Fotos: site Turismo Sergipe e Infonet.
Artesanato de tradição: um pouquinho de Sergipe para levar
pra casa
(...) Em Sergipe você vai encontrar os mais variados tipos
de renda, a depender da região do estado onde ela seja produzida. Esta é uma
curiosidade que poucas pessoas sabem. Na verdade, a produção da renda tornou-se
uma característica e uma identidade para a região onde ela surge; e isto faz
com que a produção seja ainda mais autêntica. É o caso da renda irlandesa. Ela
transformou-se num dos artigos mais preciosos do estado e ganhou tamanho
reconhecimento que o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) catalogou o processo no livro de Registro de Saberes; denotando a
importância deste processo no artesanato nacional.
Com isso, a cidade de Divina Pastora passou a ser ainda mais
conhecida e visitada, afinal ela é a responsável por grande parte da produção
da renda irlandesa no estado de Sergipe, tornando-a numa das maiores expressões
do artesanato local. Por isso, nada melhor do que um produto de alta qualidade,
singular e que traduz a essência do trabalho artesanal sergipano para você
guardar um pedacinho do nosso estado.
Tudo bem o nome ser “irlandesa” e não “sergipana”, afinal
essa técnica de rendado nem mesmo surgiu na Irlanda: foi na Itália, no século
XV, que se iniciou a produção das primeiras peças com esta identidade;
posteriormente, a técnica foi repassada às missionárias irlandesas, que
difundiram a produção da renda na Europa. Já aqui em Sergipe, mais precisamente
na cidade de Divina Pastora, a renda veio através do imigrantes italianos,
durante o período de colonização. Aqui, a renda é caracterizada pelo uso de
lacê, um cordão sedoso, e manipulado cuidadosamente com linha e agulha, fazendo
com que o produto final seja ainda mais sofisticado, seja ele um simples pano
de copa, um belo vestido ou uma colcha, que vai deixar seu quarto bem mais
bonito.
Já em Poço Redondo, o destaque é para a renda de bilro: sua
delicadeza confere ainda mais beleza para estes produtos. Difundida no
semi-árido sergipano durante o século XVIII pelos portugueses que aportaram na
região, esta técnica utiliza-se de um instrumento característico, o “bilro”,
que é um pequeno pino de madeira. Vários bilros são presos a uma base
almofadada – que é marcada com agulhas, para delimitar os desenhos da renda – e
trançam as linhas amarradas a eles, criando formas em meio ao barulhinho bom do
toque dos bilros. Um trabalho de habilidade e concentração, que é produz
verdadeiras obras de arte.
Além destes, existem dezenas de outros locais que produzem
estes e outros tipo de renda: na Barra dos Coqueiros, a renda de filé,
tradicionalmente alagoana, também é muito produzida e consumida por locais e
turistas. A renda tipo Renascença, uma renda de agulha tal como a renda
Irlandesa, é facilmente encontrada no interior sergipano, principalmente na
cidade de Japaratuba. Em todo o Sergipe, a cultura da renda é tão forte que em
vários municípios é comum encontrar associações, cooperativas ou comunidades
organizadas na produção deste tipo de artesanato. Afinal, os investimentos
feitos tem gerando uma melhoria no orçamento familiar de grande parte dos
envolvidos. Existem famílias que se mantém há gerações através dos trabalhos
desenvolvidos com o artesanato de renda.
E não se preocupe: mesmo que você passe poucos dias em
Aracaju e não possa ir a uma dessas cidades para comprar uma bela peça de
renda, existem diversos centros de cultura e artesanato na capital onde as
peças podem ser encontradas. É só escolher a sua preferida e investir em um
produto que é muito mais que uma simples “lembrança”; é uma verdadeira obra de
arte autenticamente sergipana. Esperamos que aproveitem estas informações para
conhecer um pouco mais das tradições sergipanas, afinal, o artesanato é uma
delas. Comente, critique ou mande sua sugestão. Queremos descobrir o que você
deseja saber sobre Sergipe para que este seja o seu próximo destino.
Confira abaixo alguns dos locais onde você pode encontrar
opções de peças de artesanato em renda na capital sergipana:
Centro Centro de Arte e Cultura J. Inácio, Orla de Atalaia;
Mercado Municipal, Centro Histórico;
Centro de Artesanato Chica Chaves, Orla do Bairro
Industrial;
Centro de Turismo, Praça Olímpio Campos;
Feirinhas da Praça Tobias Barreto, aos domingos;
Passarela do Artesão, Orla de Atalaia – diariamente das 16
às 23h.
Texto e imagens reproduzidas do site:
blogcelihotel.wordpress.com
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