Patrimônio Nacional Material em Sergipe.
- Igreja da Comandaroba, em Laranjeiras (foto)
Em 1731, às margens do Rio Cotinguiba, os jesuítas
inauguraram sua segunda residência em Laranjeiras, uma construção bem mais
simples que a primeira, que se destacava por ser um pequeno e baixo sobrado sem
arte e com solidez bem inferior à Casa do Engenho do Retiro. Posteriormente, em
1734, inaugurou-se a Igreja.
O templo com seu estilo inconfundível apresenta as
características das demais construções jesuíticas do nordeste. No pórtico de
pedra calcária e no arco cruzeiro, estão gravados monogramas que confirmam sua
origem jesuíta e sua padroeira, a Virgem da Conceição. O tombamento do local
ocorreu em março de 1943.
- Igreja Nossa Senhora do Amparo (São Cristóvão)
A Igreja Nossa Senhora do Amparo foi construída no século
XVIII pela Irmandade dos Homens Pardos, instituída em 1690. A Irmandade foi
extinta em 1902 e a Igreja passou a ser administrada em 1907 pelo vigário de
São Cristóvão. Por quase meio século permaneceu desativada pelas péssimas
condições de conservação, até que em 1996 o IPHAN fez um reparo geral.
Na reforma foram preservados não só os elementos artísticos
como também o conjunto arquitetônico e a partir de então ela voltou a ter seus
cultos religiosos. Seu tombamento ocorreu em maio de 1962.
- Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (São
Cristóvão)
A construção da Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do
Rosário foi realizada pelos jesuítas, em meados do século XVIII. Celebrações
afro como as Taieiras e a Chegança eram realizadas na igreja. Além delas, até
hoje se realiza a ‘Procissão dos Fogaréus’, com participação exclusivamente
feminina. O conjunto arquitetônico foi tombado em março de 1943.
- Igreja e Casa de Misericórdia (São Cristóvão)
A Igreja e Casa de Misericórdia é uma construção primitiva
da primeira metade do século XVII. Porém, o conjunto de estilo barroco foi
construído apenas na primeira metade do século XVIII. A igreja, que existe
desde antes de 1627, se destaca pelo painel existente em seu interior
denominado ‘A Visitação’, cuja autoria foi atribuída ao pintor baiano José
Teófilo de Jesus.
Já a Santa Casa, Hospital de Caridade Santa Isabel, anexo à
igreja, por longos anos foi totalmente sustentado pela Irmandade de
Misericórdia, que manteve por muito tempo, profissionais da saúde para cuidar
gratuitamente da população. A partir de 1922, o prédio passou a funcionar como
orfanato, sob o comando das Irmãs Missionárias da Irmandade Conceição Mãe de
Deus. O tombamento do conjunto ocorreu em janeiro de 1944.
- Convento e Igreja do Carmo (São Cristóvão)
O conjunto do Carmo abriga a antiga Igreja Conventual N.
Senhora do Carmo e a Antiga Capela da Ordem Terceira, atual Senhor do Passos,
uma construção iniciada no fim do século XVII. A igreja, porém, só foi
edificada no século XVIII pelo Frei Antônio de Santa Eufrásia Barbosa.
Em 1922, quando as irmãs Clarissas Concepcionistas chegaram
à cidade, logo fundaram o colégio Imaculada Conceição e em 1924, compraram o
Convento e o reformaram para a instalação do noviciado.
A partir de 1983, o convento passou a pertencer à
congregação das Irmãs Beneditinas Contemplativas. O tombamento do conjunto
arquitetônico ocorreu em abril de 1943.
- Igreja da Ordem Terceira do Carmo (São Cristóvão)
Pela devoção do povo, a igreja passou a ser conhecida como
Igreja Senhor dos Passos. Segundo a crença, a imagem do santo foi encontrada
nas águas do rio Paramopaba, dentro de um caixote de madeira, pelos pescadores
da região.
