Fotos: Divulgação
Publicado originalmente no site do JORNAL DA CIDADE, em 19 de junho de 2020
Pesquisador lança livro sobre trabalho escravo na
contemporaneidade
Obra aborda a tentativa de ampliação do diálogo entre as
ciências humanas e os problemas sociais
Da redação do JC Online
O pesquisador Lucas Carvalho lançou seu primeiro livro esta
semana. A obra, intitulada "Trabalho Escravo Contemporâneo em disputa:
direitos humanos, vida nua e biopolítica”, e foi publicada pela Editora Appris.
Fruto de sua pesquisa de mestrado, na Universidade Federal de Sergipe, o estudo
aborda o trabalho escravo contemporâneo em diálogo interdisciplinar com os
estudos da biopolítica e da linguagem, trazendo, segundo o autor, uma tentativa
de ampliar o diálogo entre a tradição intelectual das ciências humanas e os
problemas que assolam o nosso cotidiano nacional.
“O livro é resultado da minha pesquisa no mestrado em
Direito da Universidade Federal de Sergipe, sob orientação da Profa. Dra.
Flávia de Ávila. Já na graduação em Direito na Universidade Tiradentes, no
grupo de pesquisa de direitos humanos do Prof. Dr. Ilzver Matos, realizei
pesquisas sobre a promoção da igualdade racial por meio das ações afirmativas.
No mestrado, decidi me dedicar ao estudo do fenômeno da escravidão
contemporânea que, no Brasil, é reveladora da desigualdade e do racismo
estrutural da sociedade brasileira”, conta.
De acordo com o autor, o livro trata o tema numa abordagem
interdisciplinar que combina diferentes campos do conhecimento, como Direito,
Filosofia e Análise do Discurso. “Proponho uma análise sobre as discussões que
ainda existem no âmbito do Poder Judiciário, do Legislativo e do Executivo
sobre o que é trabalho escravo contemporâneo. A escravidão é reflexo de uma
estrutura de poder. Apesar de existir uma definição na lei, há uma disputa em
torno desse conceito que contribui para retrocessos nas políticas públicas de
combate a este crime e na manutenção das vítimas em situação de vulnerabilidade
e exploração violenta do trabalho”, explica.
Enquanto pesquisador em direitos humanos e também
profissional do direito, o autor ressalta a defesa do papel dos profissionais
da área, no sentido de visibilizar os problemas sociais e pensar caminhos que a
sociedade mais justa e igualitária, objetivo de uma democracia.
“O trabalho escravo é uma grave violação de direitos humanos
e está presente na história brasileira, apesar de ter sido formalmente abolido
em 1888. É preciso compreender o fenômeno, expor as assimetrias sociais para
poder contribuir com perspectivas transformadoras da realidade. Diante da minha
ideia de uma abordagem interdisciplinar, o processo de pesquisa envolveu a
participação em grupos de pesquisa e diálogo com pesquisadores do direito, da
filosofia e da linguística. Participo de grupos de pesquisa na UFS e em outra universidade
e, durante os dois anos do mestrado, pude me dedicar para construir este
trabalho. Após a defesa da dissertação, em 2018, fiz uma atualização do
trabalho para esta publicação”, detalha.
O livro foi lançado em duas versões, tanto impressa como em
formato de e-book e já está à venda no site da editora Appris. ”Nos próximos
dias também estará disponível nos sites da Amazon, Submarino, Livraria Cultura,
entre outros”, finaliza.
Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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