sábado, 19 de abril de 2014

Familiares e amigos se despedem do poeta Santo Souza

Foto: Portal Infonet.

Infonet – Cidade - Noticias - 18/04/2014.

Familiares e amigos se despedem do poeta Santo Souza
O corpo do poeta foi velado no Cemitério Colina da Saudade.

Por Aisla Vasconcelos.

Muita comoção durante o velório do escritor José Santo Souza que faleceu nesta sexta-feira, dia 18, quando dormia, aos 95 anos de idade. Santo Souza deixa oito filhos, 28 netos e 18 bisnetos.

O corpo do poeta está sendo velado no Cemitério Colina da Saudade e o sepultamento será às 16h. Familiares, amigos e escritores foram se despedir do grande amigo e poeta.

A neta de Santo Souza, Iumara Souza fez questão de falar sobre o legado deixado pelo avô. “Faleceu um dos maiores escritores da língua portuguesa. Meu avô não deixa nada a desejar a nenhum escritor. Fui criada com ele e depois da morte da minha avó ele parou de escrever. No carnaval ele acamou de vez e foi que descobrimos depois dos exames que ele estava com câncer de pulmão. Espero que o nome dele não fique esquecido porque é um homem que tem um legado maravilhoso como avô, pai e amigo”, diz.

O presidente da Associação Sergipana de Imprensa (ASI), Cleiber Vieira esteve no velório e falou sobre a simplicidade de Santo Souza. “Estamos todos de luto. A Associação Sergipana de Imprensa porque ele foi um membro, a Loja Maçônica porque ele era um membro da maçonaria e a Academia Sergipana de Letras pela sua condição de acadêmico. Sergipe perde um de seus maiores poetas, senão o maior. Santo Souza era um homem simples que veio do interior, conseguiu dar a volta por cima, superar todas as dificuldades e criar uma família e um estilo poético e literário único. Um homem humilde, mas um mestre, um sábio, um homem que trabalhou sua poesia dentro de uma visão mitológica de mundo e místico filosófica”, conta.

Falta de reconhecimento

O escritor Domingos Pascoal fez questão de falar sobre Santo Souza, mas lamentou a falta de incentivo aos grandes poetas do Estado.  “Santo Souza é daquelas pessoas que você tem um prazer grande em conhecer. Conheci ele depois que entrei na academia em 2009.  Tive um relacionamento muito legal porque eu o visitava sempre e foi quando ele começou a adoecer de fato e impossibilitado de ir a academia e andar. Eu sei que é o maior poeta órfico do Brasil, então Sergipe precisava fazer um melhor reconhecimento disso, mas Sergipe é muito parto em reconhecer os valores que tem, pois estamos pensando pouco nos nossos grandes escritores. Ele que recebeu prêmio da crítica literária em São Paulo, mas aqui em Sergipe era anônimo”, lamenta.

Domingos Pascoal aproveitou ainda para falar da poesia de Santo Souza. “A poesia dele é rascante, dura, uma poesia realista demais. A poesia dele tem ritmo, rima e conteúdo. É uma linguagem muito bonita. Sergipe perdeu muito e lamentavelmente não vai perceber porque já não percebia, mas a gente espera que isso mude e que a gente não deixe se enterrar com ele a sua memória que deve sempre ser reverenciada”.

A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, recebeu com tristeza a notícia da morte do poeta Santo Souza e encaminhou uma nota de pesar. "A obra de Santo Souza lhe rendeu vaga na Associação Sergipana de Imprensa, cadeira na Academia Sergipana de Letras, um grande prêmio concedido pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo e o carinho do povo sergipano. Lamentamos sua perda, mas ficamos com a certeza de que suas palavras atravessarão gerações", diz a secretária, que se solidariza à família e aos amigos do poeta nesse momento de pesar.

Artista Ilustre

O poeta José Santo Souza foi um dos artistas ilustre homenageado pelo Portal Infonet durante o Infográfico Sergipanidade.

Entre as obras do autor estão Cidade Subterrânea (1953), Caderno De Elegias’ (1954), ‘Relíquias’ (1955) e ‘Ode Órfica’ (1955/1956/1968), cuja primeira edição, foi publicada, como os livros anteriores, por José Augusto Garcez em seu Movimento Cultural de Sergipe. Após 46 anos sem fazer lançamento de livro ao público, o poeta sergipano Santo Souza, lançou em 2010, duas obras: ‘Crepúsculo de Esplendores’ e ‘Deus Ensaguentado’.

Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br

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