Devotas saem em cortejo em aclamação a Iemanjá.
Trio guiou devotos durante cortejo até Orlinha do Bairro Industrial.
Ialorixá acredita que país precisa avançar quando se fala em respeito a religiões.
Babá Janilson (a direita): Expressão religiosa e cultural.
Créditos - Portal Infonet.
Infonet > Cultura > Noticias > 02/02/2016.
Devotos do candomblé saúdam Iemanjá com presentes.
Dia da Rainha do Mar é celebrado por fiéis no B. Industrial.
Entre cânticos, danças e expressões culturais típicas das
religiões de matrizes africana, vários seguidores do candomblé saíram em
cortejo pelo Bairro Industrial na tarde desta terça-feira, 2, em homenagem ao
dia de Iemanjá. Como de costume, os fiéis prepararam pequenas embarcações com
flores e outros presentes destinados à Rainha do Mar. Devotos do candomblé
aproveitaram a ocasião para criticar a intolerância religiosa e ampliar o
desenvolvimento cultural do Estado no segmento teológico.
Conforme um dos organizadores da aclamação, babá Janilson
Teixeira, o evento não só é de cunho religioso, mas também de caráter cultural.
Para ele, é importante essa aproximação da comunidade no intuito de
desmitificar algumas visões que a população tem do candomblé. “Nós estamos aqui
simbolizando solidariedade, mostrando para as pessoas que nossas crenças não
são o que elas pensam. Precisamos desmistificar essa impressão que a população
tem da gente e mostrar que temos pensamento ecológico, de integração com a
sociedade e de autoafirmação”, reflete o religioso, acrescentando que os
presentes enviados a Iemanjá não afetará o meio ambiente.
Levantando a bandeira contra o preconceito entre religiões,
a Ialorixá Lígia Borges destacou o quão importante é saudar a Rainha do Mar no
seu dia e clamou pelo respeito a qualquer expressão religiosa. “É preciso
reverenciar a mãe de todas as cabeças, dos pescadores e do mar. Mais uma vez
estamos aqui prestigiando e entregando os presentes ecológicos a nossa mãe”,
diz. “Esse ano em especial, estamos dizendo não a intolerância religiosa,
prezando pela liberdade de reafirmar nossa fé e que isso seja respeitado,
porque está previsto na constituição o direito da gente professar nossa
devoção”, pontua a fiel.
Ainda segundo a Ialorixá, as religiões de procedência
africana continuam sofrendo preconceitos em todo país. “No dia 22 fizemos a
caminhada contra o desrespeito entre religiões porque notamos que cada vez é
uma questão que tem se agravado. Temos exemplos de casas [terreiros] fechadas,
queimadas e hostilizadas em todo Brasil. Parece que estamos voltando aos tempos
da inquisição e isso não pode acontecer. É preciso que haja um combate a isso”,
desabafa Lígia.
Partindo da Associação Luz do Oriente, no bairro Industrial,
os religiosos do terreiro Aguás de Yá Orí seguiram o trio e cruzaram toda a
Avenida João Rodrigues retornando pela General Calazans, conhecida como a
Orlinha do bairro. Todo percurso foi acompanhado por viaturas da
Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).
Por Ícaro Novaes e Aldaci de Souza.
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
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