A imagem foi colocada na Igreja da Ordem Terceira do Carmo,
dando início a partir de então a tradicional “Festa da Penitência”. O
tombamento do Convento e Igreja do Carmo ocorreu em abril de 1943.
- Igreja Matriz Nossa Senhora das Vitórias (São Cristóvão)
A Igreja foi edificada no início do Século XVII pelos padres
jesuítas e por ordem dos Felipes da Espanha, para ser a sede Episcopal no
período em que o Brasil estava sob domínio espanhol. Em 1608, o bispo da Bahia,
D. Constantino Barrada, criou a matriz de N. Senhora da Vitória. A igreja foi
montada em 1943.
No decorrer dos anos, a igreja sofreu inúmeras modificações
e danos irreparáveis durante a invasão holandesa em Sergipe, entre 1635 e 1647.
No século XIX passou por três reformas, em 1837, 1845 e a última em 1855,
quando a capital foi transferida para Aracaju, e São Cristóvão entrou em
decadência, ficando sem recursos para reformar seus templos religiosos.
O frontal da igreja apresenta volutas ornadas em cantaria,
onde estão gravadas as armas dos Felipes de forma descaracterizada. Segundo a
documentação, elas foram raspadas no século XIX, na Independência do Brasil. O
tombamento ocorreu em 1943.
- Capela do Engenho Poxim (São Cristóvão)
Não existe documentação disponível sobre este monumento. No
portal de pedras trabalhada conta apenas a data de 1751. Hoje ela encontra-se
praticamente desativada, devido ao seu difícil acesso. O tombamento da Igreja
ocorreu em 1943.
- Sobrado na Antiga Rua das Flores - Hoje Benjamin Constant,
Nº 20 (São Cristóvão)
A construção é do final do século XVIII e início do século
XIX. Este é mais um monumento desconhecido da historia, visto que não há
documentação disponível sobre sua construção. O tombamento ocorreu em setembro
de 1943.
- Sobrado à Rua Castro Alves, Nº 02 (São Cristóvão)
A edificação possui um dos exemplares arquitetônicos mais
interessantes da cidade. A sua construção ocorreu no final do século XVII e
início do século XVIII. Trata-se de uma construção de taipa com pilares de
alvenaria e ligadas por vigas de madeira. Seu tombamento data de setembro de
1943.
- Sobrado à Rua da Matriz (São Cristóvão)
Sobrado de estilo colonial e considerado um dos monumentos
civis mais significativos da cidade de São Cristóvão. Embora exista
predominância da taipa em sua construção, verifica-se a utilização de alvenaria
de pedra e tijolo no frontispício e em alguns pilares. A construção passou a
fazer parte de bem protegido em setembro de 1943.
- Igreja Matriz do Coração De Jesus (Laranjeiras)
Este foi o primeiro templo construído na segunda metade do
século XVII, no então povoado Laranjeiras. Segundo alguns autores, esta Igreja
foi construída, inclusive, antes da primeira Basílica Nacional do Coração de
Jesus, localizada em Lisboa, e sua fundação é atribuída ao Padre Jesuíta
Bonnuci. Segundo o autor Felizberto Freire sua construção ocorreu em 1791 e
apenas em 1835 foi elevada a Igreja Matriz.
O templo apresenta uma bela arquitetura, com um suntuoso
frontispício e um imponente painel pintado pelo baiano José Teófilo de Jesus.
Existe ainda no arco um escudo, representando a bandeira portuguesa de 1640. O
tombamento ocorreu em março de 1943
- Igreja e Casa do Engenho Retiro (Laranjeiras)
Os jesuítas iniciaram as margens do Rio São Pedro, em fins
do século XVIII, a construção de sua primeira residência em Laranjeiras e a
denominaram “Retiro”. O nome se deu devido à solidão do lugar ou até por ser
escolhida para realização de reuniões espirituais.
