Anões de Itabaianinha, em torno do
jornalista Geraldo Luiz, da Rede Record.
jornalista Geraldo Luiz, da Rede Record.
Publicado originalmente no site Destaque Noticias, em
20/12/15
Pesquisador estuda há 20 anos os anões de Itabaianinha
Com objetivo de descobrir a causa do nanismo na maior
comunidade do mundo e entender a mutação genética dos anões do município de
Itabaianinha, um estudo vem sendo realizado há mais de 20 anos por
pesquisadores da Universidade de Sergipe (UFS). O estudo é coordenador pelo
especialista em endocrinologia genética, Dr. Manuel Hermínio de Oliveira, com o
apoio do Programa de Pós-graduação de Ciências da Saúde e da Fundação de Apoio
à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec/SE).
O estudo começou em 1994, analisando como ocorreu a
introdução de um gene mutante de anões que viviam isolados próximo a Serra de
Itabaianinha, nos municípios de Riachão e Tobias Barreto. Um dos principais
objetivos do estudo é desvendar as causas da mutação no gene mais importante
para a produção do hormônio de crescimento para o corpo humano. A pesquisa é
feita em parceria com a Universidade John Hopkins, dos EUA.
Atualmente, cerca de 70 anões compõem a população de
Itabaianinha, entre eles uma anã centenária e outros acima de 80 anos. Segundo
o professor Manuel Hermínio, essa comunidade de anões é mais suscetível a
algumas doenças. “Eles possuem fatores de risco para doenças do coração,
obesidade, pressão arterial elevada, mas apesar disso, têm uma longevidade
normal”, explica o professor.
De acordo com o professor, a pesquisa registra o papel do
hormônio de crescimento no organismo humano verificando um grupo de pessoas que
vivem com um número muito baixo desses hormônios. “Estudamos as consequências
da ausência do hormônio de crescimento no organismo como um todo, o que é muito
relevante para analisar doenças como diabetes, obesidade, câncer, doenças do
coração, osteoporose”, relatou.
Para desenvolver melhor o estudo, o grupo passa a se
relacionar com a comunidade estabelecendo uma relação de amizade. “Os anões
passam por procedimentos constantes como coleta de sangue, verificação da
altura e do peso, além de outros trabalhos para analisar os defeitos genéticos
feitos em campo. Quando há necessidade de um estudo mais complexo eles se
deslocam para Aracaju”.
Tratamento
O tratamento não é um grande pleito entre eles, pois por
serem muitos numa região, não há discriminação, sendo considerados comuns em
Itabaianinha. “Eles não sentem pressão pela estatura, como ocorre em nossa
sociedade, onde pessoas brigam para ter quatro ou cinco centímetros acima da
estatura”, ressaltou.
O grupo comprovou que o nanismo se trata de um defeito genético,
uma doença recessiva, onde é preciso do gene do pai e da mãe para que a criança
nasça com a doença. Porém, se trata de uma deficiência isolada nos hormônios
que é passível de tratamento com hormônios de crescimento, o medicamento é dado
às crianças de quatro até os 18 anos de idade. Ainda segundo o pesquisador,
quando o tratamento é realizado, é possível ficar com uma estatura normal.
Para Manuel Hermínio, a comunidade de anões de Itabaianinha
é um patrimônio da humanidade. “Esperamos que esses estudos continuem. É
preciso mais envolvimento e interesse dos órgãos públicos, pois a comunidade
dos anões é uma marca registrada de Itabaianinha, de Sergipe e do Brasil”.
Fonte: Revista Pesquisa-SE.
Crédito: rd1.ig.com.br
Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br
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