quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Sergipanidades: conheça as origens e peculiaridades da nossa culinária

Foto: Agência Sergipe

Foto: Vieira Neto

Foto: Prefeitura de São Cristóvão 

Foto: Lízia Martins

Crédito da foto: Site da Cachaça/Ilustrativa 

Publicação compartilhada do site F5 NEWS, de 24 de outubro de 2023

Sergipanidades: conheça as origens e peculiaridades da nossa culinária

São considerados Patrimônios Imateriais o amendoim cozido, a mangaba e a queijada

Por F5 News

É comum associar Sergipe às manifestações culturais que se tornaram tradição, com a festa dos lambes-sujos e caboclinhos, à estilos musicais, como o ritmo característico do São João que tornou o estado o “país do forró”, ou às belezas naturais que fazem parte do território regional, entre elas os Cânions de Xingó e a Serra de Itabaiana. 

Mas, além dessas características, Sergipe também possui uma culinária rica em sabores que se apresenta através das frutas, sementes e raízes, e dos mariscos. Todos esses alimentos fazem parte da construção da nossa identidade cultural, celebrada neste Dia da Sergipanidade, 24 de outubro. 

Existem alimentos que são tradicionais e característicos de Sergipe, entre eles, a mangaba, fruto da mangabeira, árvore que cresce em um ambiente tropical. A Lei nº 8.918, de 11 de novembro de 2021, tornou a mangaba e o ofício das catadoras de mangabas —- atividade desenvolvida por mulheres responsáveis pela geração de renda e sustento de muitas famílias —- Patrimônio Cultural Imaterial de Sergipe. 

Segundo a professora da disciplina Cozinha Regional Nordestina da Universidade Tiradentes (Unit), Isabelle Brito, a fruta oferece vários benefícios e formas de consumo. “Ela é bem versátil na sua utilização, principalmente na parte doce da nossa alimentação e nas sobremesas”, disse ao F5 News.

O amendoim cozido é outro alimento que faz parte da essência da culinária sergipana. Ele também é considerado pela Lei 7.682/2013 Patrimônio Cultural Imaterial de Sergipe, e se encaixa em vários momentos do nosso cotidiano. A gastróloga explica que o amendoim cozido também pode ser muito diverso no modo de consumo. “O amendoim, tradicionalmente, comemos cozido e debulhado. Mas, de forma contemporânea, pode-se utilizar ele numa farofa, dentro de arroz que dá uma crocância e um sabor bem especial, por exemplo”, afirma.

Na cidade mãe de Sergipe, São Cristóvão, também existem alimentos tradicionais que estão englobados na culinária sergipana. Entre eles, a queijada, ou queijadinha, instituída como Patrimônio Cultural Imaterial de São Cristóvão.

“ A queijada é tradicionalmente de Portugal, e era feita à base de queijo, açúcar e farinha de trigo. Ao chegar  no Brasil, a receita teve uma alteração por conta do queijo ser um ingrediente muito caro e de certa forma raro para a época. Então, foi substituído o queijo pelo coco, já que o uso do bagaço do coco era muito comum no estado. E continuamos utilizando o nome de queijada, embora não vá queijo, na nossa queijada sergipana”, conta a professora de gastronomia.

Muitos pratos típicos do estado têm como base o leite de coco por influência da culinária indígena e africana. “Existem o saroio, o mal casado, o beiju molhado, entre outros pratos, com o uso da farinha de tapioca nas suas diversas versões, na maioria das vezes com a presença do coco. Isso porque temos uma mescla entre a influência indígena com a farinha e a influência  no modo de preparo africana com a presença do leite do coco e o bagaço do coco”, detalha Brito. 

Além disso, por seu um estado litorâneo e com a presença de diversos mangues, Sergipe também agrega ao seu tempero espécies de crustáceos nativos dessa região, como o caranguejo e o aratu.  “Tradicionalmente nós comemos o caranguejo inteiro, mas também existem catado do caranguejo e o quebrado do aratu. Eles servem também como recheio de diversas produções, como pastéis, fritada, e podem ser utilizados em pratos contemporâneos, como risoto feito com ingredientes locais”, diz Isabelle.

Em relação às bebidas, a professora explicou que não existe uma específica da região, mas que se tem a cultura da produção da cachaça por conta da exploração da cana de açúcar no Nordeste como um todo. “ Podemos encontrar a cachaça temperada, muitas vezes, com a presença de um animal como o caranguejo, além de cachaça com algumas especiarias”, afirma a especialista. 

Ela ainda explica que no caso dessas bebidas, geralmente, estão relacionadas a crenças populares. “Muitos acreditam que essa cachaça vai melhorar um pouco a digestão, a líbido, ou alguma doença respiratória. Então, existe também a crença popular associada ao uso de elementos dentro da cachaça", finalizou

Texto e imagens reproduzidos do site: www f5news com br

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