terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

'Breve memória dos Carnavais de antigamente', por Ivan Valença

Legenda de foto: ‘Antigos Carnavais’ reproduzida do site [aperipe.com.br] e postada pelo blog "Isto é SERGIPE", para ilustrar o presente artigo.

Texto publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 15 de fevereiro de 2021

Breve memória dos Carnavais de antigamente
Por Ivan Valença (do blog Infonet)

As ruas do centro da cidade, hoje, estão vazias, como convém aos dias que são feriados. Não se veem as aglomerações que estão na expectativa da passagem de mais um bloco carnavalesco. O cenário é a Rua João Pessoa, e os blocos estão vindo da praça Fausto Cardoso, onde sobrava uma nesga de rua para o desfile daqueles intimoratos que teimavam levar seus blocos para a rua. Hoje não tem nada disso. A pandemia do coronavírus simplesmente expulsou todo mundo dos locais onde se comemorava o carnaval. Hoje está tudo proibido para evitar aglomeração que facilitaria a propagação do CoronaVírus, o maldito invisível aos olhos humanos que é uma peste moderna. Ninguém quer contrair a Covid 19 porque sabe que o vírus é o mais fácil transporte para uma cama hospitalar para tentar se curar da doença que o vírus traz. Num passado não tão distante assim seria impensável a não realização do carnaval por causa de um simples vírus que a humanidade hoje combate de março do ano passado. Por causa dele parou-se tudo e os prejuízos que ele está trazendo à humanidade e inenarrável. Os locutores de rádio fazem tudo para convencer o folião: este ano não teve mas no próximo ano tem mais…

AS BANDINHAS LEVAM OS BLOCOS

Num Passado não tão distante assim, podia-se deixar de brincar nos blocos, porque logo depois dele viriam outras concentrações tão boas e anárquicas como elas. Cada bloco era puxado por uma bandinha que se virava para atender a dois ou três clientes. Depois dos blocos – em torno de seis no total que era para não cansar principalmente aqueles que assistiam encostados às paredes das lojas – Os desfiles começavam as três da tarde e mais das vezes passava da hora do início da noite. Parecia uma convenção: os foliões mais possuídos largavam essa brincadeira de poucos garotos e iam para casa.

OS BAILES NOS CLUBES

Os cidadãos mais afortunados encerravam suas participações nos blocos de rua, por volta das 19h30. Corriam para casa para um banho relaxante e trocar de roupa. Agora eram vestimentas mais legais e condizentes com os clubes que frequentavam. Havia pelo menos uns seis clubes que ofereciam bailes carnavalescos durante todos os dias de carnaval. O mais requintado, sem dúvida, o Iate Clube Aracaju que reunia a nata da sociedade sergipana. Oferecia um serviço extraordinariamente bom, enquanto uma bela orquestra jogava para os foliões os últimos sucessos musicai s em forma de marchinha de carnaval. No último dia da folia, a bandinha do Iate ia ao encontro da bandinha da Associação Atlética para um desfile fantástico de belas músicas, enquanto os foliões dos dois clube esbanjavam alegria. O Carnaval do Iate Clube, sem sombra de dúvidas, sempre foi o melhor da cidade. Mas, o carnaval da Associação Atlética não ficava muito atrás. Mais das vezes, a diretoria da Atlética era obrigada a proibir a entrada de foliões porque não havia espaço nos salões para caber tanta gente. Disputava com a Atlética o título de melhor carnaval, o Vasco Esporte Clube cuja sede social ficava no primeiro trecho da rua de São Cristóvão. Era o clube preferido da classe média aracajuana. Os bailes do Cotinguiba Esporte Clube, no final da Avenida Augusto Maynard, também era disputadíssimos. Haviam sempre lugar para “mais um” nos clube dos menos favorecidos da sorte. Era o caso do Flamengo Circulista que ficava no bairro Siqueira Campos. Todos ofereciam belas festas de carnaval, que de certa forma deixaram saudades nos seus frequentadores.

Texto reproduzido do site: infonet.com.br

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