quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Patrimônio Nacional Material em Sergipe.


Patrimônio Nacional Material em Sergipe.

- Igreja da Comandaroba, em Laranjeiras (foto)

Em 1731, às margens do Rio Cotinguiba, os jesuítas inauguraram sua segunda residência em Laranjeiras, uma construção bem mais simples que a primeira, que se destacava por ser um pequeno e baixo sobrado sem arte e com solidez bem inferior à Casa do Engenho do Retiro. Posteriormente, em 1734, inaugurou-se a Igreja.

O templo com seu estilo inconfundível apresenta as características das demais construções jesuíticas do nordeste. No pórtico de pedra calcária e no arco cruzeiro, estão gravados monogramas que confirmam sua origem jesuíta e sua padroeira, a Virgem da Conceição. O tombamento do local ocorreu em março de 1943.

- Igreja Nossa Senhora do Amparo (São Cristóvão)

A Igreja Nossa Senhora do Amparo foi construída no século XVIII pela Irmandade dos Homens Pardos, instituída em 1690. A Irmandade foi extinta em 1902 e a Igreja passou a ser administrada em 1907 pelo vigário de São Cristóvão. Por quase meio século permaneceu desativada pelas péssimas condições de conservação, até que em 1996 o IPHAN fez um reparo geral.

Na reforma foram preservados não só os elementos artísticos como também o conjunto arquitetônico e a partir de então ela voltou a ter seus cultos religiosos. Seu tombamento ocorreu em maio de 1962.

- Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (São Cristóvão)

A construção da Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário foi realizada pelos jesuítas, em meados do século XVIII. Celebrações afro como as Taieiras e a Chegança eram realizadas na igreja. Além delas, até hoje se realiza a ‘Procissão dos Fogaréus’, com participação exclusivamente feminina. O conjunto arquitetônico foi tombado em março de 1943.

- Igreja e Casa de Misericórdia (São Cristóvão)

A Igreja e Casa de Misericórdia é uma construção primitiva da primeira metade do século XVII. Porém, o conjunto de estilo barroco foi construído apenas na primeira metade do século XVIII. A igreja, que existe desde antes de 1627, se destaca pelo painel existente em seu interior denominado ‘A Visitação’, cuja autoria foi atribuída ao pintor baiano José Teófilo de Jesus.

Já a Santa Casa, Hospital de Caridade Santa Isabel, anexo à igreja, por longos anos foi totalmente sustentado pela Irmandade de Misericórdia, que manteve por muito tempo, profissionais da saúde para cuidar gratuitamente da população. A partir de 1922, o prédio passou a funcionar como orfanato, sob o comando das Irmãs Missionárias da Irmandade Conceição Mãe de Deus. O tombamento do conjunto ocorreu em janeiro de 1944.

- Convento e Igreja do Carmo (São Cristóvão)

O conjunto do Carmo abriga a antiga Igreja Conventual N. Senhora do Carmo e a Antiga Capela da Ordem Terceira, atual Senhor do Passos, uma construção iniciada no fim do século XVII. A igreja, porém, só foi edificada no século XVIII pelo Frei Antônio de Santa Eufrásia Barbosa.

Em 1922, quando as irmãs Clarissas Concepcionistas chegaram à cidade, logo fundaram o colégio Imaculada Conceição e em 1924, compraram o Convento e o reformaram para a instalação do noviciado.

A partir de 1983, o convento passou a pertencer à congregação das Irmãs Beneditinas Contemplativas. O tombamento do conjunto arquitetônico ocorreu em abril de 1943.

- Igreja da Ordem Terceira do Carmo (São Cristóvão)

Pela devoção do povo, a igreja passou a ser conhecida como Igreja Senhor dos Passos. Segundo a crença, a imagem do santo foi encontrada nas águas do rio Paramopaba, dentro de um caixote de madeira, pelos pescadores da região.

A imagem foi colocada na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, dando início a partir de então a tradicional “Festa da Penitência”. O tombamento do Convento e Igreja do Carmo ocorreu em abril de 1943.

- Igreja Matriz Nossa Senhora das Vitórias (São Cristóvão)

A Igreja foi edificada no início do Século XVII pelos padres jesuítas e por ordem dos Felipes da Espanha, para ser a sede Episcopal no período em que o Brasil estava sob domínio espanhol. Em 1608, o bispo da Bahia, D. Constantino Barrada, criou a matriz de N. Senhora da Vitória. A igreja foi montada em 1943.

No decorrer dos anos, a igreja sofreu inúmeras modificações e danos irreparáveis durante a invasão holandesa em Sergipe, entre 1635 e 1647. No século XIX passou por três reformas, em 1837, 1845 e a última em 1855, quando a capital foi transferida para Aracaju, e São Cristóvão entrou em decadência, ficando sem recursos para reformar seus templos religiosos.

O frontal da igreja apresenta volutas ornadas em cantaria, onde estão gravadas as armas dos Felipes de forma descaracterizada. Segundo a documentação, elas foram raspadas no século XIX, na Independência do Brasil. O tombamento ocorreu em 1943.

