. A velhice nos liberta de tudo. É como se de repente a gente estivesse num lugar bem alto e começasse a enxergar a vida lá de cima. Tudo fica pequeno, sobretudo os problemas. O tempo é a gente quem faz. Nada mais é “pra ontem”, a pressa nos faz mal. Perdemos “o filtro”, deixamos de ter medo do que as pessoas podem pensar da gente. Isso não faz mais nenhum sentido.
Enfim, passamos grande parte de nossa vida tentando ser jovens, tentando ser magras, tentando ser eficientes, tentando esconder nossos defeitos, fingindo que somos perfeitas. Por fora, um corpo que briga com o tempo, sufoca a alma e finge ser o que não é; por dentro, uma alma que não conhece o desgaste do tempo e deseja apenas ser o que sempre foi.
Foi este o grande presente que a pandemia me deu: a oportunidade de fazer as pazes comigo mesma, com “a minha companheira de dentro”.
É este o meu novo livro. Através dele, vocês vão conhecer muitas histórias da minha vida, desde a infância até hoje. Quem escreveu foi esta “senhora de meia idade”, com a cabecinha toda branca. Mas quem narrou as histórias, foi ela, minha alma adolescente, que teima em não crescer e a quem eu chamo, carinhosamente, de “minha companheira de dentro”...
Espero vê-los quinta-feira, dia 25 de novembro, às 19h, para o lançamento do livro. Resolvi optar pelo lançamento virtual, no Youtube, pois do contrário, “minha companheira” não poderia estar presente, por razões óbvias...
E senta, que lá vem história...
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lilian Rocha
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