quinta-feira, 23 de outubro de 2025

'Tesouros de Sergipe', por Isabele Ribeiro

Legenda da foto: Temos uma civilização original à espera de nossas experimentações

Artigo compartilhado do site JLPOLÍTICA, de 22 de outubro de 2025

Tesouros de SergipeCompartilhar
Por Isabele Ribeiro *

Já não é novidade a minha paixão por Sergipe. Sou o tipo de sergipana que a qualquer oportunidade aproveita pra se gabar de como é bom morar num Estado que tem rio e mar juntos no meio da sua principal cidade ou como tudo fica a dez minutos de distância.

Mas nem Indiana Jones daria conta de tantos tesouros que esse pequeno Estado esconde e, o que me é um grande martírio, que os próprios sergipanos não sabem nem da metade das riquezas que seu próprio lugar guarda.

Foi em meados de 2016 que conheci uma das figuras mais diferentes e geniais que pude conhecer na minha breve jornada até ali: Saulo Barreto e os projetos do hoje chamado The Human Project, que constrói tecnologias sociais para resolver problemas com dois grandes aprendizados que trago comigo até hoje: pensamento à longo prazo, comunidade como co-construtora das soluções com olhar global com raiz local bem fincada.

Foi no povoado Crasto, na beira do mangue, em Santa Luzia do Itanhy, município no litoral sul do Estado, que pude visitar a Biblioteca Luminescência e a Casa do Cacete, uma pequena marca de camisetas ilustradas pelos sergipanos. A biblioteca com estantes recheadas de livros de arte, design e tecnologia. 

No meio do povoado. Vi meninos da comunidade se tornarem ilustradores de marcas como Osklen e Morena Rosa e empreendimentos como a Uca, que produz deliciosas geleias de mangaba com gosto de Sergipe. Mas isso não é nem um por cento do tanto da potencialidade que esses projetos geraram como resultado até hoje.

Há sergipano que talvez não saiba, mas a tal luminescência que citei é um fenômeno causado pelo fitoplâncton nas águas do mangue, com um brilho no escuro que encantaria a qualquer um. Em locais como a belíssima ilha de Boipeba, na Bahia, transformam o fenômeno em negócio com passeios noturnos para aventureiros que se arrisquem no caiaque.

Indo pro outro lado do Estado, no litoral Norte de Sergipe, para a minha e nossa esperança, alguns negócios ousados já enxergaram o potencial dos passeios no mangue e passeios de barco pra comer ostra com ribeirinhos, como é o caso do Paka Bangalôs, considerada a única pousada incluída no Roteiro de Charme do Estado com oito bangalôs muito aconchegantes, com detalhes de extremo bom gosto, música e comida boa pra relaxar. O melhor de tudo: fica há mais ou menos uma hora e meia de Aracaju.

Pacatuba é um desses ouros que precisamos desbravar. O que me deixa animada é que o Governo não só está de olho, como está em pleno movimento para sua potencialização turística, planejando boas novas por lá.

Quem sabe não é a nossa nova Praia do Forte, que está nas graças do sergipano como destino certo há anos pra relaxar nas pousadas baianas e o tradicional almoço com moqueca no final da tarde na vila?

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* Articulista Isabele Ribeiro: É arquiteta, urbanista e empreendedora à frente do Grupo Gambiarra. 

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica com br

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