- Capela do Engenho Poxim (São Cristóvão)

Não existe documentação disponível sobre este monumento. No portal de pedras trabalhada conta apenas a data de 1751. Hoje ela encontra-se praticamente desativada, devido ao seu difícil acesso. O tombamento da Igreja ocorreu em 1943.

- Sobrado na Antiga Rua das Flores - Hoje Benjamin Constant, Nº 20 (São Cristóvão)

A construção é do final do século XVIII e início do século XIX. Este é mais um monumento desconhecido da historia, visto que não há documentação disponível sobre sua construção. O tombamento ocorreu em setembro de 1943.

- Sobrado à Rua Castro Alves, Nº 02 (São Cristóvão)

A edificação possui um dos exemplares arquitetônicos mais interessantes da cidade. A sua construção ocorreu no final do século XVII e início do século XVIII. Trata-se de uma construção de taipa com pilares de alvenaria e ligadas por vigas de madeira. Seu tombamento data de setembro de 1943.

- Sobrado à Rua da Matriz (São Cristóvão)

Sobrado de estilo colonial e considerado um dos monumentos civis mais significativos da cidade de São Cristóvão. Embora exista predominância da taipa em sua construção, verifica-se a utilização de alvenaria de pedra e tijolo no frontispício e em alguns pilares. A construção passou a fazer parte de bem protegido em setembro de 1943.

- Igreja Matriz do Coração De Jesus (Laranjeiras)

Este foi o primeiro templo construído na segunda metade do século XVII, no então povoado Laranjeiras. Segundo alguns autores, esta Igreja foi construída, inclusive, antes da primeira Basílica Nacional do Coração de Jesus, localizada em Lisboa, e sua fundação é atribuída ao Padre Jesuíta Bonnuci. Segundo o autor Felizberto Freire sua construção ocorreu em 1791 e apenas em 1835 foi elevada a Igreja Matriz.

O templo apresenta uma bela arquitetura, com um suntuoso frontispício e um imponente painel pintado pelo baiano José Teófilo de Jesus. Existe ainda no arco um escudo, representando a bandeira portuguesa de 1640. O tombamento ocorreu em março de 1943

- Igreja e Casa do Engenho Retiro (Laranjeiras)

Os jesuítas iniciaram as margens do Rio São Pedro, em fins do século XVIII, a construção de sua primeira residência em Laranjeiras e a denominaram “Retiro”. O nome se deu devido à solidão do lugar ou até por ser escolhida para realização de reuniões espirituais.

A igreja foi inaugurada em 1701 e anexa a antiga residência está à capela Santo Antônio e Nossa Senhora das Neves.

No quesito arquitetura, a casa possui uma bela portada de pedra amarela. Em 1975 a propriedade foi adquirida pelo grupo Votorantim para implantação da CIMESA. A igreja foi tombada em janeiro de 1944.

- Capela do Engenho Jesus, Maria e José (Laranjeiras)

A construção é uma capela rural, construída na primeira metade do século XVIII, no Engenho do mesmo nome. A pintura do forro tem traços das obras do pintor baiano José Teófilo de Jesus.

A igreja encontra-se desativada devido ao estado de ruinas. É uma capela rural de propriedade privada e de acesso extremamente difícil, por isso há muito tempo não é utilizada para o fim religioso. Seu tombamento data de março de 1943.

- Igreja Matriz de Santo Amaro (Santo Amaro Das Brotas)

A igreja foi edificada pelos carmelitas em terras que lhes foram doadas na zona canavieira do Cotinguiba, em 1721. A partir de 1828 quando a Vila de Santo Amaro foi rebaixada de categoria, passando a depender a Vila de Maruim, houveram vários confrontos entre as forças santo-amarenses e os “rapinas”, denominação das tropas enviadas pelo governo Provincial, com o objetivo de sufocar a rebelião.

Nesta fase a Igreja foi bastante depredada pelos “rapinas”, destruindo parte da imagem do “orago”, colocado no frontispício do templo. Há ainda registros de decisões importantes que foram tomadas nesta igreja, principalmente as negociações para o término da revolta.

Em 1835, foi restituída a condição de Vila, a aprovação de cidade Santo Amaro.

Informações revelam que o provável responsável pela construção foi um engenheiro militar. O tombamento ocorreu em 1943.

- Capela de Nossa Senhora da Conceição (Santo Amaro Das Brotas)

A partir do século XVII os jesuítas iniciaram a construção de suas capelas rurais, geralmente edificadas em taipa e pau-a-pique e cobertas de telha vã. Eram templos simples, sem torres, geralmente alpendradas. Em 1996, a capela foi totalmente restaurada, não só seus elementos móveis integrados, como toda a sua estrutura física.

A capela está localizada na propriedade particular do Sr. Gilberto Maynard de Oliveira. Seu tombamento ocorreu em janeiro de 1944.

- Igreja Matriz da Divina Pastora (Divina Pastora)

A povoação de Divina Pastora, localizada na zona canavieira foi elevada a categoria de paróquia em 31 de maio de 1835, e à Vila um ano depois. A igreja matriz é uma construção jesuítica do estilo barroco, do século XVIII.

