Publicado originalmente na Linha do Tempo do Facebook de Lucio Prado Dias, em 10 de abril de 2020
O imortal Estácio Bahia
Por Lucio Prado Dias
Do carnaval à Semana Santa, foram dias de angústia e
sofrimento, até chegar a notícia que jamais gostaria de ler, às duas horas e
quarenta e nove minutos da madrugada da última quinta-feira, 9 de março, na
tela do celular. Na solidão do nosso quase que compulsório “isolamento social”,
as noites têm sido eternas!
Seria verdade mesmo ou apenas um engano, na forma de um
tormento, um pesadelo talvez? Não, infelizmente não, belisquei, estava ainda
acordado, no momento limite entre a vigília e o sono. Poderia ser mais um
pesadelo, como este que estamos vivendo, real, que nos afasta das pessoas que
mais amamos.
Não era pesadelo. Era muito pior! Estácio Bahia Guimarães de
fato havia partido, deixando-nos aqui, na planície, tristes e mais pobres, por
não mais poder doravante conviver com a sua esplêndida humanidade, de poeta,
cronista e artista plástico, de um ser pleno de vida, de emoção, de gentileza,
do seu molejo ao caminhar, com passos curtos mas firmes, que pareciam que não o
levaria ao seu destino, pura ilusão, pois lá estava ele, altivo, na raia de
chegada, triunfante, com o sorriso que não se apaga, o afeto que não tem
limite, o olhar meigo que conforta e traz muita paz.
Apreciava demais as suas intervenções nas sessões da
Academia, nos momentos que se dividiam entre a pura contemplação e o cochilo
distraído ( ou seria apenas uma breve meditação silenciosa?) Ficava a imaginar
o que não estaria passando pela sua cabeça naquele momento, no mínimo seria um
poema em formação, entre tantos que a sua inteligência, criatividade e
sensibilidade produziram! Suas crônicas, publicadas no Jornal da Cidade, quando
não lidas nas nossas sessões literárias, possuíam um brilho invulgar. Gostava
demais de lê-las ou ouvi-las!
Você partiu, amigo Estácio, mas a sua vida e os seus versos
ficarão eternos na nossa lembrança, como um facho de luz que o tempo jamais
apagará!
Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Lucio Prado Dias
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