Publicado originalmente no Jornal da Cidade, em 08/03/2016.
"Velho Chico" em arte, ambiente e debates.
Exposição itinerante acontece na Vivência da UFS.
Por: Gilmara Costa/Equipe JC.
Até o próximo dia 11, o espaço de Vivência da Universidade
Federal de Sergipe (UFS) abriga a exposição do Museu Ambiental Casa do Velho
Chico. Objetivo da exposição é despertar na sociedade a importância do Rio São
Francisco para que sejam cobradas dos gestores públicos medidas efetivas para a
revitalização e preservação do rio. Por conta disso, durante a semana também
ocorrerão discussões sobre a situação ambiental do rio com mesas-redondas e uma
audiência pública que será realizada no plenário da Assembleia Legislativa de
Sergipe (Alese), no último dia de evento.
Reunindo objetos recolhidos ao longo do Rio São Francisco, a
exposição revela a vida e sobrevida do curso d’água e comunidades ribeirinhas.
“São 18 cenários, com inúmeras peças que foram encontradas no rio em toda
bacia. Só quem visita essa exposição pode conferir e avaliar a sobrevivência do
rio e das pessoas que dependem dele. Trouxemos essa exposição com intuito
fomentar o debate sobre a temática do Rio São Francisco”, disse Antônio Gois,
do Movimento de Mobilização da Sociedade Civil pela Revitalização do ‘Velho
Chico’.
Segundo o responsável pelo itinerante Museu Ambiental Casa
do ‘Velho Chico’, Antônio Jackson Borges Lima, mais de 100 mil pessoas já
visitaram a exposição que este ano completará 15 anos no mês de outubro. “A
primeira exposição aqui no estado foi há seis anos, na cidade de Neópolis. E a
primeira vez da exposição foi em outubro de 2001, quando então seis mil pessoas
tiveram acesso. Hoje, são mais de cem mil. E esse trabalho nasceu da minha
indignação ao ver o rio sujo, quando via uma garrafa ou qualquer sujeira, ia lá
e limpava. E daí nutri a necessidade de fazer algo por ele, afinal minha
vivência com o ‘Velho Chico’ é antiga. Morava em Igreja Nova, em Alagoas, que
ficava a 40 km do leito do rio e com a chuva quando o nível subia batia no meu
quintal, e foi aí que aprendi a nadar”, destacou Antônio Jackson Borges Lima.
Entre redes de pesca e elementos que reforçam as
características das cidades ribeirinhas, desde a realidade dos carros de boi ao
imaginário lendário das carrancas, que tomam forma e ganham cores em pedaços de
madeira, a exposição exibe a riqueza e vida do rio de outrora. Para a atual
fase, referências à transposição fazem o rio jorrar vermelho, o anúncio de já
alardeada morte lenta que agora tem curso veloz sobre as águas.
Também na exposição é possível conferir as informações a
respeito do bom e ‘Velho Chico’, a exemplo da sua passagem por 507 municípios,
distribuídos em cinco estados brasileiros (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,
Alagoas e Sergipe), sendo que a bacia atinge o estado de Goiás e o Distrito
Federal, perfazendo um total de 18 milhões habitantes.
Além da exposição, na programação acontece a mesa–redonda
‘Rio São Francisco: Diagnósticos, Comunicação dos Riscos Ambientais e Políticas
Públicas’, no auditório da reitoria, no próximo dia 10, a partir das 14h. Sob a
coordenação da professora doutora Maria José N. Soares, a discussão contará com
os expositores professor doutor Eduardo Matos; professor doutro Gregório
Aguiar; professora mestre Michele Amorim Becker; e o professor doutor Evaldo
Becker.
Museu itinerante
Desde que foi inaugurado, em 4 de outubro de 2001, o Museu
Ambiental Casa do Velho Chico já percorreu centenas de cidades nordestinas
levando a mensagem de preservação ambiental. Dentre as suas atividades está a
de trabalhar com o público jovem e estudantes das redes municipal, estadual e
privada para desenvolver uma consciência de preservação do meio ambiente. A
exposição tem acesso gratuito e tem como público-alvo a população em geral,
além de pesquisadores, militantes ambientais, políticos e gestores.
Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net
Fotos/Legendas:
F/1 - Antônio Jackson afirma que mais de 100 mil
já visitaram a exposição.
F/2 - É a segunda vez que o museu itinerante chega em Sergipe.
F/3 - Objetos revelam o “Velho Chico” na “alegria” e na
“doença”.
Créditos - André Moreira/Equipe JC.
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