Fotos reproduzidas do blog: edubastos.blogspot.com.br
Publicado originalmente no blog "O assunto é
Sergipe", em 24/04/2011.
Do Blog: O assunto é Sergipe
Post: Fazenda Tejupeba.
Por: Nilton Bruno.
Referência à viagem à Fazenda Colégio Tejupeba, no dia 16 de
Abril de 2011, como parte das atividades da disciplina Temas de História de
Sergipe I, lecionada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Souza.
O ônibus saiu por volta das 08:10 (oito horas e dez minutos)
da Universidade Federal de Sergipe, e chegou por volta das 9:30 (nove horas e
meia) na fazenda Tejupeba. A Fazenda Tejupeba recebeu tal nome por causa do
riacho da região. A localidade está situada no município de Itaporanga D’Ajuda
e resulta num dos povoamentos mais antigos de Sergipe, datando de 1575. Em meio
as atividades universitárias desenvolvidas, notei que na fazenda temos a Casa
Grande e a igreja logo em frente. Nota-se também antigas senzalas, habitadas
hoje por moradores. Fazendo uma observação geral é evidente o abandono de um
bem cultural tombado, Tejupeba está caindo aos pedaços.
Em Tejupeba, entrei no Colégio que em tempos do Brasil
Colônia, servira de alojamento para os Jesuítas e no auxílio a catequisação dos
nativos. Impossível não reparar no estado de degradação que também era evidente
na igreja, só para se ter uma idéia em alguns lugares havia rachaduras na
madeira e grande presença de morcegos. Valendo ressaltar que o local estava
bastante mal-cuidado. Tive que tomar cuidado quando subi ao segundo piso, pois,
o mesmo encontrava-se deteriorado. A divisão do colégio é muito bem feita em
pequenos cômodos que na certa deveria ter várias utilidades. Do colégio tem-se
uma vista estratégicamente privilegiada do Rio sergipano Vaza-Barris, e de uma
extensa faixa de terra onde estão os coqueirais. Diria que é até uma visão um
pouco romântica. Já na igreja, notei que além da nave havia dois corredores nas
laterais da igreja,e é claro existia altar e sacristia. Os dois corredores nas
laterais era para que os índios que não fossem catequisados partipassem da
missa, uma espécie de divisão imposta pelos jesuítas. Fato interessante na
arquitetura de igrejas antigas, é que havia uma espécie de pequeno púlpito,
para o padre ministrar a missa caso a igreja tivesse demasiadamente lotada. No
altar e na sacristia encontra-se enterrados algumas pessoas importantes da
história de Sergipe, dentre elas o Barão de Estância. Diferentemenete da igreja
de Tomar do Geru que apresentava apenas uma única torre, a de Tejupeba
apresentava duas torres e bastantes óculos na sua lateral olhando-a do lado de
fora. Após as observações houve a apresentação do Seminário na matéria de
Patrimônio Cultural ministrada pelo Professor Mestre Claudefranklin. O
Seminário que apresentei enfatizou a legislação patrimonial, fazendo referência
aos avanços da UNESCO quanto as suas Convenções de 1954, 1970 e 1972. Quanto ao
Brasil ressaltou-se o Decreto-Lei de 1937 no governo de Getúlio Vargas, que
criou e organizou o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O engenho colégio Tejupeba, sediou a mais antiga residência
jesuítica em Sergipe, sendo dirigida pelo padre José Teixeira e ficava nas
terras da tribo do cacique Surubi. Segundo o padre jesuíta, escritor e
historiador Serafim Leite, os jesuítas foram muito bem recebidos pelos nativos
da região. Com o passar do tempo eram responsáveis pela administração e pela
produção de alimentos da região. O domínio jesuíta durou até 1759, quando por
decreto do Marquês de Pombal foram expulsos do Brasil. Pombal tinha idéias
iluministas e queria modernizar Portugal, nisso os jesuítas tornaram-se um
grande empecilho. Pombal expulsou os jesuítas e fechou todas os Colégios,
dentre eles Tejupeba, em Sergipe. Em 1764 a fazenda é arrematada por Domingos
Dias Coelho e, em 1920 comprada por Nicola Mandarino. Hoje, Tejupeba
impressiona pelo lado de fora, e decepciona pelo lado de dentro.
A visita a Tejupeba durou até 12:20 (doze e meia), hora em
que fomos almoçar na cidade de Estância e de lá seguimos por volta das 14:00
(catorze horas) para a cidade de Tomar do Geru. Embora a região de tejupeba
tenha sido tombada em 1943, só começaram os trabalhos de restauração em 2006 e
ainda, há muito o que ser feito. Espero que seja concedida mais atenção a esse
grande documento da história do nosso Brasil.
Texto reproduzido do blog: assuntosergipe.blogspot.com.br
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