sábado, 5 de abril de 2014

História de Pacatuba


História de Pacatuba/SE.
Por José Adelino*

Pacatuba, cidade localizada a 116 quilômetros da capital Aracaju, é um município que merece um estudo à parte. Como dizem os historiadores a respeito das terras que compõem esse município, ele “está assentado em um vasto planalto, de onde se goza um delicioso panorama”. E quem conhece essas lindas terras sabem que é a mais pura verdade.

No início de 1600 já se tinha notícia de um forte aldeamento na confluência do Rio Poxim do Norte com o Betume, e quem comandava aquele povoamento era o cacique Pacatuba. Quando Cristóvão de Barros invadiu Sergipe em 1590 cumprindo ordens do governo da Bahia e de Felipe II rei da Espanha, que reinava em Portugal por causa da União Ibérica (1580 - 1640), deu-se uma matança generalizada. Todos os recursos militares da época foram usados. Fazendo com que poderosos caciques como Baepeba, Serigy e Siriry fossem vencidos pelas forças do governo.

Para alguns historiadores, antes mesmos que as colunas de Cristóvão de Barros chegassem à região do São Francisco, os caciques Japaratuba e seu irmão Pavcatuba acabaram se entregando aos portugueses e pedindo paz. Mas outros estudiosos discordam dessa versão e acreditam que Cristóvão de barros encontrou resistência e venceu por conta da força militar.

Logo depois da “conquista” as terras da aldeia de Pacatuba foram anexadas à sesmaria de Pedro de Abreu Lima. Por volta de 1640, padres Jesuítas começam a levantar uma capela no aldeamento. Em 1732, por ordem do Marquês de Pombal, os Jesuítas foram expulsos e a missão religiosa com todas suas terras em Pacatuba foi entregue aos padres capuchinhos. Em 1810 os capuchinhos terminaram a construção da capela do povoado, e a dedicaram a São Felix de Cantálicio.

Como as terras eram férteis e propicia ao cultivo da cana-de-açúcar, o povoamento crescia rápido. E existem documentos que em 1808 já existia por lá cerca de 700 índios. Uma lei provincial de 6 de fevereiro de 1835, criava a freguesia de São Felix de Pacatuba incluindo o atual município de Japoatã. Menos de 30 anos depois, a 13 de maio de 1864, a freguesia passava a condição de vila. Mas a independência de Pacatuba só aconteceu na prática em 2 de maio de 1874, isto é, dez anos depois, quando se libertou do município de Vila Nova, atual Neópolis.

O desenvolvimento econômico e social da cidade era sentido nas ruas, no entanto no dia 23 de novembro de 1910, os pacatubenses foram surpreendidos com a criação do município de Jaboatão, hoje Japoatã, localizado na antiga missão jesuítica de Riacho do Meio. A reação em Pacatuba foi forte. População e autoridades não encontravam motivos para a perda territorial. Várias representações foram feitas ao governante de Sergipe. Como a pressão foi forte por parte dos pacatubenses o município não chegou a ser criado.

Mas a história ainda guarda uma grande surpresa para os pacatubenses. Dezesseis anos depois da ardorosa luta para não perder as terras de Jaboatão, a lei estadual 960, de 20 de outubro de 1926, transfere a sede do município de Pacatuba para Jaboatão, ficando Pacatuba reduzida à condição de povoado. A reação das autoridades da vila foi forte, porem não adiantou nada. Pacatuba passou quase 12 anos como povoado, só retornando sua antiga condição de município em 28 de março de 1939, mas o distrito de paz continuou em Jaboatão. Essa situação permaneceu até 1943, quando seu nome foi modificado de Pacatuba para Pacatiba.

Em 25 de novembro de 1953, Pacatuba é desmembrada de Jaboatão e transformada em cidade e passa a se chamar Pacatuba. O município livre e independente só foi instalado em 31 de janeiro de 1955, quando foi empossado o seu primeiro prefeito,Manuel Ricardo dos Santos e, também, construída a câmara de vereadores.

*José Adelino – Historiador licenciado pela UFS.

Foto e texto reproduzidos do site: pacatubaemfoco.com.br

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