Publicado originalmente na Linha do Tempo no Perfil do Facebook de Antônio Corrêa Sobrinho, em 30 de setembro de 2019.
APRESENTAÇÃO
Em julho que passou fez 68 anos (2019) do desastre aéreo ocorrido
nas proximidades de Aracaju, capital do estado de Sergipe, considerado, na
época, uma das maiores tragédias da aviação comercial brasileira, em que
morreram os 32 ocupantes do bimotor Douglas, prefixo PPL-PG, pertencente à
Linhas Aéreas Paulistas (LAP), dentre os quais o governador do Rio Grande do
Norte, Sr. Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia, membros do alto escalão do governo e
6 pessoas pertencentes a uma só família.
12 de julho de 1951 foi a data do desastre, um dia que
consternou o Brasil, o Nordeste, os sergipanos, pernambucanos, paraibanos, e
enlutou profundamente os rio-grandenses-do-norte, que perderam conterrâneos e o
seu governador.
Apesar da grandiosidade do acidente, da enorme repercussão
que teve em todo o país e do seu significado político, o tempo, o ofuscador
natural das coisas pretéritas, associado ao desinteresse do geral da sociedade
em manter vivas certas significativas memórias, encarregou-se de tornar
praticamente esquecido o infausto ocorrido no rio do Sal, momento da extinção
de valorosos seres humanos, um deles chefe de Estado.
Sou filho de Aracaju, cidade onde sempre vivi, e desde
menino sei da história do avião que caiu no rio do Sal, um dos afluentes do rio
Sergipe, entre os povoados Sobrado e Calumbi, de Nossa Senhora do Socorro,
município da Grande Aracaju, situado nos limites norte e noroeste desta
capital. Mas, sempre soube porque a família do meu saudoso avô materno,
Erundino José de Santana, é originária justamente do Sobrado, onde nos idos
dessa tragédia parte dela morava. Nem é preciso dizer o quanto estes meus
parentes diziam dessas horrendas mortes no rio do Sal, bem como, da
possibilidade de o avião ter caído sobre suas cabeças, casas ou nas salinas que
eles ali possuíam, bastando o destino ter querido.
Sem este quando em vez recordar, estaria eu na mesma
condição do geral da população, de pouco, quase nada ou nada saber a respeito
do acidente aéreo em 1951 no rio do Sal, e que tantas vidas ceifou, como a do
novel governador potiguar, Dix-Sept Rosado Maia, este que o aqui já mencionado
destino fez nascer na gloriosa Mossoró das grandes salinas, e falecer no rio
das salinas sergipanas.
E foi em face do acima exposto que me propus a trazer ao
presente, reunidos e com a roupagem da tipografia moderna, o que disseram os
jornais brasileiros deste lastimável desastre. Para tanto, utilizei-me da
hemeroteca digital da Biblioteca Nacional (BN) e do acervo dos jornais
sergipanos, disponibilizado no site da Universidade Federal de Sergipe (UFS),
que me levaram às reportagens contemporâneas ao acidente, dos jornais Correio
de Aracaju (SE), O Nordeste (SE), O Globo (RJ), A Noite (RJ), Diário de Sergipe
(SE), Diário de Natal (RN), Diário de Notícias (RJ), A Ordem (RN), Diário de
Pernambuco (PE), Jornal de Notícias (SP), A Cruzada (SE) e Sergipe-Jornal (SE).
Além das manchetes acerca do acidente, do O Liberal (PA), Jornal do Dia (RS),
Jornal Pequeno (PE), Imprensa Popular (RJ), A Manhã (RJ), Gazeta de Notícias
(RJ), Diário Carioca (RJ), O Jornal (RJ), Última Hora (RJ), Tribuna da Imprensa
(RJ), Correio da Manhã (RJ) e Correio Paulistano (SP).
Por oportuno, fiz constar da presente compilação as duas
seguintes coordenadas geográficas: a 10º52’59.0”S 37º07’02.6”W (-10.883041,
-37.117395) e a 10º53’21”S 37º06’42”W (-10.889167, -37.111667), as quais tenho
como balizadoras do trecho do rio onde o avião sucumbiu (ficarei devendo o
ponto exato da queda), o que faço baseado nas informações destes jornais e as a
mim recentemente prestadas por pessoas que conversei na localidade: de que a
aeronave caiu, a rigor, no riacho Calumbi, um pequeno braço, um adendo, um
complemento do rio do Sal; da referência que é feita a uma ponte (férrea, ainda
existente) sobre este riacho Calumbi e a, segundo alguns jornais não
sergipanos, um choque do avião com a esta; que o desastre aconteceu nas
proximidades da fazenda Coqueiro e das salinas da empresa Cabral Machado, nas
terras do Sobrado e Calumbi, de Nossa Senhora do Socorro, a três quilômetros do
campo de aviação, o aeroporto de Aracaju na época.
Dizer, concluindo, que os estados de Sergipe e do Rio Grande
do Norte possuem uma história em comum, nascida há 68 anos, neste rio do Sal,
indelével acontecimento, que nem o tempo nem as gerações apagarão. Uma história
de compartilhamento de desespero, perdas, encontros, tristeza, sofrimento, dor,
lamento, luto, solidariedade, gratidão.
Que sejam as narrativas aqui reunidas, propugnadoras da
causa de fazer redivivo este fato social e histórico-político que foi o
desastre aéreo ocorrido na manhã chuvosa da quinta-feira, 12 de julho de 1951.
Juntei, no final do trabalho, imagens que publicadas com as
matérias jornalísticas e outras colhidas na internet.
Agradecendo ao meu filho Thiago, pela capa e diagramação
deste singelo trabalho, dou por encerrada a apresentação.
Aracaju/SE, 28 de setembro de 2019.
Antônio Corrêa Sobrinho
Texto e imagem reproduzidos do Facebook de Antônio Corrêa Sobrinho
Só agora vi sua postagem em favor do meu e-book. Muitíssimo obrigado, Maynard.
ResponderExcluirUm abraço, Antônio.
ExcluirMuito obrigado, Armando.
ResponderExcluir