Clemilda Ferreira da Silva (78 anos), Cantora e Compositora.
+ Aracaju, SE (26/11/2014)
Clemilda Ferreira da Silva foi uma cantora brasileira que
estourou nas paradas de sucesso com a música "Prenda o Tadeu", em
1985, e a partir de então participou de vários programas de rádio e TV, entre
eles o Clube do Bolinha, na Rede Bandeirantes, e o Cassino do Chacrinha, na
Rede Globo. Nesse mesmo ano ganhou seu primeiro Disco de Ouro e em 1987, com o
disco "Forró Cheiroso", mais conhecido como "Talco no
Salão", ganhou seu segundo Disco de Ouro.
Nascida em São José da Laje, Clemilda passou a infância e a
adolescência em Palmeira dos Índios, Zona da Mata de Alagoas. No começo da
década de 60 decidiu viajar para o Rio de Janeiro para "tentar a
sorte", onde então conseguiu emprego como garçonete. Até então ainda não havia
descoberto o dom artístico que tinha.
Em 1965, conseguiu cantar pela primeira vez na Rádio Mayrink
Veiga no programa "Crepúsculo Sertanejo", dirigido por Raimundo Nobre
de Almeida, que apresentava profissionais e calouros. Nessa ocasião, conhece o
sanfoneiro Gerson Filho, contratado da gravadora e também alagoano como ela,
que popularizou o fole de oito baixos e já era artista com disco gravado. Com
ele Clemilda viria a se casar e com ele passou a fazer shows em diversos
estados do Nordeste. Fez algumas participações em dois LPs do esposo, e a
partir de 1967 começou a gravar seu próprio disco.
Em seus discos, gravou os ritmos mais característicos do
povo nordestino, como forró, baião, xote, quadrilhas, rancheiras, coco,
cantigas de reisado e guerreiro.
Em 1982, lançou o disco "O Balanço do Forró", com
a participação de Oswaldinho do Acordeon e Gerson Filho. Entre outras
composições gravou o xote "Não dê a Radiola" (Durval Vieira e Jorge
Pajeú), o baião "O Vatapá da Maria" (Clemilda e Anastácia), o baião
"O Preguiçoso" (Durval Vieira), o arrasta-pé "Folguedos no
Arraiá" (Juvenal Lopes), e a marcha "Bom Jesus da Lapa"
(Clemilda e Ataíde Alves de Oliveira).
Em 1987, lançou o disco "Forró Cheiroso", com
arranjo e regência de Chiquinho do Acordeon, que participou, ainda, nas
gravações executando o acordeon. Destacaram-se, entre outras, as composições
"Forró Cheiroso" (Clemilda e Miraldo Aragão), "Surra de
Amor" (Lia, Gil Barreto e Alice Sampaio), "Dança do Peru"
(Clemilda e Geraldo Nunes), "O Biriteiro" (Clemilda e Geraldo Nunes),
e "Oxênte Bichinho" (Durval Vieira). Lançou, ainda, os discos
"Forró Sem Briga" e "Guerreiro Alagoano".
Após 1994, com a morte do companheiro, a forrozeira,
carinhosamente conhecida como "Rainha do Forró", afastou-se dos shows
e há algum tempo vinha se dedicando à apresentação do "Forró no
Asfalto", na TV Aperipê de Aracaju, programa há mais tempo no ar da
emissora, do qual Clemilda esteve meses afastada em virtude de complicações com
um AVC e osteoporose.
Clemilda ainda era uma das cantoras mais requisitadas para
shows nas festas juninas nordestinas.
"O primeiro (disco de ouro) ganhei no Clube do Bolinha,
em 1985, com o LP "Prenda o Tadeu". Com o "Forró Cheiroso",
chamado popularmente de "Talco no Salão", ganhei o segundo disco de
ouro, no Cassino do Chacrinha. Foram os dois momentos mais importantes pra mim.
O resto é matéria em revista, jornal. E teve também o prêmio que recebi no
Fórum do Forró, pelo qual agradeço bastante a Marcelo Deda, que na época era
prefeito (de Aracaju). Também agradeço muito ao atual prefeito, Edvaldo
Nogueira, porque ele sempre se lembra de mim quando tem evento, mesmo que não
seja para fazer show, mas para participar. Acho bom e gosto muito deles, porque
eles me têm muita atenção."
A composição de seus trabalhos caracteriza-se principalmente
pelo duplo sentido das letras, jocoso-malicioso, como o que era feito pelo
também alagoano Sandro Becker.
Morte
Clemilda Ferreira da Silva morreu na madrugada de
quarta-feira, 26/11/2014 em um hospital particular de Aracaju. Ela enfrentava
complicações de um segundo Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido em maio
deste ano, desde então ela passou por vários hospitais, inclusive por Unidades
de Terapia Intensiva (UTIs). O estado de saúde se complicou com a ocorrência de
uma pneumonia. Ela tinha ainda histórico de hipertensão e Mal de Parkinson...
Clemilda era viúva do também forrozeiro Gerson Filho,
falecido em 1994, e deixou dois filhos, entre eles Robertinho dos Oito Baixos,
que herdou o talento musical.
Discografia
S/D - Cremilda (Continental, LP)
1965 - Forró Sem Briga (Tropicana, LP)
1967 - Gerson Filho Apresenta Clemilda (RCA Victor, LP)
1968 - Rodêro Novo (RCA Victor, LP)
1970 - Fazenda Taquari (RCA Camden LP)
1971 - Ranchinho Velho (Musicolor, LP)
1972 - Morena Dos Olhos Pretos (Musicolor, LP)
1973 - Seca Desalmada (Musicolor, LP)
1975 - Exaltação a Sergipe (Musicolor, LP)
1976 - A Coruja e o Bacurau (Musicolor, LP)
1977 - Forró no Brejo (Musicolor, LP)
1977 - Clemilda (Musicolor, LP)
1978 - Guerreiro Alagoano (Musicolor, LP)
1979 - Vaquejada (Musicolor, LP)
1979 - Vamos Festejar (Musicolor, LP)
1980 - Coqueiro da Bahia (Chantecler, LP)
1981 - Varanda do Castelo (Chantecler, LP)
1982 - O Balanço do Forró (Chantecler, LP)
1983 - Comedor de Jacá (Musicolor, LP)
1984 - Chico Louceiro (Musicolor, LP)
1985 - Prenda o Tadeu (Continental, LP)
1986 - A Minhoca do Severino (Continental, LP)
1987 - Forró Cheiroso (Chantecler, LP)
1987 - Forró & Suor (Chantecler, LP)
1988 - Amor Escondido (Chantecler, LP)
1990 - Coitadinha da Tonheta (Chantecler, LP)
1991 - Em Tenção de Você (Chantecler, LP)
1992 - Aquilo Roxo (Chantecler, LP)
1993 - Hoje Eu Tomo Todas (Chantecler, LP)
2006 - Forró Bom Demais, (CD)
Fonte: Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e G1
Indicação: Fátima Alencar e Miguel Sampaio.
Texto e imagem reproduzidos do blog: famososquepartiram.com
Veja entrevista com Clemilda em vídeo postado abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário