Publicado originalmente no site DESTAQUE NOTÍCIAS, em 24 de
julho de 2020
Segrase lançará e-book sobre a Comissão da Verdade
Milton Coelho foi o primeiro ex-preso político a ser ouvido
pela Comissão
Até o dia 15 de agosto próximo, Empresa de Serviços Gráficos
de Sergipe (Segrase), concluirá a edição do Relatório final da Comissão
Estadual da Verdade “Paulo Barbosa Araújo”. Segundo o presidente da editora
estatal, jornalista Milton Alves, inicialmente o relatório será disponibilizado
no e-book, com acesso livre. Não há previsão para a impressão do livro conforme
previa o projeto inicial da Segrase. O Relatório deverá ter cerca de 800 a 900
páginas com textos, imagens, tabelas e documentos oficiais, resultado de uma
ampla pesquisa.
Milton Alves informou que o e-book trará mais de 30
depoimentos de vítimas e testemunhas da violenta repressão militar ocorrida em
Sergipe no período de 1946 a 1988, quando ocorreram flagrantes violações aos
Direitos Humanos. Entre os depoentes na Comissão destacam-se o ex-governador
Jackson Barreto (MDB) e os ex-presos políticos Marcélio Bomfim, Wellington
Mangueira e o petroleiro Milton Coelho, este último cego pelas torturas que
sofreu no quartel do Exército, durante a “Operação Cajueiro”.
Criada em 2015 pelo ex-governador Jackson Barreto (MDB), a
Comissão Estadual da Verdade homenageia o militante e pesquisador das ações da
Ditadura Militar no Estado, jornalista Paulo Barbosa de Araújo. Em fevereiro de
1976, Paulo era correspondente do jornal O Estado de São Paulo. Ele e o
jornalista Milton Alves, à época correspondente do Jornal da Bahia, foram os
primeiros a divulgarem as prisões efetuadas pela Operação Cajueiro. Barbosa,
que também foi preso durante o golpe militar, era formado em Ciências
Econômicas, foi professor de Economia da Universidade Federal de Sergipe,
editor do extinto jornal aracajuano Gazeta de Sergipe e, além do Estadão, foi
correspondente do Jornal do Brasil.
A Operação Cajueiro
A ditadura militar implantada a partir do golpe de março de 1964
atingiu o máximo da brutalidade em Sergipe com a Operação Cajueiro, assim
cognominada pelo Exército. No dia 20 de fevereiro de 1976, uma força especial
vinda da Bahia prendeu arbitrariamente 25 sergipanos, processando 18 deles. Os
torturadores eram oriundos do temível DOI-CODI, do DOPS e da Polícia Federal e
agiram em Aracaju sob as ordens do tenente-coronel Oscar Silva.
A acusação, que nem cabia a alguns deles, era de serem
ligados ao proscrito Partido Comunista Brasileiro (PCB). A operação realizada a
partir de uma tarde de 1976, véspera de Carnaval, obedecia na verdade a uma
ordem nacional que era a de acabar com o Partidão, a exemplo das demais siglas
clandestinas. O comandante do quartel, o coronel Osman de Melo e Silva, havia
sido afastado pelo general Fiúza de Castro, um explícito defensor da tortura,
que queria ver seus homens à vontade para “trabalhar”.
Texto: Destaquenoticias, com informações do blog
História/UFS
Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br
eu sou neto do senhor jose benedito dos santos que lutou junto ao senhor milton coelho contra ditadura militar, perdemos o contato com senhor milton, alguempode repassar meu imail.gvaldellice@gmail.com telefone 21 2208-5255 muito obrigado.
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