A originalidade dessa igreja consiste em possuir, ao longo da sua nave, um corredor aberto por cinco arcadas. Esta disposição é atribuída ao fato de ter sido igreja votiva de peregrinação.

O seu frontispício assinala o inconfundível estilo jesuítico no nordeste. A área interna é dominada pelo estilo barroco da segunda fase, o estilo D. João V, caracterizado pela policromia em branco e dourado. Encontra-se no seu forro a maior pintura painelista de Sergipe, de autoria de José Teófilo de Jesus. Seu tombamento ocorreu em março de 1943.

- Igreja Nossa Senhora do Socorro (Tomar Do Geru)

A Igreja foi edificada no século XVII, sob orientação de um padre jesuíta, tendo sido instalada na sua construção a mão de obra mestiça. A data em romano, MDCLXXXVIII, sobre o seu portal é um marco representativo do grau de sua importância, uma vez que é considerado um dos mais significativos templos edificados em Sergipe Del’Rey.

É comumente citada pelos principais estudiosos da arquitetura religiosa brasileira, principalmente jesuítica e foi considerada uma das mais belas igrejas do nordeste. Seu tombamento ocorreu em março de 1943.

- Casa se Tejupeba (Itaporanga D’Ajuda)

O povoado que deu origem à cidade de Itaporanga d’Ajuda foi fundado em 1575, pelo padre jesuíta Gaspar Lourenço. Porém só a partir de 1590, sob o comando de Cristóvão de Barros, os portugueses efetivaram a conquista de Sergipe.

Nesse povoado denominado Tejupeba, nome de um riacho localizado na região, atualmente um Colégio, os jesuítas construíram em taipa de sopapo a primeira residência da Ordem em solo sergipano. A direção foi entregue ao padre José Teixeira, posteriormente preso e deportado para o interior da Bahia. O tombamento do local ocorreu em 1943.

- Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (N. S. do Socorro)

Com a criação da Vila de Laranjeiras, em 1832, a Freguesia de Socorro passou a fazer parte da nova Vila. Os socorrenses, inconformados com a situação reivindicaram sua autonomia político-administrativa, até que em 1835, Socorro foi elevada à Vila, desligando-se de Laranjeiras.

No inicio do século XVIII, Socorro tinha apenas uma capela para a realização dos seus cultos religiosos, porém, em 1864, a capela foi elevada à Matriz, adquirindo assim autonomia religiosa.

O frontispício da igreja reflete as características das igrejas jesuíticas no Nordeste. Não existe documentação com data exata de sua construção, apenas uma inscrição na soleira da sacristia, com data de 1714. Seu tombamento ocorreu em 1943.

- Sobrado à Praça Rio Branco, Nº 35 (Estância)

O Sítio de Estância iniciou sua povoação e ocupação em 1621, na região onde confluem os rios Piauí e Piauitinga. Foi elevada a categoria de Vila em 1831.

Por sua estratégica posição, Estância, popularizou a zona econômica da zona centro-sul da província, exercendo no sul, o papel que Laranjeiras desempenhava no Norte.

Os sobrados estancianos com suas fachadas de azulejos, provavelmente portugueses e holandeses, decorados em azul e branco, foram bastante utilizados nas construções litorâneas de Salvador, São Luiz do Maranhão e Belém do Pará.

O sobrado localizando na Praça Rio Branco, único monumento tombado a nível federal, naquela cidade, trata-se de um representante modesto da arquitetura civil estanciana.

Seu valor histórico é atribuído ao fato de ter abrigado o “Clube Republicano”, primeira organização desse porte na província de Sergipe Del’Rey. Seu tombamento ocorreu em julho de 1962.

- Capela do Engenho Penha (Riachuelo)

Os vales dos Rios Cotinguiba e Sergipe foram colonizados a partir de 1602, época em que foi iniciada a lavoura e a industrialização da cana-de-açúcar. Em 1872, Riachuelo foi elevada a categoria de Freguesia, com a invocação “Freguesia de Nossa Senhora da Conceição em Riachuelo”. Em 1874 foi elevada a categoria de Vila.

A Capela Rural, construída no século XVIII, apresenta frontão em volutas, encimado por uma cruz. Apresenta duas torres laterais tendo no corpo, portadas e janelas ornadas em cantaria. Foi tombada em março de 1943.

- Canoa de Tolda Luzitânia (Brejo Grande)

A canoa de tolda Luzitânia é uma das mais antigas embarcações em atividade no Baixo São Francisco. Trata-se de uma canoa de tolda de 200 sacos (cada saco corresponde ao padrão de peso de 60 kg). Ainda que registrada na Agência Fluvial da Capitania dos Portos de Alagoas, em Penedo, somente na década de 70 do século passado. Os registros orais de sua construção remontam aos anos 20. Foi tombada pelo IPHAN em 2010.

Texto e imagem reproduzidos do site: cultura.se.gov.br

Foto: Fabiana Costa/Secult.

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