quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Marcelo Ribeiro lança biografia de Ismar Barreto

Publicado pelo Jornal da Cidade.Net, em 18/02/2014.*

Biografia de Ismar Barreto...

Passados quase oito anos de sua morte, o poeta, boêmio, cantor e compositor Ismar Barreto ganha uma biografia à sua altura, assinada pelo escritor e médico Marcelo Ribeiro...

Amigo de longa data do artista galhofeiro, Marcelo Ribeiro decidiu escrever esse livro justamente por encontrar pouquíssimos registros referentes ao amigo. “Fui convidado pela Unicred, juntamente com a TV Sergipe, para dar prosseguimento ao projeto “Memoráveis: sergipanos de ontem, hoje e sempre”, iniciado por Luiz Antônio Barreto, cujo objetivo é homenagear grandes personalidades do Estado. Um dos primeiros nomes que pensei foi o de Ismar Barreto, que contribuiu muito para música sergipana. Só que, ao pesquisar sobre a vida dele, deparei-me com uma escassez de material e, ao invés de concentrar-me na feitura do opúsculo para a Unicred, decidi escrever uma biografia”, diz o biógrafo.

O tom de escracho, tão facilmente observado em meia hora de conversa com Ismar numa mesa de bar, é o mesmo que Ribeiro escolheu para trilhar sua história. Convidou o jornalista Ivan Valença para escrever os “Prolegômenos” (que já adianta um pouco da personalidade inquieta do biografado) e a cantora Amorosa ficou com a incumbência de formatar o Prefácio.

A partir daí, somos convidados a conhecer muito do Ismar Barreto companheiro, pai, aventureiro, impulsivo, delicado, arisco, ácido, criativo, generoso e compositor versátil. Primogênito do casal Izidoro Doria e Maria Barreto Doria, Ismar Barreto Doria ganharia depois mais quatro irmãos: Marizi, Augusto, Marlene e Mary. A prole seguiria a carreira artística e Ismar serviria de inspiração para os mais jovens.

Pouco afeito à carreira acadêmica, foi aprimorando o currículo e desenvolvendo sua verve de compositor nos bares da vida. Ainda adolescente, montou com os amigos Augusto Maynard, Luizinho, Otaviano Canuto Filho, Ronaldo Carvalho e Lúcio Prado Dias o conjunto Os Bárbaros e “abiscoitou” o 2º lugar no festival realizado no Charles Moritz, com a canção “Ana Maria”, de Joãozinho Monteiro.

Em 1971, defendeu, com Alcides Melo, a canção “Retirante” no Festival de Música Norte/Nordeste, ocorrido em Maceió, ficando também com a 2ª colocação. Era só o início de uma série de participações em festivais de música pelo país, culminando com a vitória, em 1993, do III Canta Nordeste, com “Coco da Capsulana” (João Alberto/Ismar Barreto) defendida por Amorosa e do IV Canta Nordeste, em que o próprio Ismar defendeu “Salada Tupiniquim”.

A vida amorosa não foi menos profícua. Com Lúcia Christina Prata dos Santos Silva torna-se pai de Manoel dos Santos Silva Neto; com Egle Rebello Moreira Dória, torna-se pai de Yana Rebello Moreira Dória e Yasmim Rebello Moreira Dória e com Janaína Soares Correia, adotou Juninho (Jobson Oliveira Costa Júnior)

Tanto quanto namorar, Ismar Barreto gostava de compor, farrear e avacalhar. Tudo era motivo de troça e rendia letras engraçadíssimas. Basta conferir “Propaganda Enganosa”, “Saí da Garantia” e “Rodolpho Shirley, o Gay Macho”. Mas o desbocado também tinha seu lado romântico, poético e não deixou de explorar essa verve, lançando lindas composições como “Canção Para Janaína”, “Alma de Mulher”, “Canção de Acalanto”, entre outras.

“Faço questão de colocar as letras de muitas dessas canções de Ismar Barreto no livro, porque ele só gravou um disco em vida – “Tremendamente Sacana” – e muito dessa sua poesia poderia ficar esquecida, já que não há registro fonográfico. Ismar era basicamente um humorista, mas também um artista preocupado com as raízes nordestinas e que enaltecia Sergipe. Ele tinha uma produção vastíssima e diversificada e, lendo o livro, é possível constatar isso”, diz Marcelo Ribeiro.

Ismar Barreto que dividiu boa parte de seus 52 anos de vida artística como técnico de montagem de plataformas e intérprete (tradutor), faleceu no dia 2 de junho de 2006, vítima de câncer. Com o lançamento de “Ismar Barreto – da Esbórnia ao Sublime” pretende-se prestar uma homenagem ao genial criador de jingles e poeta do cotidiano, que certa vez, no programa “Provocações”, afirmou: “Eu gosto de falar bobagens; a bobagem é que diverte”...

*Trecho de reportagem de Suyene Correia/Cultura/JC.

Texto e foto reproduzidos do site: jornaldacidade.net

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