Publicado originalmente no site Destaque Notícias, em
5/12/2015.
A bem cuidada casa de Toinho de Zé Estevão é um convite para
conhecer sua propriedade.
Irrigação pública diversifica atividade rural em Lagarto
Quem passa pela rodovia Lourival Baptista, na altura do
povoado Moita Redonda, município de Lagarto, se depara com uma bela surpresa à
beira da pista. Rodeada de muito verde, uma fonte de água no centro de um
pequeno lago artificial, com direito à cascata com réplica do Cristo Redentor
no topo, é o convite para conhecer a área de Antônio Batista dos Santos. Além
dele outros três produtores do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela
Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe
(Cohidro), estão conseguindo gerar renda e empregos, investindo no cultivo e
comercialização de mudas frutíferas, ornamentais e de grama para jardinagem.
Antônio Batista, mais conhecido como “Toinho de Zé Estevão”,
conta que o trabalho de fruticultura começou com o pai dele, no ano de 1945, e
que a maior dificuldade era a falta de irrigação. Décadas mais tarde, Ele já
tocava sua própria lavoura quando foi convidado a participar do projeto inicial
do Perímetro Piauí, da recém-fundada Cohidro. “Fui convidado pelo agrônomo José
Almeida Cansanção a cultivar um pedaço de terra dentro do Perímetro. Fui atraído
pela possibilidade da irrigação, do acompanhamento e orientação dos técnicos e
pela adubação, todos esses serviços prestados pela Companhia”, relata.
Entusiasmado, Toinho arrendou um pequeno lote e deu
continuidade, naquele novo local, ao trabalho de cultivo de mudas cítricas e
enxertia com a irrigação pública. De arrendatário de um pequeno pedaço de
terra, é hoje o proprietário de quatro lotes, que juntos somam cerca de seis
hectares. Nessa grande área, além da produção de coco verde, limão, sapota,
manga e outras frutas, o agricultor produz mais de 400 espécies, entre flores e
plantas ornamentais. Associando à venda de objetos decorativos, seu negócio
virou parada obrigatória para de decoradores, arquitetos e paisagistas de
Lagarto e região, além de atender quem quer decorar ou arborizar sua própria
casa ou sítio.
Área bem cuidada
Hoje, a empresa de Toinho conta com quatro funcionários e
para a gerente do Perímetro irrigado Piauí, Gilvanete Teixeira, é um dos
produtores mais bem sucedidos do Pólo de Irrigação. “Ele faz um trabalho
bastante dedicado ao cuidado do seu produto e na apresentação final. Tem sua
área sempre bem cuidada, limpa, assim como suas plantas são sempre muito
sadias. Talvez seja isso que o fez ter sucesso em seu comércio”, declara.
Gilvanete ressalta que o agricultor faz parte do projeto de irrigação desde o
seu início.
“Minhas plantas ornamentais eu vendo para todo o Estado,
principalmente para prefeituras, que enfeitam as praças e os canteiros das
cidades, mas também para particulares. A grama que produzo, além de ornamentar
jardins, é usada nos campos de futebol. Já as frutas, vendo tanto em larga
escala, para supermercados, bem como para pessoas da região e quem passa por
aqui”, explica Toinho. Ele cita como exemplo a sapota, fruta doce da família do
sapoti, que tem uma produção de três mil quilos por ano em sua propriedade.
Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, conhece a produção
de “Toinho de Zé Estevão”. Ele considera o cultivo de plantas ornamentais e
mudas frutíferas uma alternativa viável de geração de renda nos perímetros
irrigados, diversificando a atividade rural. “Nestes casos, a irrigação pública
serve para garantir o sustento das famílias do irrigante e de seus
funcionários. Mas são vagas fixas de trabalho, para o ano todo, o que não é
muito frequente nas plantações agrícolas convencionais, onde o produtor só
poder ofertar vagas de emprego sazonalmente, no plantio e na colheita”,
justificou.
“Além da irrigação e do acompanhamento técnico, a Cohidro
também dá um apoio na comercialização a todos aqueles que produzem em seus
perímetros irrigados. Sem dúvidas é um trabalho muito bonito e importante que a
Companhia realiza com o homem do campo quando atua em todas as etapas da
produção, desde o preparo da terra para receber a semente, até a venda do que
foi colhido durante a safra”, destaca Toinho.
Coqueiros trigêmeos
O sítio do agricultor chama atenção pela diversidade de
culturas ali produzidas e pela perfeita integração à natureza. Durante a
entrevista, Toinho é cercado por diversos sagüis que desfrutam de seu alimento
favorito na mão do próprio agricultor. E eles são apenas algumas das atrações
do local.
Entre as plantas, enchem os olhos as grandes palmeiras
imperiais, cuja chegada em território nacional se confunde com o surgimento da
própria nação brasileira. A frondosa sapota também ganha destaque na
propriedade. Com seus galhos pesados e carregados com um fruto doce e pouco
conhecido em Sergipe, ela ocupa uma grande área da plantação.
Mas de todas as espécies nenhuma desperta mais curiosidade
do que os coqueiros trigêmeos. Os “caprichos da natureza”, como são chamados
pelo produtor, nasceram da mesma semente, possuem três troncos e dividem a
mesma raiz. “É uma obra divina. É um caso muito raro e tenho orgulho de ter
acontecido aqui na minha terra. Como se não bastasse terem virado a atração do
sítio, meus coqueiros trigêmeos ainda produziram mais de dois mil cocos durante
seus quinze anos de existência”, conta o produtor.
Fonte e fotos: Ascom/Cohidro.
Texto e imagens reproduzidos do site:
destaquenoticias.com.br
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