terça-feira, 4 de junho de 2013

História do Seu Bairro - Bairro São José, em Aracaju



História do Seu Bairro - Bairro São José.
Publicação do cinform.com.br *

São José, tradição e referência em Aracaju
Bairro até hoje carrega identidade nobre e reúne moradores de classe média alta

Um dos mais tradicionais de Aracaju, o Bairro São José foi criado a partir da fusão de duas antigas localidades: Fundição e Bariri. A Fundição era situada ao Sul do Centro da cidade, margeando o Rio Sergipe, onde ficava o depósito de inflamáveis e a sede dos primeiros clubes de regatas da cidade - o Cotinguiba Esporte Clube, o Clube Sportivo Sergipe, ambos de 1909, e o Iate Clube de Aracaju, de 1953.

Já o Bariri, era uma área pantanosa situada nas proximidades do Carro Quebrado, atual Salgado Filho, onde haviam riachos que foram aterrados e canalizados. Esse espaço, hoje, compreende o entorno da paróquia São José e do Hospital São Lucas. Com a expansão da cidade de Aracaju, após a década de 40, o São José passou a ser um local de referência de pessoas da alta sociedade, que queriam morar um pouco mais afastadas do Centro, que começava a se tornar cada vez mais comercial.

Assim, diversos casarões e mansões foram erguidos na localidade - atualmente, porém, poucos sobraram para testemunhar essa história, visto que Aracaju, talvez por ser uma cidade jovem de pouco mais de 150 anos, não tem ainda a cultura de preservar o patrimônio arquitetônico. Para que essas casas fossem construídas, muitos aterramentos foram necessários, pois a área era alagada e tinha manguezal.

URBANIZAÇÃO

Os aterramentos intensificam-se a partir da década de 50, com o surgimento de praças e o calçamento de ruas, tornando possível a inauguração do Estádio Estadual de Aracaju. Em 1969, ele foi reformado e ampliado, passando a se chamar Estádio Estadual Lourival Baptista ou, simplesmente, Batistão. Esse foi um passo importante para a transformação da região.

A partir da década de 70, a cidade sofre um novo processo de expansão, mais ao Sul, e o São José começa a sofrer mudanças socioespaciais. Médicos, advogados, arquitetos e outros estratos sociais que residiam no bairro passam a morar em outras localidades, como os bairros 13 de Julho, Atalaia, Grageru e Inácio Barbosa.

As antigas e tradicionais residências, então, dão lugar a escritórios de advocacia, engenharia e arquitetura, mas, principalmente, a clínicas e hospitais, sendo esse o principal setor de serviços do São José, que recebe, todos os dias, milhares de pessoas da Capital e do Interior em busca de consultas, tratamentos e cirurgias nas centenas de casas de saúde existentes no bairro.

REFERÊNCIA

Outra tendência do São José é no setor educacional. Algumas das escolas mais tradicionais da cidade estão lá, a exemplo do Colégio Patrocínio de São José, Colégio Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus, Colégio Atheneu Sergipense e Colégio Dom Luciano Cabral Duarte.

Os núcleos residenciais que ainda persistem encontram-se, cada vez mais, pressionados por essa tendência comercial. Em grande parte, os moradores dessas casas e edifícios são pessoas idosas que resistem a sair da localidade, agitada pelo dia, mas muito tranquila durante o período noturno.

Essa tranquilidade, aliás, foi o que fez com que a engenheira química Floraci Guimarães morasse no bairro por mais de 30 anos. "Quando cheguei, era tudo mangue. Havia pouquíssimas casas, e as que existiam eram de taipa ou palha. Era bem diferente de hoje", comenta Floraci. Aliás, para ela, as diferenças não são só positivas.

INSEGURANÇA

"Hoje, não pode ficar sentado à porta de casa, porque é roubado", lamenta. A funcionária pública Lindalva Mendonça afirma que, principalmente na Praça Tobias Barreto, a violência é grande. "O espaço está abandonado e só atrai mendigos e marginais. Não vejo policiamento e falta iluminação", argumenta Lindalva.

Para Gilda Alves de Mendonça, cabeleireira, de fato, a praça é bem perigosa. "Desde que moro aqui, há oito anos, ela está assim", diz. Mesmo assim, Gilda afirma que o bairro é ótimo para morar com a família. "É tranquilo e bem-localizado, porque é perto de tudo. Levo e busco a minha filha na escola à pé", revela Gilda, acrescentando que não tem pretensão de mudar o endereço.

CINFORM - Dados: IBGE 2010.

Texto e fotos reproduzidos do site:

cinform.com.br/historiadosbairros/saojose *

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