quinta-feira, 2 de março de 2017

Carnaval 2017 - Bandas sergipanas animam foliões em Aracaju





Fotos: Portal Infonet.

Publicado originalmente no Portal Infonet, em 28/02/2017.

O Rasgadinho mantém a tradição e arrasta multidão.
Bandas sergipanas animam foliões em Aracaju.

O número de atrações reduziu, mas não alterou o brilho nem a criatividade do Bloco O Rasgadinho, que há décadas enche os olhos e contempla a alegria dos sergipanos nos quatro dias de folia dedicada a Momo, em Aracaju. O último cortejo deste ano reúne milhares de foliões que desfilam, sem cordas, num animado arrastão ao som da banda Água de Cheiro, que repetiu o percurso entre os bairros Suissa e Getúlio Vargas, em Aracaju.

Por trás uma equipe dedicada, coordenada por Mércia Barreto, que se tornou uma das organizadoras do evento para garantir esta tradição. Ela assegura que O Rasgadinho não está ameaçado, como pensaram algumas pessoas motivadas pela crise que encurtou, mas não ofuscou a grande festa. “Sempre vamos fazer a festa dentro das condições que o momento proporciona”, comenta a organizadora do bloco. “Vamos manter esta alegria de nossa gente”, resume.

E O Rasgadinho animou os foliões que exibiram os rostos pintados e um desfile de variadas fantasias. No circuito do cortejo e fora dele, nos três palcos armados na avenida Pedro Calazans, a galera e também a criançada participam, despejando a alegria carnavalesca. No palco principal, a criançada, à tarde, recebeu o incentivo da banda Brinquedolê Infantil.

A irreverência toma conta das ruas.

“E O Rasgadinho é isso: criatividade e irreverência”, considera Mércia Barreto, que já começa na quarta-feira de cinzas a empolgar a equipe para iniciar a maratona em busca de patrocinadores e dar o brilho necessário ao Carnaval de Aracaju no ano de 2018.

Por Cássia Santana.

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Carnaval 2017 - Em mais um dia de Rasgadinho









Fotos Portal Infonet.

Publicado originalmente no Portal Infonet, em 27/02/2017.

Confira alguns cliques dessa segunda-feira de carnaval
Cortejo foi conduzido pela banda Los Guaranis

Em mais um dia de carnaval, o Rasgadinho levou os sergipanos para curtir a folia. O cortejo passou pelo bairro Suíssa conduzido pela banda Los Guaranis, que trouxe de volta a tradição dos bloquinhos de rua.

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Arrastão em Pirambu é tradição

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Arrastão em Pirambu é tradição.
Foto: arquivo Portal Infonet.
Reproduzida do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Carnaval 2017 - Foliões curtiram o Rasgadinho e Baile Infantil 2




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Fotos: Portal Infonet.

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 26/02/2017.

Confira fotos do domingo de Carnaval em Aracaju.
Foliões curtiram o Rasgadinho e Baile Infantil.

Neste domingo, 26, houve bastante farra pelas ruas de Aracaju. O tradicional bloco Rasgadinho saiu, mais uma vez, em cortejo pelas ruas do bairro Cirurgia, em clima de paz e curtição. A agitação tomou conta e, seguindo o trio elétrico, a galera fez um verdadeiro Carnaval na capital sergipana.

O Baile Infantil, no Iate Clube, também deu o tom da diversão para as crianças, que brincaram e dançaram ouvindo as mais tradicionais marchinhas carnavalescas. Confira a seleção de fotos feita pelo Portal Infonet:

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Carnaval 2017 - Foliões curtiram o Rasgadinho e Baile Infantil 1




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Fotos: Portal Infonet.

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 26/02/2017.

Confira fotos do domingo de Carnaval em Aracaju.
Foliões curtiram o Rasgadinho e Baile Infantil.

Neste domingo, 26, houve bastante farra pelas ruas de Aracaju. O tradicional bloco Rasgadinho saiu, mais uma vez, em cortejo pelas ruas do bairro Cirurgia, em clima de paz e curtição. A agitação tomou conta e, seguindo o trio elétrico, a galera fez um verdadeiro Carnaval na capital sergipana.

O Baile Infantil, no Iate Clube, também deu o tom da diversão para as crianças, que brincaram e dançaram ouvindo as mais tradicionais marchinhas carnavalescas. Confira a seleção de fotos feita pelo Portal Infonet:

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Carnaval 2017 - Rasgadinho e o Bloco Cajuranas 2







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Fotos: Ícaro Novaes/Portal Infonet.

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 25/02/2017.

Confira fotos exclusivas da tarde de carnaval em Aracaju.
Foliões trajaram fantasias, adereços e se jogaram na folia.

A tarde deste sábado, 25, em Aracaju foi marcada por arrastão em clima de carnaval. No bairro Cirurgia, atrações do Rasgadinho e o bloco Cajuranas desfilaram arrastando centenas de pessoas. No cortejo tinha um pouco de tudo - fantasias, adereços, espumas, confetes, carros personalizados, frevos, homens vestidos de mulher e o principal: alegria. O Portal Infonet fez uma seleção de fotos desse primeiro dia de carnaval.

