Em busca das saudades sergipanas
A inquietação criativa do radialista Ludwig Oliveira tem
rendido bons frutos aos amantes da chamada “boa música”. Aquela que, em
qualquer época, nos encanta. Os músicos sergipanos têm encontrado na obstinada
insistência de Ludwig, em criar espaços na mídia eletrônica para os nossos
valores, um canal de interação com um público fiel, até então sem oportunidade
de rever em seus ídolos as eternas canções que os remetam à memória de
vivências passadas.
Ludwig vem se tornando uma espécie de mecenas para cantores
e compositores sergipanos jogados ao ostracismo pelo servilismo da mídia aos
modismos impostos pelo consumismo ignorante. Ele deu um passo adiante,
reproduzindo no programa “Entre Amigos” uma modernizada atmosfera dos programas
de auditório, proporcionando aos artistas o essencial encontro com o seu
público, e ao público, a oportunidade de interação com os seus artistas.
Uma das suas ideias brilhantes foi a de desencavar do
esquecimento bandas que fizeram história na cena musical sergipana e trazê-las
ao presente para deleite nosso, tão saudosos delas. É o caso, para mim, da
Banda “Os Comanches”, cujo “estado maior” se reunia na esquina da Rua Lagarto
com Estância, onde, nos anos 70, homiziava-se uma boa turma de meninos
rebeldes. “Os Comanches” resulta dessa agremiação contracultural, marginal e
produtiva, e o seu sucesso muito nos orgulha.
O gênio inquieto de Ludwig propõe agora umas serenatas, que
deveriam ser apoiadas pelas prefeituras interioranas, com o intuito de lavar as
ruas sergipanas um belo resgate de um dos seus mais saudosos encantamentos: as
simples madrugadas de companheirismo e prazer, no canto coletivo às namoradas.
Este registro precisava ser feito.
Amaral Cavalcante – 26/09/2013
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