quinta-feira, 18 de abril de 2024

Morre Milton Coelho, um grande homem

Legenda da foto: Comissão Estadual da Verdade|Arquivo.

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Post compartilhado do Facebook/Clara Angelica Porto, de 17 de abril de 2024

Morre Milton Coelho, um homem digno, que lutou contra a desigualdade social e a ditadura militar do Brasil. Foi preso e torturado até a cegueira. Roubaram-lhe os olhos, mas não a alma, nem a mente privilegiada. Milton Coelho foi um herói sobrevivente dos porões da ditadura. Um exemplo de dignidade humana e consciência social. No vídeo, feito durante a Operação Cajueiro, estão Carlos Alberto Menezes, que explica um ponto importante da seleção de vítimas para tortura, e Milton Coelho, que relata um pouco do que sofreu. Graças a lutadores como Milton, vivemos hoje uma democracia. Salve, Milton Coelho, para sempre vivo na história das lutas sociais.

Texto reproduzido de post do perfil Facebook/Clara Angelica Porto 

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Texto publicado originalmente do site NE Notícias, de 17 de abril de 2024

Morre Milton Coelho, um grande homem

Nesta quarta-feira, 17 de abril, aos 82 anos, Milton Coelho de Carvalho faleceu num hospital particular de Aracaju, onde estava internado há uma semana.

Natural de Salvador, Milton Coelho foi um ex-combatente da ditadura militar no Brasil. Ele mudou-se para Sergipe com sua família nos anos 1950, buscando uma vida livre das perseguições políticas enfrentadas pelo pai, militante comunista. No entanto, a história reservava para Milton um desafio ainda maior.

Operação Cajueiro

Membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Milton Coelho de Carvalho ingressou na Petrobras, em 1966, por meio de concurso público. Anos depois, ele foi alvo da infame “Operação Cajueiro”, um dos muitos capítulos sombrios da ditadura militar no país.

Em fevereiro de 1976, a operação desencadeada em Aracaju resultou na prisão e tortura de diversos ativistas políticos, incluindo Milton. A tortura que suportou deixou sequelas permanentes, incluindo a perda total da visão devido à pressão da borracha usada para vendá-lo durante os interrogatórios.

Justiça e Memória

De acordo com a Comissão Estadual da Verdade em Sergipe (CEV/SE), as atrocidades ocorreram nas dependências do Quartel do Exército em Aracaju, no 28º Batalhão de Caçadores (28ºBC). Apesar do trauma e sofrimento, Milton jamais se curvou ao silêncio imposto pelo regime opressor. Sua voz tornou-se um símbolo de resistência e sua luta incansável pela verdade e justiça continuará a inspirar gerações futuras.

Despedida

O velório de Milton Coelho de Carvalho está sendo realizado no Osaf da Rua Itaporanga, no centro de Aracaju. Seu corpo será cremado amanhã, quinta-feira, 18 de abril, embora o local exato não tenha sido divulgado. Milton deixa sua esposa e dois filhos.

Documentário

Assista “Operação Cajueiro – Um Carnaval de Torturas”, documentário brasileiro que trata da questão da ditadura militar. Seu foco é a operação que ocorreu, em Sergipe, durante o carnaval de 1976:

Texto, imagem e vídeo reproduzidos do site: www nenoticias com br/morre-milton-coelho

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