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Carnaval 2017 - Rasgadinho e o Bloco Cajuranas 1





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Fotos: Ícaro Novaes/Portal Infonet.

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 25/02/2017.

Confira fotos exclusivas da tarde de carnaval em Aracaju.
Foliões trajaram fantasias, adereços e se jogaram na folia.

A tarde deste sábado, 25, em Aracaju foi marcada por arrastão em clima de carnaval. No bairro Cirurgia, atrações do Rasgadinho e o bloco Cajuranas desfilaram arrastando centenas de pessoas. No cortejo tinha um pouco de tudo - fantasias, adereços, espumas, confetes, carros personalizados, frevos, homens vestidos de mulher e o principal: alegria. O Portal Infonet fez uma seleção de fotos desse primeiro dia de carnaval.

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura

quarta-feira, 1 de março de 2017

Exposição "Antigos Carnavais" (13/04/2016).

Exposição "Antigos Carnavais" (13/04/2016).
Camarote dos antigos carnavais de Aracaju, no
Palácio Museu Olímpio Campos, em Aracaju/SE.
Sob a curadoria dos pesquisadores Lineu Lins e Murillo Melins.
Foto: Marcela Prado/ASCOM SECC
Reproduzida do site: palacioolimpiocampos.se.gov.br

Antigos carnavais de Aracaju

Antigo Carnaval de Rua em Aracaju/SE. (Rua João Pessoa).
Imagem postada por MTéSERGIPE, para ilustração desse artigo.
Reproduzida no Blog dedinharamos.

Foto do acervo de Edelde Ramos.

Publicado originalmente no site da UFS, em 08/06/2010.

Antigos carnavais de Aracaju
Por Samuel Barros de Medeiros Albuquerque*

Na tarde do último dia 27, o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe recebeu a visita de uma equipe da TV Sergipe envolvida na produção de uma matéria sobre dos antigos carnavais aracajuanos. Buscavam registrar imagens de documentos que remetessem aos festejos de outrora.

No rico acervo da “Casa de Sergipe”, como é carinhosamente conhecido o Instituto, a equipe se interessou por alguns objetos, fotografias e notícias de jornais, além de alguns escritos legados por renomados autores sergipanos.

Inspirado pela produção da referida matéria, tratei de revisitar um dos mais primorosos textos da memorialística sergipana, o encantador “Roteiro de Aracaju”, obra de Mário Cabral, publicada em 1948.

Dialogando com autores como Corinto Mendonça, Mário Cabral informa que, em Aracaju, o carnaval surgiu ainda no século XIX, em princípios da década de 1890. Fomentado, sobretudo, pelo tenente Henrique Silva, surgiram os primeiros grupos de foliões, ao som de clarins e zabumbas, usando máscaras e fantasias. Mário trata com riqueza de detalhes dos desfiles dos primeiros clubes: o Mercuriano, o Cordovínico e, depois, o Baco e o Arranca. Segundo ele, “os carros alegóricos formavam grandiosos préstitos, procedidos, majestosamente, pelos clarins dos arautos” (Roteiro de Aracaju. 3ª ed. Aracaju: Banese, 2002, p. 55).

Entre as décadas de 1910 e 1930, o carnaval aracajuano passou por muitas transformações. O corso de automóveis na Rua João Pessoa, o uso generalizado de fantasias, confete e lança-perfume são marcas desse período. Mário também rememorou os concorridos bailes de carnaval. Segundo o poeta, “o povo dançava nos famosos bailes do Cinema Rio Branco. A grã-finagem se divertia no Clube dos Diários. O Recreio Clube, posteriormente, passou a ser o quartel general da folia carnavalesca, sendo o seu baile da terça-feira, um verdadeiro acontecimento social e mundano” (Roteiro de Aracaju. 3ª ed. Aracaju: Banese, 2002, p. 55).

Sob o ritmo do frevo, o nosso carnaval ganhou novo fôlego na década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial. “Durante quatro dias e quatro noites, na Rua João Pessoa, na Praça Fausto Cardoso e na Travessa Benjamim Constant, ao som de grandes e de poderosos amplificadores, o povo aracajuano realiza[va] um carnaval animadíssimo. Os estandartes, como coisas vivas, oscilam sobre o estranho mar de cabeças humanas”, informa Mário (Roteiro de Aracaju. 3ª ed. Aracaju: Banese, 2002, pp. 55-56).

Ele afirma ainda que as ruas eram “decoradas por meio de luzes, cartazes, bandeirolas, figuras e gigantes painéis carnavalescos”. Sem contar com os famosos bailes dos clubes Sergipe, Cotinguiba, Aracaju e Associação. O poeta também caracterizou os antigos carnavais aracajuanos como um “maravilhoso espetáculo de igualdade e democracia”, congregando “velhos e moços, pretos e brancos, ricos e pobres” na festa pagã.

