Foto: Divulgação.
Publicado originalmente pelo site do Jornal da Cidade, em
16/02/2016.
‘O Segredo do Poço Redondo’ chega à capital.
Apresentação acontece na próxima sexta, 19, na Praça General
Valadão.
Por: Gilmara Costa/ Equipe JC
A capital da aventura encabeçada por Chico de Poço Redondo e
Glorinha de Maranduba se tornará palco para o grupo de teatro Raízes
Nordestinas encenar o espetáculo ‘O Segredo do Poço Redondo’, que estreou em
novembro do ano passado no interior sergipano e chega por aqui no próximo dia
19, às 17h, na praça General Valadão, em frente ao Centro Cultural de Aracaju.
Levando à risca a máxima de Oscar Wilde, que dizia que ‘a vida imita a arte
muito mais do que a arte imita a vida’, a peça propõe uma reflexão a respeito
da sobrevivência das comunidades no semiárido, cuja falta de água impõe a
necessidade de se reinventar, mas também de buscar o que considera melhor,
fugindo do ambiente escasso para onde se acredita ter uma vivência abundante.
Essa é a escolha de Chico de Poço Redondo e Glorinha de
Maranduba, que desbravam o interior do estado sergipano rumo à capital para
encontrar a solução para a escassez de água. “Na busca desesperada por uma
solução para os problemas vivenciados em seu cotidiano, Chico convida Glorinha
a acompanhá-lo numa viagem atrás de um segredo quase revelado por Padre Cícero
num sonho que ele teve com o santo padre, que iria mudar o seu destino.
Abandonando a sua casa e tudo que construíram com muita dificuldade, Chico e
Glorinha se arriscam nessa aventura. O desfecho desta história é surpreendente,
pois convida o público presente a uma reflexão acerca de que tesouro procuramos
para as nossas vidas: se o tesouro dos contos de fada, que não existe, ou se o
tesouro da sabedoria de perceber quando o ouro reluz perto de nós”, explica o
autor e diretor do espetáculo, Raimundo Venâncio.
Destaca ainda Raimundo que durante as suas andanças, Chico e
Glorinha vão cruzando com personagens ligados ao universo da cultura popular,
como ciganas, ladrões, cordelistas, mestres populares, loucos andarilhos, os
quais vão auxiliando-os em sua viagem. “Eles passam por Siriri e Nossa da
Glória, tendo encontros e conversas com outras pessoas e comunidades do
Semiárido e Alto Sertão. E ao final, descobrem que tudo o que precisavam está
na comunidade deles mesmo, que, na verdade, eles precisam aprender a conviver
com aquela dificuldade da falta de água. E aí temos a presença das cisternas no
calçadão, a qual possibilita o armazenamento de água. É uma produção que tem
como objetivo fazer as pessoas refletirem sobre o meio ambiente, as relações
humanas, bem como a relação do homem com o ambiente. Já fizemos mais de 20
apresentações e agora chegamos à capital”, ressaltou.
Em cena, um total de 14 integrantes do grupo de teatro
Raízes Nordestinas, entre atores e músicos, que exploram não somente o corpo e
a fala, mas também a sonoridade por meio dos seus instrumentos. “Tem trilha
sonora cantada e tocada ao vivo. Todos eles tocam algum instrumento. O Raízes
Nordestinas é um grupo de teatro feito por jovens atores do semiárido
sergipano. Neste espetáculo, o mais velho tem apenas 16 anos. São encantadores
e desenvolvem um trabalho lindo na cidade, fazendo arte pela arte e, através
dele, sendo agente transformadores na comunidade deles. E isso é muito bom.
Para se ter uma ideia, eles construíram um teatro na cidade, sem qualquer
recurso público, para eles terem o espaço”, disse Raimundo Venâncio.
A raiz nordestina
Foi no ano de 2001 que vários jovens das comunidades
Maranduba e Queimadas, em Poço Redondo, conscientes e motivados pela
coletividade, decidiram se organizar e criar o Grupo de Teatro Raízes
Nordestinas. Assim, o grupo ganhou forma, com o intuito de contribuir ainda
mais com o processo de formação sociocultural da juventude local, utilizando
como matéria-prima o resgate da cultura popular nordestina, através de
montagens teatrais que servissem como ferramenta de fortalecimento da luta
camponesa; a partir de atividades de agitação e propaganda, artísticas e
culturais, comprometidas com processos de convivência com o semiárido e de
transformação da sociedade.
Entre as montagens dos grupos tem ‘O Consócio do Bode’, de
Virgínia Lúcia; ‘Os Corumbas’, adaptação de Valfran de Brito do romance
homônimo de Amando Fontes; ‘A Megera Domada’, adaptação de Virgínia Lúcia da
clássica obra de Willian Shakespeare; ‘A Água Dividida’, adaptação de Eduardo
Montagnari da obra A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht, entre outros.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
Chico de Poço Redondo e Glorinha de Maranduba encaram uma
grande aventura.
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