domingo, 10 de maio de 2015

Fazenda Colégio Tejupeba, município de Itaporanga


Fotos reproduzidas do blog: edubastos.blogspot.com.br

Publicado originalmente no blog "O assunto é Sergipe", em 24/04/2011.

Do Blog: O assunto é Sergipe
Post: Fazenda Tejupeba.
Por: Nilton Bruno.

Referência à viagem à Fazenda Colégio Tejupeba, no dia 16 de Abril de 2011, como parte das atividades da disciplina Temas de História de Sergipe I, lecionada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Souza.

O ônibus saiu por volta das 08:10 (oito horas e dez minutos) da Universidade Federal de Sergipe, e chegou por volta das 9:30 (nove horas e meia) na fazenda Tejupeba. A Fazenda Tejupeba recebeu tal nome por causa do riacho da região. A localidade está situada no município de Itaporanga D’Ajuda e resulta num dos povoamentos mais antigos de Sergipe, datando de 1575. Em meio as atividades universitárias desenvolvidas, notei que na fazenda temos a Casa Grande e a igreja logo em frente. Nota-se também antigas senzalas, habitadas hoje por moradores. Fazendo uma observação geral é evidente o abandono de um bem cultural tombado, Tejupeba está caindo aos pedaços.

Em Tejupeba, entrei no Colégio que em tempos do Brasil Colônia, servira de alojamento para os Jesuítas e no auxílio a catequisação dos nativos. Impossível não reparar no estado de degradação que também era evidente na igreja, só para se ter uma idéia em alguns lugares havia rachaduras na madeira e grande presença de morcegos. Valendo ressaltar que o local estava bastante mal-cuidado. Tive que tomar cuidado quando subi ao segundo piso, pois, o mesmo encontrava-se deteriorado. A divisão do colégio é muito bem feita em pequenos cômodos que na certa deveria ter várias utilidades. Do colégio tem-se uma vista estratégicamente privilegiada do Rio sergipano Vaza-Barris, e de uma extensa faixa de terra onde estão os coqueirais. Diria que é até uma visão um pouco romântica. Já na igreja, notei que além da nave havia dois corredores nas laterais da igreja,e é claro existia altar e sacristia. Os dois corredores nas laterais era para que os índios que não fossem catequisados partipassem da missa, uma espécie de divisão imposta pelos jesuítas. Fato interessante na arquitetura de igrejas antigas, é que havia uma espécie de pequeno púlpito, para o padre ministrar a missa caso a igreja tivesse demasiadamente lotada. No altar e na sacristia encontra-se enterrados algumas pessoas importantes da história de Sergipe, dentre elas o Barão de Estância. Diferentemenete da igreja de Tomar do Geru que apresentava apenas uma única torre, a de Tejupeba apresentava duas torres e bastantes óculos na sua lateral olhando-a do lado de fora. Após as observações houve a apresentação do Seminário na matéria de Patrimônio Cultural ministrada pelo Professor Mestre Claudefranklin. O Seminário que apresentei enfatizou a legislação patrimonial, fazendo referência aos avanços da UNESCO quanto as suas Convenções de 1954, 1970 e 1972. Quanto ao Brasil ressaltou-se o Decreto-Lei de 1937 no governo de Getúlio Vargas, que criou e organizou o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O engenho colégio Tejupeba, sediou a mais antiga residência jesuítica em Sergipe, sendo dirigida pelo padre José Teixeira e ficava nas terras da tribo do cacique Surubi. Segundo o padre jesuíta, escritor e historiador Serafim Leite, os jesuítas foram muito bem recebidos pelos nativos da região. Com o passar do tempo eram responsáveis pela administração e pela produção de alimentos da região. O domínio jesuíta durou até 1759, quando por decreto do Marquês de Pombal foram expulsos do Brasil. Pombal tinha idéias iluministas e queria modernizar Portugal, nisso os jesuítas tornaram-se um grande empecilho. Pombal expulsou os jesuítas e fechou todas os Colégios, dentre eles Tejupeba, em Sergipe. Em 1764 a fazenda é arrematada por Domingos Dias Coelho e, em 1920 comprada por Nicola Mandarino. Hoje, Tejupeba impressiona pelo lado de fora, e decepciona pelo lado de dentro.

A visita a Tejupeba durou até 12:20 (doze e meia), hora em que fomos almoçar na cidade de Estância e de lá seguimos por volta das 14:00 (catorze horas) para a cidade de Tomar do Geru. Embora a região de tejupeba tenha sido tombada em 1943, só começaram os trabalhos de restauração em 2006 e ainda, há muito o que ser feito. Espero que seja concedida mais atenção a esse grande documento da história do nosso Brasil.

Texto reproduzido do blog: assuntosergipe.blogspot.com.br

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