sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Amando Fontes: “Um mestre nos Romances Sociais”


Amando Fontes: “Um mestre nos Romances Sociais”.

Biografia

Amando Fontes nasceu em Santos (SP) no dia 15 de maio de 1899. É de família sergipana, e chegou a Sergipe com cinco meses de idade quando seu pai falecera. Aos doze anos revelou sua tendência para as letras e aos 18 ele já possuía um grande conhecimento literário. Ele cultivou da prosa e da poesia, se destacando por conta de seus “Romances Sociais” que mostram os problemas das classes desprivilegiadas, se destacando também como crítico literário.

Trabalhou como revisor de imposto, advogado, professor de Língua Portuguesa e Deputado Federal do Estado de Sergipe por três vezes. Frequentou a Roda Literária do Rio de Janeiro que se dava em volta de Jackson de Figueiredo, sendo influenciado por Garcia Rosa. E quando fora à Bahia frequentou o grupo de Arthur de Sales e Carlos Chiachio.

Ao escrever sua primeira obra, Os Corumbas no ano de 1933, o Romance foi bem aceito pela crítica, chegando a ganhar o “Prêmio Felipe de Oliveira de Literatura”, além de ter recebido muitos elogios do escritor Mário de Andrade.

Amando Fontes faleceu no dia 01 de dezembro de 1967.

Visão crítica

Amando Fontes se influenciou por importantes escritores como Gustave Flaubert, Balzac, Fiodor Dostoievski, Machado de Assis, Lima Barreto e outros importantes ícones literários. Foi um autor que teve contato com as pessoas simples do povo e presenciou o êxodo de retirantes do sertão para a cidade, bem como as condições precárias dessas pessoas que enfrentavam a seca e a busca por uma vida melhor nos grandes centros urbanos; bem como as más condições vitais que levaram essas pessoas a falecerem, a se submeter à exploração das indústrias, e à prostituição por parte de algumas mulheres. Assim, os seus personagens não passam de pessoas simples e sofridas das camadas populares e marginalizados pela sociedade.

As suas obras fazem parte do Modernismo da década de 30 e elas ajudam a entender de forma histórica a vida dos sergipanos no princípio do século XX. E sua importância é notada também através de comentários sobre seus personagens em importantes revistas brasileiras da sua época, chegando ser comparada com a de grandes ícones do Modernismo brasileiro como Jorge Amado, José Lins, Raquel de Queiroz e Graciliano Ramos, por ele ter cultivado do regionalismo de forma similar como estes autores. Nelas são retratadas a cultura das pessoas nascidas em Aracaju (Estado de Sergipe), bem como cenas de fábricas e as “casas de luz vermelhas” (os cabarés). A linguagem das obras contém simplicidade e isso é um fato comum nessa época para que a linguagem escrita se assemelhe com a da fala.

“No “Os Corumbas”, o cotidiano dos personagens é inspirado nas fábricas que realmente existiriam em Aracaju, como também nas greves operárias, nas mortes dentro das fábricas e nos abusos dos industriais. Em “Rua do Siriri”, a narrativa começa com a indignação das prostitutas, pois tinham sido empurradas, pelo governo do Estado, para a famosa zona do Siriri – um lugar que realmente existiu”. (In: Jornal da Grande Aracaju – Amando Fontes e a sua contribuição para a cultura sergipana. Disponível em: http://www.grandearacaju.com.br/conteudo.ler.php?cat=17&id=5373).

Percebe-se que em sua obra Os Corumbas há uma luta do movimento proletário que se envolvera com as ideias comunistas para a busca de condições melhores de trabalho.

Em Rua do Siriri há relatos sobre as más condições de vida das mulheres que eram obrigadas a se prostituírem.

A pretensão deste escritor era mostrar a vida de personagens de forma verdadeira como a vida real mostra, colocando em pauta assuntos como a mediocridade humana e suas ações negativas. É por isso que ele bebera da fonte do Realismo e do Naturalismo para construir a sua literatura Moderna, procurando denunciar a sociedade da época.

Através destes pequenos comentários, nota-se que a obra de Amando Fontes, além de literária, contém uma visão sociológica com relação às camadas populares, e se aproxima do pensamento de grandes homens como Sílvio Romero, Manuel Bomfim, Euclides da Cunha, entre outros.

OBRAS:

* Os Corumbas (1933)

* Rua do Siriri (1937)

Referências:

Biblioteca Digital da UNICAMP – Imagens do Povo: Política e literatura na obra de Amando Fontes. Por: Cleverton Barros de Lima. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000777805>. Acesso em: 09 de set. de 2013.

Jornal da Grande Aracaju – Amando Fontes e a sua contribuição para a cultura sergipana. Disponível em:
<http://www.grandearacaju.com.br/conteudo.ler.php?cat=17&id=5373>. Acesso em: 09 de set. de 2013.

Mandacaru Florido – Literatura Sergipana: Acervo sobre Amando Fontes montar loja de roupas. Disponível em:
<http://joseanafonseca.blogspot.com.br/p/amando-fontes.html>. Acesso em: 09 de set. de 2013.

Foto e texto reproduzidos do blog: literaturasergipana.blogspot

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