domingo, 4 de outubro de 2020

Os Torpedeamentos que Levaram o Brasil à Guerra (Relatos Jornalísticos)


Publicado originalmente no Facebook/Antônio Corrêa Sobrinho, em 03/10/2020

AMIGOS, na próxima semana, se tudo der certo, no site www.antoniocorreasobrinho.com, estará disponível a todos, gratuitamente, o e-book OS TORPEDEAMENTOS QUE LEVARAM O BRASIL À GUERRA (Relatos Jornalísticos). No momento, apenas a Capa e minha simples Apresentação. É conteúdo que pertence a todos nós. Abraço.  

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APRESENTAÇÃO

Dou continuidade ao meu propósito de reunir narrativas jornalísticas de acontecimentos significantes da história de Sergipe, meu pequeno e amado torrão, apresentando, neste feito, o noticiário da imprensa nacional sobre os torpedeamentos e consequentes afundamentos dos navios da Marinha Mercante do Brasil: BAEPENDI, ARAQUARA, ANÍBAL BENÉVOLO, ITAGIBA e ARARÁ, pelo submarino alemão U-507, ocorridos nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1942, nas proximidades do litoral nordestino, entre os estados de Sergipe e Bahia, em que mais de 600 cidadãos brasileiros – adultos, idosos e crianças, civis e militares, passageiros e tripulantes - perderam as preciosas vidas, além de produzir gigantesco e irreparável prejuízo material.

Como sabemos, em resposta ao atroz atentado, o governo brasileiro, sob o comando de Getúlio Vargas, que, pressionado pela população brasileira, ainda no correr daquele infausto agosto, no dia 22, declarou o estado de beligerância e, no dia 31, decretou o estado de guerra com a Alemanha e a Itália, as potências nazifascistas, formadoras, junto com o imperial Japão, da chamada “Aliança do Eixo”, ou simplesmente “Eixo”, protagonistas, desde 1939, do grande conflito armado com as “Nações Unidas”, os países “Aliados”.

 É a coleção que ora anuncio, formada basicamente de textos publicados na época dos afundamentos dos navios acima mencionados. São notícias, narrativas, sobre os ataques, a identificação dos vapores bombardeados; as listas de tripulantes e passageiros vitimados; entrevistas com náufragos sobreviventes; atos e decisões governamentais; repercussão na mídia nacional e  internacional; as campanhas promovidas; a memorável e histórica manifestação da sociedade brasileira, nos seus mais diversos setores e seguimentos, liderada incialmente pelos estudantes universitários, de pesar, pelos compatriotas, inocentes e indefesos, assassinados de forma vil e covarde, e de aversão e ódio aos autores nazistas, esta que talvez tenha sido a mais grandiosa, abrangente e eloquente expressão de patriotismo e de solidariedade que se tem notícia na nossa história, que, sem sombra de dúvida, foi a força motriz que levou o Brasil à Guerra. 

 Compõem também este conjunto de textos, ricos editorais e valiosas opiniões, belas crônicas, duas poesias, discursos, material que fui buscar nas páginas octogenárias de jornais e revistas do norte e sul do Brasil: Correio da Manhã (RJ), Jornal do Brasil (RJ), Folha da Manhã (SE), Diário de Pernambuco (PE), O Globo (RJ), A Ordem (RN), Folha de S. Paulo (SP), O Dia (PR), A Notícia (SC), Reação Brasileira (RJ), Correio do Povo (SC), O Jornal (RJ), Correio do Paraná (PR), Rio Engrenes (PR), Diário de Notícias (RJ), A Manhã (RJ), Vamos Ler! (RJ), Correio Paulistano (SP), Carioca (RJ), Monitor Mineiro (MG), Revista Marítima Brasileira (RJ), Entre-os Jornal (RJ), O Estado de S. Paulo (SP), Jornal das Moças – Ilustrada (RJ), Noite Ilustrada (RJ), Revista da Cruz Vermelha Brasileira (RJ), Diário Carioca (RJ), Lavoura e Comércio (MG), O Radical (RJ), Jornal do Estado de Mato Grosso (MT), Gazeta do Piauí (PI), Visão Brasileira (RJ) e O Brasil de Hoje, de Ontem e de Amanhã (RJ).

 Permitam-me, aqui, salientar que o afundamento destes cinco vapores da nossa cabotagem, em agosto de 1942, ato praticado pela primeira vez em nossas águas territoriais, a poucas milhas da costa brasileira, quando nossa Marinha Mercante já havia perdido 12 dos seus navios, para o Eixo, atacados em águas do Atlântico Norte -, muito consternou e revoltou profundamente a nação brasileira, porém, mais ainda o povo sergipano, que assistiu, num modo de dizer, a porta da frente do seu território ser por destino palco da mais ignominiosa afronta ao Brasil; povo que, das centenas de compatriotas brasileiros mortos, teve dezenas de seus concidadãos sergipanos submergidos para sempre nas suas próprias águas marítimas, a maioria estava a bordo do Aníbal Benévolo. Sergipanos, que presenciaram, atônitos, perplexos, impotentes, as areias de suas praias pontilhadas de despojos, de restos dos navios, cadáveres; os sergipanos, que acolheram e cuidaram de tantos náufragos sobreviventes, feridos e doentes, e que deu seu chão por sepultura a muitos corpos de almas abruptamente retiradas da existência física pelos asseclas de Hitler.

 A Folha da Manhã, na sua edição de 18 de agosto de 1942, escreveu: “Sergipe, nunca em sua vida presenciou no seu território uma cena tão triste como a que está presenciando nestes dias”. Reafirmamos o dito supra, mesmo passados quase 80 anos, dizendo mais: nada marcou mais a história de Sergipe, notadamente a da sua capital Aracaju, do que esse terrível acontecimento, com seus reflexos e consequências.

 Dizer que os textos foram atualizados ortograficamente e que, na parte final do e-book, juntei fac-símiles de jornais e introduzi índice remissivo.

 Penso ter resumido, neste trabalho, o que noticiou a imprensa nacional sobre este majestoso momento vivido pela nação brasileira, para que seja lido por esta e pelas futuras gerações dos filhos da minha Pátria.    

 Concluo, agradecendo à Biblioteca Nacional (BN), a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e aos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, pela disponibilização dos seus acervos. E ao meu filho Thiago, pela diagramação e capa.

Aracaju/SE, outubro de 2020.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antônio Corrêa Sobrinho

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