Sem dúvida, os “flagrantes” do “Roteiro de Aracaju” contribuem para o resgate da identidade aracajuana. Ana Maria Fonseca Medina, num belo texto dedicado ao amigo Mário Cabral, escreveu: “Aracaju perdeu o ar provinciano, tudo mudou caro poeta, mas você fez o milagre de deixar para as gerações futuras, a cidade poética intacta, pintada pelo colorido da sua pena de artista da palavra flamante” (Revista do IHGSE, nº 38, 2009, p. 266)

Nesse sentido, o “Rasgadinho”, um dos mais tradicionais blocos no carnaval de rua da cidade, criado na década de 1960, ressurgiu com força em 2003, animando os foliões do Cirurgia e bairros próximos.

Mesmo vivendo em Salvador, Mário Cabral sempre esteve atento aos acontecimentos de sua amada Aracaju. Certamente, antes do seu falecimento, em abril de 2009, o poeta teve notícias do renascimento do tradicional carnaval aracajuano.

É possível que Mário tenha se deixando tomar por um súbito sentimento de satisfação ao constatar que os antigos carnavais inspiraram os foliões do século XXI, promovendo um vibrante encontro do passado com o presente, resignificando uma memória que teima em sobreviver.

* Professor da Universidade Federal de Sergipe. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.

Texto reproduzido do site: ufs.br/conteudo

Clubes, ruas e cordões, a Aracaju dos carnavais

Foto: acervo Murillo Melins.

Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 09/02/2016.

Clubes, ruas e cordões, a Aracaju dos carnavais

Por Emilly Firmino

Serpentina, purpurina, confetes, fantasias, o carnaval é explosão de sorrisos e calores, capaz de unir a diversidade do povo sergipano desde as antigas batalhas de confete que aconteciam na Praça Fausto Cardoso, na Atalaia e pelos bailes dos antigos clubes da cidade. Por mais que viesse cheio de regras e julgado por uma sociedade que afirmava que festa de carnaval era coisa de quem não vinha de “boa família”, os dias de folia eram responsáveis muitas vezes por alinhar em um só ritmo as diferenças. Eram também o canto de resistência para aqueles que quase nunca tinham voz diante das elites locais.

Por volta da década dos anos 40 e 50, o encontro dos blocos de carnaval ocorria em frente ao Palácio do Governo, na praça Fausto Cardoso, espaço que por muitos anos ficou conhecido como o palco de festas de Aracaju. Não muito distante, em frente à praça Olímpio Campos, ficava o Recreio Clube, onde as elites reproduziam os bailes de mascaras franceses, que foram trazidos pela família real quando chegaram ao Brasil. “Foi uma festa que os portugueses trouxeram e com o tempo os negros perceberam que também cabia em suas tradições, o congo e o samba deram sonoridade à festa”, afirma Osvaldo Ferreira Neto, estudante de história.

Enquanto os clubes estavam lotados a ponto de não caber mais gente, desciam pelas ruas do centro blocos como “O palhaço é o que é”, “Mascarados”, “A muda”. “Inicia a década de 60 e no Cirurgia, próximo à Caixa d’água, tínhamos um bairro onde moravam as classes mais populares, que tinham como liderança nomes como Seu Oscar, um dos líderes dentro da comunidade. Junto com outros moradores, ele plantou a semente do que hoje é o Rasgadinho. Protestando por não ter acesso aos clubes, eles saíram em um sábado, com roupas rasgadas e sujos, batendo lata até o centro da cidade”, comenta Osvaldo ao informar que inicialmente Rasgadinho sofreu uma pressão intensa vinda das elites e por isso permaneceu inativo por muitos anos, voltando com força apenas em 2003.

Assim como ocorre hoje com o Rasgadinho e os diversos outros blocos de rua que tem tomado a cidade, já nas primeiras horas de carnaval as ruas eram tomadas pelos foliões que vinham dos bairros para assistir e fazer parte dos shows. Da mesma forma, os salões da Associação Atlética de Aracaju, do Recreio e do Cotinguiba Sport Club estavam tomados pelas fantasias, e ainda que alguns clubes tivessem leis que proibiam a entrada de negros e mulheres solteiras, por exemplo, na prática essas regras eram esquecidas e todos se misturavam como um povo só.

Em um cenário bastante diferente do que é hoje, mas já trazendo os abadás, as cordas que separavam os foliões da pipoca e bebendo da música baiana, o Pré Caju surge em 1992. Durante os 23 anos que esteve na rua o evento se tornou a maior prévia carnavalesca do Brasil, reunindo ritmos como axé, pagode, forró, samba, capazes de atrair publico de todo país, assim como turistas de outros países.

Ainda que os clubes tenham se perdido, o carnaval começou. Os cordões que separam o povo dos blocos tem diminuído e Ernestos e Maré-marés vem retomando a alegria dos blocos de bairro. Entre as diferentes formas de comemorar o feriado, o carnaval tem mensagem única desde 1899, lá quando a primeira marchinha escrita por Chiquinha Gonzaga: abre alas, que eu quero passar. Que venham os nossos carnavais, que as ruas se pintem da alegria do povo.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.wordpress.com