A igreja foi inaugurada em 1701 e anexa a antiga residência
está à capela Santo Antônio e Nossa Senhora das Neves.
No quesito arquitetura, a casa possui uma bela portada de
pedra amarela. Em 1975 a propriedade foi adquirida pelo grupo Votorantim para
implantação da CIMESA. A igreja foi tombada em janeiro de 1944.
- Capela do Engenho Jesus, Maria e José (Laranjeiras)
A construção é uma capela rural, construída na primeira
metade do século XVIII, no Engenho do mesmo nome. A pintura do forro tem traços
das obras do pintor baiano José Teófilo de Jesus.
A igreja encontra-se desativada devido ao estado de ruinas.
É uma capela rural de propriedade privada e de acesso extremamente difícil, por
isso há muito tempo não é utilizada para o fim religioso. Seu tombamento data
de março de 1943.
- Igreja Matriz de Santo Amaro (Santo Amaro Das Brotas)
A igreja foi edificada pelos carmelitas em terras que lhes
foram doadas na zona canavieira do Cotinguiba, em 1721. A partir de 1828 quando
a Vila de Santo Amaro foi rebaixada de categoria, passando a depender a Vila de
Maruim, houveram vários confrontos entre as forças santo-amarenses e os
“rapinas”, denominação das tropas enviadas pelo governo Provincial, com o
objetivo de sufocar a rebelião.
Nesta fase a Igreja foi bastante depredada pelos “rapinas”,
destruindo parte da imagem do “orago”, colocado no frontispício do templo. Há
ainda registros de decisões importantes que foram tomadas nesta igreja,
principalmente as negociações para o término da revolta.
Em 1835, foi restituída a condição de Vila, a aprovação de
cidade Santo Amaro.
Informações revelam que o provável responsável pela
construção foi um engenheiro militar. O tombamento ocorreu em 1943.
- Capela de Nossa Senhora da Conceição (Santo Amaro Das
Brotas)
A partir do século XVII os jesuítas iniciaram a construção
de suas capelas rurais, geralmente edificadas em taipa e pau-a-pique e cobertas
de telha vã. Eram templos simples, sem torres, geralmente alpendradas. Em 1996,
a capela foi totalmente restaurada, não só seus elementos móveis integrados,
como toda a sua estrutura física.
A capela está localizada na propriedade particular do Sr.
Gilberto Maynard de Oliveira. Seu tombamento ocorreu em janeiro de 1944.
- Igreja Matriz da Divina Pastora (Divina Pastora)
A povoação de Divina Pastora, localizada na zona canavieira
foi elevada a categoria de paróquia em 31 de maio de 1835, e à Vila um ano
depois. A igreja matriz é uma construção jesuítica do estilo barroco, do século
XVIII.
A originalidade dessa igreja consiste em possuir, ao longo
da sua nave, um corredor aberto por cinco arcadas. Esta disposição é atribuída
ao fato de ter sido igreja votiva de peregrinação.
O seu frontispício assinala o inconfundível estilo jesuítico
no nordeste. A área interna é dominada pelo estilo barroco da segunda fase, o
estilo D. João V, caracterizado pela policromia em branco e dourado.
Encontra-se no seu forro a maior pintura painelista de Sergipe, de autoria de
José Teófilo de Jesus. Seu tombamento ocorreu em março de 1943.
- Igreja Nossa Senhora do Socorro (Tomar Do Geru)
A Igreja foi edificada no século XVII, sob orientação de um
padre jesuíta, tendo sido instalada na sua construção a mão de obra mestiça. A
data em romano, MDCLXXXVIII, sobre o seu portal é um marco representativo do
grau de sua importância, uma vez que é considerado um dos mais significativos
templos edificados em Sergipe Del’Rey.
É comumente citada pelos principais estudiosos da
arquitetura religiosa brasileira, principalmente jesuítica e foi considerada
uma das mais belas igrejas do nordeste. Seu tombamento ocorreu em março de
1943.
