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Infonet > Educação > Noticias > 22/08/2013.
Ensino sobre Folclore Sergipano ainda encontra barreiras
Estudiosos afirmam que folclore só é lembrado no mês de
agosto
Celebrado em 22 de agosto, o Dia do Folclore é marcado por
programações especiais em escolas de todo o país. Na chamada ‘Semana do
Folclore’, personagens típicos das lendas brasileiras são recordados e suas
histórias, recontadas. Apesar disso, estudiosos apontam que as tradições do
folclore local ainda não encontram difusão no Estado. Segundo eles, as
manifestações culturais próprias de Sergipe são pouco conhecidas pelos alunos
da rede pública de ensino.
A professora Adilma Freire, que ensina do 1º ao 5º ano no
Jardim de Infância Augusto Maynard, afirma que o folclore é um tema
constantemente abordado em seu trabalho. “A gente vai fazer uma culminância no
fim de agosto para celebrar o mês do folclore. Mas procuramos não lembrar só na
data. Os jogos populares, as brincadeiras de roda e as lendas são sempre
falados”, diz.
Sobre o folclore sergipano, a professora relata que o
assunto é abordado de forma restrita. “Procuramos citar algumas danças
populares do estado como o Reisado e o São Gonçalo. Mas trabalhamos
principalmente com as lendas nacionais, como a Mula-Sem-Cabeça, o Saci Pererê e
a Sereia Iara”, expõe.
Na visão da Assessora de Cultura Popular da Secretaria de
Estado da Cultura (Secult), Maurelina Santos, o espaço para o folclore
sergipano ainda é limitado na rede pública de ensino devido à falta de
capacitação entre os educadores. A pesquisadora defende a inclusão do folclore
na grade de disciplinas do Ensino Fundamental.
“É verdade que o conteúdo programático nas escolas inclui o
ensino do folclore. Mas o professor não tem como ensinar se ele mesmo não
recebeu uma formação mais aprofundada. Como falar sobre folclore sergipano se
os livros didáticos mandam os alunos colorirem figuras do Bumba-Meu-boi, que é
tradição do Maranhão e do Norte do país?”, questiona.
Para Maurelina, a falta de conhecimento sobre as
manifestações populares constrói uma noção elitista sobre a cultura. “Se a
criança é formada tendo em mente que a cultura é somente o que é erudito, acaba
criando uma resistência ao folclore de seu próprio estado. E no contato com uma
manifestação regional, ri e não entende o real significado daquela forma de
expressão, que faz parte de sua própria identidade histórica”, alerta.
Documentos
O Referencial Curricular da Rede Estadual de Ensino de
Sergipe, formulado pela Secretaria Estadual de Educação (Seed), propõe o
folclore nacional e sergipano como um dos eixos para o ensino de Artes e
História. Já a Constituição do Estado de Sergipe salienta em seu artigo 215 a
necessidade de “fixação de currículo e calendário escolar adequados à realidade
sócio-econômica de cada região, assegurando, na formação prática, o acesso aos
valores culturais artísticos e históricos nacionais e regionais”.
Nesta perspectiva, um estudo desenvolvido em 2005 pela
professora Denise Porto Cardoso, do Departamento de Letras da Universidade
Federal de Sergipe (DLEV/UFS), e pela então estudante Valéria Campos, analisou
o ensino do folclore em dez escolas de ensino fundamental da rede pública na
capital. Destas, apenas duas desenvolviam projetos contínuos sobre folclore com
os alunos, com alusão às danças e folguedos sergipanos. As demais apresentavam
apenas programações ligadas ao dia do Folclore.
A pesquisa resultou na implantação de uma oficina de coleta
de textos folclóricos típicos de Sergipe, como cantigas, trava-línguas e
parlendas, para a composição de um livro didático intitulado “Folclore
Sergipano: Uma Oficina de Língua Portuguesa”...
Por Nayara Arêdes e Raquel Almeida.
Trecho de artigo reproduzido do site:
infonet.com.br/educacao
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