Fotos: Fernando Augusto
Publicado originalmente no site do GOVERNO DE SERGIPE, em 13
de Julho de 2020
Pera irrigada é cultivada como alternativa de renda no Alto
Sertão Sergipano
Perímetro irrigado da Cohidro em Canindé abriga campo
experimental com mais de 400 plantas, para testar viabilidade de três
variedades do fruto
A pera tem se mostrado uma produção inovadora no Alto Sertão
Sergipano, dando bons frutos de diferentes variedades. No Perímetro Irrigado
Califórnia, em Canindé de São Francisco [infraestrutura mantida pelo Governo do
Estado para fornecer irrigação e assistência técnica agrícola para 333 lotes
agrícolas], chama a atenção um pequeno pomar com quase 400 pereiras, campo
experimental fruto da parceria entre a Embrapa Semiárido de Petrolina-PE e a Companhia
de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A
mesma cooperação de transferência de tecnologia também levou a Canindé a
produção de uva, criando modelos de alternância de culturas, no perímetro,
economicamente favoráveis à geração de renda para os agricultores.
Ozeias Bezerra é técnico em agropecuária e produtor rural
irrigante no Califórnia. Com o convite para participar do experimento da
Embrapa, enxergou na pera uma nova oportunidade de renda e melhoria da sua produção
no campo. “Eu apostei na pera por ser uma cultura nova. Eu não conhecia, nem
nunca tinha visto o pé da pereira, porque é uma planta que não tem tantos
produtores. Eu, praticamente, sou exclusivo aqui no município. Resolvi apostar
pra ter uma cultura nova, na expectativa de uma renda a mais, além do que
consigo com as outras culturas que já venho trabalhando. Até agora, está sendo
muito tranquilo de trabalhar, não vi dificuldades no manejo dela e dá pra ter
um controle das pragas e insetos”, relata o produtor que, após a colheita no
início de ano, fez uma pausa estratégica no ciclo de produção no pomar.
Ao mesmo tempo em que aplicou um tratamento fitossanitário
para eliminar, com sucesso, uma doença fúngica, Ozeias quis atrasar a próxima
colheita, para evitar colocar a produção no mercado em meio à pandemia e
arriscar prejuízo. Agora, após induzir a quebra da dormência e a poda, que
influenciam na produção, o processo de frutificação tem sido promissor e as
plantas já estão florescendo. Em breve, haverá colheita nova. No pomar de 0,2
hectare, introduzido no final de 2017, há quase 400 pés de pera. A variedade
Triunfo ocupa mais da metade da produção, enquanto as variedades Princesinha e
Santa Maria ocupam o resto do cultivo - melhoradas e adaptadas para o clima do
sertão nordestino.
O agricultor planeja gerar divisas para a fruta produzida em
Canindé, escoando sua colheita para outras regiões, a fim de melhorar o
rendimento financeiro do pomar. “Tenho planos de expandir essa produção para os
municípios vizinhos, para a CEASA. A depender do tamanho que for a colheita,
acredito que o mercado local não irá comportar, por isso, penso em expandir as
vendas para outras regiões”, conta Ozeias. Na parceria, a Embrapa forneceu ao
produtor toda a estrutura de fertirrigação por mangueiras de gotejamento,
espaldeiras, mudas e nutrientes especiais para as plantas. A Cohidro, através
do perímetro Califórnia, fornece a água de irrigação e os técnicos agrícolas
que prestam assistência, em cooperação com os especialistas de Petrolina, que
fazem visitas periódicas aos campos experimentais em Canindé.
Técnico agrícola da Cohidro, Roberto Ramos acompanhou, desde
o início, a introdução dos pomares de pera e uva no Califórnia. “A gente sabe
que é uma cultura nova e fica com uma expectativa muito boa de que essa área de
pera sirva como vitrine, para que os outros produtores possam observar o que
está sendo feito, a maneira que está sendo cultivada e, dentro dos resultados
alcançados, queiram levar para os seus lotes. Quem sabe assim, mais tarde, a
gente não tenha uma área bem maior de pera aqui na região?”, torce. Para ele, a
experimentação de novas culturas expande o potencial econômico do perímetro. “É
uma cultura resultante de uma enxertia por borbulhia, que leva um ano e meio
para começar a produzir. O sistema de irrigação é o mesmo que se utiliza na
área de uva, com duas mangueiras com gotejadores, cada um com uma vazão de um
litro por hora. É o modelo que vai ter uma eficiência maior para esse tipo de
cultura”, conclui.
Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br
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