- Casa se Tejupeba (Itaporanga D’Ajuda)
O povoado que deu origem à cidade de Itaporanga d’Ajuda foi
fundado em 1575, pelo padre jesuíta Gaspar Lourenço. Porém só a partir de 1590,
sob o comando de Cristóvão de Barros, os portugueses efetivaram a conquista de
Sergipe.
Nesse povoado denominado Tejupeba, nome de um riacho
localizado na região, atualmente um Colégio, os jesuítas construíram em taipa
de sopapo a primeira residência da Ordem em solo sergipano. A direção foi
entregue ao padre José Teixeira, posteriormente preso e deportado para o
interior da Bahia. O tombamento do local ocorreu em 1943.
- Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (N. S.
do Socorro)
Com a criação da Vila de Laranjeiras, em 1832, a Freguesia
de Socorro passou a fazer parte da nova Vila. Os socorrenses, inconformados com
a situação reivindicaram sua autonomia político-administrativa, até que em
1835, Socorro foi elevada à Vila, desligando-se de Laranjeiras.
No inicio do século XVIII, Socorro tinha apenas uma capela
para a realização dos seus cultos religiosos, porém, em 1864, a capela foi
elevada à Matriz, adquirindo assim autonomia religiosa.
O frontispício da igreja reflete as características das
igrejas jesuíticas no Nordeste. Não existe documentação com data exata de sua
construção, apenas uma inscrição na soleira da sacristia, com data de 1714. Seu
tombamento ocorreu em 1943.
- Sobrado à Praça Rio Branco, Nº 35 (Estância)
O Sítio de Estância iniciou sua povoação e ocupação em 1621,
na região onde confluem os rios Piauí e Piauitinga. Foi elevada a categoria de
Vila em 1831.
Por sua estratégica posição, Estância, popularizou a zona
econômica da zona centro-sul da província, exercendo no sul, o papel que
Laranjeiras desempenhava no Norte.
Os sobrados estancianos com suas fachadas de azulejos,
provavelmente portugueses e holandeses, decorados em azul e branco, foram
bastante utilizados nas construções litorâneas de Salvador, São Luiz do
Maranhão e Belém do Pará.
O sobrado localizando na Praça Rio Branco, único monumento
tombado a nível federal, naquela cidade, trata-se de um representante modesto
da arquitetura civil estanciana.
Seu valor histórico é atribuído ao fato de ter abrigado o
“Clube Republicano”, primeira organização desse porte na província de Sergipe
Del’Rey. Seu tombamento ocorreu em julho de 1962.
- Capela do Engenho Penha (Riachuelo)
Os vales dos Rios Cotinguiba e Sergipe foram colonizados a
partir de 1602, época em que foi iniciada a lavoura e a industrialização da
cana-de-açúcar. Em 1872, Riachuelo foi elevada a categoria de Freguesia, com a
invocação “Freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Riachuelo”. Em 1874 foi
elevada a categoria de Vila.
A Capela Rural, construída no século XVIII, apresenta
frontão em volutas, encimado por uma cruz. Apresenta duas torres laterais tendo
no corpo, portadas e janelas ornadas em cantaria. Foi tombada em março de 1943.
- Canoa de Tolda Luzitânia (Brejo Grande)
A canoa de tolda Luzitânia é uma das mais antigas
embarcações em atividade no Baixo São Francisco. Trata-se de uma canoa de tolda
de 200 sacos (cada saco corresponde ao padrão de peso de 60 kg). Ainda que
registrada na Agência Fluvial da Capitania dos Portos de Alagoas, em Penedo,
somente na década de 70 do século passado. Os registros orais de sua construção
remontam aos anos 20. Foi tombada pelo IPHAN em 2010.
Texto e imagem reproduzidos do site: cultura.se.gov.br
Foto: Fabiana Costa/Secult.
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