Legenda da Foto: A menina Conceição Balbino, à esquerda, acompanhada da irmã mais nova, Kátia Balbino
Legenda da Foto: Primeira reunião de voluntários e sócio fundadores, em 21 de novembro de 1996, para fundação da Associação dos Amigos da Oncologia no corredor do Ambulatório de Oncologia do Hospital de Cirurgia
Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA
ENTREVISTA - Jozailto Lima
Conceição Balbino, da AMO: “O câncer é um problema de saúde coletiva e de economia”
“O câncer traz estigma, preconceito, medo, dúvidas, incertezas”
Associação dos Amigos da Oncologia - AMO - do Estado de Sergipe. O nome desta instituição de apenas 25 anos na vida sergipana é tão notável quanto o peso, a força e as complexidades dessa doença milenar que ela enfrenta e combate - o câncer.
Mas a AMO também pode responder por outros nomes, reconhecimentos e significados, como os de desprendimento, doação, profissionalismo e o de importar-se com o ser humano numa hora muito difícil. E o faz valendo-se de um voluntarismo sem pieguice e permeado por uma profissionalização acurada do Terceiro Setor em Sergipe.
Em 25 anos de existência, a AMO já deu uma farta demonstração do a que veio, ao acolher um total de 6.357 pessoas entre crianças, adolescentes, adultos e idosos com todos os tipos de cânceres.
“São oriundos de todo o Estado de Sergipe e de cidades próximas da Bahia, de Alagoas e até de Pernambuco”, como exemplifica a sua diretora-presidente Conceição Balbino, uma assistente social de 56 anos que se juntou a religiosos, médicos, enfermeiros e mais profissionais da área dela em novembro de 1996 e fundou, ali mesmo nas entranhas do velho e resistente Hospital de Cirurgia, a AMO.
Depois daquele gesto, a luta contra o câncer no Estado de Sergipe nunca mais foi a mesma – apesar de estar longe de ser vencedora. Além de responder pela Presidência da AMO, cujo cargo executivo é temporário, Conceição Balbino é também presidente de Honra dali, em função consultiva e vitalícia.
As duas atribuições desta assistente social parecem lhe cair sob medida. O olhar dela diante da problemática do câncer é mais do que científico.
O olhar dela é humanitário, humanizado e resolutivo - ou pelo menos (e isso é o máximo) atua em busca de resolução para problemas de pessoas com câncer. E o faz com profissionalismo e dedicação, com práticas e atitudes que convergem para a melhoria do Terceiro Setor.
“A sociedade tem uma ideia muito romântica do voluntário. O voluntário é um trabalhador que é sempre exigido para desempenhar suas atividades. Não existe mais amadorismo. Temos recebido voluntários muito qualificados, trabalhadores técnicos em saúde - odontólogos, psicólogos, nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiros e terapeutas diversos - e também aposentados”, diz ela.
Na verdade, diante da hecatombe que são o câncer e suas consequências, é que não cabe mesmo mais amadorismo. “O câncer é uma mazela individual e coletiva. O câncer é capaz de unir e de dividir pessoas e famílias. É muito triste ver e acompanhar crianças e adolescentes partindo tão cedo, com muito sofrimento, deixando um vazio enorme e imprevisível em seus pais pelo resto de suas vidas”, define Conceição.
“Esse grande problema de saúde coletiva chamado câncer precisa do envolvimento, do compromisso e do investimento do Estado e da colaboração de toda a sociedade civil organizada. Nessa luta, nesse embate, nesse enfrentamento cabem todos - os ricos e os pobres. Nunca caberá é a omissão, porque a vida de todos diz respeito a cada um de nós”, diz ela. Maria da Conceição Balbino dos Santos nasceu no dia 24 de junho de 1965 em Jaguaquara, na Bahia.
Ela é filha de Augusto Balbino dos Santos, já falecido, e de Arminda Portugal dos Santos. Conceição Balbino é casada com o médico radiologista Edison de Oliveira Freire, é mãe do advogado Vinicius Augusto Balbino da Rocha, 34 anos, e avó de Teodoro Balbino, de quatro anos.
Ela fez Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe, com conclusão em 1987, e pela própria UFS tem especialização em Políticas Públicas. Em Políticas Sociais e Direitos Sociais pela Universidade de Brasília e em Auditoria em Serviços de Saúde pela Universidade de Ribeiro Preto, em São Paulo.
Conceição Balbino iniciou a carreira profissional como assistente social no Serviço Social do Hospital de Cirurgia, onde foi coordenadora da Oncologia e do grupo de Humanização.
Maria da Conceição Balbino dos Santos nasceu no dia 24 de junho de 1965 em Jaguaquara, na Bahia
Além de suas obrigações na AMO, Conceição Balbino é servidora pública de carreira da Prefeitura de Aracaju e desempenha função técnica em diversos protocolos relacionados à saúde do trabalhador pelo Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador, na Secretaria Municipal da Saúde.
“O câncer traz estigma, preconceito, medo, dúvidas, incertezas. Adoece o paciente e desestabiliza a família. O cuidador adoece junto, a família adoece junto. A comunidade se fragiliza. E, quando a pobreza e a miséria se juntam a essa doença, a situação só piora”, constata Conceição Balbino.
A Entrevista com ela está cheia de boas informações e merece ser lida...
Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br/entrevistas
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