quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Jornalista pernambucano faz registro de culinária sergipana.


Outro produto da culinária sergipana que também será destaque na publicação do jornalista é a quiabada, que traz a marca do nosso povo. "O modo de preparo do quiabo pelas donas de casa sergipanas tem um sabor especial que só encontramos aqui no estado", disse.
Foto e texto reproduzidos do site: turismosergipe.net

Tradicionais queijadas de São Cristóvão/SE.
Fotos reproduzidas do site: turismosergipe.net

Jornalista pernambucano faz registro de culinária sergipana.

O jornalista, editor do Caderno de Gastronomia do Jornal do Commércio, pesquisador e autor do livro "Recife - Guia Prático e Sentimental da Cozinha de Tradição", Bruno Albertim, esteve em Sergipe para registrar alguns pratos da culinária sergipana. A viagem aos sabores sergipanos contou com o apoio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur). As matérias produzidas em Sergipe, além de serem publicadas em um livro, também irão fazer parte do acervo do Museu do Homem do Nordeste, localizado em Recife (PE).

O enviado especial do Jornal do Commércio, de Pernambuco, está estabelecendo o seu trabalho em cima da tese de que os alimentos nordestinos, assim como o de outros povos e culturas, são elevados à categoria de ícones. "Não comemos só comida, mas os símbolos que aquela comida representa que vai além da materialidade", explicou.

Na opinião do jornalista, todo o processo da preparação da culinária nordestina tem uma conotação de sobrevivência de seu povo. Prova disso, é o exemplo de Marieta Santos, dona da receita das tradicionais queijadas de São Cristóvão. A cozinheira aprendeu a fazer o quitute através de sua mãe, neta de escravos. Já o registro da moqueca de aratu de dona Artêmia Costa, uma mulher da região de Itaporanga D'Ajuda, analfabeta, a catadora do marisco conseguiu sair da miséria e criou os nove filhos dentro de uma cozinha, produzindo mais de 150 moquecas diariamente. Segundo Bruno, essas mulheres reforçam o espírito de sobrevivência do nordestino. "Sair da miséria e poder criar os filhos com dignidade reflete um processo de espiritualização das tradições nordestinas. Todos os que compram de suas especialidades se alimentam espiritualmente daquela comida", acredita Albertim.

Outro produto da culinária sergipana que também será destaque na publicação do jornalista é a quiabada, que traz a marca do nosso povo. "O modo de preparo do quiabo pelas donas de casa sergipanas tem um sabor especial que só encontramos aqui no estado", disse.

Segundo o jornalista, a documentação da culinária nordestina está muito defasada ultimamente. Os livros mais recentes ainda são da década de 30, do autor Gilberto Freyre (Açúcar, 1937), e os das obras dos folcloristas Mário Souto Maior e Câmara Cascudo. "Não existe muita documentação sobre alimentação, à exceção de Lectícia Cavalcanti. Por isso, temos dado a nossa contribuição, viajando pelos estados do nordeste e documentando, textual e fotograficamente a gastronomia da nossa região", afirmou Albertin, que está redigindo seu livro, com cerca de quinhentas páginas, ao lado do fotógrafo Emiliano Dantas.

Texto e foto reproduzidos do site: turismosergipe.net

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