terça-feira, 20 de setembro de 2022

Morre Magnólia, a primeira travesti de Aracaju, aos 74 anos

Crédito da foto: Tiago Oliveira

Publicado originalmente no site do Portal A8 SE, em 20 de setembro de2022 

Morre Magnólia, a primeira travesti de Aracaju, aos 74 anos

Ela estava internada no Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) mas não resistiu

Por redação Portal A8SE

Morreu na noite desta segunda-feira (19), por volta das 21h30, Magnólia, a primeira travesti de Aracaju.

Ela estava internada no Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), mas faleceu devido a uma grave infecção e insuficiência cardíaca.

Magnólia marcou a história da resistência LGBTQIA+. Através da coragem, ela assumiu a orientação sexual aos 17 anos, ocupou espaços e lutou por respeito.

" Foi pioneira no movimento de afirmação enquanto pessoa dissidente sexual e de gênero em uma época de pouca informação e muito conservadorismo, durante as décadas de 60 e 70 em Aracaju. Uma mulher à frente do seu tempo e que exalava mansidão, mas também ousadia. Manifestamos nossa mais profunda gratidão por sermos contemporâneos dessa figura tão importante para o movimento LGBT em Sergipe, que abriu caminhos e muito nos ensinou", lembrou, em nota, o Conselho Estadual de Promoção da Cidadania e Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.

O sepultamento aconteceu hoje (20), no cemitério São João Batista.

Texto e imagem reproduzidos do site: A8SE

Um comentário:

  1. Publicado originalmente no site do JORNAL DA CIDADE, em 20 de setembro de 2022

    Morre 'Magnólia', travesti mais antiga de Aracaju

    Aos 74 anos, Magnólia morreu vítima de infecção generalizada por problemas urinários

    Faleceu nesta segunda-feira, 19, “Magnólia”, a travesti matriarca de Aracaju, sendo eleita como a primeira da capital. Aos 74 anos, Magnólia encerrou sua trajetória rica de aventuras, de descobertas e viagens que a levaram a conhecer os encantos e perigos das diversas ruas e locais em que se fez presente. A travesti estava internada no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) e veio à óbito por uma infecção generalizada provocada por problemas urinários.

    Antes de chegar ao seu fim, Magnólia foi embora e passou um período em Santos (SP), trabalhando com prostituição e sendo garçonete em cabarés. Quando voltou, passou boa parte da vida vendendo cuecas e meias masculinas no centro Aracajuano, principalmente nos mercados centrais. Em entrevista antiga, ela afirmou que começou a se prostituir aos 17 anos e não parou mais desde então. Também relembrou suas vivências e sapecagens de quando era jovem, relatando que no momento estava mais pacata, com o passar da idade, morando sozinha. “Eu gosto de dormir no quarto sozinha. Ligo a televisão, o ventilador. Ainda vendo alguma coisinha, lavo roupa, passo ferro, tudo. Gosto de ler romances”, falou.

    Ainda, Magnólia expôs sua orientação sexual, que era de preferência por homens e que amizade apenas com mulheres. “Ser travesti foi um destino em minha vida. Eu não gosto de mulher. Mulher, só amizade, sabe? Eu nasci assim mesmo. Deus sabe o que faz, né?”, disse ela.

    Com a notícia da sua morte, muitos postaram homenagem para a figura querida e ilustre de Sergipe. Em sua página do twitter, a vereadora Linda Brasil (PSOL) falou sobre a partida.

    “Recebi hoje, com tristeza, a notícia de que Magnólia, uma das travestis mais antigas de Aracaju, faleceu hoje aos 74 anos. Pioneira na luta contra a marginalização de mulheres trans e travestis, foi uma das homenageadas na I Semana de Visibilidade Trans de Sergipe. Minha solidariedade à família, amigos/as/ues e a todo o movimento trans Sergipano, que está em luto por uma de nossas matriarcas. Que sua história e avanços sigam inspirando outras mulheres trans a resistirem e avançarem na luta por direitos. Viva Magnólia! Descanse em paz!”, escreveu.

    Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net

    ResponderExcluir