Legenda de foto: ‘Antigos Carnavais’ reproduzida do site [aperipe.com.br]
e postada pelo blog "Isto é SERGIPE", para ilustrar o presente artigo.
Texto publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 15 de
fevereiro de 2021
Por Ivan Valença (do blog Infonet)
As ruas do centro da cidade, hoje, estão vazias, como convém
aos dias que são feriados. Não se veem as aglomerações que estão na expectativa
da passagem de mais um bloco carnavalesco. O cenário é a Rua João Pessoa, e os
blocos estão vindo da praça Fausto Cardoso, onde sobrava uma nesga de rua para
o desfile daqueles intimoratos que teimavam levar seus blocos para a rua. Hoje
não tem nada disso. A pandemia do coronavírus simplesmente expulsou todo mundo
dos locais onde se comemorava o carnaval. Hoje está tudo proibido para evitar
aglomeração que facilitaria a propagação do CoronaVírus, o maldito invisível
aos olhos humanos que é uma peste moderna. Ninguém quer contrair a Covid 19
porque sabe que o vírus é o mais fácil transporte para uma cama hospitalar para
tentar se curar da doença que o vírus traz. Num passado não tão distante assim
seria impensável a não realização do carnaval por causa de um simples vírus que
a humanidade hoje combate de março do ano passado. Por causa dele parou-se tudo
e os prejuízos que ele está trazendo à humanidade e inenarrável. Os locutores
de rádio fazem tudo para convencer o folião: este ano não teve mas no próximo
ano tem mais…
AS BANDINHAS LEVAM OS BLOCOS
Num Passado não tão distante assim, podia-se deixar de
brincar nos blocos, porque logo depois dele viriam outras concentrações tão
boas e anárquicas como elas. Cada bloco era puxado por uma bandinha que se
virava para atender a dois ou três clientes. Depois dos blocos – em torno de
seis no total que era para não cansar principalmente aqueles que assistiam
encostados às paredes das lojas – Os desfiles começavam as três da tarde e mais
das vezes passava da hora do início da noite. Parecia uma convenção: os foliões
mais possuídos largavam essa brincadeira de poucos garotos e iam para casa.
OS BAILES NOS CLUBES
Os cidadãos mais afortunados encerravam suas participações
nos blocos de rua, por volta das 19h30. Corriam para casa para um banho
relaxante e trocar de roupa. Agora eram vestimentas mais legais e condizentes
com os clubes que frequentavam. Havia pelo menos uns seis clubes que ofereciam
bailes carnavalescos durante todos os dias de carnaval. O mais requintado, sem
dúvida, o Iate Clube Aracaju que reunia a nata da sociedade sergipana. Oferecia
um serviço extraordinariamente bom, enquanto uma bela orquestra jogava para os
foliões os últimos sucessos musicai s em forma de marchinha de carnaval. No
último dia da folia, a bandinha do Iate ia ao encontro da bandinha da
Associação Atlética para um desfile fantástico de belas músicas, enquanto os
foliões dos dois clube esbanjavam alegria. O Carnaval do Iate Clube, sem sombra
de dúvidas, sempre foi o melhor da cidade. Mas, o carnaval da Associação
Atlética não ficava muito atrás. Mais das vezes, a diretoria da Atlética era
obrigada a proibir a entrada de foliões porque não havia espaço nos salões para
caber tanta gente. Disputava com a Atlética o título de melhor carnaval, o
Vasco Esporte Clube cuja sede social ficava no primeiro trecho da rua de São
Cristóvão. Era o clube preferido da classe média aracajuana. Os bailes do
Cotinguiba Esporte Clube, no final da Avenida Augusto Maynard, também era
disputadíssimos. Haviam sempre lugar para “mais um” nos clube dos menos
favorecidos da sorte. Era o caso do Flamengo Circulista que ficava no bairro
Siqueira Campos. Todos ofereciam belas festas de carnaval, que de certa forma
deixaram saudades nos seus frequentadores.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário